As Mortes do Guerreiro

[Acauan]

As Mortes do Guerreiro
Postado originalmente em 4/2/2005 23:45:38

Por Acauan

Como manda o Código, há três mortes possíveis para o Guerreiro: o tombar com glória, o morrer com honra e a outra.

O tombar com glória é destinado ao Guerreiro que no auge da contenda, com braço forte e bravura no coração, foi sobrepujado no campo da honra por um oponente mais valoroso.
Para este Guerreiro, seus últimos pensamentos são por aqueles e aquilo que defende e sua última esperança é de poder empunhar a arma por mais um golpe.
Caberá aos seus companheiros imaginar seu destino, que para eles é certo, encontrar os portões do Valhalla abertos e ser recebido lá pelos irmãos de armas que tombaram antes dele.
À sua espera um garanhão bravio.
Ao entrar, o mais bravo entre os que tombaram porá a mão direita em seu ombro direito e lhe entregará as rédeas do garanhão.
E juntos cavalgarão todos pela campina aberta, ao pôr do sol, com o vento no rosto.

O morrer com honra é destinado ao Guerreiro que venceu todas as batalhas, conheceu o triunfo e chegou ao tempo em que o coração ainda é bravo, mas o braço não mais é forte.
Para este Guerreiro, seus últimos pensamentos são por aqueles a quem ensinou o que manda o Código e sua última esperança é que aqueles a quem ensinou perpetuem o BEM.
Se a sua hora lhe conceder tempo para tal, terá o direito de imaginar que em sua chegada ao Valhalla encontrará os portões abertos e será recebido por aqueles que lhe ensinaram o que manda o Código e por aqueles a quem ensinou o que manda o Código e que tombaram com glória antes que ele morresse com honra.
Entre todos, lhe porá a mão direita no ombro direito quem primeiro lhe falou das antigas virtudes, do valor da Honra, da importância do Dever e da necessidade do Sacrifício. E de novo estarão juntos os que ensinaram e os que aprenderam.

A outra morte é a que não tem nome, pois nenhum Guerreiro ousaria chama-la.
Ela é destinada ao Guerreiro cujo braço é forte, mas a bravura abandonou seu coração. Embora pudesse erguer suas armas, optou por quedá-las aos pés do oponente, abandonando aqueles e aquilo que deveria defender.

Para este, seus últimos pensamentos serão pelos que tombaram com glória ao seu lado no campo da honra. Lembrar-se-á deles e desejará não ter trocado aquele momento por toda a vida que se lhe seguiu.

Terá todo o tempo do mundo para imaginar sua chegada ao Valhalla, quando encontrará os portões fechados e por suas frestas poderá ver apenas as costas dos que foram seus irmãos de armas.
Da mesma forma que deu às costas às antigas virtudes do Código.

E sem o Código, não há esperança.

[Vitor Moura]

Veja só, além de falar sobre a vida no inferno, Acauan agora fala sobre a vida no Valhalla.. estaria Acauan aceitando a existência de um mundo espiritual?

[Cavaleiro do Ébano]

Veja só, além de falar sobre a vida no inferno, Acauan agora fala sobre a vida no Valhalla.. estaria Acauan aceitando a existência de um mundo espiritual?

Claro que não.

O texto é bem claro, e nota-se que o importante na vida é a honra da batalha, ou do modo que vivemos, lutando com valor e dignidade por nossos ideais.

A chegada ao Vahalla, é uma personificação de um símbolo: A consciência tranquila, dos que viveram suas vidas com a retidão digna dos que lutam pelo Bem.

Aos que perdem suas virtudes só resta a vergonha de uma batalha abandonada por pura covardia.



(acredito que o Código dos guerreiros Tupi, possui alguma semelhança com o Código de Bravura dos cavaleiros. Talvez não. )

[Vitor Moura]

Aos que perdem suas virtudes só resta a vergonha de uma batalha abandonada por pura covardia.

Se não existe vida após a morte não resta nada, tanto o herói quanto o covarde tem o mesmíssimo fim. Ninguém sente vergonha ou virtude.

[Cavaleiro do Ébano]

Aos que perdem suas virtudes só resta a vergonha de uma batalha abandonada por pura covardia.

Se não existe vida após a morte não resta nada, tanto o herói quanto o covarde tem o mesmíssimo fim. Ninguém sente vergonha ou virtude.

