Protestos violentos contra "cartoons" foram coorde
Enviado: 10 Fev 2006, 14:36
É Pulhitica. Não passa de Pulhitica. E agora os Allah Men do Hamas querem mediar o conflito, para que acabe. Mas exigem que acabem as publicações semelhantes que são ofensivas para o Islão. Tudo bem, ofendeu, doeu... mas por mim se algum jornal quiser fazer mais cartoons, não há sharia neste mundo que possa se intrometer. Certo?
E depois o Hamas não pode falar em ofensas... depois de ter a mãos sujas de sangue.
Protestos violentos contra "cartoons" foram coordenados em Dezembro
10.02.2006 - 09h02 Francisca Gorjão Henriques, (PÚBLICO)
Seis das doze caricaturas do profeta Maomé foram publicadas no Egipto, em Outubro, sem levantar a menor polémica, afirmou ontem o embaixador dinamarquês no Cairo. A reacção surgiu dois meses depois, quando os líderes muçulmanos reunidos num encontro da Organização da Conferência Islâmica (OCI) coordenaram estratégias e "cristalizaram" a crise, revelou o jornal The New York Times. Só então a revolta começou a sair à rua, com o apoio de vários governos.
O embaixador Bjarne Soerensen disse ontem à agência dinamarquesa Ritzau que, a 17 de Outubro, o jornal egípcio Al Fagr ilustrou um artigo sobre as caricaturas que tinham sido publicadas pelo diário dinamarquês Jyllands-Posten, a 30 de Setembro. A reprodução não desencadeou debates ou reacções no Egipto.
Esta informação ajuda a sustentar a tese de que existe uma forte manipulação política por detrás das manifestações a que se tem vindo a assistir em vários países.
Ontem, o NYT escrevia que a reunião de Dezembro da OCI, em Meca (cidade da Arábia Saudita interdita a não muçulmanos), recebeu pouca atenção dos media, mesmo tendo contado com a presença do Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Mas foi um ponto de viragem para a crise dos cartoons. O comunicado final da OCI dava conta da "preocupação dos Estados membros face ao ódio crescente contra o islão e os muçulmanos", e "condenava os recentes casos de profanação da imagem santa do profeta Maomé nos media de certos países".
"Não se passava nada de especial até a Conferência Islâmica ter tomado uma posição contra isso", afirmou Muhammad el-Sayed Said, vice-director do Centro de Estudos Estratégicos e Políticos Ahram, no Cairo.
Para Sari Hanafi, da Universidade Americana de Beirute, os regimes árabes que estavam ressentidos com a pressão ocidental de democratização viram aqui uma oportunidade. As manifestações que se seguiram "desencadearam uma reacção visceral - claro que se sentiram ofendidos - e depois tínhamos regimes a tirar partido, a dizer: "Vejam, é desta democracia que eles falam"", comentou.
Por outro lado, as manifestações também permitiram a certos governos afastar o crescente desafio que enfrentam por parte da oposição islamista que se apresenta como defensora do islão, acrescenta o NYT.
Foi o que aconteceu com o Egipto, onde os islamistas têm vindo a aumentar a sua influência, como se viu nas eleições; foi também o que se passou na Arábia Saudita. A 26 de Dezembro, o reino quis ouvir o embaixador da Dinamarca, depois decretou o boicote. "Os sauditas fizeram isto porque quiseram marcar pontos contra os fundamentalistas", disse Said.
Jyllands-Posten pede outra vez desculpa
Já era conhecido que uma associação de 27 grupos muçulmanos dinamarqueses se tinha envolvido numa campanha de lobbying, inicialmente junto do Jyllands-Posten - que ontem voltou a desculpar-se numa carta enviada à imprensa argelina, reconhecendo que as caricaturas "claramente ofenderam milhões de muçulmanos por todo o mundo" e afirmando ter desistido de publicar cartoons sobre Israel para "não ser mal interpretado".
Depois, tentaram-se reuniões com o Governo de Copenhaga, que as recusou. Foi então que os líderes islâmicos optaram por internacionalizar a crise, visitando vários países muçulmanos. Ao dossier dos cartoons juntaram três imagens que ofendiam o islão e que contribuíram para a reacção violenta, adiantou o NYT, sem especificar de que tipo de imagens se trata. Nos encontros com os jornalistas no Cairo, por exemplo, foi adicionada a informação de que o Partido do Povo Dinamarquês (nacionalista) queria proibir o Corão na Dinamarca porque 200 dos seus versículos alegadamente incitam à violência. Os jornais escreveram que a Dinamarca se preparava para censurar o Corão.
Hamas oferece mediação
Ontem, o líder político do grupo palestiniano Hamas, Khaled Mechaal, ofereceu-se para mediar o conflito: "O movimento está disposto a desempenhar um papel para apaziguar a situação entre o mundo islâmico e os países ocidentais desde que esses países se comprometam a acabar com os atentados aos sentimentos muçulmanos."
As manifestações tornaram-se entretanto menos violentas. Na África do Sul, entre dez mil e 15 mil membros da comunidade muçulmana desfilaram pacificamente nas ruas do Cabo (Sudoeste). Em Beirute, centenas de milhares de xiitas também se reuniram exigindo desculpas e uma legislação europeia para impedir os "insultos". E em Paris, uma centena de personalidades políticas e intelectuais árabes e europeias lançaram um apelo à "moderação".
