RCAdeBH escreveu:Resumindo: uma maneira legal de voce ser HIPÓCRITA.
Cê tá livre dessa, hein???
RCAdeBH escreveu:Resumindo: uma maneira legal de voce ser HIPÓCRITA.
Rainorx escreveu:Oi, sou novo aqui.
Mas acredito que muitas pessoas que usam termos PC, na verdade, não o fazem por uma preocupação com os "oprimidos" e sim para parecerem "atuais" ou "sensíveis". Ou seja, para ficarem na moda.
André escreveu:Eu vou continuar a defender os valores que acredito, mas não meço palavras ao dizer. Na Faculdade isso já me colocou em calorosos debates. Eu tb discordo de cotas raciais na Bahia, já viu né?
Acauan escreveu:O mais grave do politicamente correto é que ele não estabelece apenas o que pode ser dito, mas também como o que pode ser dito deve ser dito.
Assim, não apenas é proibido falar mal dos índios, como não se pode chamar-nos assim, sendo o correto referir-se a nós como nativos americanos, delicadeza que o bugre aqui dispensa.
O problema é que muito do que se fala mal dos índios, ou nativo americanos, ou bugres, é verdade, afinal nunca fomos santos e nem fingimos ser, mas, pela ideologia do politicamente correto, pode-se e deve-se trombetear aos quatros ventos que os europeus tomaram as terras do Índios, mas não se pode tocar no assunto que a maioria das tribos guerreiras adquiriram a posse daquelas terras expulsando ou exterminando outras tribos mais fracas.
Acauan escreveu:André,
Como já deve ter percebido, sou anti-politicamente-correto desde criancinha.
Não que o Índio Velho tenha algo contra os sentimentos dos grupos oprimidos (ou a favor deles), mas porque podemos definir o politicamente correto com uma única palavra: censura.
O politicamente correto surgiu nas universidades americanas, como uma ideologia que se propunha a reprimir manifestações preconceituosas e discriminatórias.
O problema é que se é uma ideologia, alguém decidiu o que são e o que não são manifestações preconceituosas.
Pior, este "alguém" também decidiu que quem não respeitasse os códigos de conduta e linguagem estabelecidos por sua ideologia deveria ser denunciado como preconceituoso e discriminatório.
Como é facil acreditar que qualquer coisa que combata o preconceito e a discriminação é boa, esta ideologia ganhou terreno nos campi universitários, círculos intelectuais, mídia cultural e indústria da comunicação.
Assim a ideologia do politicamente correto ganhou poder político para controlar o que podia e o que não podia ser dito nestes meios e para isolar os dissidentes que se recusavam a aderir à nova ordem.
Quem já viu este filme não deveria ter muitas dúvidas sobre seu final.
clara campos escreveu:Acauan escreveu:O mais grave do politicamente correto é que ele não estabelece apenas o que pode ser dito, mas também como o que pode ser dito deve ser dito.
Assim, não apenas é proibido falar mal dos índios, como não se pode chamar-nos assim, sendo o correto referir-se a nós como nativos americanos, delicadeza que o bugre aqui dispensa.
O problema é que muito do que se fala mal dos índios, ou nativo americanos, ou bugres, é verdade, afinal nunca fomos santos e nem fingimos ser, mas, pela ideologia do politicamente correto, pode-se e deve-se trombetear aos quatros ventos que os europeus tomaram as terras do Índios, mas não se pode tocar no assunto que a maioria das tribos guerreiras adquiriram a posse daquelas terras expulsando ou exterminando outras tribos mais fracas.
MAs então acauan, era precisamente o conceito em si de politcamente incorrecto que o andrésugeriu ser debatido.
Repara que aceitar que o politcamente correcto é censurador é um paradoxo, pois a censura é (aceitando este teu conceito de politcamente correcto) politicamente incorrecta.
Talvez na génese seja realmente este o conceito correcto de PC, mas se é, não deveria ser.
Por exemplo, chamar preto a alguém é realmente, agra que penso nisso, considerado por muitos politicamente incorrecto, mas porquê? A verdade não deveria nunca ser politicamente incorrecta, ou melhor, a divulgação da verdade. Talvez "preto" tenha ao longo dos séculos sido injectado por conceitos tão negativos que realmente se tornou de alguma forma prejurativo...
Num outro forúm discutia-se a possibilidade de tornar os feriados religiosos não obrigatórios e escolhíveis por cada cidadão (eu por exemplo, em vez te ter feriado o dia do corpo de deus, poderia escolher o meu aniversário, ou outra data qualquer) e um forista mostrou-se contra por considerar ser um suicídio político tomar posição declarada contra a ICAR - ele estava a ser politicamente correcto?
O que tento dizer é que o politicamente correcto, encarado enquanto ideologia, é paradoxal, pelo que dave ser encarado sobretudo como um princípio de não-agressão e, acima de tudo, de educação mais abrangente, não apenas pelo vizinho, mas por todos.
Assim, pegando no teu exemplo dos índios, a não deve ser considerado politicamente incorrecto a divulgação ou estudo da verdade, tão pouco deve existir uma condescendência cega com determinados grupos oprimidos (foi nos EUA que os surdos foram considerados uma minoria linguística?).´
Se o politicamente correcto for o que descreves, então ele é acima de tudo ridículo. Mas se for encarado como uma forma de estar que preza o respeito e boa educação, deve ser cultivado mas, naturalmente, não imposto.