Jesus existiu então?

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Johnny
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Jesus existiu então?

Mensagem por Johnny »

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Jesus Existiu? Como vocês podem provar isso?

A VERDADE É ESTA: PROVAS EXISTEM SÓ QUE ELES TENTAM NEGÁ-LAS DIZENDO QUE FORAM ALTERADAS PELA IGREJA, MAS EU VOU MOSTRAR QUE NÃO, VEJA:
Se Jesus fosse um mito, os judeus e os muçulmanos teriam sido os primeiros a negá-lo, ele não teria subsistido ate hoje.

Tenho mostrado a muitos ateus provas documentais e históricas sobre a existência de Jesus: esta é uma das calúnias mais pobres que já ouví. E não é por falta de provas, é porque querem insistir nesta mentira: alguns ateus, inclusive o que escreveu um livro dizendo que Jesus nunca existiu, trocou suas palavras – de que não havia provas – passando a admitir que existiam provas, mas que elas não eram consideráveis. Conversei sobre isso com um ateu que escreveu um livro dizendo que ele nunca existira, ele não pôde negar.
JESUS NÃO É UM MITO, EXISTEM PROVAS HISTÓRICAS DE SUA EXISTÊNCIA.
Acho impressionante a imaginação dos ateus, ao ponto de chegarem a dizer que os cristãos adulteraram todas as provas, e não apenas o livro de Josefo. Nunca se provou nem uma coisa e nem outra. Se fosse assim, o Talmude judaico, uma antiga coleção de escritos rabínicos judaicos, que menciona a pessoa de Jesus, também teria de ter sido adulterado pela mão dos cristãos: será que foram os cristãos que escreveram o Talmude? De modo nenhum! Foram os próprios judeus, que o rejeitaram, que escreveram o Talmude (os próprios rabinos). O MAIS ENGRAÇADO DE TUDO, É QUE SEGUNDO ESTE RACIOCÍNIO DE ALGUNS CÉTICOS, OS CRISTÃOS TERIAM ALTERARAM ATÉ O "TALMUDE" DOS JUDEUS...
Então, esta teoria ateísta (que torna mais tranqüilo um ateu por pensar que Cristo não existira) está na contramão das evidências históricas, pois até os documentos romanos e judeus, embora escassos, mencionam Jesus e sua morte. Há um documento que foi encontrado pelos comissionários de artes que acompanhavam o exército francês de Napoleão Bonaparte, em 1820, chamado “Sentença Condenatória de Jesus”, que fala sobre a morte de Jesus e sua sentença à crucificação no reinado de Tibério, pelo procônsul Pôncio Pilatos http://mucheroni.br.tripod.com/julgament...
Não somente isto, mas temos mais de DEZ relatos dos pais da Igreja e historiadores (dentro dos séculos 3 ao 6 da Era Cristã); os caluniadores ateus parecem ignorar isto: todos os pais da Igreja e os historiadores de sua época, falaram sobre a vida de Jesus [alguns http://www.veritatis.com.br/article/4688 ].

