Justiça Distributiva

Fórum de discussão de assuntos relevantes para o ateísmo, agnosticismo, humanismo e ceticismo. Defesa da razão e do Método Científico. Combate ao fanatismo e ao fundamentalismo religioso.
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SickBoy
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Re.: Justiça Distributiva

Mensagem por SickBoy »

culpa dazisquerda

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Ilovefoxes
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Re.: Justiça Distributiva

Mensagem por Ilovefoxes »

Não foi feliz essa.

E não é culpa, é só fantasia.

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André
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Re: Re.: Justiça Distributiva

Mensagem por André »

Ilovefoxes escreveu:Complexo de Robin Wood da esquerda.

Sempre esquecem que dinheiro não é algo que existe desde o princípio da existência da Terra, que vem de algum lugar e é necessário produção.
A lógica da justiça social é pior que a lógica em imprimir mais dinheiro para acabar com a pobreza.
Apáte escreveu:
Abmael escreveu:
Apáte escreveu:Uai, abmael...



- Lamento decepcioná-lo Apáte, mas não sou de esquerda, sou o que os americanos chamam de liberal ou democrata, no entanto, para os radicais daqui isto é o mesmo que ser admirador de Mao e Fidel.

Abraços,

"não sou de esquerda"

Parei aqui. Tá curtindo com a minha cara?
Tá, tá de onda.


-Primeiro eu, nem a boa parte, daqueles que vc chama genericamente de esquerda, se esquece da produção. A diferença consiste na direção da produção, beneficiar principalmente seus donos, aqueles que a monopolizam, ou beneficiar de forma mais eqüitativa todos, mesmo que mantendo graus de diferenciação.

-A igualdade defendida não é total, nem defendo fim das classes. E esse simples conceito parece não entrar na cabeça de dogmáticos do livre mercado. A igualdade relativa é tão somente a garantia do mínimo para habilitar a competição (Sendo esse mínimo aumentado o quanto for possível e viável tendo em vista o bem comum). O que pode se traduzir em educação, saúde, moradia e alimentação. Sendo que os dois últimos, e demais investimentos nas pessoas excluídas ou parcialmente excluídas do mercado, para otimizar os resultados, condicionalidades, que estimulam que a população a buscar mais o conhecimento, a ser mais saudável, são necessários. Para ao mesmo tempo reduzir a desigualdade material, fortalecer a sociedade civil, o que em turno fortalece a democracia. As condicionalidades, e a temporalidade dos programas devem visar tb negar os benefícios a quem repetidamente se mostra não merecedor, assim como servem para estimular as pessoas a chegarem ao estagio de não mais precisar do beneficio. Aumentando assim sua contribuição com a sociedade.

A socialização do poder, dividido com as massas e não centralizado, nem na elite política nem em elite econômica e a socialização da riqueza, sem impor uma igualdade total, mas criando mecanismos para que os frutos da produção beneficiem mais os trabalhadores e os membros da sociedade que estão excluídos ou parcialmente excluídos do mercado, está no âmago do que defendemos. Isso nem impede acumulação de capital, nem concentração, pois haveria liberdade para tanto, apenas a limita, pq prioriza não proteger o bem de poucos, mas o bem de todos.

Curioso que as elites (a maioria) por ignorância, falta de visão, ou puro egoísmo, não percebem, que uma sociedade menos desigual, seria muito melhor para elas tb. Não deixariam de ter mais riqueza que a maioria (Apenas a distancia não seria tão grande).
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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clara campos
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Re: Re.: Justiça Distributiva

Mensagem por clara campos »

Soviete Supremo escreveu:
clara campos escreveu:
Soviete Supremo escreveu:Não só eu como a maioria dos filósofos.


a.1)Fonte?
a.2)Provas?


O utilitarismo tem aversão ao “status quo”. Sua pregação da busca a felicidade e é incompatível com a moral do sacrifício.

“Na sua crítica social, Bentham alinha-se ao materialismo do séc. XVIII e antecipa muito do que mais tarde Marx afirmaria. Garante que a moral do sacrifício, então vigente, é um deliberado embuste imposto pela classe dominante em defesa de seus interesses. Espera o sacrifício dos outros, sem querer se sacrificar. Contra isto, Bentham expôs seu princípio utilitarista.”

História do Pensamento Ocidental – Bertrand Russel – Página 427 - Ediouro

Lista incompleta dos filósofos que advogam o utilitarismo:

http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_Utilitarians


Lamento, mas a wiki não é propriamente uma fonte cientifica.

