O Holocausto Contínuo

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Azathoth
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O Holocausto Contínuo

Mensagem por Azathoth »

O Holocausto Contínuo

Luis Fernando Veríssimo

Desde 1789, praticamente todas as perseguições em massa, todos os genocídios do mundo seguiram o mesmo esquema, obsessivamente repetitivo e invariável: o sacrifício dos crentes pelos ateus militantes. O quadro é aterrador. França, México, Espanha: matança dos católicos. Rússia e países satélites: matança dos cristãos ortodoxos (católicos, na Polônia, na Croácia e na Hungria). Alemanha: matança dos judeus. China, Tibete, Indonésia etc.: matança dos budistas e muçulmanos. Total: mais de cem milhões de mortos.

Em todos esses casos, a vítima é religiosa, o assassino é ateu, materialista, progressista, darwinista, portador do projeto de “um mundo melhor” em qualquer de suas inúmeras versões. Esse é o fato mais constante e mais nítido da história moderna, e também o mais ignorado, omitido, disfarçado. O homem religioso é uma espécie em extinção, não porque suas crenças tenham sido substituídas por outras melhores, mas porque está sendo extinto fisicamente.

Não obstante, ainda há quem acredite que as religiões, e não as ideologias ateísticas, cientificistas e materialistas, são responsáveis pela falta de liberdade no mundo. Daí que a propaganda anti-religiosa, malgrado os efeitos devastadores que produziu, seja aceita não somente como atividade cultural elevada e digna, mas como um dos pilares mesmos do sistema democrático e até como expressão suprema dos mais belos ideais humanos. Quando milhões de jovens imbecilizados pela mídia chegam às lágrimas de comoção idealística ao ouvir em “Imagine’’, de John Lennon, a descrição de uma sociedade paradisíaca, nem de longe percebem que seu apelo à supressão de todas as religiões é, em essência, uma legitimação do maior dos genocídios.

Nos países em que não sofrem violência física, os religiosos vêem suas crenças excluídas do debate superior sob a alegação da neutralidade do Estado leigo, e expostas à derrisão em publicações acadêmicas sem direito de resposta. Nos filmes, raramente aparece um padre ou pastor protestante que não seja virtualmente um psicopata, um pedófilo ou um serial killer.

Mesmo os rabinos, que durante um tempo foram poupados de ataques cinematográficos diretos por conta da memória recente do Holocausto nazista, já começam a ser mostrados como repressores insanos. A blasfêmia imposta ao público por um establishment industrial milionário é apresentada como expressão da liberdade criadora de artistas independentes, e qualquer protesto de entidades religiosas isoladas e impotentes é logo sufocado em nome da liberdade e da tolerância. Desse tipo de liberdade dizia Eric Voegelin: ”Até os nacional-socialistas defendiam a liberdade. A liberdade para eles, é claro, com exclusão de todos os outros."

A rigor, não há qualquer diferença significativa entre uma teoria biológica racista, que sem nenhuma intenção política explícita acabe concorrendo indiretamente para justificar a discriminação de negros, amarelos, judeus ou árabes, e uma argumentação anti-religiosa que, com a maior inocência e os ares mais democráticos do mundo, ajude a amortecer na opinião pública a consciência do horror das matanças de crentes. Em ambos os casos há cumplicidade ao menos inconsciente com o genocídio. A diferença é que todos os crimes do racismo, somados, não produziram metade do efeito letal da anti-religião.

No entanto, os próprios religiosos, com freqüência, se recusam a perceber que o ódio anti-religioso do mundo moderno é geral, que ele se volta contra todas as religiões e não contra alguma delas em particular. A maioria deles parece ainda mais empenhada em polêmicas inter-religiosas do que na defesa comum do direito de crer em Deus.