Não importa o que vem depois. Já que todo mundo vai acabar do mesmo jeito, o que importa é a honra da batalha que você lutou. A missão do guerreiro é construir uma ponte para um mundo melhor a fim de que outros possam atravessá-la.

E assim a memória dos que já se foram permanece viva nas futuras gerações. O que vocÇê prefere: ser lembrado como alguém digno de elogios, ou como um covarde?

Diz um ensinamento da Cavalaria: " Todos morrem, mas pouquíssimos vivem. O que será de um cavaleiro morto que sequer viveu?"

Abraços.

[spink]

Se não existe vida após a morte não resta nada

Não se esqueça de que ter filhos dá uma idéia de continuidade.
Mesmo que se "produzam" pulhas.
Eu não tenho essa bengala.

[Hugo]

O Acauan deve estar ouvindo muito Black Metal!
ODIIIIIIIIIN!!!

[Vitor Moura]

O Acauan deve estar ouvindo muito Black Metal!
ODIIIIIIIIIN!!!

Eu ainda acho que ele está se espiritualizando...eu sabia que a porrada de artigos que eu posto aqui ia acabar convertendo alguém

[Hugo]

Devolve a conta do Vitor, emmmcri!
Daqui a pouco você vai aceitar a desistência do Acauan!

[Spitfire]

Uma metáfora inteligentíssima para quem conseguir captar a analogia... alguns somente percebem a superfície.

[videomaker]

Se não existe vida após a morte não resta nada, tanto o herói quanto o covarde tem o mesmíssimo fim. Ninguém sente vergonha ou virtude.[/quote]


Bingo !!!!!!!

[Acauan]

Veja só, além de falar sobre a vida no inferno, Acauan agora fala sobre a vida no Valhalla.. estaria Acauan aceitando a existência de um mundo espiritual?

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Caberá aos seus companheiros imaginar seu destino, que para eles é certo, encontrar os portões do Valhalla abertos e ser recebido lá pelos irmãos de armas que tombaram antes dele.
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Se a sua hora lhe conceder tempo para tal, terá o direito de imaginar que em sua chegada ao Valhalla encontrará os portões abertos e será recebido por aqueles que lhe ensinaram o que manda o Código e por aqueles a quem ensinou o que manda o Código e que tombaram com glória antes que ele morresse com honra.
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Terá todo o tempo do mundo para imaginar sua chegada ao Valhalla, quando encontrará os portões fechados e por suas frestas poderá ver apenas as costas dos que foram seus irmãos de armas.

[Acauan]

(acredito que o Código dos guerreiros Tupi, possui alguma semelhança com o Código de Bravura dos cavaleiros. Talvez não. )

As Regras da Cavalaria Medieval é uma das leituras do Código, assim como o Bushido dos Samurais.

[Claudio Loredo]

Faz parte da natureza humana o gosto pela morte, pela crueldade e pelo assassinato. Como descendentes dos macacos, somos violentos, somos maus e crueis. Não entendo o porquê valorizar esse instinto guerreiro do ser humano. Se fossemos como os animais irracionais que nenhum dano causam ao planeta, não haveria problema algum. O problema é que o ser humano, além de ser violento como os demais mamíferos, também constroi armas de destruição em massa e tem o poder de acabar com o planeta. Hoje, as guerras já não são mais decididas homem a homem. Elas são realizadas através de bombas que destroem cidades inteiras.

Infelizmente, hoje já não vivemos no tempo em que um homem matava outro homem. Vivemos num tempo muito pior. Num tempo onde povos inteiros podem desaparecer com um simples apertar de um botão. Onde uma classe social pode desaparecer com uma simples ordem de um governante. Os assassinatos já não são feitos individualmente, eles são feitos coletivamente.

[Vitor Moura]

Faz parte da natureza humana o gosto pela morte, pela crueldade e pelo assassinato. Como descendentes dos macacos, somos violentos, somos maus e crueis.

Claudio, não descendemos dos macacos!

[Hugo]

Faz parte da natureza humana o gosto pela morte, pela crueldade e pelo assassinato. Como descendentes dos macacos, somos violentos, somos maus e crueis.

Claudio, não descendemos dos macacos!

Bem, tecnicamente, os ancestrais comuns a nós e aos outros primatas certamente seriam considerados macacos pelos padrões atuais...

[Tranca]

Se não existe vida após a morte não resta nada, tanto o herói quanto o covarde tem o mesmíssimo fim. Ninguém sente vergonha ou virtude.