Além disso continuo sem ver a lista de todos os filósofos, e continuo sem ver as provas (factos que comprovem essa tese).
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

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Soviete Supremo
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Re.: Justiça Distributiva

Mensagem por Soviete Supremo »

Não conheço todos os filósofos do mundo e não posso formar uma lista completa com todos os que são utilitaristas. Ainda mais se tivermos que considerar filosofia todo sermão de um padreco interiorano. Se a lista da wiki não a convenceu paciência...Há filósofos que acreditam na emoção como a base da ética, outros que seja a intuição ou aqueles que acreditam na moral do "bom selvagem", para citar alguns. Todas estas éticas são passíveis de discussão, pois tentam de alguma forma clarificar qual seria a conduta correta de um ser humano. Mesmo sendo um utilitarista, poderia absorver alguns conceitos de outras vertentes, já que a Filosofia é muito mais abrangente que a dureza matemática das ciências formais. O que considero retrógada, medieval, desumana e inaceitável é a Moral do Sacrício. Se você quer provas que a ética do sacrifício é um embuste é só acompanhar o noticíario e ver as milhares de pessoas que sofrem para manter o conforto de sujeitos inúteis como padres, pastores e líderes carísmáticos. Há outros tontos que autoflagelam, trabalham gratuitamente, suicidam ou morrem em nome de uma causa. Tudo isso é muito ultrapassado e indigno de uma pessoa esclarecida.
“A classe capitalista fornece continuamente à classe operária letras de câmbio por uma parte do produto fornecida pela segunda, mas encampada pela primeira. Mas o operário continua a devolvê-la à classe capitalista, retirando a parte que lhe toca por seu próprio produto. A forma mercadoria do produto e a forma dinheiro da mercadoria dissimulam essas relações.”

O Capital – edição resumida - Karl Marx e Julian Borchardt - 7ª edição – pág.139

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zencem
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Re: Re.: Justiça Distributiva

Mensagem por zencem »

Soviete Supremo escreveu:Não conheço todos os filósofos do mundo e não posso formar uma lista completa com todos os que são utilitaristas. Ainda mais se tivermos que considerar filosofia todo sermão de um padreco interiorano. Se a lista da wiki não a convenceu paciência...Há filósofos que acreditam na emoção como a base da ética, outros que seja a intuição ou aqueles que acreditam na moral do "bom selvagem", para citar alguns. Todas estas éticas são passíveis de discussão, pois tentam de alguma forma clarificar qual seria a conduta correta de um ser humano. Mesmo sendo um utilitarista, poderia absorver alguns conceitos de outras vertentes, já que a Filosofia é muito mais abrangente que a dureza matemática das ciências formais. O que considero retrógada, medieval, desumana e inaceitável é a Moral do Sacrício. Se você quer provas que a ética do sacrifício é um embuste é só acompanhar o noticíario e ver as milhares de pessoas que sofrem para manter o conforto de sujeitos inúteis como padres, pastores e líderes carísmáticos. Há outros tontos que autoflagelam, trabalham gratuitamente, suicidam ou morrem em nome de uma causa. Tudo isso é muito ultrapassado e indigno de uma pessoa esclarecida.

Desta vêz o Soviete foi supremo. :emoticon45:

Sócrates, o pai da sabedoria, 470 aC, dizia:

- "Conhece-te a ti mesmo;
O 'Eu' é o caminho (da sabedoria)".


500 anos depois, um cara estragou tudo, tascando essa, num gesto de egolatria e auto-contemplação patológica:

- "EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA".

Deu no que deu !!! ... :emoticon147:


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Soviete Supremo
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Re.: Justiça Distributiva

Mensagem por Soviete Supremo »

Poxa, Zencem... obrigado. :emoticon16: :emoticon14:
“A classe capitalista fornece continuamente à classe operária letras de câmbio por uma parte do produto fornecida pela segunda, mas encampada pela primeira. Mas o operário continua a devolvê-la à classe capitalista, retirando a parte que lhe toca por seu próprio produto. A forma mercadoria do produto e a forma dinheiro da mercadoria dissimulam essas relações.”

O Capital – edição resumida - Karl Marx e Julian Borchardt - 7ª edição – pág.139

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Samael
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Mensagem por Samael »

Soviete Supremo escreveu:Aqui no Brasil seria necessário destronar a ética do sacrifício antes de tudo. Neste fórum vejo até mesmo ateus exaltando esta ética de origens religiosas.


Uma frase apenas para um problema complexo é coisa de nietszcheano estúpido, cara.

De qualquer forma, isto que você está dizendo é uma simplificação do problema de Weber.

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Samael
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Re: Re.: Justiça Distributiva

Mensagem por Samael »

Ilovefoxes escreveu:Complexo de Robin Wood da esquerda.

Sempre esquecem que dinheiro não é algo que existe desde o princípio da existência da Terra, que vem de algum lugar e é necessário produção.
A lógica da justiça social é pior que a lógica em imprimir mais dinheiro para acabar com a pobreza.
Apáte escreveu:
Abmael escreveu:
Apáte escreveu:Uai, abmael...