Mas então, os ateus levantam a questão de que segundo eles, não há documentos do século 1 sobre a existência de Jesus. Outra mentira: é certo que na época de Jesus não era preciso e nem existia registro em cartório, mas vários historiadores do século um falaram sobre aquele homem, e o número só não fora maior porque a maior parte dos historiadores não estava preocupada em falar sobre ele – isso não lhes daria muito ibope: eles queriam falar mesmo era sobre políticos e pessoas importantes do Império Romano.
Como disse um amigo, é um absurdo pensar que tanta gente estivesse disposta a morrer (como de fato ocorreu) por um ser cuja existência e ensinamentos fosse mera fantasia. Hoje, ninguém mais questiona a historicidade de Jesus [exceto ateus ou mal informados – pessoas que não tem compromisso com a verdade]. As pessoas vivem correndo atrás do Jesus "histórico", como se aquele que se encontra nos evangelhos não fosse o real, já que ele afirmava ser filho de Deus (e muitos não crêem em Deus, quanto mais num filho Dele, não é mesmo?) Por acaso o testemunho dos apóstolos de nada vale? E as literaturas apócrifas, pelo menos, neste aspecto, também merecem serem levadas em consideração.
Sobre os documentos do século 01,
Temos os escritos de CLEMENTE DE ROMA, POLICARPO, IRINEU, JUSTINO MÁRTIR e os de IGNÁCIO: todos eles viveram no século 1 da Era Cristã,e testemunharam de Cristo. Então, PROVAS EXISTEM, MAS SE RECUSAM A ACEITÁ-LAS, para sustentarem esta idéia/ calúnia.
Os judeus também fazem referências ao "caso do Nazareno" nos anais do Sinédrio. Isso não pode ser ignorado. Tácito [um importante historiador romano] por volta do ano 116, [86 anos após a morte de Cristo] falando do incêndio de Roma que aconteceu no ano 64, [30 a 35 anos após a morte de Cristo] apresenta uma notícia exata sobre Jesus, embora curta: "Um boato acabrunhador atribuía a Nero a ordem de pôr fogo na cidade. Então, para cortar o mal pela raiz, Nero imaginou culpados e entregou às torturas mais horríveis esses homens detestados pelas suas façanhas, que o povo apelidava de cristãos. Este nome vêm-lhes de Cristo, que, sob o reinado de Tibério, foi condenado ao suplício pelo procurador Pôncio Pilatos." ...Plínio o Jovem, Governador romano da Bitínia (Ásia Menor), escreveu ao imperador Trajano, no ano 112 d.C:
"Os cristãos estavam habituados a se reunir em dia determinado, antes do nascer do sol, e cantar um cântico a Cristo, que eles tinham como Deus." . O Talmude dos judeus apresenta passagens referentes a Jesus. ...O Tratado Sanhedrin 43a do Talmude da Babilônia: "Na véspera da Páscoa suspenderam a uma haste Jesus de Nazaré.

SOBRE O LIVRO DE JOSEFO – ARGUMENTOS PARA NEGAR EM AS PROVAS HISTÓRICAS
O maior e mais famoso historiador judeu, Flavio Josefo, testemunhou a existência de Cristo,em sua obra mais famosa, “Antiguidades Judaicas".No Parágrafo 18.3.3., Flavio Josefo diz:

“NESTE MESMO TEMPO APARECEU JESUS,QUE ERA UM HOMEM SÁBIO,SE TODAVIA DEVEMOS CONSIDERA-LO SIMPLESMENTE COMO UM HOMEM,TANTO QUE SUAS OBRAS ERAM MARAVILHOSAS,ERA UM PROFESSOR DOS HOMENS QUE RECEBEM A VERDADE COM PRAZER.ELE CHAMOU A SI MUITOS DOS JUDEUS E DOS GENTIOS.ELE ERA O CRISTO.E QUANTO A PILATOS,PELA SUGESTAO DOS PRINCIPAIS HOMENS ENTRE NOS,ELE O CONDENOU A CRUZ.
OS QUE HAVIAM O AMADO DURANTE A SUA VIDA NÃO O ABANDONARAM DEPOIS DA MORTE.ELE LHES APARECEU RESSUSCITADO E VIVO NO TERCEIRO DIA,COMO OS SANTOS PROFETAS TINHAM ANUNCIADO ESTAS E DEZ MIL OUTRAS COISAS MARAVILHOSAS SOBRE ELE.E DELE QUE OS CRISTÃOS ,QUE VEMOS AINDA HOJE,TIRAM SEU NOME".

