

[center]JAMAIS ME SUBMETEREI À VONTADE DE QUALQUER MERCENÁRIO DA FÉ[/center]
[center]AOS FÃS... ADEUS[/center]
Há muito, sei que vivemos num país de faz de conta.
- Fazemos de conta que vivemos num país democrático de direito;
- Fazemos de conta que se respeita a Constituição;
- Fazemos de conta que existe liberdade de expressão;
- Fazemos de conta que o Brasil é, constitucionalmente, laico.
Tudo mentira. Tudo bobagem. A realidade tem mostrado que vivemos numa ditadura teocrática, sórdida e imunda pilotada por déspotas que não conhecem o tal Cristo nem de vista.
Por conta da última coluna “Um Evangélico Incomoda muita Gente”, chegou-me um recado, enviado através de um ofice-boi, ops., ofice-vaca, de um pastor que pegou o Brasil pra Cristo, dizendo que, desta vez, a coluna pegou no saco. Só posso crer que tal recado deve-se a esta coluna ser demasiadamente lida e apreciada e, certamente, devo estar atrapalhando os mercenários da fé de+.
Felizmente, tenho outros veículos para desaguar minha revolta contra esse estado de coisas.
Nada tenho contra as religiões ou quem as pratica, no entanto, eu não concordo e JAMAIS CONCORDAREI, como cidadã brasileira, vivendo num suposto país democrático, laico e de livre expressão, em pagar impostos para vê-los desviados a templos religiosos tendo em vista todas as prioridades que o país carece; tendo em vista que o que eles arrecadam, livre de impostos, já deveria ser o suficiente para enriquecer, comprar TVs, rádios e outros bens.
O que o pastor em questão não consegue entender é que existem pessoas que praticam outras religiões, que não a deles, ou mesmo aqueles que não praticam religião alguma e mais, que o dinheiro público é de todos os cidadãos e não só dos evangélicos.
Talvez ninguém perceba a gravidade dessa situação, mas é justamente desta forma que as guerras santas se iniciam e, ao redor do mundo milhões de vidas (eu disse milhões, e não milhares) já foram ceifadas em nome de deus e de jesus (sim, com letra minúscula porque quem acredita e respeita uma divindade não mata, não oprime, não cala).
Outra coisa que me chama atenção é a imensa covardia daquele que veste a carapuça, mas não dá a cara pra bater ou apanhar, diferente de mim que escrevo e assino aquilo que penso. A ameaça que dele vem é sutil e sorrateira, por debaixo dos panos, atitude típica daqueles que têm consciência de que estão errados, mas lutam para não espantar a freguesia.
Outro fato é que a primeira coisa que, de um modo geral, lhes vem à fala quando o assunto é religião é citar como crime de preconceito religioso e perseguição religiosa quando, na verdade, são eles os verdadeiros preconceituosos e perseguidores.
Por essa única razão, me recuso a continuar escrevendo neste espaço e dele abro mão.
Espero que a população não se importe em contribuir, através do erário público, para enriquecer pastores, bispos, e outros profissionais do ramo. Então, neo-pentelhocostal, aproveite, relaxe e comemore.
Aos que ficam... Adeus.
Ah! O último que sair, feche a bíblia, por favor. Tchau.
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Podem estar certos que o tal pastor sentirá muita saudade do tempo em que eu escrevia para o jornal.

