Caça as baleias - Japão está perdendo !
Enviado: 17 Jun 2006, 11:39
16/06/2006 - 17h53
Japão é derrotado duas vezes na Comissão Baleeira
Por Michael Christie
BAÍA DE FRIGATE, Saint Kitts e Nevis (Reuters) - O Japão saiu derrotado na sexta-feira em uma votação da Comissão Baleeira Internacional e viu ficar mais distante o seu objetivo de reverter uma proibição à caça imposta duas décadas atrás.
O Japão e outros países baleeiros não conseguiram impedir que o grupo discutisse o destino de golfinhos e baleias pequenas, que não são protegidos pela moratória declarada em 1986 à caça comercial de baleias.
Foram 32 a 30 contra a proposta de retirar os pequenos cetáceos da agenda da CBI na reunião de 16 a 20 de junho em Saint Kitts e Nevis (país-arquipélago do Caribe)
Grupos ambientalistas temiam que Tóquio finalmente obtivesse maioria na comissão contra a proibição, que é unanimemente apontada como responsável pela não-extinção das grandes baleias.
Horas mais tarde, o Japão perdeu uma segunda votação, por 33 a 30, na qual propunha a introdução do voto secreto nas decisões da comissão. Com isso, Tóquio esperava que pequenos países do Caribe e do Pacífico lhe apoiassem sem receber críticas de ambientalistas.
"É uma grande votação para os pequenos cetáceos", disse Patrick Ramage, do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal, sobre a primeira votação.
O Japão e outros países baleeiros, como Noruega e Islândia, tentam desde 1974 convencer a CBI a limitar seus esforços conservacionistas às grandes baleias, sem discutir o destino de golfinhos, caçados maciçamente pelo Japão em suas águas.
Além disso, Tóquio tenta há 20 anos obter os votos necessários na CBI para começar a abandonar a moratória da caça comercial, com o argumento de que algumas espécies se recuperaram e têm populações abundantes.
O Japão quase conseguiu maioria simples na reunião anual da CBI de 2005 na Coréia do Sul, mas alguns aliados não pagaram suas contribuições e não puderam votar, enquanto outros não compareceram.
O Japão cumpre a moratória da caça comercial, mas se aproveita de uma brecha que autoriza a caça para fins científicos. Na última temporada, seus navios trouxeram 850 baleias mink e 10 baleias fin das águas do Ártico.
A Islândia também realiza a pesca científica, enquanto a Noruega, único país a desafiar a proibição internacional, estabeleceu neste ano uma quota de 1.052 minkes, uma espécie pequena, cuja carne é consumida em bifes.
O Japão pretende transformar a CBI em uma organização que regule a caça de baleias de forma sustentável. Esse era o propósito da comissão quando da sua criação, em 1946, mas a ascensão do movimento ambientalista a tornou mais voltada para conservação.
O Japão precisaria de 75 por cento dos votos para reverter a moratória, mas pode usar uma maioria mais estreita para atenuar suas regras.
Austrália, Grã-Bretanha, Nova Zelândia e África do Sul, entre outros, argumentam que é mais lucrativo atrair turistas para ver baleias do que caçá-las, e que essas criaturas ainda precisam de proteção.
"Há baleias suficientes para quem quer observá-las e para quem quer comê-las", disse o comissário-assistente do Japão na CBI, Joji Morishita, em nota. "A situação não é diferente de fazer um tour por uma fazenda e um churrasco depois."
Japão é derrotado duas vezes na Comissão Baleeira
Por Michael Christie
BAÍA DE FRIGATE, Saint Kitts e Nevis (Reuters) - O Japão saiu derrotado na sexta-feira em uma votação da Comissão Baleeira Internacional e viu ficar mais distante o seu objetivo de reverter uma proibição à caça imposta duas décadas atrás.
O Japão e outros países baleeiros não conseguiram impedir que o grupo discutisse o destino de golfinhos e baleias pequenas, que não são protegidos pela moratória declarada em 1986 à caça comercial de baleias.
Foram 32 a 30 contra a proposta de retirar os pequenos cetáceos da agenda da CBI na reunião de 16 a 20 de junho em Saint Kitts e Nevis (país-arquipélago do Caribe)
Grupos ambientalistas temiam que Tóquio finalmente obtivesse maioria na comissão contra a proibição, que é unanimemente apontada como responsável pela não-extinção das grandes baleias.
Horas mais tarde, o Japão perdeu uma segunda votação, por 33 a 30, na qual propunha a introdução do voto secreto nas decisões da comissão. Com isso, Tóquio esperava que pequenos países do Caribe e do Pacífico lhe apoiassem sem receber críticas de ambientalistas.
"É uma grande votação para os pequenos cetáceos", disse Patrick Ramage, do Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal, sobre a primeira votação.
O Japão e outros países baleeiros, como Noruega e Islândia, tentam desde 1974 convencer a CBI a limitar seus esforços conservacionistas às grandes baleias, sem discutir o destino de golfinhos, caçados maciçamente pelo Japão em suas águas.
Além disso, Tóquio tenta há 20 anos obter os votos necessários na CBI para começar a abandonar a moratória da caça comercial, com o argumento de que algumas espécies se recuperaram e têm populações abundantes.
O Japão quase conseguiu maioria simples na reunião anual da CBI de 2005 na Coréia do Sul, mas alguns aliados não pagaram suas contribuições e não puderam votar, enquanto outros não compareceram.
O Japão cumpre a moratória da caça comercial, mas se aproveita de uma brecha que autoriza a caça para fins científicos. Na última temporada, seus navios trouxeram 850 baleias mink e 10 baleias fin das águas do Ártico.
A Islândia também realiza a pesca científica, enquanto a Noruega, único país a desafiar a proibição internacional, estabeleceu neste ano uma quota de 1.052 minkes, uma espécie pequena, cuja carne é consumida em bifes.
O Japão pretende transformar a CBI em uma organização que regule a caça de baleias de forma sustentável. Esse era o propósito da comissão quando da sua criação, em 1946, mas a ascensão do movimento ambientalista a tornou mais voltada para conservação.
O Japão precisaria de 75 por cento dos votos para reverter a moratória, mas pode usar uma maioria mais estreita para atenuar suas regras.
Austrália, Grã-Bretanha, Nova Zelândia e África do Sul, entre outros, argumentam que é mais lucrativo atrair turistas para ver baleias do que caçá-las, e que essas criaturas ainda precisam de proteção.
"Há baleias suficientes para quem quer observá-las e para quem quer comê-las", disse o comissário-assistente do Japão na CBI, Joji Morishita, em nota. "A situação não é diferente de fazer um tour por uma fazenda e um churrasco depois."