Alguns não chegam a negar sua originalidade, apenas tentam desqualificá-las. Já outros são mais ousados e tentam negar a citação de Josefo com o seguinte argumento: Dizem que o texto original de Josefo foi adulterado pelos cristãos; sabe-se que o livro Original de Josefo fora perdido, mas existiam inúmeras copias do original. Mas veja:
Foi testado um material de datação em uma das copias do livro original de Josefo, e foi constatado que a parte que falava de Jesus tinha uma datação mais tardia que as outras partes. MAS:
1°) NÃO HAVIA SÓ AQUELA CÓPIA, APENAS NÃO TÍNHAMOS O ORIGINAL, MAS ALÉM DO QUE FOI TESTADO, HAVIAM OUTRAS INÚMERAS CÓPIAS DO LIVRO DE JOSEFO, E AS OUTRAS CÓPIAS ESTAVAM DE ACORDO COM O RESTO DAS OUTRAS CITAÇÕES;
2°) O TITULO DO CAPÍTULO, TAMBÉM CITA O NOME DE CRISTO, ATÉ NO LIVRO QUE FOI TESTADO, E O TÍTULO ESTAVA DE ACORDO COM A DATA DO RESTO DO LIVRO; ninguém pôde dizer que no título fora inserido o nome de Cristo! Aliás, porque só uma das cópias estaria rasurada? Por que nas demais não havia o mesmo? Além disso, foi só a datação que foi recente em uma das cópias (VEJA COMO OS ATEUS FAZEM TEMPESTADES EM COPO D’ÁGUA: quem disse que isso prova alguma coisa? Quem disse que isso prova que Jesus não existiu? E isso prova de foram os cristãos que adulteraram? Não. Pode ter acontecido o oposto). Tudo isso indica que alguém que queria difamar a prova histórica de Jesus, tentaram deturpar o livro, alterou e inventou essa historia; SE FOSSE FALSIFICADO,AS OUTRAS COPIAS DO LIVRO TAMBÉM TINHAM QUE TER A DATAÇÃO ALTERADA,MAS NÃO TINHAM.
Primeiro era só Josefo, agora, TODO E QUALQUER DOCUMENTO QUE SE REFIRA A JESUS FOI ADULTERADO PELA IGREJA. Mas esta eles não podem provar. A desculpa que tenho ouvido de alguns ateus é que, todos os documentos do século I que mencionam a Jesus foram adulterados pela Igreja. Mas o único acontecimento estranho foi este mencionado acima, e COM UMA CÓPIA DE JOSEFO, NÃO DE OUTROS HISTORIADORES...
11 minutos atrás
Fonte(s):
É MUITO DIFÍCIL DIZER QUE JESUS NÃO EXISTIU, POR SIMPLES DOIS MOTIVOS:

CIENTÍFICO:
─ É comprovado que o Novo testamento é composto por mais de 5900 manuscritos, feitos por inúmeros copistas seguidores de Cristo. E tendo escritos de varios autores, muitos que estiveram pessoalmente com Jesus. Dificilmente uma lenda ou um folclore alcança tantos registros históricos e comprovados. Sendo ainda que esses manuscritos são coerentes entre si, dando uma veracidade de 99,5% ao Novo Testamento.
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Jeanioz
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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Jeanioz »

Johnny escreveu:Yahoo respostas é cultura


Você e suas drogas sintéticas, Johnny... :emoticon12:
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Johnny
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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Johnny »

Jeanioz escreveu:
Johnny escreveu:Yahoo respostas é cultura


Você e suas drogas sintéticas, Johnny... :emoticon12:

Não sei caramba. Se eu for pesquisar sobre tudo isso leva muito tempo e posso ainda correr riscos de pegar fontes não confiáveis.

Como já sei que tem gente aqui com material pronto...
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Fernando Silva
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Re: Jesus existiu então?

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Criei este tópico
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sem ver o seu, mas o meu, que foi postado pelo mesmo cara no Clube Cético, parece estar mais completo.

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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Johnny »

Fernando Silva escreveu:Criei este tópico
posting.php?mode=edit&f=1&p=341431
sem ver o seu, mas o meu, que foi postado pelo mesmo cara no Clube Cético, parece estar mais completo.

Valeu chefe!
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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Johnny »

Johnny escreveu:
Fernando Silva escreveu:Criei este tópico
posting.php?mode=edit&f=1&p=341431
sem ver o seu, mas o meu, que foi postado pelo mesmo cara no Clube Cético, parece estar mais completo.

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Re: Jesus existiu então?

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Idem.
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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Fernando Silva »

Johnny escreveu:
Johnny escreveu:
Fernando Silva escreveu:Criei este tópico
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sem ver o seu, mas o meu, que foi postado pelo mesmo cara no Clube Cético, parece estar mais completo.

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Johnny
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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Johnny »

Deu certo MAS...

Não encontrei nada que refutasse sériamente o que foi colocado "com relação à existência de Jesus".

Quero algo mais convincente do que o que o opositor postou. Abraços!
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Acauan
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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Acauan »

Johnny escreveu:Deu certo MAS...

Não encontrei nada que refutasse sériamente o que foi colocado "com relação à existência de Jesus".

Quero algo mais convincente do que o que o opositor postou. Abraços!