Bingo !!!!!!!

Leiam novamente o texto com atenção.










Mais uma vez.










Outra.









E agora, entenderam? Não? Ah, então vão catar coquinhos!

Não é de justiça que o texto trata, mas da busca pelo caminho mais honrado. O Valhalla é apenas uma metáfora usada para designar a paz de espírito com a qual o guerreiro, certo de que combateu o bom combate, parte desta vida.

Supõe-se que quem não teve uma existência digna e honrada não parte com a tranquilidade, serenidade e certeza de ter tido uma vida correta, que tenha valido.

[Claudio Loredo]

Vocês entenderam o que eu quis dizer, isto é que importante: a nossa violência é a mesma violência dos macacos, só que muito pior porque temos a inteligência para potencializar o mal.

Cometi o erro de evolução porque de tanto ouvir a coisa errada, você acaba cometendo o erro. Desculpe.

[Acauan]

Não entendo o porquê valorizar esse instinto guerreiro do ser humano.

Claudio,

Todos os povos ao longo da História que não valorizaram este instinto guerreiro se tornaram escravos ou extintos.
Para mim já seria motivo suficiente.
Mas há muitos outros.

[Washington]

Não entendo o porquê valorizar esse instinto guerreiro do ser humano.

Claudio,

Todos os povos ao longo da História que não valorizaram este instinto guerreiro se tornaram escravos ou extintos.
Para mim já seria motivo suficiente.
Mas há muitos outros.

Exato. É o que ocorre hoje com o povo brasileiro.

Não é por outro motivo que uma das primeiras medidas das tiranias é desarmar o cidadão.

[Claudio Loredo]

Sim, Acauan, é verdade: todos os povos que não valorizaram o espírito guerreiro foram extintos. Só que este espírito guerreiro irá levar a extinção a própria espécie humana, pois hoje nosso poder de destruição é muito maior. As nações estão se armando cada vez mais. Os recursos naturais estão se esgotanto. Quem não se armar, será destruido. Logo, logo todos irão entrar em guerra contra todos. Só que não serão mais guerras homem a homem, serão guerras armas nucleares contra armas nucleares.

Hoje muitos vibram de felicidade ao saber que os EUA podem invadir o Irã, muito inclusive são brasileiros. Este é o espírito guerreiro do ser humano: um espírito de morte e destruição. Espírito este que está enraizado em todos e faz parte da nossa natureza: uma natureza cruel.

Assim é o ser humano. Ele quer que o outro seja destruido, mesmo que para isto ele tenha que arriscar sua própria vida. Quem mora no asfalto, quer ver a favela pegar fogo. Quem mora de um lado do rio quer ver quem mora do outro lado morrer. Vibramos com as guerras da mesma forma como vibramos com um jogo de video game.

[O ENCOSTO]

Aos que perdem suas virtudes só resta a vergonha de uma batalha abandonada por pura covardia.

Se não existe vida após a morte não resta nada, tanto o herói quanto o covarde tem o mesmíssimo fim. Ninguém sente vergonha ou virtude.

Como não resta nada?

Resta a lembrança de quem foi a pessoa para os que ficaram.

Não refleti muito sobre o texto do Acauan mas creio que a idéia central do texto pode ser essa.

Ai fica a seu critério: ser lembrado como um herói ou covarde.

[O ENCOSTO]

Sim, Acauan, é verdade: todos os povos que não valorizaram o espírito guerreiro foram extintos. Só que este espírito guerreiro irá levar a extinção a própria espécie humana, pois hoje nosso poder de destruição é muito maior. As nações estão se armando cada vez mais. Os recursos naturais estão se esgotanto. Quem não se armar, será destruido. Logo, logo todos irão entrar em guerra contra todos. Só que não serão mais guerras homem a homem, serão guerras armas nucleares contra armas nucleares.

Claudio, você virou Adventista?

[Claudio Loredo]

Claudio, você virou Adventista?

Não, encosto, não virei adventista. Apenas estou perdendo totalmente a fé na humanidade e qualquer esperança em seu progresso.

[Flavio Costa]

Não, encosto, não virei adventista. Apenas estou perdendo totalmente a fé na humanidade e qualquer esperança em seu progresso.

Cláudio, a humanidade nunca foi totalmente boa, nem nunca será. Mesmo assim, podemos nos esforçar para melhorar aquilo que está ao nosso alcance.