PT quer América Latina contra imperialismo dos EUA
Enviado: 28 Abr 2006, 19:02
http://noticias.terra.com.br/brasil/int ... 06,00.html
PT quer esquerda na América Latina contra "imperialismo dos EUA"
Documento elaborado pela direção do PT para ser aprovado no Encontro Nacional do partido, neste fim de semana, apresenta a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como fator decisivo para consolidar o avanço da esquerda na América Latina, como força de oposição "ao imperialismo norte-americano, ao domínio do sistema financeiro internacional e ao neoliberalismo" na região.
"Um dos desafios das forças progressistas, democráticas, populares e socialistas na América Latina é ampliar sua força e cooperação política, social e institucional, utilizando a presença no governo para construir um modelo alternativo, que nos liberte da ditadura do capital financeiro e das ameaças políticas e militares dos Estados Unidos", propõe o documento da direção petista.
Para a direção do PT, as eleições de outubro no Brasil estão relacionadas com processos eleitorais que ocorrem este ano na Colômbia, Peru (ambas em maio), México (julho), Equador (outubro) e Nicarágua (novembro), onde candidatos de centro-esquerda tentam chegar ao poder, além da Venezuela, onde Hugo Chávez buscará a reeleição.
"Não reeleger Lula no Brasil seria um grande golpe no processo de vitórias de partidos que estão mais à esquerda na América Latina", disse Valter Pomar, secretário de Relações Internacionais do PT.
"Desde a primeira eleição de Chávez na Venezuela, tivemos uma sequência de derrotas das forças conservadoras e neoliberais na região que não pode ser interrompida", acrescentou, mencionando também as eleições de Néstor Kirchner, na Argentina, Tabaré Vázquez no Uruguai, Evo Morales, na Bolívia, e Michele Bachelet, que manteve o Partido Socialista no poder no Chile.
Antiimperialismo
"A oposição de direita e seus aliados internacionais têm consciência da importância estratégica da eleição presidencial brasileira", afirma a direção do PT no documento. "As forças neoliberais querem recuperar o controle do governo federal, retomando a repressão contra os movimentos sociais, a submissão aos interesses norte-americanos, a ideologia e a prática do Estado mínimo e das privatizações", acrescenta o texto.
"Os Estados Unidos não podem dizer isso em público, mas não interessa a eles nossa vitória no Brasil", argumentou Pomar. "O simples fato de o Brasil ter um governo do PT é um incentivo para outras forças antiimperialistas e pós-neoliberais no continente. O isolamento nos fragiliza, como vimos no caso de Cuba e, nos anos 70, no Chile."
A direção do PT propõe que o partido "acompanhe ativamente" as eleições na Colômbia, onde o partido apóia o candidato de centro-esquerda Carlos Gaviria, contra Alvaro Uribe, que tentará a reeleição. Uribe esteve com Lula em Brasília esta semana, para uma visita de Estado.
O PT também apóia o candidato do PRD no México, Manuel López Obrador, e, na Nicarágua, a tentativa do ex-presidente sandinista Daniel Ortega para voltar ao poder. A situação no Peru ainda não se definiu, mas o PT tem as opções de apoiar o nacionalista Ollanta Humala ou o ex-presidente Alan Garcia, se este for confirmado no segundo turno presidencial.
Questão eleitoral
Para Valter Pomar, a ascensão de políticos de centro-esquerda, de diversos matizes, na região, é um fenômeno mais ligado a razões sociais e econômicas do que à disputa puramente ideológica. "A estrutura econômica e social do continente precisa ser reorganizada e isso não é uma discussão ideológica, é uma realidade para a qual os neoliberais não têm resposta", disse Pomar.
O presidente Lula deu grande ênfase em seu governo à política externa, ao ponto de torná-la um aspecto relevante no debate eleitoral, o que não é uma tradição brasileira. "O Encontro do PT trata com destaque a conjuntura internacional, entre outros motivos, porque este será um tema importante para a campanha da reeleição de Lula", afirmou Pomar.
Lula procurou aproximar-se dos vizinhos do continente e dos países mais pobres, ao mesmo tempo em que mantém e amplia as relações comerciais com os países ricos e boas relações pessoais com governantes que o PT considera "de direita", como o presidente norte-americano, George W. Bush, e o francês Jacques Chirac.
A oposição acusa o governo Lula de ter comprometido, por motivos ideológicos, as negociações para a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), de ter feito concessões excessivas aos parceiros do Mercosul e de aproximar-se perigosamente de Chávez, envenenando as relações com os Estados Unidos. Para o PT, no entanto, a política externa de Lula é um dos êxitos do governo.
