CONTINUAÇÃO DA DISCUSSÃO SOBRE ESPIRITISMO...
Enviado: 26 Out 2005, 22:14
Saudações, Arduin!
Essa é a continuação do tópico:
http://www.forumnow.com.br/vip/mensagen ... 51&nrpag=1
Iniciado no antigo RV.
Começo pela sua última mensagem naquele tópico.
Suas palavras em amarelo e as minhas em branco:
Vamos tentar entender umas coisas primeiro.
1) Infalseável por não se poder provar a inexistência.
Como eu disse, É IMPOSSÍVEL SE PROVAR QUE ALGO NÃO EXISTE. Logo, o Espiritismo não pode ser infalseável por conta disso. NUNCA SE PROVARÁ A INEXISTÊNCIA DE ESPÍRITOS. Da mesma forma que não se prova a inexistência de Saci-Pererê, Tapuia, fadas, duendes, elfos & cia bela.
Arduin, esta é a definição do termo. Esses objetos por você citados, espíritos, sacis, fadas, duendes e elfos, são infalseáveis justamente por não poderem ser demonstrados falsos. O espiritismo é infalseável porque sua tese central, a existência dos espíritos, não pode ser demonstrada falsa. É isso o que significa infalseável: não pode ser demonstrado falso. Como você mesmo reconheceu, não podemos demonstrar que espíritos inexistem, portanto, espíritos constituem uma hipótese infalseável. Como a Ciência trata de teorias e hipóteses falseáveis, ela não pode tratar de espíritos, sacis e fadas, pois estes são infalseáveis. Logo, o espiritismo não é científico.
E é possível sim demonstrar a inexistência de determinados objetos. São os objetos ditos falseáveis. Podemos tornar a hipótese da existência de sacis algo falseável, por exemplo. Suponha que eu afirme que os sacis possuem uma determinada propriedade física que faz com que eles apareçam debaixo de uma determinada cabana, em um local específico do estado do Amazonas, todo dia 3 de cada mês, às 20hs. Ora, basta que estejamos naquele local, e naquele horário, para que concluamos a favor ou contra a existência dos sacis. Isso porque estamos postulando uma propriedade falseável para eles. Citei na minha mensagem anterior a Mecânica Quântica e a Teoria da Evolução de Darwin como exemplos de teorias falseáveis: elas geram previsões que podem ser demonstradas falsas! E isso, toda teoria que se pretende científica deve fazer.
O máximo que se pode fazer é provar que a causa atribuída ao fenômeno não é aquela apontada, pois há outra possível, mais plausível e até verificável de alguma forma.
Neste caso, você está descartando uma causa hipotetizada para aquela ocorrência estudada, em particular.
Lá no debate na Távola Redonda, o Ronaldo Cordeiro usou de um exemplo muito feliz, que lamentavelmente não soube explorá-lo. Ele citou as hipóteses com relação à causa da febre amarela. Havia os que defendiam que a causa estava nos mosquitos e outros que falavam em miasmas (infelizmente não me deu detalhes dessa última hipótese). Mas fossem esses miasmas o que fossem, quando se eliminaram os mosquitos transmissores, a doença acabou. Bem, veja só então esse caso: não se provou que os miasmas não existiam (e nem tem com se provar que algo não existe),
Novamente, esta afirmação é equivocada. Só não se pode provar que objetos infalseáveis não existem. Isso pela própria definição do termo. Eu posso provar que não existem asas em meu corpo. Mas não posso provar que não tenho um espírito. Eu posso provar que não há um submarino em minha garagem. Mas não posso provar que não há um dragão imaterial em minha cozinha.
mas ao eliminarem os mosquitos, a tese de que eles eram os causadores da doença ganhou força, pois com o seu sumiço, também se foi a doença. Décadas depois é que se ficou sabendo que a causa da doença é um vírus e os mosquitos são apenas vetores que transmitem esse vírus dos doentes para as pessoas sadias. Veja que ironicamente até se provou a existência dos miasmas, que poderiam se encaixar na definição de virus... (só que não sei o que se pensavam originalmente).
Eu não sei o que são miasmas, então não posso analisar se constituem uma hipótese falseável ou não.
Com a questão dos espíritos pode-se fazer o mesmo raciocínio: atribuímos a eles a causa de certos fenômenos, mas estes podem na verdade ter outras causas. Algumas dessas causas são identificáveis em certos eventos, mas em outros elas não se encaixam. A questão então da falseabilidade da hipótese dos espíritos não seria provar sua inexistência, mas a inutilidade dessa hipótese à medida em que os fenômenos possam ser explicados de forma mais simples e precisa por outros meios, ainda mais se esses forem reprodutíveis e experimentalmente coerentes.