Johnny,

Não tem por onde começar a discutir com alguém que acredita que a tal "Sentença Condenatória de Jesus" é documento autêntico. O hoax é tão óbvio que basta rastreá-lo no google para ver que só é citado em blogs apologistas chinfrins. NENHUMA universidade, pesquisador ou instituição religiosa ou laica minimamente séria faz referência a um documento que, se verdadeiro fosse, seria um dos mais importantes da historiografia.

Quanto ao Talmud, já foi discutido aqui várias vezes. O Talmud Babilônico, que cita Jesus, foi compilado quatro séculos após a morte dele, não tendo portanto qualquer valor histórico testemunhal, assim como não tem valor testemunhal as citações a Jesus feita por historiadores que comentaram o que ouviram os cristãos romanos dizer, sendo que estes cristãos romanos também não conheceram Jesus de Nazaré pessoalmente, apenas repetiam uma pregação que ouviram de outros.

Isto é prova documental histórica da existência dos cristãos romanos e não prova testemunhal histórica da existência de Jesus de Nazaré.

Os únicos relatos históricos testemunhais aceitos sobre a vida e existência de Jesus são os Evangelhos, sendo que nunca se encontrou um original que fosse contemporâneo dos eventos relatados, o que é comum em historiografia e portanto, por si só, não questiona a autenticidade dos relatos.

O problema é que os Evangelhos não são relatos testemunhais isentos, mas narrativas deixadas por seguidores.

E não cola a alegação de que os historiadores contemporâneos locais ignoraram Jesus em seus relatos por conta de estarem mais interessados apenas nos grandes eventos ao seu redor, pois se fossem literalmente verdadeiras as narrativas dos Evangelhos, teríamos que ímediatamente após a morte de Jesus de Nazaré:


...abriram-se os sepulcros, e muitos corpos de santos, que dormiam, ressuscitaram; e, saindo dos sepulcros depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos.
O centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e tudo o que se passava, ficaram possuídos de grande temor e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus

Mateus 27: 52-54


Oras bolas, mortos ressuscitando aos montes, saindo das covas pelas ruas de uma grande cidade da época, se mostrando a muitos e isto tudo em meio a um terremoto não é coisa de se ignorar. Estranhe-se muito que diante de cena tão fantástica, os historiadores da época tenham dado de ombros e fingido que não viram nada...

E, por fim, o velho argumento de que a existência de mártires cristãos é prova da veracidade dos Evangelhos, então teríamos que aceitar que os mártires islâmicos são prova da veracidade do Corão e das Sunas.
Ou se crê nos dois, ou em nenhum ou se adota dois pesos e duas medidas.

Coisa mais que comum prá aquela turma.
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Acauan
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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Acauan »

Sobre o assunto, algo que escrevi faz tempo:

O consenso dos historiadores é que não há mais motivos para se duvidar da existência de Jesus de Nazaré do que haveria para se duvidar da existência de Sócrates, com a diferença de que a Sócrates não se atribuíram dotes sobrenaturais.

Mas agregados mitológicos são esperados em figuras históricas de grande vulto, o que, por si só, não é suficiente para por em dúvida a existência do personagem em questão.Há evidências suficientes de que a mitologia montada em torno da pessoa de Jesus de Nazaré foi toda constituída após sua morte, o que motivou uma revisão em sua biografia para adequa-la àquela que seria esperado do messias judaico.

Só que os cristãos primitivos foram muito além da proposta inicial de apontar Cristo como Messias e terminaram por deificá-lo.
Dificilmente este complexo processo se daria sobre um personagem fictício.

São justamente as imperfeições nas narrativas biográficas, decorrentes da possível tentativa de conciliar fatos autênticos com agregados mitológicos, que conferem alguma veracidade histórica à Jesus de Nazaré, uma vez que uma biografia totalmente inventada não precisaria dos retoques que a denunciam como maquiada.

Além do que, a dinâmica histórica dos movimentos religiosos na palestina da época apontam para um momento crucial em que movimentos reformistas judaicos sem grande projeção terminam por gerar uma nova e poderosa religião, cujos seguidores foram capazes de entranhá-la em todo o mundo romano, terminando por conquistá-lo.