PT quer esquerda na América Latina contra "imperialismo dos EUA"
Documento elaborado pela direção do PT para ser aprovado no Encontro Nacional do partido, neste fim de semana, apresenta a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva como fator decisivo para consolidar o avanço da esquerda na América Latina, como força de oposição "ao imperialismo norte-americano, ao domínio do sistema financeiro internacional e ao neoliberalismo" na região.
"Um dos desafios das forças progressistas, democráticas, populares e socialistas na América Latina é ampliar sua força e cooperação política, social e institucional, utilizando a presença no governo para construir um modelo alternativo, que nos liberte da ditadura do capital financeiro e das ameaças políticas e militares dos Estados Unidos", propõe o documento da direção petista.
Para a direção do PT, as eleições de outubro no Brasil estão relacionadas com processos eleitorais que ocorrem este ano na Colômbia, Peru (ambas em maio), México (julho), Equador (outubro) e Nicarágua (novembro), onde candidatos de centro-esquerda tentam chegar ao poder, além da Venezuela, onde Hugo Chávez buscará a reeleição.
"Não reeleger Lula no Brasil seria um grande golpe no processo de vitórias de partidos que estão mais à esquerda na América Latina", disse Valter Pomar, secretário de Relações Internacionais do PT.
"Desde a primeira eleição de Chávez na Venezuela, tivemos uma sequência de derrotas das forças conservadoras e neoliberais na região que não pode ser interrompida", acrescentou, mencionando também as eleições de Néstor Kirchner, na Argentina, Tabaré Vázquez no Uruguai, Evo Morales, na Bolívia, e Michele Bachelet, que manteve o Partido Socialista no poder no Chile.
Antiimperialismo
"A oposição de direita e seus aliados internacionais têm consciência da importância estratégica da eleição presidencial brasileira", afirma a direção do PT no documento. "As forças neoliberais querem recuperar o controle do governo federal, retomando a repressão contra os movimentos sociais, a submissão aos interesses norte-americanos, a ideologia e a prática do Estado mínimo e das privatizações", acrescenta o texto.
"Os Estados Unidos não podem dizer isso em público, mas não interessa a eles nossa vitória no Brasil", argumentou Pomar. "O simples fato de o Brasil ter um governo do PT é um incentivo para outras forças antiimperialistas e pós-neoliberais no continente. O isolamento nos fragiliza, como vimos no caso de Cuba e, nos anos 70, no Chile."
A direção do PT propõe que o partido "acompanhe ativamente" as eleições na Colômbia, onde o partido apóia o candidato de centro-esquerda Carlos Gaviria, contra Alvaro Uribe, que tentará a reeleição. Uribe esteve com Lula em Brasília esta semana, para uma visita de Estado.
O PT também apóia o candidato do PRD no México, Manuel López Obrador, e, na Nicarágua, a tentativa do ex-presidente sandinista Daniel Ortega para voltar ao poder. A situação no Peru ainda não se definiu, mas o PT tem as opções de apoiar o nacionalista Ollanta Humala ou o ex-presidente Alan Garcia, se este for confirmado no segundo turno presidencial.
Questão eleitoral
Para Valter Pomar, a ascensão de políticos de centro-esquerda, de diversos matizes, na região, é um fenômeno mais ligado a razões sociais e econômicas do que à disputa puramente ideológica. "A estrutura econômica e social do continente precisa ser reorganizada e isso não é uma discussão ideológica, é uma realidade para a qual os neoliberais não têm resposta", disse Pomar.
O presidente Lula deu grande ênfase em seu governo à política externa, ao ponto de torná-la um aspecto relevante no debate eleitoral, o que não é uma tradição brasileira. "O Encontro do PT trata com destaque a conjuntura internacional, entre outros motivos, porque este será um tema importante para a campanha da reeleição de Lula", afirmou Pomar.
Lula procurou aproximar-se dos vizinhos do continente e dos países mais pobres, ao mesmo tempo em que mantém e amplia as relações comerciais com os países ricos e boas relações pessoais com governantes que o PT considera "de direita", como o presidente norte-americano, George W. Bush, e o francês Jacques Chirac.
A oposição acusa o governo Lula de ter comprometido, por motivos ideológicos, as negociações para a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), de ter feito concessões excessivas aos parceiros do Mercosul e de aproximar-se perigosamente de Chávez, envenenando as relações com os Estados Unidos. Para o PT, no entanto, a política externa de Lula é um dos êxitos do governo.