Numa reunião dos ministros da Defesa da NATO, o responsável alemão, Franz Josef ung, afirmou que "é preciso garantir que a violência é detida". E apesar de as manifestações terem sido particularmente dramáticas no Afeganistão, com a morte de pelo menos 11 pessoas e várias dezenas de feridos nos últimos dias, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Hoop Scheffer, garantiu que a missão no país vai ser alargada.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1247443
E depois o Hamas não pode falar em ofensas... depois de ter a mãos sujas de sangue.
Protestos violentos contra "cartoons" foram coordenados em Dezembro
10.02.2006 - 09h02 Francisca Gorjão Henriques, (PÚBLICO)
Seis das doze caricaturas do profeta Maomé foram publicadas no Egipto, em Outubro, sem levantar a menor polémica, afirmou ontem o embaixador dinamarquês no Cairo. A reacção surgiu dois meses depois, quando os líderes muçulmanos reunidos num encontro da Organização da Conferência Islâmica (OCI) coordenaram estratégias e "cristalizaram" a crise, revelou o jornal The New York Times. Só então a revolta começou a sair à rua, com o apoio de vários governos.
O embaixador Bjarne Soerensen disse ontem à agência dinamarquesa Ritzau que, a 17 de Outubro, o jornal egípcio Al Fagr ilustrou um artigo sobre as caricaturas que tinham sido publicadas pelo diário dinamarquês Jyllands-Posten, a 30 de Setembro. A reprodução não desencadeou debates ou reacções no Egipto.
Esta informação ajuda a sustentar a tese de que existe uma forte manipulação política por detrás das manifestações a que se tem vindo a assistir em vários países.
Ontem, o NYT escrevia que a reunião de Dezembro da OCI, em Meca (cidade da Arábia Saudita interdita a não muçulmanos), recebeu pouca atenção dos media, mesmo tendo contado com a presença do Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Mas foi um ponto de viragem para a crise dos cartoons. O comunicado final da OCI dava conta da "preocupação dos Estados membros face ao ódio crescente contra o islão e os muçulmanos", e "condenava os recentes casos de profanação da imagem santa do profeta Maomé nos media de certos países".
"Não se passava nada de especial até a Conferência Islâmica ter tomado uma posição contra isso", afirmou Muhammad el-Sayed Said, vice-director do Centro de Estudos Estratégicos e Políticos Ahram, no Cairo.
Para Sari Hanafi, da Universidade Americana de Beirute, os regimes árabes que estavam ressentidos com a pressão ocidental de democratização viram aqui uma oportunidade. As manifestações que se seguiram "desencadearam uma reacção visceral - claro que se sentiram ofendidos - e depois tínhamos regimes a tirar partido, a dizer: "Vejam, é desta democracia que eles falam"", comentou.
Por outro lado, as manifestações também permitiram a certos governos afastar o crescente desafio que enfrentam por parte da oposição islamista que se apresenta como defensora do islão, acrescenta o NYT.
Foi o que aconteceu com o Egipto, onde os islamistas têm vindo a aumentar a sua influência, como se viu nas eleições; foi também o que se passou na Arábia Saudita. A 26 de Dezembro, o reino quis ouvir o embaixador da Dinamarca, depois decretou o boicote. "Os sauditas fizeram isto porque quiseram marcar pontos contra os fundamentalistas", disse Said.
Jyllands-Posten pede outra vez desculpa
Já era conhecido que uma associação de 27 grupos muçulmanos dinamarqueses se tinha envolvido numa campanha de lobbying, inicialmente junto do Jyllands-Posten - que ontem voltou a desculpar-se numa carta enviada à imprensa argelina, reconhecendo que as caricaturas "claramente ofenderam milhões de muçulmanos por todo o mundo" e afirmando ter desistido de publicar cartoons sobre Israel para "não ser mal interpretado".
Depois, tentaram-se reuniões com o Governo de Copenhaga, que as recusou. Foi então que os líderes islâmicos optaram por internacionalizar a crise, visitando vários países muçulmanos. Ao dossier dos cartoons juntaram três imagens que ofendiam o islão e que contribuíram para a reacção violenta, adiantou o NYT, sem especificar de que tipo de imagens se trata. Nos encontros com os jornalistas no Cairo, por exemplo, foi adicionada a informação de que o Partido do Povo Dinamarquês (nacionalista) queria proibir o Corão na Dinamarca porque 200 dos seus versículos alegadamente incitam à violência. Os jornais escreveram que a Dinamarca se preparava para censurar o Corão.
Hamas oferece mediação
Ontem, o líder político do grupo palestiniano Hamas, Khaled Mechaal, ofereceu-se para mediar o conflito: "O movimento está disposto a desempenhar um papel para apaziguar a situação entre o mundo islâmico e os países ocidentais desde que esses países se comprometam a acabar com os atentados aos sentimentos muçulmanos."
As manifestações tornaram-se entretanto menos violentas. Na África do Sul, entre dez mil e 15 mil membros da comunidade muçulmana desfilaram pacificamente nas ruas do Cabo (Sudoeste). Em Beirute, centenas de milhares de xiitas também se reuniram exigindo desculpas e uma legislação europeia para impedir os "insultos". E em Paris, uma centena de personalidades políticas e intelectuais árabes e europeias lançaram um apelo à "moderação".
Numa reunião dos ministros da Defesa da NATO, o responsável alemão, Franz Josef ung, afirmou que "é preciso garantir que a violência é detida". E apesar de as manifestações terem sido particularmente dramáticas no Afeganistão, com a morte de pelo menos 11 pessoas e várias dezenas de feridos nos últimos dias, o secretário-geral da Aliança Atlântica, Hoop Scheffer, garantiu que a missão no país vai ser alargada.
http://www.publico.clix.pt/shownews.asp?id=1247443