Historicamente, a cegueira para o perigo comum já foi, entre os séculos XVI e XVIII, a causa de que a religião (católica, no caso) perdesse sua legitimidade de poder público, cedendo-a aos Estados nacionais nascentes. Um clero intelectualmente frágil, sem medida de comparação possível com a elite esclarecida dos séculos XII e XIII, revelou-se incapaz de rearticular a civilização ameaçada pela pululação de seitas em guerra, e in extremis a Europa foi salva pela emergência da nova autoridade, nacional e monárquica. Mas o advento desta não apenas acelerou o processo de fragmentação da consciência religiosa como também elevou incalculavelmente o potencial destrutivo das guerras, que, de conflitos locais entre grupos, se tornaram lutas de grande escala entre nação e nação.

Hoje, a ascensão de um poder global ateu e materialista apela, novamente, à urgência de apaziguar conflitos inter-religiosos, em muitos casos fomentados por “agentes provocadores”. E de novo os intelectuais religiosos — só que, agora, de todas as religiões — se mostram incapazes de apreender o quadro geral. Apegando-se a velhas polêmicas dogmáticas que podem ter sua importância, mas que nesse quadro se tornam extemporâneas e suicidas, parecem julgar mais importante humilhar as religiões concorrentes do que enfrentar o inimigo comum que vai esmagando todas elas juntas.

No Corão, Deus adverte a muçulmanos, judeus e cristãos: “Concorrei na prática do bem, que no juízo final Nós dirimiremos as vossas divergências.” Se, na prática, nem todas as divergências podem ser adiadas para o juízo final, algumas, pelo menos, podem ficar para depois de passado o perigo imediato, e outras podem ser canalizadas para uma simples “concorrência na prática do bem”. Qualquer disputa interconfessional que não esteja numa dessas duas categorias ameaça tornar-se, na situação presente, apenas um pretexto piedoso para fazer o mal.

:emoticon5:

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user f.k.a. Cabeção
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Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Esse é um dos textos do Olavo de Carvalho que eu discordo quase que do início ao fim. Principalmente por ele reservar ao ateísmo um papel crucial nessas ideologias nefastas, onde na verdade ele é apenas um elemento periférico, e muitas vezes até negligenciado.

A propósito, coloque o autor correto, Azazoth.
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Capitão América
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Mensagem por Capitão América »

Ótimo texto, vai dar o que falar aqui e em outros meios do ateísmo militante.
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"Se a liberdade significa realmente alguma coisa, significa o direito de dizer às pessoas o que elas não querem ouvir". - George Orwell

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Samael
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Mensagem por Samael »

Assim como o ateísmo nunca foi, nem de longe, o ponto central do socialismo, do anarquismo ou do comunismo, o cristianismo nunca foi o ponto central do nazismo.

Olavo e a sua paranóia são insuperáveis.

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Storydor
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Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Storydor »

Luis Fernando Veríssimo? :emoticon5:
"E quem era inocente, hoje já virou bandido, só para comer um pedaço de pão fudido" Chico Science
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Azathoth
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Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Azathoth »

Trechos selecionados do ateísta Adolf Hitler, de seu opus "Minha Luta":

Existem hoje e já existiram em todos os tempos estudos bastantes aprofundados sobre o valor ético do ensino da doutrina Judaica, espécie de religião, que, aos olhos arianos, parece, por assim dizer, escabrosa. (...) O produto dessa educação religiosa - o próprio judeu é o seu melhor expoente. Sua vida só se limita a esta terra, e seu espirito conservou-se tão estranho ao verdadeiro Cristianismo quanto a sua mentalidade o foi, há dois mil anos, ao grande fundador da nova doutrina. Verdade é que este não ocultava seus sentimentos relativos ao povo judeu; em certa emergência pegou até no chicote para enxotar do templo de Deus este adversário de todo espírito de humanidade que, outrora, como sempre, na religião, só discernia um veículo para facilitar sua própria existência financeira. Por isso mesmo, aliás, é que Cristo foi crucificado, enquanto nosso atual cristianismo partidário se rebaixa a mendigar votos judeus nas eleições, procurando ajeitar combinações políticas com partidos de judeus ateístas e tudo isso em detrimento do próprio caráter nacional.


