Acauan escreveu:Apáte escreveu: Acauan escreveu:Voltamos sempre à mesma questão: Quem decidirá quem pode votar e com base em que critérios?
A resposta histórica é sempre a mesma, quem está no poder decidirá e os critérios serão aqueles que o beneficia.
Os resultados disto a História também mostra muito bem, sendo que o sufrágio universal, com todos os seus defeitos, foi o melhor remédio para este mal político.
Não sou tão pessimista assim. É mais fácil prum governo manter as pessoas ignorantes o reelegendo "democraticamente" (com aquela sensação acomodada de liberdade no ar) do que castrar todas as pessoas que discordam de sua ideologia.
Esta conversa de governos que mantém as pessoas ignorantes é pura cascata.
Faço parte da primeira geração urbana de minha família e as opções de que dispus para me educar ou não nunca dependeram de governo algum, foram resultado do esforço pessoal de meus pais e meu e isto podia e pode ser feito por qualquer um.
Congratulations!
Acauan escreveu:Apáte escreveu: Acauan escreveu:Como colocado em posts anteriores, esta é uma comparação descabida.
Medicina é uma profissão técnica e o voto é um direito oriundo da cidadania.
Não há como comparar duas situações que nada tem em comum.
Não é não. Em ambas a vida de outras pessoas estão em jogo. E, no meu ver, o exercício irresponsável do direito de alguém não pode ferir a liberdade de outrém. Em ambos, além de não saberem ao certo o que estão fazendo, estão atrapalhando a vida dos outros, e eu condeno isso.
Como não e não?
Você nega que a medicina seja uma profissão técnica, que o exercício do voto seja um direito de cidadania ou que profissão técnica e exercício de cidadania sejam coisas diferentes?
Só continuo achando que direito, qualquer que seja, deve ser exercido com responsabilidade. Continuo pensando: qualquer um, como cidadão, TEM O DIREITO de ter um diploma de medicina ou um título de eleitor. Apenas acho que deveriam mostrar mérito para obter ambos.
Acauan escreveu:E o que é exercício irresponsável do direito de voto?
Votar em quem eu não votaria?
Como alguém que vota em um candidato pode estar ferindo a liberdade de outro?
Ninguém é obrigado a ter a mesma visão política que a minha, e eu não disse isso. Mas acho uma irresponsabilidade sem tamanho alguém votar num candidato sem conhecer uma proposta que fosse dele, apenas por "não perder o voto" ou qualquer coisa do tipo. Ah, claro, deixa o Hõmi trabaiá, deixa o hôme votá, u hômi é cidadãaum
Acauan escreveu:E vamos falar francamente, um bolsão eleitoral do PT é a USP, a barricada da elite intelectual do Brasil que não pode ser acusada de fazer escolhas com olho no bolsa família.
Pois que votem no PT. Eu não disse em vetar votos de petistas mesmo...
Acauan escreveu:Apáte escreveu: Acauan escreveu:Além disto, em uma democracia representativa (como também já foi dito) o eleitor é chamado a escolher entre duas ou mais propostas de governo, não para governar. Quem precisaria comprovar competências é quem governa, só que temos um presidente que ostenta sua falta de formação como se fosse um mérito.
No mais, o poder do voto já é restrito por mecanismos constitucionais que impedem que qualquer um seja candidato, logo, mesmo que o eleitor quisesse votar em propostas absurdas, no mais das vezes estas propostas seriam barradas pelo próprio sistema eleitoral.
Um nome: Clodovil.
O personagem em questão foi eleito por São Paulo, o maior e mais rico estado da União onde se encontram alguns dos melhores índices médios de instrução e escolaridade do país.
Como eu disse, o fator letrado é apenas um fator óbvio de um grupo que está incapacitado a votar, assim como retardados. Muitos mesmo, mesmo "sabendo" ler e escrever, também deveria ter o título cassado.
Acauan escreveu:E não há como dizer que quem votou neste personagem estivesse interessado em bolsa família ou outros programas assistenciais dado que não há nada que o ligue a eles.