Tais dinâmicas dificilmente se iniciam sem um filósofo fundador e líder agregador, que catalize as potencialidades do momento histórico e disparem as forças reformistas ou mesmo revolucionárias.

Seria como, daqui a alguns séculos, cogitar que Marx e Lenin não existiram e que a revolução soviética se deu apenas por convergência espontânea das vontades populares.

E otras cositas más associadas às técnicas de exegese histórica que levam os historiadores a ver mais probabilidades na existência de Jesus do que na sua invenção.

Jesus e Papai Noel
Há uma diferença clara entre as biografias de Papai Noel e Jesus de Nazaré.

Não há uma biografia do Papai Noel. Mesmo que São Nicolau tenha inspirado o personagem, a certo momento a ficção ganha identidade própria e se desprende completamente da pessoa real que a motivou.
Isto não acontece com Jesus de Nazaré, onde temos uma biografia reinterpretada e, muito possivelmente, enxertada para dar sustentação à mitologia da divindade, mas ainda assim, temos uma biografia.

Os elementos principais da vida do Cristo são contraditórios demais com os arquétipos de emissários divinos para terem sido inventados com fim de enquadrá-lo como tal.

A história de um homem de origem pobre, que vive entre os populares, prega a eles e, por conta disto, é julgado e condenado a uma morte desonrosa não é lá muito espetacular.

Afinal, os romanos estavam sempre crucificando alguém por algum motivo. Um a mais ou a menos tanto faria como tanto fazia.

O ponto é este.

Os seguidores de Jesus precisam criar uma mitologia que se sustente APESAR de sua biografia e não por causa dela.

É diferente de um Ulisses, de Homero, por exemplo, em tudo e por tudo a perfeita encarnação do herói.

Por que alguém que se submeteu ao poder romano e foi crucificado sem resistência, com seus discípulos fugindo como coelhos assustados seria um modelo inspirador?

Se fosse para inventar tudo, seria muito mais conveniente contar a história de um messias que foi resgatado da cruz por anjos portando espadas flamejantes entre trovões e raios.

Só que ninguém acreditaria nisto na época, porque, possivelmente, havia uma história real, conhecida por todos, que contava exatamente o contrário.

Já a narrativa que conta uma ressurreição milagrosa, mas testemunhada em privado por meia dúzia de gatos pingados, todos partidários do dito cujo, já era mais difícil de ser desmentida.

O fato de vários elementos biográficos na vida de Jesus precisarem ser remodelados e reinterpretados para que ele pudesse ser apresentado como Deus, pelos critérios da exegese histórica evidencia que estes elementos tem grandes chances de ser verdadeiros, pois contrariam os interesses ideológicos dos próprios narradores. Duas perguntas que os historiadores se fazem nestes casos são:

1. Retirados os elementos fictícios ou com grande probabilidade de serem fictícios, o que sobra?

2. Qual a relevância histórica do que sobrou?
Se retirarmos os elementos fictícios do Superman não sobra nada e, caso sobrasse, Clark Kent não teria relevância histórica que merecesse atenção.

Quando retiramos os elementos provavelmente fictícios da biografia de Jesus de Nazaré, sobra a história da vida do fundador do cristianismo, a base moral e filosófica da civilização do ocidente. As duas correntes filosóficas que formataram o Ocidente foram a grega clássica e a filosofia cristã medieval, principalmente a Escolástica. Com Santo Tomás de Aquino a filosofia cristã foi amalgamada à filosofia socrática aristotélica, criando uma concepção da realidade centrada no indivíduo, o que seria a base de todos os valores da civilização ocidental.

É só com a ascenção do Iluminismo e a instituição do estado laico que o ocidente se afastou filosoficamente do cristianismo, embora seus valores permanecessem influenciando o estado democrático capitalista.

Um líder religioso, com concepções reformistas quanto ao judaísmo, pregou na Palestina do século I, desagradou as autoridades religiosas locais e foi executado pelos romanos.

Como sua mensagem era ao mesmo tempo simples para ser entendida pelas massas e forte a ponto de converter homens cultos como Paulo, se disseminou e criou uma mitologia própria em torno da pessoa que a originou.

O que está em discussão é se existiu um Jesus que inventou o cristianismo ou se foi o cristianismo que inventou Jesus.