O judaísmo nunca foi uma religião, e sim sempre um povo com características raciais bem definidas. Para progredir teve ele, bem cedo, que recorrer a um meio, para dispersar a atenção malévola, que pesava sobre seus adeptos. Que meio mais conveniente e mais inofensivo do que a adoção do conceito estranho de "comunhão religiosa"? Pois, aqui, também, tudo é emprestado, ou, melhor, roubado - a personalidade primitiva do judeu, já por sua natureza, não pode possuir uma organização religiosa, pela ausência completa de ideal, e, por isso mesmo, de uma crença na vida futura, Do ponto, de vista ariano, é impossível imaginar-se, de qualquer maneira, uma religião sem a convicção da vida depois da morte, Em verdade, o Talmud também não é um livro de preparação ao outro mundo, mas sim para uma vida presente boa, suportável e prática.


Movimentos que devem seu progresso a ligações com outros de concepções parecidas, dão a impressão de plantas de estufa. Eles crescem, mas falta-lhes a força para, durante séculos, resistir às grandes tempestades. A grandeza de toda organização ativa que corporifique uma idéia está no fanatismo religioso e na intolerância com que agride todas as outras, convencidos os seus adeptos de que só eles estão com a razão. Se uma idéia em si é justa e dispõe dessas forças resistirá a todas as lutas, será invencível. A perseguição que contra a mesma se possa mover apenas aumentará sua força intrínseca.
A grandeza do Cristianismo não está em qualquer tentativa para reconciliar-se com as opiniões semelhantes da filosofia dos antigos, mas na inexorável e fanática proclamação e defesa das suas próprias doutrinas.


Até a nossa igreja, que fala sempre no homem como criado à imagem de Deus, peca contra esse princípio, cuidando simplesmente da alma, enquanto deixa o homem descer à posição de degradado proletário.A gente fica transido de vergonha ao ver a atuação da fé cristã, em nosso próprio país, em relação à "impiedade" desses indivíduos pecos de espírito e degradados de corpo, enquanto se procura levar a bênção da igreja a cafres e hotentotes. Enquanto os povos europeus são devastados por uma lepra moral e física, erra o piedoso missionário pela África Central, organiza missões de negros, até conseguir a nossa "elevada cultura" fazer de indivíduos sadios, embora primitivos e atrasados, bastardos, preguiçosos e incapazes.
Seria muito mais nobre que ambas as igrejas cristãs, em vez de importunarem os negros com missões, que estes não desejam nem compreendem, ensinassem aos europeus, com gestos bondosos, mas com toda seriedade, que é agradável a Deus que os pais não sadios tenham compaixão das pobres criancinhas sadias e que evitem trazer ao mundo filhos que só trazem infelicidade para si e para os outros.


Uma doutrina universal é sempre intolerante e não se contenta em representar o papel de um "partido ao lado dos outros", mas insiste em ser por todos reconhecida e em impor uma nova maneira de encarar a vida pública, de acordo com os seus pontos de vista. Por esse motivo, não pode tolerar a continuação de uma força representando a situação anterior,
O mesmo acontece com as religiões.
O cristianismo não se satisfez em erigir os seus altares, mas viu-se na contingência de proceder à destruição dos altares dos pagãos. Só essa fanática intolerância tornou possível construir aquela fé adamantina que é a condição essencial de sua existência.


