Qual o problema dos cientistas com o prazer?
De fato, eu tenho muito pouco conhecimento sobre "teorias" que reconheçam a importância do prazer.
Talvez eu esteja errado, mas ao menos nas teorias que me chegam, dificilmente encontro uma que elogie o prazer e o admita realmente. (salvo raras exceções).
Na ciência o prazer parece sempre ser apontado como sub-produto acidental disso, ou necessidade para impulsionar aquilo... Cada prazer como algo isolado e, sempre sendo subestimado.
O sexo causa prazer para nos levar a reprodução, o sexo anal causa prazer porque acidentalmente fica ligado a um órgão reprodutivo, a comida dá prazer como "recompensa" pelo individuo fazer aquilo que o corpo necessita para sua sobrevivência, etc... (a falta de comida causa fome, dor que só passa quando nos alimentamos, isso não basta para nos impulsionar na busca por alimento? E porque tanta variedade nos sabores? )
Acho que essas teorias subestimam muito a necessidade do prazer pra vida e sobrevivência.
Um ex-depressivo como eu, acaba aprendendo algumas coisas sobre o prazer.
Eu tinha alguns transtornos de ansiedade associados a depressão (curados graças a filosofia ocidental), após muito trabalho e todo tipo de drogas e tratamentos, quando comecei a melhorar, notei uma coisa muito interessante... A quantidade de prazer a que somos expostos é ENORME, alguns nem reparam nisso direito por estarem sempre lá...
Uma dessas coisas que notei, foi que TUDO aquilo que vemos, ouvimos, provamos ou cheiramos, causa um prazer "tatil", você meio que sente com a "pele".
Você vê uma bola vermelha daquelas de natal, mas não é apenas o sentido da visão que se envolve com aquilo, a visão desse objeto, causa uma "sensação" prazerosa que parece percorrer o corpo todo. O mesmo vale para os odores que sentimos e os sabores que provamos, é o gosto bom e, mais uma sensação que percorre o corpo.
Como a evolução iria criar isso?
Mais um acidente?
Pra quem sentiu isso a vida toda, pode parecer algo um tanto bobo... mas é de vital importância.
Com o tempo fui me tornando ansioso, foi deixando de me concentrar no presente e passei a me concentrar em questionamentos.
Ao colocar cada vez mais a atenção em pensamentos, fui tirando a atenção dessas sensações e deixando de senti-las aos poucos, elas foram diminuindo de forma tão gradual, que nem me dei conta... nisso fui ficando mais ansioso, contraindo mais os músculos do corpo e, com isso, sentindo menos ainda. (o corpo relaxado "sente" melhor, por isso nos contraímos ao sentir cócegas)
Você só percebe o tamanho disso, quando volta a sentir essas sensações e percebe que tinha esquecido delas, nem sabia o quão intensas elas são.
Isso tudo no fim, resultou em uma depressão, pensamentos suicidas, incapacidade de correr atrás dos afazeres de vida...
A vida se tornou uma obrigação, quando fazemos algo sem prazer, só por obrigação... não queremos faze-lo, sem contar que tudo que fazemos por pura obrigação e que consideramos chato e enfadonho, torna-se muito mais trabalhoso e cansativo... vira uma bola de neve tão grande, que a morte é uma perspectiva maravilhosa.
Que chances tem uma criatura nessas condições?
Competir pelo que, se ela prefere morrer a estar viva?
Acho que o prazer é uma necessidade mental, ao longo da evolução, quando os seres foram criando mentes mais complexas, aqueles que sentiam mais prazer pela vida, tinham melhores capacidades de ter uma vida plena, maior capacidade e animo para se reproduzir, para buscar por alimentos com mais empenho, etc...
O prazer inclusive melhora nossa capacidade de raciocinar... Aliviando nossa mente de certos problemas e, dando clareza para olhar por outro ângulo.
A seleção natural foi eliminando aqueles que sentiam menos prazer e, aqueles que sentiam mais, foram se dando melhor na competição.
Duvido que qualquer prazer seja sub-produto acidental ou que cada tipo de prazer tenha sido criado por um motivo isolado especifico, ele é necessário para nossa sanidade mental e, por isso, de suma importância para nossa sobrevivência pessoal.
A maioria dos cientistas não peca muito ao analisar esse tipo de coisa?
O prazer não é subestimado por uma visão muito "mecânica" dos seres vivos, que parece ignorar um pouco os aspectos mentais deles?
O que acham dessa "possibilidade"?
Talvez estejam faltando mais psicólogos e filósofos evolucionaistas...
A ciência e o prazer.
A ciência e o prazer.
Uma vez que o ceticismo adequadamente se refere à dúvida ao invés da negação - descrédito ao invés de crença - críticos que assumem uma posição negativa ao invés de uma posição agnóstica ou neutra, mas ainda assim se auto-intitulam "céticos" são, na verdade, "pseudo-céticos".