- Lamento decepcioná-lo Apáte, mas não sou de esquerda, sou o que os americanos chamam de liberal ou democrata, no entanto, para os radicais daqui isto é o mesmo que ser admirador de Mao e Fidel.

Abraços,

"não sou de esquerda"

Parei aqui. Tá curtindo com a minha cara?
Tá, tá de onda.


E o que é que legitima alguém a deter mais capital e, consequentemente, mais privilégios sociais do que outra pessoa?

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Soviete Supremo
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Mensagem por Soviete Supremo »

Samael escreveu:
Soviete Supremo escreveu:Aqui no Brasil seria necessário destronar a ética do sacrifício antes de tudo. Neste fórum vejo até mesmo ateus exaltando esta ética de origens religiosas.


Uma frase apenas para um problema complexo é coisa de nietszcheano estúpido, cara.

De qualquer forma, isto que você está dizendo é uma simplificação do problema de Weber.


Ser chamado de nietszcheano é bem tolerável. O adjetivo estúpido não é muito agradável. Mas a atribuição de que tenho identificação com Weber não pode passar em branco. De qualquer maneira, se fui estúpido, você foi tratante. Talvez refira-se a “prisão de ferro” do livro “A ética protestante e o espírito do capitalismo” quando falou num suposto “problema de Weber”. Transcrevo abaixo o trecho:

“O puritano quis trabalhar no âmbito da vocação; e todos fomos forçados a segui lo. Pois quando o ascetismo foi levado para fora das celas monásticas e introduzido na vida quotidiana e começou a dominar a moralidade laica, desempenhou seu papel na construção da tremenda harmonia da moderna ordem econômica. Esta ordem está hoje ligada às condições técnica e econômica da produção pelas máquinas, que determina a Vida de todos ás indivíduos nascidos sob este regime com força irresistível não apenas os envolvidos diretamente com a aquisição econômica. E talvez assim a determine até que seja queimada a última tonelada de carvão fóssil. Na visão de Baxter, o cuidado para com os bens materiais deveria repousar sobre os “ombros do santo como um leve manto, que pode ser
atirado de lado a qualquer momento"Mas o destino quis que o manto se tornasse uma prisão de ferro.”

Isso é um falso paradoxo. Weber passou uma idéia de que quanto mais ascetas fôssemos mais produtivos seríamos. E se quiséssemos desfrutar dos profanos bens terrestres teríamos de ter a disciplina de um protestante cristão. Ele infantilmente atribui grandes caracteres às pessoas de consciência religiosa. Não precisamos fazer exaustivas pesquisas para verificar que existem muitas pessoas produtivas, honestas e competentes independentemente da religião que sigam ou mesmo da ausência de Religião. Também poderíamos dizer que os grandes gênios da humanidade eram aqueles que mais se dedicavam ao mundo, estudando-o e vivendo-o sem (ou quase sem) preconceitos, dogmas ou teologias rígidas. Poderíamos facilmente imaginar Shakespeare discutindo em uma taverna, enquanto já seria mais difícil visualizá-lo ajoelhado em um templo. Sobre Dante, Da Vinci, Camões, Bocaccio e outros gênios renascentista também poderíamos dizer o mesmo. A sociologia de Weber também é negada pelos fatos: os mais pobres tendem a ser mais religioso. Se a teologia protestante fosse a mola propulsora da prosperidade os fiéis evangélicos seriam freqüentemente capas da revista exame. É claro que no máximo o Edir Macedo seria capa da Exame, pois ele é o verdadeiro mestre por trás da atual indústria da fé. O que nos leva a pensar que a religião não passe de exploração... mas isso já é outro tema.

Não querendo alongar muito deixo outras objeções a Weber:

1) Ele é perigosamente eurocêntrico. Hoje o Japão, de raízes budistas, é o país mais produtivo do mundo. E a China pode tomar essa posição.

2) Foi no ambiente dissoluto de antiga Atenas (e norte da Grécia em geral) que surgiram as bases da Filosofia, da ciência e da democracia como as conhecemos. Tudo que o deserto de Canaã produziu foi superstição e repressão. Também a literatura, escultura, poesia e teatro gregos são muito superiores aos das outras civilizações da antiguidade.

3) O ascetismo dos padres europeus foi um dos grandes fatores que levou a euro-ásia a Idade das Trevas.

Na Wikipedia também há as contestações de Schumpeter e Emil Kauder. Lá é dito que o Capitalismo não surgiu com o protestantismo. E que antes de tudo este foi um entrave ao estabelecimento do livre-mercado, pois privilegiava a teoria do valor-trabalho ao invés da Teoria subjetiva do valor. ( http://en.wikipedia.org/wiki/Max_Weber )
“A classe capitalista fornece continuamente à classe operária letras de câmbio por uma parte do produto fornecida pela segunda, mas encampada pela primeira. Mas o operário continua a devolvê-la à classe capitalista, retirando a parte que lhe toca por seu próprio produto. A forma mercadoria do produto e a forma dinheiro da mercadoria dissimulam essas relações.”