Você está confundindo conceitos. Infalseável é algo que não pode ser demonstrado falso. Essa é a definição do termo. A alegação: "existem espíritos", não pode ser demonstrada falsa, portanto, é infalseável. A alegação: "existem fadas", não pode ser demonstrada falsa, portanto, é infalseável. A alegação: "todo corpo na Terra, quando abandonado em movimento de queda livre, a partir do repouco e a partir de uma determinada altura relativamente à superfície da Terra, chega a esta após percorrer um intervalo de tempo que depende apenas da altura em questão, e não da massa do corpo em queda" pode ser demonstrada falsa, portanto, é falseável.
Novamente, perceba que descartar a hipótese da ação de espíritos em um caso particular, devido à existência de hipóteses concorrentes mais plausíveis, não falseia a alegação: "existem espíritos".
Entretanto, isso até hoje não aconteceu. As hipóteses alternativas, além de não serem mais falseáveis, acabam ficando mais fantásticas ainda.
Depende de que hipóteses alternativas você fala. A hipótese de relatos fraudados pode ser demonstrada falsa a partir de um registro filmado. Portanto, se temos um registro filmado do evento relatado, esta hipótese é sim falseável. Se temos apenas o relato, ela não é falseável.
Falou você em aderoques e adeinfinitos para se justificar os erros e as não manifestações de espíritos, o que então tornaria o Espiritismo infalseável. Não é bem por aí.
É por aí sim. Quando um espírito não se manifesta diante de Randi, alega-se que o espírito não quis se manifestar. E assim por diante. Sempre há uma explicação que impede o falseamento da alegação: "existem espíritos".
A única forma que eu vejo de tornar essa alegação falseável é através de um processo de "retroalimentação", ou seja, supondo que existam espíritos, identifica-se a sua composição material e as interações que estruturam esta composição de modo a formar o que se chama de espírito, e em posse dessa informação, define-se o que é um espírito, de forma falseável.
O fato é que da forma como está, o espiritismo não é falseável.
Certo, sempre pode acontecer de algum espírito não se manifestar, mas a coisa vai é pela quantidade de acertos em comparação com a probabilidade de se acertar por acaso.
A falseabilidade de uma teoria nada tem haver com o número de casos que ela consegue descrever de forma satisfatória. Como eu disse anteriormente, em Ciência você não prova que uma teoria está correta, você apenas não a rejeita enquanto ela estiver funcionando. A partir do momento que ela é falseada (encontramos um caso que contradiz a teoria), devemos modificá-la ou abandoná-la (abordando a questão do ponto de vista de Popper, que não é exatamente o que ocorre na prática...eu já mencionei por alto, há algumas mensagens atrás, o "Programa de Pesquisas" de Lakatos, e vou retornar a ele na minha resposta ao Vitor Moura...espero que você a leia).
Depois você cita, mais uma vez, vários relatos, e coloca o seguinte:
São por coisas assim que atribuímos aos espíritos dos mortos a causa desses fenômenos. Mas se não são eles, que outras causas são possíveis e que os explicariam de forma mais segura, precisa, verificável e aceitável para a comunidade científica?
O ponto aqui é reproduzir estes fenômenos. Não dá para estudar os mesmos sem saber sequer se eles existem. Pois bem, temos relatos, vários deles, alguns envolvendo inclusive ganhadores do Nobel, como Crookes. Muito interessante. Isso serve de estímulo para que se procure reproduzir estas pesquisas e para que se procure elaborar outras, nada além disso. A história já deixou claro que nada vai mudar se continuarem citando Crookes e outros sem que procurem elaborar novos experimentos e sem que reproduzam os fenômenos relatados. Na verdade, as coisas deveriam ser assim, mas não são, pois como você sabe, a comunidade científica não está nem aí para estas alegações. Ou seja, não se sentem estimulados a produzir pesquisas nesta área. O porque disso, você deve perguntar a cada um. Eu, apesar de não ser cientista, estou interessado em realizar este teste experimental de psicografia, como você sabe. Vamos ver o que sai daí, caso eu consiga colaboração de algum médium ou centro espírita.
Infelizmente não vi nenhuma nessas condições até agora. O inconsciente quevediano, como eu disse é um elástico que se adapta a qualquer fenômeno _ e portanto é infalseável, pois sempre será a causa de qualquer resultado. A força Psi eu ainda não entendi. Como é que um médium consegue saber detalhes íntimos da vida de um falecido há 20 anos e não consegue saber o que se passou na sala ao lado há 20 segundos?