Conseguiu desviar esse problema das camadas sociais da aristocracia e da pequena burguesia para as vastas massas populares. Mal se lograva inculcar no povo alemão a idéia de reação e já o judeu iniciava a ofensiva. Recorreu aos seus velhos processos. Com uma rapidez incrível, lançava ele próprio no seio das massas o brandão da rixa e semeava a discórdia. No início da questão ultramontana e da resultante luta do catolicismo contra o protestantismo, como os fatos o provaram, estava a única probabilidade de entreter a atenção pública com outros problemas, a fim de evitar o assalto concentrado ao judaísmo. Os erros cometidos por aqueles que lançavam o nosso povo nessa luta nunca mais poderão ser remediados, o judeu alcançou o fim almejado: o catolicismo e o protestantismo mantém entre si uma guerra inofensiva, enquanto o inimigo cruel da humanidade ariana e de toda a cristandade ri-se consigo mesmo.


O fato de muita gente, na Alemanha de antes da Guerra, não gostar da religião, deve-se atribuir à deturpação do cristianismo pelo chamado Partido Cristão e pela despudorada tentativa de confundir a fé católica com um partido político.
Essa aberração ofereceu oportunidade à conquista de algumas cadeiras do Parlamento a representantes incapazes, mas prejudicou seriamente a Igreja. Infelizmente a nação inteira é que teve de suportar as conseqüências desse desvio, pois as conseqüências dai decorrentes sobre o relaxamento do sentimento religioso coincidiram justamente com um período em que tudo começava a enfraquecer-se e oscilar nos seus fundamentos e até os tradicionais princípios da moral e dos costumes ameaçavam entrar em colapso.

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Anna
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Mensagem por Anna »

Samael escreveu:Assim como o ateísmo nunca foi, nem de longe, o ponto central do socialismo, do anarquismo ou do comunismo, o cristianismo nunca foi o ponto central do nazismo.

Olavo e a sua paranóia são insuperáveis.


Tão pouco os darwinistas assassinos ou a ciênciaresponsável pela falta de liberdade no mundo.
Cérebro é uma coisa maravilhosa. Todos deveriam ter um.

Dante, the Wicked
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Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Dante, the Wicked »

Olavo de Carvalho é um idiota!
Visite minha página http://filomatia.net. Tratando de lógica, filosofia, matemática etc.

Visite o Wikilivros. Aprenda mais sobre Lógica.
Assista meu canal do youtube. Veja meu currículo lattes.

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Spitfire
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Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Spitfire »

Bagulho bom este que ele fumou. :emoticon12:

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Spitfire
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Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Spitfire »

E o dia que o Olavo for 1/10 do que é um Veríssimo, ele ejacula nas calças. :emoticon12:

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Samael
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Re: Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Samael »

Spitfire escreveu:E o dia que o Olavo for 1/10 do que é um Veríssimo, ele ejacula nas calças. :emoticon12:


Compartilhamos da mesma opinião, CAMARADA! :emoticon12:

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rapha...
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Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por rapha... »

Morram de inveja, esquerdistas psicóticos!

E o grande Olavo continua polêmico e genial.

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Pug
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Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Pug »

É a negação do individuo :emoticon5:
A ideologia única é a única responsável pela opressão.

o certos vs errados

onde ambos os lados se consideram certos e acusam o outro de estar errados, até aqui tudo bem, o pior ocorre quando decidem "esmagar" a ameaça ( o outro)...e temos um resumo de todos os males do mundo.
"Nunca te justifiques. Os amigos não precisam e os inimigos não acreditam" - Desconhecido

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Fernando Silva
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Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Fernando Silva »

Mandei esta carta ao jornal, na época da publicação do artigo:

--------------------------------------------------------------
Alguns reparos ao artigo "Holocausto" de Olavo de Carvalho:

Nem todas as revoluções foram feitas por ateus. Veja-se o caso do Irã e do Afeganistão, dos
palestinos e da guerrilha argelina. Hitler não era ateu, pelo contrário, dizia-se cristão e pregava
contra a decadência moral da sociedade do seu tempo. Apenas considerava que eram os arianos
o povo escolhido de Deus e, discípulo de Lutero, culpava os judeus.