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Samael
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Re.: Justiça Distributiva

Mensagem por Samael »

Eu não te chamei de estúpido.

E, sim, falei justamente disso que você postou. E sim, concordo com toda essa crítica a Weber.

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clara campos
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Re: Re.: Justiça Distributiva

Mensagem por clara campos »

Soviete Supremo escreveu:Não conheço todos os filósofos do mundo e não posso formar uma lista completa com todos os que são utilitaristas.

Obrigada.

Era justamente esse o meu ponto. A tua afirmação de que "a maioria dos filósofos do mundo considera a ética do sacrifício um embuste" é no mínimo irresponsável.

Peço desculpa, mas realmente irritam-me as generalizações abusivas.


Soviete Supremo escreveu:Há filósofos que acreditam na emoção como a base da ética, outros que seja a intuição ou aqueles que acreditam na moral do "bom selvagem", para citar alguns. Todas estas éticas são passíveis de discussão, pois tentam de alguma forma clarificar qual seria a conduta correta de um ser humano. Mesmo sendo um utilitarista, poderia absorver alguns conceitos de outras vertentes, já que a Filosofia é muito mais abrangente que a dureza matemática das ciências formais.


Óptimo, há filósofos para tudo, pensadores para tudo e até "morais" para quase tudo, e a maioria (?) consideram as outras um embuste... por isso isso não quer dizer realmente nada...


Soviete Supremo escreveu: O que considero retrógada, medieval, desumana e inaceitável é a Moral do Sacrício.

Ah... ok, finalmente uma justificação, diria mesmo um esboço de argumento...

Soviete, diz-me, antes de progredirmos, e apenas para ter a certeza de que falamos do mesmo, o que entendes (tu) exactamente por ética (ou moral) do sacrifício?



Soviete Supremo escreveu: Há outros tontos que autoflagelam, trabalham gratuitamente, suicidam ou morrem em nome de uma causa. Tudo isso é muito ultrapassado e indigno de uma pessoa esclarecida.

Porque trabalhar voluntariamente para uma causa que se considera nobre é indigno?
Um médico sem fronteiras é uma pessoa indigna?

Penso que as tuas afirmações são muito irreflectidas e preconceituosas.
Peço-te que esclareças o que entendes por "ética do sacrifício" e por "pessoa indigna".
Só por existir, só por duvidar, tenho duas almas em guerra e sei que nenhuma vai ganhar... (J.P.)

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Soviete Supremo
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Mensagem por Soviete Supremo »

Clara, quando comecei a escrever aqui no fórum, fiquei um pouco intimidado com as gozações e com os “gritos de ordem” “alemães” (desculpe não posso usar o termo original) dos direitistas daqui. Fui um pouco duro para evitar os “bullies”. Agora já libertei meu texto e creio que consigo ser claro e objetivo o bastante. Também fiz um texto um tanto grosseiro por que ficou exigindo-me provas (provas acadêmicas, ainda por cima) Eu já havia-lhe apresentado um texto seleto do Prêmio Nobel Bertrand Russel. E quando eu tive o cuidado de apresentar vários autores utilitaristas listados no Wikipedia, você desqualificou tudo como se um saco de bosta tivesse sido colocado no tópico. De qualquer maneira, responderei, mas não por “quotes” por que isto deixaria um pouco desvirtuado o que penso sobre ética.

A ética do sacrifício é realmente medieval, porque ela simplesmente impui nas pessoas, nascidas livres, uma obrigação inexistente. Não se trata de um ato de caridade, mas de um estado mental de subserviência. A pessoa tem sua liberdade castrada por um código moral duvidoso que, por algum infortúnio da vida, foi-lhe inculcado. Tais códigos simplesmente impedem as pessoas de viver outras experiências e são contrários a liberdade inata do ser humano. É uma amarra psicológica. Longe de eu dizer que as pessoas devam ser imorais, só que tais códigos são especialmente formulados para submeter. Não preciso nem me alongar numa referência “lugar comum” como a Igreja e suas promessas de redenção e vida eterna. Este é o truque da ética do sacrifício: propor as regras, não seguí-las e ainda por cima submeter os outros ao código. Sendo que nisso tudo, a intenção, consciente ou inconsciente, é o proponente beneficiar-se do suor alheio.