Sei lá. Esse negócio de hipótese PSI é com o Zangari.
Portanto insisto que o princípio do falseamento está sendo aplicado de maneira falseada.
Acho que você quis dizer: "(...) insisto que o princípio do falseamento está sendo aplicado de maneira errada", não?! Bom, se for isso, devo dizer que sua insistência é um equívoco, pelo o que já foi dito anteriormente.
Não se pode provar que espíritos não existem
Sim e, exatamente por isso, segue da definição de objeto infalseável (objeto que não podemos demonstrar ser falso) que espíritos são infalseáveis.
mas pode-se provar, ou ao menos obter indícios, de que um evento atribuído a eles pode ter outras causas.
Sim, e como eu expliquei, isso não torna falseável o conceito de espírito, da forma como este é colocado atualmente.
Fala você que é só impossível demonstrar a inexistência de um objeto infalseável, bem, Louis Pasteur por acaso demonstrou a INEXISTÊNCIA da geração espontânea? Responda-me isso e depois volto ao assunto.
Não. O que ele fez foi falsear a hipótese da abiogênese quando colocada para explicar o surgimento de alguns organismos complexos. A abiogênese é considerada ainda no aparecimento da vida na Terra, em teorias como a de Oparin, por exemplo (não sei se esta teoria, em específico, ainda está em voga).
De resto, Arduin, tivemos mais do mesmo. Você considera que não são necessárias mais repetições, etc...
Eu discordo totalmente. Já disse que não é necessário repetir os fenômenos a qualquer momento, mas que estes devem ser sim repetidos, não só para serem registrados em novos meios de gravação de dados, mas para que se possa também estudar a natureza destes fenômenos, etc. Se existem espíritos, certamente que não vão ser nas reuniões em centros espíritas ou em livros com relatos antigos que conseguirão identificar a constituição material destes, bem como as interações que regem os elementos presentes em tal constituição. Enfim, da forma como as coisas estão, não se conseguirá absolutamente nada.
Quanto às filmagens, eu já disse: descartada a hipótese de montagem, está descartada em definitivo a hipótese de relatos fraudados para aquele caso em particular. Pode-se dizer que foi truque, mas aí deve ser proposto o mecanismo de truque e, com a filmagem, verifica-se se ele foi utilizado ou não.
Essa é a continuação do tópico:
http://www.forumnow.com.br/vip/mensagen ... 51&nrpag=1
Iniciado no antigo RV.
Começo pela sua última mensagem naquele tópico.
Suas palavras em amarelo e as minhas em branco:
Vamos tentar entender umas coisas primeiro.
1) Infalseável por não se poder provar a inexistência.
Como eu disse, É IMPOSSÍVEL SE PROVAR QUE ALGO NÃO EXISTE. Logo, o Espiritismo não pode ser infalseável por conta disso. NUNCA SE PROVARÁ A INEXISTÊNCIA DE ESPÍRITOS. Da mesma forma que não se prova a inexistência de Saci-Pererê, Tapuia, fadas, duendes, elfos & cia bela.
Arduin, esta é a definição do termo. Esses objetos por você citados, espíritos, sacis, fadas, duendes e elfos, são infalseáveis justamente por não poderem ser demonstrados falsos. O espiritismo é infalseável porque sua tese central, a existência dos espíritos, não pode ser demonstrada falsa. É isso o que significa infalseável: não pode ser demonstrado falso. Como você mesmo reconheceu, não podemos demonstrar que espíritos inexistem, portanto, espíritos constituem uma hipótese infalseável. Como a Ciência trata de teorias e hipóteses falseáveis, ela não pode tratar de espíritos, sacis e fadas, pois estes são infalseáveis. Logo, o espiritismo não é científico.
E é possível sim demonstrar a inexistência de determinados objetos. São os objetos ditos falseáveis. Podemos tornar a hipótese da existência de sacis algo falseável, por exemplo. Suponha que eu afirme que os sacis possuem uma determinada propriedade física que faz com que eles apareçam debaixo de uma determinada cabana, em um local específico do estado do Amazonas, todo dia 3 de cada mês, às 20hs. Ora, basta que estejamos naquele local, e naquele horário, para que concluamos a favor ou contra a existência dos sacis. Isso porque estamos postulando uma propriedade falseável para eles. Citei na minha mensagem anterior a Mecânica Quântica e a Teoria da Evolução de Darwin como exemplos de teorias falseáveis: elas geram previsões que podem ser demonstradas falsas! E isso, toda teoria que se pretende científica deve fazer.
