As histórias do movimentos céticos - ONG Ateus do Brasil
Enviado: 25 Set 2006, 02:22
HISTÓRIA DO MOVIMENTO CÉTICO NO BRASIL – PRIMEIRA PARTE
Este texto destina-se principalmente a você, que acabou de conhecer o site da ONG Ateus do Brasil e quer saber como começou este movimento, que até o momento tem reunido centenas de pessoas pela Internet, com vários encontros já realizados e uma série de trabalhos em equipe sendo feitos.
Como começou o movimento cético no Brasil?
Tudo começou bem aos poucos, assim como todos movimentos sociais. No início, nem existia a idéia de se criar uma ONG. O que existia mais era a vontade de divulgar o ceticismo.
A história do ceticismo no Brasil começa bem antes dos fatos descritos neste texto. Muitas pessoas teriam que ser citadas para contar toda esta história. Por isso, aqui só citaremos pessoas e entidades que contribuíram diretamente para que a nossa ONG surgisse.
A primeira pessoa a escrever sobre a necessidade do Brasil realizar ações no sentido de divulgar o pensamento crítico foi o engenheiro Luis Fernando Gutman. Em dezembro de 1996, ele escreve para o boletim da CSICOP (http://www.csicop.org/sb/9612/) um artigo intitulado "Update from Brazil". No texto, Gutman fala sobre o avanço das seitas e das superstições no Brasil, o perigo que isto representa e a necessidade de se divulgar o ceticismo para barrar este avanço.
Gutman não ficou só nas palavras. Ele mesmo desenvolveu diversas ações neste sentido. No ano de 1997, ele cria o site Opção Racional. Inicialmente, o site tinha domínio próprio http://www.opcaoracional.com.br , mas atualmente o site está desatualizado e hospedado no Geocities. Neste site, Gutman disponibilizava textos e ainda material impresso, que ele enviava, pelo correio, para a residência dos cadastrados no site. Este material continha artigos do CSICOP, traduzidos para o português.
Em 1997, Gutman chegou a realizar alguns encontros no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, reunindo céticos para discutir sobre formas de divulgação do ceticismo no Brasil.
Durante a década de 90, muitos brasileiros já estavam preocupados com o crescimento do fanatismo e do fundamentalismo. Na USP, um grupo de alunos se junta para criar o "Sindicato do Messias". Este grupo produzia material impresso e sites na Internet com o objetivo de divulgar o pensamento crítico através da sátira às religiões e seitas.
Em 1997, Mario Porto cria o primeiro site cético/ateu da internet brasileira no endereço: http://www.iis.com.br/~mporto (antigo) ---> http://mphp.org (novo) , site que continua ativo e sendo atualizado.
Em 1998, Renato Sabbatini reune alguns amigos na Unicamp para criar sites de divulgação do ceticismo. Dentre esses sites, surge o http://www.ceticos.org, que é ligado à lista de discussão do SBCR (Sociedade Brasileira de Céticos e Racionalistas). Esta lista tinha como objetivo criar uma associação de divulgação científica.
A idéia de se criar uma ONG cética surgiu com Jefferson Krusemark, membro do CSICOP. Em dezembro de 1996, ele lê o artigo escrito por Luis Gutman. A partir desta leitura, ele começa a pensar em criar uma ONG igual à CSICOP americana no Brasil.
Em 1999, Jefferson cria a lista de discussão do Fórum Cético Brasileiro (http://www.yahoogroups.com/group/fcb), com o objetivo de criar uma ONG cética no Brasil. Esta lista conseguiu reunir mais de 600 membros. Durante os anos de 1999 a 2001, todo o ativismo cético brasileiro se concentrou nesta lista.
Cabe aqui destacar o importante papel que a CSICOP, associação norte-americana fundada em 1976, desempenhou no surgimento do movimento cético brasileiro. Foi esta entidade que inicialmente inspirou brasileiros a fazerem algo pelo ceticismo no Brasil.
Em março de 2001, a revista Galileu publica reportagem de capa sobre o movimento cético, tanto nos EUA quanto no Brasil. Nesta reportagem, Ronaldo Cordeiro, membro do FCB, é entrevistado. Pela primeira vez, nosso movimento aparece na mídia brasileira.
Em junho de 2002, a revista Veja publica o artigo: "Nós somos ateus", falando exclusivamente sobre o movimento cético no Brasil. Participaram da reportagem: Leo Vines, Daniel Sottomaior e Asa Heuser.
Em maio de 2001, surge a lista de discussão da STR. Esta lista foi uma dissidência do FCB pois, enquanto o FCB tinha uma visão mais voltada para se criar uma organização exatamente igual à CSICOP americana, sem nenhuma referência ao ateísmo, a STR tinha o objetivo de criar uma ONG declaradamente ateísta.
Ainda em 2001, são realizados os primeiros encontros de ateus e agnósticos no Brasil, feitos a partir da Internet, nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Pessoas que só se conheciam pela Internet passam a se conhecer pessoalmente, unidas por pensamentos e ideais comuns.