Fiz algumas objeções à Weber, mas num ponto (por mais que desgoste dele) tem razão. O protestantismo burguês, dessas pequenas igrejas, (não os comícios da IURD) foi um passo para libertar as pessoas de tais códigos. Neste tipo de protestantismo há maior liberdade de pensamento, e algumas vertentes até admitem que cada um seja o profeta de sua própria fé. Embora tenham mantido o ascetismo religioso, os códigos morais diversificaram-se, tornando difícil exigir algum sacrifício pessoal de alguém. Embora permanecessem atrelados à bíblia, cada um pode ter sua própria interpretação. Toda essa libertação, permitiu que as pessoas revitalizassem os entendimento dos antigos gregos. E acabaram por encontrar Epicuro. Os intelectuais notaram que o prazer não era errado. E a burguesia percebeu que não havia nada de pecaminoso em buscar a própria felicidade, e que tal busca permitiria até um avanço do comércio. Foi nesse clima que Bentham formulou seu princípio utilitário, que simplesmente dominou vários sistemas legais.

Bom, maioria não faz verdade. E como eu já disse, não considero filosofia a empáfia dos padrecos. Se vier a pensar como eu, terá muitos filósofos para ler. Eu me considero muito feliz de pensar de forma semelhante a Darwin, Marx, Popper entre outros. Fui claro?
“A classe capitalista fornece continuamente à classe operária letras de câmbio por uma parte do produto fornecida pela segunda, mas encampada pela primeira. Mas o operário continua a devolvê-la à classe capitalista, retirando a parte que lhe toca por seu próprio produto. A forma mercadoria do produto e a forma dinheiro da mercadoria dissimulam essas relações.”

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clara campos
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Re.: Justiça Distributiva

Mensagem por clara campos »

Fico feliz por te sentires "mais liberto" e por me parecer que, finalmente, estamos a falar a mesma linguagem. :emoticon1:

Em breve constatarás que os meus conhecimentos de filosofia são tremendmente falhos e que a minha preguiça e falta de tempo suplantam quase sempre a minha curiosidade, por este motivo dificilmente conseguirei manter uma discussão ético-filosófica ao teu nível (o sama será certamente um companheiro bem mais satisfatorio)

Contudo, como te disse, possuo uma certa aversão a generalizações (o que não implica que eu não caia de vez em quando na tentação dessa falácia absurda).

Quanto ao utilitarismo, bem, das linha gerais que conheço posso posicionar-me bastante nessa linha de pensamento, embora me pareça que seja um raciocínio que peca por defender que os fins justificam os meios, e eu realmente não consigo defender isso.
Mas enfim, talvez eu esteja enganada.

Quanto à ética do sacrifício, talvez eu também tenha uma ideia errada, daí te ter pedido para clarificares, mas a entendia como um quadro que "valorizava" o sacrifício desinteressado por uma causa nobre (é óbvio que reconheço as perigosidades destas assumpção, mas enfim, aqui sim seria outra discussão) enão propriamento o incentivo.
Talvez a diferença entre valorizar e incentivar seja torturosa e exista apenas na minha cabeça, mas isto para mim faz sentido fora duma lógica religiosa e repressora, principalmente em casos que falei como médicos sem fronteiras e voluntários em diversas áreas.

Não sei, talvez nada disto faça sentido e eu apenas tenha dito barbáries...
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Soviete Supremo
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Mensagem por Soviete Supremo »

Eu também não sou nenhum Aristóteles. Só falo do que leio e critico o que considero fora de lugar. A apologia do sacrifício tem de ser combatida para evitar coisas extremamente perniciosas, como doações volumosas a igrejas pentecostais, autoflagelação, leis religiosas ultrapassadas e, porque não falar, o terrorismo islâmico. Sinto-me até mal quando vejo uma pessoa se ajoelhar pedindo perdão ao céu (muitas vezes até ofendendo a si própria).

Bom lembrar que ninguém é 100% utilitário. Todos têm uma causa que acha justa. É até bonito estender a mão a quem precisa de ajuda. Até mesmo, porque é difícil conceber o que seria exatamente “o maior bem para o maior número de pessoas”. Cada um pensa de uma maneira. Esse negócio de pintar o utilitarismo como uma monstruosidade é caricatura feita, em sua maioria, por religiosos. Estes, é claro, pretendem manter a aparência de legitimidade de seu código escravizador.

Também quero relembrar que não generalizei. Não desdenhe da lista da Wikipedia novamente, por favor. Muitas pessoas “se sacrificaram” para escrever aquelas coisas.

Até gostaria de saber a opinião do Sama, mas ele está muitíssimo sucinto em seus posts mais recentes.
“A classe capitalista fornece continuamente à classe operária letras de câmbio por uma parte do produto fornecida pela segunda, mas encampada pela primeira. Mas o operário continua a devolvê-la à classe capitalista, retirando a parte que lhe toca por seu próprio produto. A forma mercadoria do produto e a forma dinheiro da mercadoria dissimulam essas relações.”