O Estado tem que ser laico. "Tudo bem" se a religião oficial for a nossa mas...e se não for? O que
diriam os católicos se o Brasil fosse declarado um país umbandista? O governo representa a todos e
não pode tomar partido em questões de escolha pessoal. Estados religiosos no passado resultaram
na Inquisição. No presente, temos os talibans. Uma religião não se impõe. O verdadeiro missionário
convence pelo exemplo.

Quanto ao mérito das revoluções citadas, a maioria foi uma legítima reação a um estado opressor e
injusto. Mas, como diz o ditado, "Todo revolucionário acaba se tornando um déspota ou um herege".
Outros, sem maiores motivações ideológicas, simplesmente aproveitam-se da situação para assumir o
poder. Em Cuba, Fidel prendeu ou fuzilou seus companheiros de revolução. Na França, durante o
Grande Terror, revolucionários de diferentes matizes ideológicos guilhotinaram uns aos outros. Na
Rússia, Stalin eliminou os revolucionários originais. A invasão do Tibete pela China não tinha nada
a ver com a revolução original.

Humanistas não pretendem acabar com as religiões, apenas defendem seu direito de não acreditar nelas.
O comunismo, ao contrário, é uma religião. Os guardas vermelhos tinham sua bíblia, o Livro Vermelho
de Mao. Baseia-se em dogmas e se acredita dono da verdade, que tenta impor ao mundo a ferro e fogo,
podendo chegar a extremos como Pol Pot. No processo, perseguem as religiões concorrentes.
Além disso, no caso da França, Rússia e Espanha, entre outros, a Igreja estava identificada com o "status quo" e sofreu as consequências. Hoje em dia, ao contrário, tende a aliar-se aos movimentos socialistas.

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Miguel
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Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Miguel »

Eu diria que o Ateísmo não tem culpa... tal com a crença em si não tem culpa. As coisas são mais complicadas do que uma visão maniqueísta assim.

Mas o Ateu que diz que o Cristianismo ou a Religião em geral é genocida (algo que tipos como Dawkins procuram fazer) tem de aceitar a mesma conclusão sobre o Ateísmo e secularismo em geral por uma questão de coerência.

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Miguel
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Mensagem por Miguel »

Anna escreveu:
Samael escreveu:Assim como o ateísmo nunca foi, nem de longe, o ponto central do socialismo, do anarquismo ou do comunismo, o cristianismo nunca foi o ponto central do nazismo.

Olavo e a sua paranóia são insuperáveis.


Tão pouco os darwinistas assassinos ou a ciênciaresponsável pela falta de liberdade no mundo.


Contudo o Darwinismo levou alguns entusiastas a criar uma doutrina mosntruosa que vitimizou muita gente: O Darwinismo Social, que foi uma das ideologias do Nazismo. O Darwinismo é culpado? Em si não é. Tal como em si, acreditar em Deus não é culpa dos crimes em nome de Deus.

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Samael
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Mensagem por Samael »

Miguel escreveu:
Anna escreveu:
Samael escreveu:Assim como o ateísmo nunca foi, nem de longe, o ponto central do socialismo, do anarquismo ou do comunismo, o cristianismo nunca foi o ponto central do nazismo.

Olavo e a sua paranóia são insuperáveis.


Tão pouco os darwinistas assassinos ou a ciênciaresponsável pela falta de liberdade no mundo.


Contudo o Darwinismo levou alguns entusiastas a criar uma doutrina mosntruosa que vitimizou muita gente: O Darwinismo Social, que foi uma das ideologias do Nazismo. O Darwinismo é culpado? Em si não é. Tal como em si, acreditar em Deus não é culpa dos crimes em nome de Deus.


Engano seu, Miguel, o Darwinismo serviu apenas como "desculpa" para legitimar uma ideologia pré-existente. O racismo era muito anterior à legitimação científica do "darwinismo social".

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Azathoth
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Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Azathoth »

Herbert Spencer falava em "sobrevivência do mais forte" aplicada a estratos sociais cerca de uma década antes de Darwin publicar "A origem das espécies".
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Miguel
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Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Miguel »

Mas o nome da ideologia é Darwinismo Social. Uma sintese de Spencer e Darwin (uma sintese muito podre diga-se)...