Este texto destina-se principalmente a você, que acabou de conhecer o site da ONG Ateus do Brasil e quer saber como começou este movimento, que até o momento tem reunido centenas de pessoas pela Internet, com vários encontros já realizados e uma série de trabalhos em equipe sendo feitos.
Como começou o movimento cético no Brasil?
Tudo começou bem aos poucos, assim como todos movimentos sociais. No início, nem existia a idéia de se criar uma ONG. O que existia mais era a vontade de divulgar o ceticismo.
A história do ceticismo no Brasil começa bem antes dos fatos descritos neste texto. Muitas pessoas teriam que ser citadas para contar toda esta história. Por isso, aqui só citaremos pessoas e entidades que contribuíram diretamente para que a nossa ONG surgisse.
A primeira pessoa a escrever sobre a necessidade do Brasil realizar ações no sentido de divulgar o pensamento crítico foi o engenheiro Luis Fernando Gutman. Em dezembro de 1996, ele escreve para o boletim da CSICOP (http://www.csicop.org/sb/9612/) um artigo intitulado "Update from Brazil". No texto, Gutman fala sobre o avanço das seitas e das superstições no Brasil, o perigo que isto representa e a necessidade de se divulgar o ceticismo para barrar este avanço.
Gutman não ficou só nas palavras. Ele mesmo desenvolveu diversas ações neste sentido. No ano de 1997, ele cria o site Opção Racional. Inicialmente, o site tinha domínio próprio http://www.opcaoracional.com.br , mas atualmente o site está desatualizado e hospedado no Geocities. Neste site, Gutman disponibilizava textos e ainda material impresso, que ele enviava, pelo correio, para a residência dos cadastrados no site. Este material continha artigos do CSICOP, traduzidos para o português.
Em 1997, Gutman chegou a realizar alguns encontros no Clube de Engenharia do Rio de Janeiro, reunindo céticos para discutir sobre formas de divulgação do ceticismo no Brasil.
Durante a década de 90, muitos brasileiros já estavam preocupados com o crescimento do fanatismo e do fundamentalismo. Na USP, um grupo de alunos se junta para criar o "Sindicato do Messias". Este grupo produzia material impresso e sites na Internet com o objetivo de divulgar o pensamento crítico através da sátira às religiões e seitas.
Em 1997, Mario Porto cria o primeiro site cético/ateu da internet brasileira no endereço: http://www.iis.com.br/~mporto (antigo) ---> http://mphp.org (novo) , site que continua ativo e sendo atualizado.
Em 1998, Renato Sabbatini reune alguns amigos na Unicamp para criar sites de divulgação do ceticismo. Dentre esses sites, surge o http://www.ceticos.org, que é ligado à lista de discussão do SBCR (Sociedade Brasileira de Céticos e Racionalistas). Esta lista tinha como objetivo criar uma associação de divulgação científica.
A idéia de se criar uma ONG cética surgiu com Jefferson Krusemark, membro do CSICOP. Em dezembro de 1996, ele lê o artigo escrito por Luis Gutman. A partir desta leitura, ele começa a pensar em criar uma ONG igual à CSICOP americana no Brasil.
Em 1999, Jefferson cria a lista de discussão do Fórum Cético Brasileiro (http://www.yahoogroups.com/group/fcb), com o objetivo de criar uma ONG cética no Brasil. Esta lista conseguiu reunir mais de 600 membros. Durante os anos de 1999 a 2001, todo o ativismo cético brasileiro se concentrou nesta lista.
Cabe aqui destacar o importante papel que a CSICOP, associação norte-americana fundada em 1976, desempenhou no surgimento do movimento cético brasileiro. Foi esta entidade que inicialmente inspirou brasileiros a fazerem algo pelo ceticismo no Brasil.
Em março de 2001, a revista Galileu publica reportagem de capa sobre o movimento cético, tanto nos EUA quanto no Brasil. Nesta reportagem, Ronaldo Cordeiro, membro do FCB, é entrevistado. Pela primeira vez, nosso movimento aparece na mídia brasileira.
Em junho de 2002, a revista Veja publica o artigo: "Nós somos ateus", falando exclusivamente sobre o movimento cético no Brasil. Participaram da reportagem: Leo Vines, Daniel Sottomaior e Asa Heuser.
Em maio de 2001, surge a lista de discussão da STR. Esta lista foi uma dissidência do FCB pois, enquanto o FCB tinha uma visão mais voltada para se criar uma organização exatamente igual à CSICOP americana, sem nenhuma referência ao ateísmo, a STR tinha o objetivo de criar uma ONG declaradamente ateísta.
Ainda em 2001, são realizados os primeiros encontros de ateus e agnósticos no Brasil, feitos a partir da Internet, nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo. Pessoas que só se conheciam pela Internet passam a se conhecer pessoalmente, unidas por pensamentos e ideais comuns.