O máximo que se pode fazer é provar que a causa atribuída ao fenômeno não é aquela apontada, pois há outra possível, mais plausível e até verificável de alguma forma.
Neste caso, você está descartando uma causa hipotetizada para aquela ocorrência estudada, em particular.
Lá no debate na Távola Redonda, o Ronaldo Cordeiro usou de um exemplo muito feliz, que lamentavelmente não soube explorá-lo. Ele citou as hipóteses com relação à causa da febre amarela. Havia os que defendiam que a causa estava nos mosquitos e outros que falavam em miasmas (infelizmente não me deu detalhes dessa última hipótese). Mas fossem esses miasmas o que fossem, quando se eliminaram os mosquitos transmissores, a doença acabou. Bem, veja só então esse caso: não se provou que os miasmas não existiam (e nem tem com se provar que algo não existe),
Novamente, esta afirmação é equivocada. Só não se pode provar que objetos infalseáveis não existem. Isso pela própria definição do termo. Eu posso provar que não existem asas em meu corpo. Mas não posso provar que não tenho um espírito. Eu posso provar que não há um submarino em minha garagem. Mas não posso provar que não há um dragão imaterial em minha cozinha.
mas ao eliminarem os mosquitos, a tese de que eles eram os causadores da doença ganhou força, pois com o seu sumiço, também se foi a doença. Décadas depois é que se ficou sabendo que a causa da doença é um vírus e os mosquitos são apenas vetores que transmitem esse vírus dos doentes para as pessoas sadias. Veja que ironicamente até se provou a existência dos miasmas, que poderiam se encaixar na definição de virus... (só que não sei o que se pensavam originalmente).
Eu não sei o que são miasmas, então não posso analisar se constituem uma hipótese falseável ou não.
Com a questão dos espíritos pode-se fazer o mesmo raciocínio: atribuímos a eles a causa de certos fenômenos, mas estes podem na verdade ter outras causas. Algumas dessas causas são identificáveis em certos eventos, mas em outros elas não se encaixam. A questão então da falseabilidade da hipótese dos espíritos não seria provar sua inexistência, mas a inutilidade dessa hipótese à medida em que os fenômenos possam ser explicados de forma mais simples e precisa por outros meios, ainda mais se esses forem reprodutíveis e experimentalmente coerentes.
Você está confundindo conceitos. Infalseável é algo que não pode ser demonstrado falso. Essa é a definição do termo. A alegação: "existem espíritos", não pode ser demonstrada falsa, portanto, é infalseável. A alegação: "existem fadas", não pode ser demonstrada falsa, portanto, é infalseável. A alegação: "todo corpo na Terra, quando abandonado em movimento de queda livre, a partir do repouco e a partir de uma determinada altura relativamente à superfície da Terra, chega a esta após percorrer um intervalo de tempo que depende apenas da altura em questão, e não da massa do corpo em queda" pode ser demonstrada falsa, portanto, é falseável.
Novamente, perceba que descartar a hipótese da ação de espíritos em um caso particular, devido à existência de hipóteses concorrentes mais plausíveis, não falseia a alegação: "existem espíritos".
Entretanto, isso até hoje não aconteceu. As hipóteses alternativas, além de não serem mais falseáveis, acabam ficando mais fantásticas ainda.
Depende de que hipóteses alternativas você fala. A hipótese de relatos fraudados pode ser demonstrada falsa a partir de um registro filmado. Portanto, se temos um registro filmado do evento relatado, esta hipótese é sim falseável. Se temos apenas o relato, ela não é falseável.
Falou você em aderoques e adeinfinitos para se justificar os erros e as não manifestações de espíritos, o que então tornaria o Espiritismo infalseável. Não é bem por aí.
É por aí sim. Quando um espírito não se manifesta diante de Randi, alega-se que o espírito não quis se manifestar. E assim por diante. Sempre há uma explicação que impede o falseamento da alegação: "existem espíritos".
A única forma que eu vejo de tornar essa alegação falseável é através de um processo de "retroalimentação", ou seja, supondo que existam espíritos, identifica-se a sua composição material e as interações que estruturam esta composição de modo a formar o que se chama de espírito, e em posse dessa informação, define-se o que é um espírito, de forma falseável.
O fato é que da forma como está, o espiritismo não é falseável.
Certo, sempre pode acontecer de algum espírito não se manifestar, mas a coisa vai é pela quantidade de acertos em comparação com a probabilidade de se acertar por acaso.
