Pesquisa revela que europeus
Enviado: 19 Jun 2006, 09:38
Financial Times
19/06/2006
Pesquisa revela que europeus consideram EUA ameaça mundial
John Thornhill, em Paris
Daniel Dombey, em Bruxelas
Edward Alden, em Washington
Os europeus consideram os Estados Unidos uma ameaça maior à estabilidade global do que o Irã ou a China, de acordo com uma pesquisa de opinião Harris realizada em parceria com o "Financial Times".
O resultado da pesquisa, divulgado às vésperas da próxima visita do presidente George W. Bush à Europa nesta semana, revelou que os europeus continuam suspeitando profundamente da política externa dos Estados Unidos, apesar das tentativas concentradas de Bush no sentido de melhorar as relações entre os dois lados do Atlântico.
A pesquisa -- realizada durante três dias a partir de 6 de junho -- se baseou em entrevistas com um grupo representativo de indivíduos no Reino Unido, na França, na Alemanha, na Itália e na Espanha com relação a uma série de questões. Cerca de 36% dos entrevistados identificaram os Estados Unidos como sendo a maior ameaça à estabilidade global, 30% indicaram que essa ameaça é o Irã e 18% a China.
Gillaume Parmentier, diretor do Centro Francês sobre os Estados Unidos, com sede em Paris, disse que tais pesquisas refletem o prolongado mal-estar provocado pela invasão do Iraque em 2003, que foi liderada pelos Estados Unidos, mas que elas tendem a ocultar a melhoria da cooperação entre os Estados Unidos e a Europa no que diz respeito a uma série de questões, como a do Líbano, a do Afeganistão e a do Irã.
Em uma reunião de cúpula dos Estados Unidos e da União Européia em Viena na próxima quarta-feira, Bush provavelmente fará pressões pelo pagamento integral de bilhões de dólares em auxílio prometidos pela Europa para o Iraque e o Afeganistão. Dos quase US$ 14 bilhões (11 bilhões de euros) prometidos por todos os países durante as conferências de doadores, menos de US$ 4 bilhões foram desembolsados.
Os líderes europeus deverão solicitar a Bush que feche o centro de detenção em Guantánamo.
Ursula Plassnik, a ministra das Relações Exteriores da Áustria que é uma das anfitriãs do encontro de cúpula, disse na semana passada que "não existe dúvida" de que a questão deve ser abordada.
A reunião em Viena tem sido marcada pela dificuldade em se chegar a um acordo quanto aos textos. As autoridades européias afirmam que as posições adotadas pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos são subseqüentemente rejeitadas pelo Conselho de Segurança Nacional.
Mas a declaração oficial do encontro de cúpula estabelecerá os princípios da cooperação estratégica na área da segurança energética, incluindo a diversificação dos suprimentos de energia e adoção de políticas de segurança energética baseadas no mercado. A União Européia espera que isso indique a disposição de Washington de fazer parte de um diálogo com a Europa sobre questões como a mudança climática.
A pesquisa Harris/Financial Times revelou que os franceses são os europeus mais pessimistas, enquanto os espanhóis são os que demonstram a maior tendência a achar que o seu país está rumando na direção correta. Já os britânicos tendem a acreditar que as companhias estrangeiras têm muita facilidade em assumir o controle sobre os negócios empresariais no Reino Unido.
A pesquisa revelou ainda uma profunda divisão relativa à opinião sobre a energia nuclear. O maior apoio a este tipo de energia ocorre na Itália, na França e no Reino Unido, enquanto que a maioria dos alemães e espanhóis entrevistados se opõe às usinas nucleares.
19/06/2006
Pesquisa revela que europeus consideram EUA ameaça mundial
John Thornhill, em Paris
Daniel Dombey, em Bruxelas
Edward Alden, em Washington
Os europeus consideram os Estados Unidos uma ameaça maior à estabilidade global do que o Irã ou a China, de acordo com uma pesquisa de opinião Harris realizada em parceria com o "Financial Times".
O resultado da pesquisa, divulgado às vésperas da próxima visita do presidente George W. Bush à Europa nesta semana, revelou que os europeus continuam suspeitando profundamente da política externa dos Estados Unidos, apesar das tentativas concentradas de Bush no sentido de melhorar as relações entre os dois lados do Atlântico.
A pesquisa -- realizada durante três dias a partir de 6 de junho -- se baseou em entrevistas com um grupo representativo de indivíduos no Reino Unido, na França, na Alemanha, na Itália e na Espanha com relação a uma série de questões. Cerca de 36% dos entrevistados identificaram os Estados Unidos como sendo a maior ameaça à estabilidade global, 30% indicaram que essa ameaça é o Irã e 18% a China.
Gillaume Parmentier, diretor do Centro Francês sobre os Estados Unidos, com sede em Paris, disse que tais pesquisas refletem o prolongado mal-estar provocado pela invasão do Iraque em 2003, que foi liderada pelos Estados Unidos, mas que elas tendem a ocultar a melhoria da cooperação entre os Estados Unidos e a Europa no que diz respeito a uma série de questões, como a do Líbano, a do Afeganistão e a do Irã.
Em uma reunião de cúpula dos Estados Unidos e da União Européia em Viena na próxima quarta-feira, Bush provavelmente fará pressões pelo pagamento integral de bilhões de dólares em auxílio prometidos pela Europa para o Iraque e o Afeganistão. Dos quase US$ 14 bilhões (11 bilhões de euros) prometidos por todos os países durante as conferências de doadores, menos de US$ 4 bilhões foram desembolsados.
Os líderes europeus deverão solicitar a Bush que feche o centro de detenção em Guantánamo.
Ursula Plassnik, a ministra das Relações Exteriores da Áustria que é uma das anfitriãs do encontro de cúpula, disse na semana passada que "não existe dúvida" de que a questão deve ser abordada.
A reunião em Viena tem sido marcada pela dificuldade em se chegar a um acordo quanto aos textos. As autoridades européias afirmam que as posições adotadas pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos são subseqüentemente rejeitadas pelo Conselho de Segurança Nacional.
Mas a declaração oficial do encontro de cúpula estabelecerá os princípios da cooperação estratégica na área da segurança energética, incluindo a diversificação dos suprimentos de energia e adoção de políticas de segurança energética baseadas no mercado. A União Européia espera que isso indique a disposição de Washington de fazer parte de um diálogo com a Europa sobre questões como a mudança climática.
A pesquisa Harris/Financial Times revelou que os franceses são os europeus mais pessimistas, enquanto os espanhóis são os que demonstram a maior tendência a achar que o seu país está rumando na direção correta. Já os britânicos tendem a acreditar que as companhias estrangeiras têm muita facilidade em assumir o controle sobre os negócios empresariais no Reino Unido.
A pesquisa revelou ainda uma profunda divisão relativa à opinião sobre a energia nuclear. O maior apoio a este tipo de energia ocorre na Itália, na França e no Reino Unido, enquanto que a maioria dos alemães e espanhóis entrevistados se opõe às usinas nucleares.