Ou seja, se um homem real e histórico criou as bases da doutrina e filosofia cristã ou se os adeptos da doutrina e filosofia cristã criaram um homem para ocupar o papel de seu fundador mítico-divino.

Historicamente, é mais provável que um homem tenha lançado as bases de um movimento religioso, do que um movimento religioso sem um líder real identificado tenha criado o mito fundador no qual se baseia.
Seria um fenômeno particularmente estranho de circularidade histórica.
O problema é que o cristianismo é o que se poderia chamar de uma doutrina biográfica.

Ela se fundamenta completamente na biografia de seu fundador.
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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Johnny »

LEgal Acauan, li tudo mas daí fica a dúvida: Numa sociedade em que era dominada por terroristas sociais, em que a ditadura era muito mais pronunciada do que a nossa do Brasil, quem garante que determinados fatos históricos não tenhas sido apagados exatamente por temerem uma revolução socio-cultural impulsionada por esse tal Jesus? Lembrando que alguns historiadores o julgam um revolucionário da época. Esqueça o fato fantasioso como os levantados com relação à ressurreição, absurdos infundados. Estou citando o homem Jesus como sendo o centro de um princípio socialista da época. Quantos mártires não foram apagados da face da terra? Quantos cristãos foram extermindados por um ícone desses? Não acharia muito diferente de certos governos autoritários contemporãneos. Não sei se me fiz entender direito...
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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Johnny »

...em tempo: Mesmo porque os religiosos não se interessam por este Jesus que estou mencionando...
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Jeanioz
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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Jeanioz »

Johnny escreveu:LEgal Acauan, li tudo mas daí fica a dúvida: Numa sociedade em que era dominada por terroristas sociais, em que a ditadura era muito mais pronunciada do que a nossa do Brasil, quem garante que determinados fatos históricos não tenhas sido apagados exatamente por temerem uma revolução socio-cultural impulsionada por esse tal Jesus? Lembrando que alguns historiadores o julgam um revolucionário da época. Esqueça o fato fantasioso como os levantados com relação à ressurreição, absurdos infundados. Estou citando o homem Jesus como sendo o centro de um princípio socialista da época. Quantos mártires não foram apagados da face da terra? Quantos cristãos foram extermindados por um ícone desses? Não acharia muito diferente de certos governos autoritários contemporãneos. Não sei se me fiz entender direito...


Entendi muito bem!!! Seu ateísmo-marxismo quer transformar Jesus Cristo, o símbolo maior de tudo que é bom, moral, humilde e correto, um líder anarquista-comunista-materialista-revolucionário igual Stalin!!!!!!!!!!!

Malditos comunistas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Acauan »

Johnny escreveu:LEgal Acauan, li tudo mas daí fica a dúvida: Numa sociedade em que era dominada por terroristas sociais, em que a ditadura era muito mais pronunciada do que a nossa do Brasil, quem garante que determinados fatos históricos não tenhas sido apagados exatamente por temerem uma revolução socio-cultural impulsionada por esse tal Jesus?


O conceito de revolução cultural é historicamente recente, sendo que os romanos cagavam e andavam prá isto.
Pouco ligavam se fulano ou beltrano iria virar mártir de uma causa, por exemplo. Crucificavam quem lhes desafiasse, metiam a boca no mundo para que todos soubessem o que acontecia com quem desafiasse Roma e, se seus seguidores insistissem, crucificavam eles também. Nada sutil, mas muito eficiente.

Para os romanos, sutilezas como apagar os documentos históricos que registravam a vida de um personagem indesejado – ao modo stalinista - deveria parecer coisa de viado, já que eles apagavam era o próprio personagem e quem mais tomasse partido dele.

Tanto é, que se mostraram notavelmente incapazes de resistir às transformações sócio-culturais criadas pelo próprio cristianismo, que combateram por vezes com repressão violenta, a qual se mostrou inútil contra religiosos prontos para o martírio.


Johnny escreveu:Lembrando que alguns historiadores o julgam um revolucionário da época. Esqueça o fato fantasioso como os levantados com relação à ressurreição, absurdos infundados. Estou citando o homem Jesus como sendo o centro de um princípio socialista da época. Quantos mártires não foram apagados da face da terra? Quantos cristãos foram extermindados por um ícone desses? Não acharia muito diferente de certos governos autoritários contemporãneos. Não sei se me fiz entender direito...