A falseabilidade de uma teoria nada tem haver com o número de casos que ela consegue descrever de forma satisfatória. Como eu disse anteriormente, em Ciência você não prova que uma teoria está correta, você apenas não a rejeita enquanto ela estiver funcionando. A partir do momento que ela é falseada (encontramos um caso que contradiz a teoria), devemos modificá-la ou abandoná-la (abordando a questão do ponto de vista de Popper, que não é exatamente o que ocorre na prática...eu já mencionei por alto, há algumas mensagens atrás, o "Programa de Pesquisas" de Lakatos, e vou retornar a ele na minha resposta ao Vitor Moura...espero que você a leia).
Depois você cita, mais uma vez, vários relatos, e coloca o seguinte:
São por coisas assim que atribuímos aos espíritos dos mortos a causa desses fenômenos. Mas se não são eles, que outras causas são possíveis e que os explicariam de forma mais segura, precisa, verificável e aceitável para a comunidade científica?
O ponto aqui é reproduzir estes fenômenos. Não dá para estudar os mesmos sem saber sequer se eles existem. Pois bem, temos relatos, vários deles, alguns envolvendo inclusive ganhadores do Nobel, como Crookes. Muito interessante. Isso serve de estímulo para que se procure reproduzir estas pesquisas e para que se procure elaborar outras, nada além disso. A história já deixou claro que nada vai mudar se continuarem citando Crookes e outros sem que procurem elaborar novos experimentos e sem que reproduzam os fenômenos relatados. Na verdade, as coisas deveriam ser assim, mas não são, pois como você sabe, a comunidade científica não está nem aí para estas alegações. Ou seja, não se sentem estimulados a produzir pesquisas nesta área. O porque disso, você deve perguntar a cada um. Eu, apesar de não ser cientista, estou interessado em realizar este teste experimental de psicografia, como você sabe. Vamos ver o que sai daí, caso eu consiga colaboração de algum médium ou centro espírita.
Infelizmente não vi nenhuma nessas condições até agora. O inconsciente quevediano, como eu disse é um elástico que se adapta a qualquer fenômeno _ e portanto é infalseável, pois sempre será a causa de qualquer resultado. A força Psi eu ainda não entendi. Como é que um médium consegue saber detalhes íntimos da vida de um falecido há 20 anos e não consegue saber o que se passou na sala ao lado há 20 segundos?
Sei lá. Esse negócio de hipótese PSI é com o Zangari.
Portanto insisto que o princípio do falseamento está sendo aplicado de maneira falseada.
Acho que você quis dizer: "(...) insisto que o princípio do falseamento está sendo aplicado de maneira errada", não?! Bom, se for isso, devo dizer que sua insistência é um equívoco, pelo o que já foi dito anteriormente.
Não se pode provar que espíritos não existem
Sim e, exatamente por isso, segue da definição de objeto infalseável (objeto que não podemos demonstrar ser falso) que espíritos são infalseáveis.
mas pode-se provar, ou ao menos obter indícios, de que um evento atribuído a eles pode ter outras causas.
Sim, e como eu expliquei, isso não torna falseável o conceito de espírito, da forma como este é colocado atualmente.
Fala você que é só impossível demonstrar a inexistência de um objeto infalseável, bem, Louis Pasteur por acaso demonstrou a INEXISTÊNCIA da geração espontânea? Responda-me isso e depois volto ao assunto.
Não. O que ele fez foi falsear a hipótese da abiogênese quando colocada para explicar o surgimento de alguns organismos complexos. A abiogênese é considerada ainda no aparecimento da vida na Terra, em teorias como a de Oparin, por exemplo (não sei se esta teoria, em específico, ainda está em voga).
De resto, Arduin, tivemos mais do mesmo. Você considera que não são necessárias mais repetições, etc...
Eu discordo totalmente. Já disse que não é necessário repetir os fenômenos a qualquer momento, mas que estes devem ser sim repetidos, não só para serem registrados em novos meios de gravação de dados, mas para que se possa também estudar a natureza destes fenômenos, etc. Se existem espíritos, certamente que não vão ser nas reuniões em centros espíritas ou em livros com relatos antigos que conseguirão identificar a constituição material destes, bem como as interações que regem os elementos presentes em tal constituição. Enfim, da forma como as coisas estão, não se conseguirá absolutamente nada.
Quanto às filmagens, eu já disse: descartada a hipótese de montagem, está descartada em definitivo a hipótese de relatos fraudados para aquele caso em particular. Pode-se dizer que foi truque, mas aí deve ser proposto o mecanismo de truque e, com a filmagem, verifica-se se ele foi utilizado ou não.