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Samael
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Soviete Supremo escreveu:Clara, quando comecei a escrever aqui no fórum, fiquei um pouco intimidado com as gozações e com os “gritos de ordem” “alemães” (desculpe não posso usar o termo original) dos direitistas daqui. Fui um pouco duro para evitar os “bullies”. Agora já libertei meu texto e creio que consigo ser claro e objetivo o bastante. Também fiz um texto um tanto grosseiro por que ficou exigindo-me provas (provas acadêmicas, ainda por cima) Eu já havia-lhe apresentado um texto seleto do Prêmio Nobel Bertrand Russel. E quando eu tive o cuidado de apresentar vários autores utilitaristas listados no Wikipedia, você desqualificou tudo como se um saco de bosta tivesse sido colocado no tópico. De qualquer maneira, responderei, mas não por “quotes” por que isto deixaria um pouco desvirtuado o que penso sobre ética.

A ética do sacrifício é realmente medieval, porque ela simplesmente impui nas pessoas, nascidas livres, uma obrigação inexistente. Não se trata de um ato de caridade, mas de um estado mental de subserviência. A pessoa tem sua liberdade castrada por um código moral duvidoso que, por algum infortúnio da vida, foi-lhe inculcado. Tais códigos simplesmente impedem as pessoas de viver outras experiências e são contrários a liberdade inata do ser humano. É uma amarra psicológica. Longe de eu dizer que as pessoas devam ser imorais, só que tais códigos são especialmente formulados para submeter. Não preciso nem me alongar numa referência “lugar comum” como a Igreja e suas promessas de redenção e vida eterna. Este é o truque da ética do sacrifício: propor as regras, não seguí-las e ainda por cima submeter os outros ao código. Sendo que nisso tudo, a intenção, consciente ou inconsciente, é o proponente beneficiar-se do suor alheio.

Fiz algumas objeções à Weber, mas num ponto (por mais que desgoste dele) tem razão. O protestantismo burguês, dessas pequenas igrejas, (não os comícios da IURD) foi um passo para libertar as pessoas de tais códigos. Neste tipo de protestantismo há maior liberdade de pensamento, e algumas vertentes até admitem que cada um seja o profeta de sua própria fé. Embora tenham mantido o ascetismo religioso, os códigos morais diversificaram-se, tornando difícil exigir algum sacrifício pessoal de alguém. Embora permanecessem atrelados à bíblia, cada um pode ter sua própria interpretação. Toda essa libertação, permitiu que as pessoas revitalizassem os entendimento dos antigos gregos. E acabaram por encontrar Epicuro. Os intelectuais notaram que o prazer não era errado. E a burguesia percebeu que não havia nada de pecaminoso em buscar a própria felicidade, e que tal busca permitiria até um avanço do comércio. Foi nesse clima que Bentham formulou seu princípio utilitário, que simplesmente dominou vários sistemas legais.

Bom, maioria não faz verdade. E como eu já disse, não considero filosofia a empáfia dos padrecos. Se vier a pensar como eu, terá muitos filósofos para ler. Eu me considero muito feliz de pensar de forma semelhante a Darwin, Marx, Popper entre outros. Fui claro?


Quando você entrou no fórum, pensei que você fosse um stalinista (ou trotskista) quadradão, chato e superficial.

Ledo engano.

Você é um cara bastante inteligente e tem sido muito bom ler suas postagens até agora.

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Samael
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Soviete Supremo escreveu:Eu também não sou nenhum Aristóteles. Só falo do que leio e critico o que considero fora de lugar. A apologia do sacrifício tem de ser combatida para evitar coisas extremamente perniciosas, como doações volumosas a igrejas pentecostais, autoflagelação, leis religiosas ultrapassadas e, porque não falar, o terrorismo islâmico. Sinto-me até mal quando vejo uma pessoa se ajoelhar pedindo perdão ao céu (muitas vezes até ofendendo a si própria).

Bom lembrar que ninguém é 100% utilitário. Todos têm uma causa que acha justa. É até bonito estender a mão a quem precisa de ajuda. Até mesmo, porque é difícil conceber o que seria exatamente “o maior bem para o maior número de pessoas”. Cada um pensa de uma maneira. Esse negócio de pintar o utilitarismo como uma monstruosidade é caricatura feita, em sua maioria, por religiosos. Estes, é claro, pretendem manter a aparência de legitimidade de seu código escravizador.

Também quero relembrar que não generalizei. Não desdenhe da lista da Wikipedia novamente, por favor. Muitas pessoas “se sacrificaram” para escrever aquelas coisas.

Até gostaria de saber a opinião do Sama, mas ele está muitíssimo sucinto em seus posts mais recentes.


Cara, se quer mesmo a minha opinião, você poderia voltar à parte que eu te implorei para não ser um nietzscheano estúpido, coisa que você não foi, em momento algum.

Isso quer dizer, simplesmente, que de nada adianta inventarmos uma nova aversão à religião, ao melhor estilo iluminista, dentro de uma cultura de filosofia mais dialética, pragmática e relativista.