A visão mais correta de Cristo é como reformista, não como revolucionário.
Máximas como "meu reino não é deste mundo", "Daí a César o que é de César" e aquela que diz que ele não veio para mudar um til das escrituras, mas para referendá-las, denotam um personagem que quer criar uma nova ordem sim, mas sem destruir violentamente a ordem antiga, assim como a proposta nova ordem se fundamenta antes em uma depuração das tradições do que em uma ruptura com elas, ou seja, por tudo e em tudo o oposto do revolucionário como o definimos hoje.

E o mais provável é que em um primeiro momento Jesus tenha passado despercebido, exceto a um grupo muito próximo de discípulos.
Tanto é que pouquíssimos judeus se converteram ao cristianismo, que só vingou posteriormente em Roma, pela ação de pregadores como Paulo, que sequer conheceram Jesus pessoalmente.
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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Fernando Silva »

Acauan escreveu:São justamente as imperfeições nas narrativas biográficas, decorrentes da possível tentativa de conciliar fatos autênticos com agregados mitológicos, que conferem alguma veracidade histórica à Jesus de Nazaré, uma vez que uma biografia totalmente inventada não precisaria dos retoques que a denunciam como maquiada.
[...]
Os elementos principais da vida do Cristo são contraditórios demais com os arquétipos de emissários divinos para terem sido inventados com fim de enquadrá-lo como tal.

A história de um homem de origem pobre, que vive entre os populares, prega a eles e, por conta disto, é julgado e condenado a uma morte desonrosa não é lá muito espetacular.

Afinal, os romanos estavam sempre crucificando alguém por algum motivo. Um a mais ou a menos tanto faria como tanto fazia.

O ponto é este.

Os seguidores de Jesus precisam criar uma mitologia que se sustente APESAR de sua biografia e não por causa dela.

Se são os detalhes pouco divinos e pouco heróicos que têm mais chance de ser os verdadeiros, concluímos que a vida do Jesus real deve ter sido uma boa porcaria. Apenas mais um maluco encrenqueiro e candidato a messias.

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Fenrir
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Re: Jesus existiu então?

Mensagem por Fenrir »

Fernando Silva escreveu:
Acauan escreveu:São justamente as imperfeições nas narrativas biográficas, decorrentes da possível tentativa de conciliar fatos autênticos com agregados mitológicos, que conferem alguma veracidade histórica à Jesus de Nazaré, uma vez que uma biografia totalmente inventada não precisaria dos retoques que a denunciam como maquiada.
[...]
Os elementos principais da vida do Cristo são contraditórios demais com os arquétipos de emissários divinos para terem sido inventados com fim de enquadrá-lo como tal.

A história de um homem de origem pobre, que vive entre os populares, prega a eles e, por conta disto, é julgado e condenado a uma morte desonrosa não é lá muito espetacular.

Afinal, os romanos estavam sempre crucificando alguém por algum motivo. Um a mais ou a menos tanto faria como tanto fazia.

O ponto é este.

Os seguidores de Jesus precisam criar uma mitologia que se sustente APESAR de sua biografia e não por causa dela.

Se são os detalhes pouco divinos e pouco heróicos que têm mais chance de ser os verdadeiros, concluímos que a vida do Jesus real deve ter sido uma boa porcaria. Apenas mais um maluco encrenqueiro e candidato a messias.


Me ocorreu que ele pode ter sido uma especie de Bill Gates da epoca.
Quem sabe da historia de Gates sabe que o que ele fez nao era la tao fenomenal e sua importancia nao se deve apenas aos seus talentos individuais. O estar no lugar certo, no momento certo e fazer o que se devia fazer naquele momento e naquele lugar fez toda a diferenca.

Uma coisa meio caotica do tipo borboleta batendo asa na amazonia e gerando tufao na asia ou, para quem mora em sao paulo, barbeiros arrancando lentamente alguns cruzamentos a frente e transito ruim por varias quadras.

Acho que Cristo era um dos muitos reformadores, profetas, cismaticos que circularam por ai, porem ele devia ter algum carisma e boa retorica e isto somado a situacao do momento e do lugar, acabou atraindo um certo numero de seguidores e se multiplicando.
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(Fenrígoras, o sofista pós-socrático)

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