o anátema escreveu:Vou torrar a paciência mais uma vez..... mas tentar fazer mais resumidamente ainda do que nessa última que não teve respostas....
Por que para se ter um filho adotivo é correto que haja uma série de requisitos - inclusive econômicos, creio - visando a qualidade de vida dessa criança?
Requisitos que tiram a liberdade de se ser pai (ou mãe) adotivo.
Ou isso não é correto, e uma pessoa que por algum problema qualquer é estéril, também deveria ter a liberdade de adotar um filho ou vários e levá-los para morar no lixão, de onde tirarão seu sustento?
Se é correto, e devem haver restrições da liberdade de poder ter filhos (relativa à situação que se impõe à eles, restringindo os seus direitos), por que isso vale apenas para filhos adotivos?
Enquanto qualquer um pode ter a liberdade de ter um filho biológico na m*rda, e que se f*da a qualidade de vida, e os direitos do filho?
Estou perguntando essas mesmas coisas repetidas vezes. Acho que a idéia da restrição do direito de ter filhos biológicos, apesar de lógica e justificável, cai em algo parecido com uma "perplexidade moral", e a partir daí a tendência é raciocionar a partir de algo parecido com um "pressuposto dominante", assumido sem nunca ser desafiado pela própria pessoa. Não é exatamente "pensar livremente".
O problema não é a esterelização em si, mas sim o fato de ser compulsório.Não haveria problema nenhum se fosse opcional para mãe.Se eu fosse um miserável e morasse com uma esposa num lixão, eu até acharia boa a idéia de o governo se oferecer uma esterilização grátis.Mas não acharia nada bom se obrigassem minha esposa a fazer algo que ela não quer.Ainda que convivendo numa situação de miséria , não acredito que sejam todos que na ausência de esterelização irá querer ter 20 filhos.Um miserável sem filhos é um possuidor de filhos EM POTENCIAL, não um possuidor real de filhos como no caso da pessoa miserável que adota filhos.Camisinhas são distribuídas gratuitamente em postos de saúde e assim até miseráveis tem condições de evitar gravidez indesejada se receber a instrução adequada e instrução essa que é DEVER DO ESTADO.Entretanto, mesmo uma pessoa miserável como um morador do lixão pode ser responsável e optar por não ter filhos e tomar as medidas adequadas para evitar a gravidez.Entretanto, não se pode dizer que esse morador do lixão SEMPRE estará em situação de miséria e nunca poderá ter condições de ter filhos, porque seria a mesma coisa que dizer que o Estado está conformado em ter uma sociedade sem ascenção social, ou seja que no exemplo do morador do lixão, ele e sua esposa NUNCA terá condições de ter filhos , mesmo que ambos arranjem emprego ou Estado amplie sua capacidade produtiva via políticas sociais.Veja que a medida da esterelização é irreversível, uma vez tomada esta ação não se pode voltar a atrás e é nada mais que uma admissão que o Estado está conformado com sua incompetência em relação a políticas sociais.Ainda assim, é notável que muitas mulheres pobres não tem responsabilidade nessa questão de possuir filhos, mas não é por isso que se vai violar o direito individual de cada uma e achar que TODAS que recusarem a esterelização são irresponsáveis nesse aspecto.Qunado na verdade, ela pode muito bem ser apenas uma pessoa que ainda sonha melhorar as condições de vida a ponto de UM DIA ter condições de criar um filho.
Uma medida equivalente a essa em termos de benefícios seria a legalização do aborto,que gerou resultados até em redução no nível de criminalidade nos EUA (segundo dados do economista Steven Levitt, apresentado no livro Freakonomics).Mas parece que a solução do aborto é rejeitado por conta de uma reles perplexidade moral.