Cada qual tem seus motivos para votar em quem escolhe e simplificar isto em formuletas é sempre um modo simplista de reformatar os fatos conforme sua própria visão.
Ou votaram pra "proteger a classe" ou adotaram outro critério qualquer digno de piada, mas claro, o importante é qualquer um votar, não importando os critérios do maluco em questão.
Acauan escreveu:Apáte escreveu: Acauan escreveu:Seria óbvio se fosse possível demonstrar que pessoas de baixa escolaridade não sabem o que é melhor para elas, o que até hoje ninguém fez.
Uma pessoa que não tem um mínimo de informação e senso crítico, não é capaz de saber qual política é melhor para ela e para a classe dela. Ou será que os zilhões que optaram pelo assistencialismo estão certos?
Pra mim, votar sob efeito da ignorância ou de heroína é a mesma coisa.
Você pode demonstrar sua afirmação com base em algum estudo estatístico ou científico?
Se não pode, tudo que temos é sua opinião que pessoalmente não vale mais que a opinião de qualquer outro indivíduo.
Qual a diferença em realizar um EXERCÍCIO QUE EXIGE REFLEXÃO PROFUNDA sem saber porra nenhuma do que se trata ou fazer com a consciência distorcida? Ambos não estão agindo inconscientemente
Apáte escreveu:Acauan escreveu:A decisão é simples ao extremo.
Se estou satisfeito com o governo voto por sua continuidade, se não estou voto na oposição.
Tudo bem. A pessoa não sabe de nada que aconteceu nem aqui nem no cenário internacional pra poder julgar como poderia ter sido se fosse colocada em prática as políticas da oposição, mas ela recebeu sua esmola mensal então "sabe" que o melhor pra ela é deixar como está.
Acauan escreveu:Como se milhões de pessoas da classe média não tivessem votado na reeleição.
Além disto, é muito fácil querer resolver todos os problemas do mundo tirando os direitos dos pobres e dos ignorantes, como se isto fosse uma panacéia.
Difícil é tentar entender a complexidade histórica da política brasileira e perceber que inúmeros fatores, não apenas o bolsa-família, contribuíram para o presente resultado das urnas.
Mesmo porque, todos os programas assistenciais do presente governo foram inventados no governo passado.
Como eu disse, não sou caçador de petista. E o fato dos programas assistenciais que o povo tanto venera terem sidos inventandos no mandato da oposição e ninguém saber disso só mostra que essas pessoas não tem um mínimo de conhecimento pra votar.
Acauan escreveu:E as aberrações que se mantiveram por décadas no poder, quase sempre o fizeram restringindo o direito ao voto através de artifícios diversos.
Apáte escreveu: O principal deles é a hipocracia. Política que prega uma pseudo-liberdade pseudo-sensação de bem-estar, onde as pessoas são alienadas a pensarem que está tudo bem e deixar como está.
Acauan escreveu:Como se todos os pobres fossem completos idiotas que não soubessem quando estão bem e quando estão mal.
Ainda bem que eu defendo o critério intelectual para a restrição e não o aquisitivo.
Acauan escreveu:Há muita ignorância sim no modo como as massas fazem seu julgamento político.
Só que no Brasil a classe média também está muito longe de um conhecimento suficiente da realidade social do país para se arrogar julgamentos mais confiáveis.
Por isso defendo um critério intelectual ao invés de aquisitivo ou etário (o mais fajuto de todos e o que é mantido) para a restrição.
A pergunta que eu faço é a seguinte: Por que, se a capacidade de exercer um voto consciente é irrelevante, retardados e crianças não podem votar?
ps: 15 anos = criança é boa
Acauan escreveu:A maioria dos educados por aqui acredita piamente que o PSDB é o partido da direita neo-liberal sem saber o que é direita e o que significa liberal.
Não estão tão distantes assim dos analfabetos de quem querem suprimir direitos fundamentais.
Endosso.