Na prática, acho que olhamos para a ótica do sacrifício como um veneno cristão pungente e maligno ao homem, justo porque gente como eu, você ou a Clara ainda somos muito rancorosos com o cristianismo. É questão de ideologia, claro. Mas nós costumamos nos esquecer que o que o Bigode fez, e muitos outros anti-cristãos assumidos ainda fazem, é incorrer no fraco materialismo feuerbachiano: ignorar a frase clássica do "quem educa os educadores?" de Marx. Ou seja, perdemos a visão de "causação circular" tão essencial à dialética.

O cristianismo é um fenômeno que surgiu como que por encanto e aprisiona os seres humanos? Claro que não. Existem gradações de ascetismo entre cristãos e, principalmente, o Cristianismo, como toda religião, é um processo histórico bastante longo que culminou em mais uma forma de explicação metafísica e prática para a nossa existência.

Weber captou essa idéia e uniu o ideário liberal e o cristianismo de maneira bastante original: "sem o trabalho, o homem é pobre e fraco." Ah, isto está na Bíblia. Marx disse algo análogo, Smith disse algo análogo, mas, antes deles, a Bíblia já trata dessa alegoria no Gênesis, quando os "homens são expulsos do paraíso e agora viverão a partir do suor do próprio rosto". Óbvio que essa ideologia chutada e longínqua não explica nem 10% do desenvolvimento histórico americano, mas é uma forma bastante interessante de se "cultivar" o novo modo-de-produção nascente, o capitalismo.

Daí, eu não vejo o ascetismo do "temos que trabalhar" como algo intrinsecamente ruim. Vejo sim como algo intrinsecamente natural e doloroso, mas ainda assim, essencial à nossa "riqueza". Claro, faço coro à Freud, Marcuse e Russell que colocaram bem, cada um à sua maneira, que um sistema anárquico, individualista e cheio de "vontades" conflitantes vai nos levar apenas ao "sobretrabalho", à produção que vai pra lixeira (sim, o capitalismo é o único modo-de-produção até hoje visto que gera excessos de produção aleatoriamente), ou mesmo ao "fetichismo do capital", onde o capital importa mais do que o homem.

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Soviete Supremo
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Mensagem por Soviete Supremo »

Interessante que você tenha aprendido o “temos que trabalhar” com Freud, Marcuse, Russell, Marx, Smith, Feuerbach e até com a bíblia. Eu aprendi de maneira diferente, ajudando minha mãe na hora de lavar a louça e colaborando com meu pai. Este até me disse: “Meu filho, quando pequeno, e seu avô era operário da petroquímica, tive de engraxar sapatos para melhorar a vida da família. Engraxe o meu e entenda o que passei”. Nunca senti vergonha em fazer isso, e até hoje faria isso se ele me pedisse. Meu pai já melhorou de vida e pode até pagar engraxates, só que, vez ou outra o vejo engraxando os próprios sapatos. Ofereço-me para engraxar, e ele somente retruca: não é necessário, você já aprendeu a lição. Sempre guardo este exemplo em minha memória. Tanto é que foi fácil acostumar-me ao trabalho. A austeridade simplesmente foi desnecessária diante do tamanho exemplo.

Tenho origem simples e gosto de ler os filósofos. Acho até que esse era o propósito de Bertrand Russel e Will Durant e, porque não dizer, dos iluministas. Eles queriam que os mais pobres também usufruíssem a liberdade e o prazer do saber.

Realmente não gosto muito do Stalin e tenho até alguma simpatia por Trotski. Mas ser gênio, Samael, é um pouco mais severo. Você gosta da braveza. Nesse sentido você deveria ser mais Universalista, e aprender com os chineses. Na Revolução Cultural simplesmente pegaram os intelectuais burgueses e apresentaram-lhes as enxadas.
“A classe capitalista fornece continuamente à classe operária letras de câmbio por uma parte do produto fornecida pela segunda, mas encampada pela primeira. Mas o operário continua a devolvê-la à classe capitalista, retirando a parte que lhe toca por seu próprio produto. A forma mercadoria do produto e a forma dinheiro da mercadoria dissimulam essas relações.”

O Capital – edição resumida - Karl Marx e Julian Borchardt - 7ª edição – pág.139

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Samael
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Eu não gosto quando bravos argumentos se tornam argumentos bravos.

E eu acho que a Revolução Cultural foi um prejuízo danado à própria China.

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Soviete Supremo
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Mensagem por Soviete Supremo »

Desculpa se eu ofendo seu direito de diletar. Só espero que não faça isso às minhas expensas, como contribuinte. Não escrevo mais porque estou com várias reflexões profundas, dialéticas, pragmática e relativistas, sobre o "estou ocupado".
“A classe capitalista fornece continuamente à classe operária letras de câmbio por uma parte do produto fornecida pela segunda, mas encampada pela primeira. Mas o operário continua a devolvê-la à classe capitalista, retirando a parte que lhe toca por seu próprio produto. A forma mercadoria do produto e a forma dinheiro da mercadoria dissimulam essas relações.”