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Anna
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Mensagem por Anna »

Miguel escreveu:
Anna escreveu:
Samael escreveu:Assim como o ateísmo nunca foi, nem de longe, o ponto central do socialismo, do anarquismo ou do comunismo, o cristianismo nunca foi o ponto central do nazismo.

Olavo e a sua paranóia são insuperáveis.


Tão pouco os darwinistas assassinos ou a ciênciaresponsável pela falta de liberdade no mundo.


Contudo o Darwinismo levou alguns entusiastas a criar uma doutrina mosntruosa que vitimizou muita gente: O Darwinismo Social, que foi uma das ideologias do Nazismo. O Darwinismo é culpado? Em si não é. Tal como em si, acreditar em Deus não é culpa dos crimes em nome de Deus.


Claro que não levou. Não foi o Charles Darwin nem seus conceitos os criadores do darwinismo social. Em sua teoria Darwin não abordou problemas de filosofia social e afirmava o contraste existente entre os processos da evolução biológica e social. Inclusive, Luidwig Gumplowicz representante do darwinismo social, ao contrário da maioria dos evolucionistas, não acreditava na evolução da humanidade enquanto grupo, para ele esta simplesmente não existia. Pegando as idéias da evolução biólogia eles tentaram transplantá-las para a Sociologia, por isso batizaram de darwinismo social, mas nada disso é parte daquilo que conhecemos como darwinismo, este tratou apenas de evolução biólogica.

Além disso, a idéia de superioridade das raças também já existia para sociedade muito antes da publicação da teoria da evolução, inclusive temos relatos o próprio Darwin, ainda no Beagle, sentindo-se em conflito com esses valores a medida que ia conhecendo novos povos, e constatando as evidências evolutivas, o que o levava progressivamente a se questionar quanto a veracidade dos conceitos de inferioridade vigentes na sociedade.

Os criadores do darwinismo social são da escola positivista. E imbuídos desses valores já existentes não se furtaram a tentar firma-los e explica-los por meio de uma teoria científica tão poderosa como a evolução biológica.

Acreditar em deus definitivamente não é um problema. O problema está nos poderes da institucionalidade religiosa. Diferentemente de ciência teorias religiosas não são recicladas e continuam transmitindo idéias equivocadas e obsoletas ao longo dos séculos. O darwinismo social já foi derrubado, os Islamismos x Judaísmos ainda estão aí com força total fazendo vítimas e fomentando guerras. E te garanto que o “evangelicismo” se conseguir adquirir força total em todas as esferas que almeja não se furtará a perseguir cientistas e professores, e até tentar atribuir-lhes penas judiciais por divulgarem disciplinas demoníacas como a evolução biológica. Temos exemplos clássicos e recentes disso em escolas dos EUA.
Editado pela última vez por Anna em 02 Jul 2006, 15:34, em um total de 1 vez.
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Anna
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Re: Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Anna »

Miguel escreveu:Mas o nome da ideologia é Darwinismo Social. Uma sintese de Spencer e Darwin (uma sintese muito podre diga-se)...


Não é não. É uma tentativa de enfiar uma teoria ou hipótese distinta em idéias e modelos pré-existentes. Um erro de lógica muito comum no passado e amplamente combatido pela ciência moderna.
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Re: Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Anna »

Azathoth escreveu:Herbert Spencer falava em "sobrevivência do mais forte" aplicada a estratos sociais cerca de uma década antes de Darwin publicar "A origem das espécies".


Exato. Tanto a idéia de evolução como a da superioridade certos grupos não foram criadas com o darwinismo ou o darwinismo social.