O Capital – edição resumida - Karl Marx e Julian Borchardt - 7ª edição – pág.139

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Acauan
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Samael escreveu:E eu acho que a Revolução Cultural foi um prejuízo danado à própria China.


Até onde "prejuízo" qualifica um movimento cuja plena extensão (incluído o "Grande Salto para Frente") deixou dezenas de milhões de mortos, a maioria de fome.
Nós, Índios.

Acauan Guajajara
ACAUAN DOS TUPIS, o gavião que caminha
Lutar com bravura, morrer com honra.

Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós!
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz!

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Mensagem por Soviete Supremo »

Bom, cheguei em casa está na hora da filosofia.
Vou até dar minha opinião sobre várias coisas que observei. A enxada é revolucionária:

“Antropólogos e arqueólogos concordam, que o homem é o que é hoje graças às ferramentas que desenvolveu quando começou a descer das árvores para viver em cavernas. E é justamente nessa época, do período conhecido como neolítico, que surge a enxada.”

Ela é muito útil e ajuda bastante na sobrevivência do homem. Sua capacidade revolucionária é tamanha que assusta até intelectuais quando a eles é apresentada. Alguns ficam até Agorafóbicos. O susto é tamanho que começam até a ofender chineses. Ou mesmo começam a culpar os pobres, revolucionários também, por quererem distribuir enxadas aos chefes da sociedade.

Respondendo a pergunta “quem educa os educadores?” serei até ilustrativo:

[Imagem removida pela moderação.]

Mao Tse tung também responde de forma cabal a questão de “Justiça distributiva” do post inicial. Este exemplar chinês distribuiu enxadas para todos os vagabundos da China. E, pode acreditar, ele não queria o mal. Somente queria que todos provassem a revolução que o trabalho trouxe a espécie humana.

Fala aí, tem coisa mais aterrorizadora que enxada?
“A classe capitalista fornece continuamente à classe operária letras de câmbio por uma parte do produto fornecida pela segunda, mas encampada pela primeira. Mas o operário continua a devolvê-la à classe capitalista, retirando a parte que lhe toca por seu próprio produto. A forma mercadoria do produto e a forma dinheiro da mercadoria dissimulam essas relações.”

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Samael
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Acauan escreveu:
Samael escreveu:E eu acho que a Revolução Cultural foi um prejuízo danado à própria China.


Até onde "prejuízo" qualifica um movimento cuja plena extensão (incluído o "Grande Salto para Frente") deixou dezenas de milhões de mortos, a maioria de fome.


Eu fui "light" porque simpatizo com o Soviete, mas não deixa de ser uma verdade óbvia.

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Samael
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Mensagem por Samael »

Soviete Supremo escreveu:Bom, cheguei em casa está na hora da filosofia.
Vou até dar minha opinião sobre várias coisas que observei. A enxada é revolucionária:

“Antropólogos e arqueólogos concordam, que o homem é o que é hoje graças às ferramentas que desenvolveu quando começou a descer das árvores para viver em cavernas. E é justamente nessa época, do período conhecido como neolítico, que surge a enxada.”

Ela é muito útil e ajuda bastante na sobrevivência do homem. Sua capacidade revolucionária é tamanha que assusta até intelectuais quando a eles é apresentada. Alguns ficam até Agorafóbicos. O susto é tamanho que começam até a ofender chineses. Ou mesmo começam a culpar os pobres, revolucionários também, por quererem distribuir enxadas aos chefes da sociedade.

Respondendo a pergunta “quem educa os educadores?” serei até ilustrativo:

[Imagem removida pela moderação.]


Mao Tse tung também responde de forma cabal a questão de “Justiça distributiva” do post inicial. Este exemplar chinês distribuiu enxadas para todos os vagabundos da China. E, pode acreditar, ele não queria o mal. Somente queria que todos provassem a revolução que o trabalho trouxe a espécie humana.

Fala aí, tem coisa mais aterrorizadora que enxada?


Tem sim, ditaduras assassinas.

E eu não curto julgar pessoas por base da intenção delas, por mais que a "intenção" me auxilie sempre a gradar o mal que elas cometeram em relação às outras que também cometeram malefícios.

De toda forma, essa mal nunca me parece verdadeiramente relativizável.

E mesmo a nível utilitário, centenas de anos de sociedade comunista utópica perfeita conseguiria compensar o número de mortes tanto dos inimigos da Revolução, quanto dos seus mártires, quanto dos seus espólios (esses, a maioria absoluta do número supracitado).

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Acauan
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Re.: Justiça Distributiva

Mensagem por Acauan »

Advertência da moderação.

Soviete Supremo está advertido pela moderação quanto a não utilizar este fórum para fazer propaganda de assassinos em massa.

A reincidência implicará em banimento.

A Moderação.
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