Quanto a Darwin não foi o ele quem criou a idéia de evolução. O que fez foi explanar as origens dos todos os seres, incluindo o homem, de uma forma brilhantemente coerente, tornando essa questão científica. Um exame aos registros históricos deixa claro que a idéia da evolução foi imaginada antes de Darwin, podemos citar Lamark como uma das figura histórica mais conhecida de maneira geral, e mesmo Wallace que independentemente de Darwin já seguia nas mesmas conclusões.

Também não foram os Darwinistas sociais que criaram o preconceito e a idéia de superioridade de raças, eles apenas tentaram torná-la científica, como fez Darwin com a evolução das espécies.
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Capitão América
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Re: Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Capitão América »

Anna escreveu:
Miguel escreveu:Mas o nome da ideologia é Darwinismo Social. Uma sintese de Spencer e Darwin (uma sintese muito podre diga-se)...


Não é não. É uma tentativa de enfiar uma teoria ou hipótese distinta em idéias e modelos pré-existentes. Um erro de lógica muito comum no passado e amplamente combatido pela ciência moderna.


Em The Descent of a Man, Darwin traça uma análise social das civilizações humanas, através de uma visão naturalista. É social darwinismo, amplamente difundido entre o meio científico da época, para depois ser utilizado como justificativa para a matança de milhões de pessoas. Negar o envolvimento de Darwin é desconhecer em parte sua obra.

Charles Darwin - The Descent of Man
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"Se a liberdade significa realmente alguma coisa, significa o direito de dizer às pessoas o que elas não querem ouvir". - George Orwell

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Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Capitão América »

Um trecho:

"We see the value set on animals even by the barbarians of Tierra del Fuego, by their killing and devouring their old women, in times of dearth, as of less value than their dogs... The variability or diversity of the mental faculties in men of the same race, not to mention the greater differences between the men of distinct races, is so notorious that not a word need here be said. Nor is the difference slight in moral disposition between a barbarian, such as the man described by the old navigator Byron, who dashed his child on the rocks for dropping a basket of sea urchins, and a Howard or Clarkson; and in intellect, between a savage who uses hardly any abstract terms, and a Newton or Shakspeare. Differences of this kind between the highest men of the highest races and the lowest savages, are connected by the finest graduations... Many races, some of which differ so much from each other, that they have often been ranked by naturalists as distinct species. At some future period, not very distant as measured by centuries, the civilised races of man will almost certainly exterminate, and replace, the savage races throughout the world... The break between men and his nearest allies will then be wider."
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"Se a liberdade significa realmente alguma coisa, significa o direito de dizer às pessoas o que elas não querem ouvir". - George Orwell

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Capitão América
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Re.: O Holocausto Contínuo

Mensagem por Capitão América »

Trecho de outra obra, The Variation of Plants and Animals under Domestication:

"On the other hand, many years ago, long before I had thought of the present subject, I was struck with the fact that, in South America, men of complicated descent between Negroes, Indians, and Spaniards, seldom had, whatever the cause might be, a good expression.1 Livingstone,- and a more unimpeachable authority cannot be quoted,- after speaking of a half-caste man on the Zambesi, described by the Portuguese as a rare monster of inhumanity, remarks, "It is unaccountable why half-castes, such as he, are so much more cruel than the Portuguese, but such is undoubtedly the case." An inhabitant remarked to Livingstone, "God made white men, and God made black men, but the Devil made half-castes."2 When two races, both low in the scale, are crossed the progeny seems to be eminently bad. Thus the noble-hearted Humboldt, who felt no prejudice against the inferior races, speaks in strong terms of the bad and savage disposition of Zambos, or half-castes between Indians and Negroes; and this conclusion has been arrived at by various observers.3 From these facts we may perhaps infer that the degraded state of so many half-castes is in part due to reversion to a primitive and savage condition, induced by the act of crossing, even if mainly due to the unfavourable moral conditions under which they are generally reared."
[]'s

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"Se a liberdade significa realmente alguma coisa, significa o direito de dizer às pessoas o que elas não querem ouvir". - George Orwell

Trancado