Saudações, Vitor!
Sou o Viper. Estou usando no momento o nick Urtigão. Acho que vou adotá-lo em definitivo...
Arranjei um tempo para postar e por isso estou retomando o tópico (talvez essa discussão tenha que ser feita em "prestações")...
Fayman, a questão que tenho com o Viper é se a teoria espírita para explicar alguns fenômenos seria científica ou não. Viper acredita que não, pois não seria falseável. Então fiz uma analogia com a das super-cordas, que penso que pelo menos no momento também não seria falseável (pelo menos até 2007 ou 2010), mas que é considerada científica. Outro exemplo é a teoria dos memes, que essa nem data tem para ser falseável, mas que é considerada científica até por Susan Blackmore! Temos uma diferença entre teoria e prática, é o que quero mostrar pro Viper.
Vitor, como eu disse, para serem falseáveis, as previsões de uma dada teoria não têm que ser necessariamente testáveis NO MOMENTO. No caso das Supercordas, temos a previsão da existência das partículas supersimétricas, mas para falsear esta previsão é necessário produzir um certo nível de energia nas colisões realizadas nos aceleradores de partículas que até o momento não pôde ser alcançado. Talvez o seja em 2007 ou nos anos subseqüentes, mas de qualquer forma, há ao menos essa previsão que torna a teoria falseável. Lembrando também que Supercordas é algo que ainda está sendo construído e, portanto, pode ser que com o tempo apareçam outras previsões falseáveis (se é que já não existem). Contudo, não me extendo sobre isso, pois como eu disse, nada sei a respeito de Supercordas.
Com relação aos memes, como eu disse, não considero que constituam uma hipótese científica. Se Blackmore pensa o contrário, cabe a ela mostrar previsões falseáveis (e que não saibamos já de antemão serem verdadeiras) feitas pela memética.
E no que diz respeito ao espiritismo, como foi colocado, este não é falseável e, portanto, não é científico (estou utilizando, obviamente, a definição atual de Ciência, que adota a falseabilidade como elemento constituinte indispensável, mas não único, de uma teoria que se pretenda científica). Isso não quer dizer, contudo, que não se possa no futuro construir um modelo falseável que verse sobre espíritos, sobrevivência
post-mortem e temas correlatos.
3) Viper disse: ‘esses casos de lembranças de vidas passadas acompanhadas de marcas de nascença compatíveis com marcas do corpo da alegada encarnação pregressa do indivíduo são bastante raros, não?! Bom, de qualquer forma, seria interessante ver fotos comparativas com as marcas de nascença do alegador e do morto... ‘
Viper, são incomuns, mas não chegam a ser raros. Tais casos representam 35% de 2500 casos. Possuo artigos com fotos sim, é que para mim é difícil colocar fotos no geocities (se existe um meio simples, ainda não aprendi!) mas se quiser, envio para seu email! Basta me passá-lo!
Bom, não imaginava um percentual tão elevado. Esses 2500 casos aos quais você faz menção se referem a quê?! À totalidade de casos pesquisados por Stevenson ao longo de sua carreira, ou outra coisa?!
Quanto às fotos comparativas, pode enviá-las para o seguinte endereço, por obséquio:
abuscadaverdade at yahoo dot com dot br
(Coloquei o e-mail nesta forma para que os
bots do Google não peguem este endereço e comecem a
spammear a caixa de e-mail.)
4) Viper disse: ‘Mas a Lei de Conservação de Energia é falseável...basta achar um caso onde ela não se conserve que ela vai para o espaço. Tudo bem que a coisa, NA PRÁTICA, não é seguida exatamente dessa forma.’
Exatamente, Viper! Veja, quando os astrônomos e físicos viram que a órbita de Mercúrio não batia com as equações da Física Clássica, eles não jogaram a Física Clássica fora. E fizeram bem em não jogar, afinal, para que jogar fora algo que funciona tão bem? A discussão durou mais de cem anos sobre tal anomalia até que chegou a Física Relativística de Einstein e resolveu o problema! Mas veja que em mais de cem anos ela não foi pro espaço, e todos já sabiam que a física clássica havia sido ‘demonstrada falsa’. Simplesmente ‘ignoraram’ a anomalia e seguiram em frente (acredito que eu faria o mesmo...). Aliás, nem hoje jogaram fora, as equações continuam funcionando muito bem, simplesmente descobrimos seus limites.
De fato. Como eu disse, o princípio do falseamento não deve ser aplicado isoladamente, mas dentro do contexto exposto por Lakatos.
5) Viper disse: ‘Só vai fazer sentido falar na falseabilidade dos grávitons quando tivermos um modelo teórico para descrevê-los. ‘
Sim, mas veja como já ‘criamos entidades’ - no caso, ‘partículas’ – para tentar explicar fenômenos. Isso não é uma atitude científica? Se é, e acredito que seja, por que eu não posso trabalhar com uma entidade chamada ‘espírito’ para tentar explicar a consciência, por exemplo?
Não existe um modelo científico que descreva os hipotéticos grávitons. Por enquanto, estas entidades não passam de mera especulação. Eu, particularmente, não vejo problemas em se considerar a possibilidade de existir uma entidade chamada "espírito" que estaria hipoteticamente relacionada com a consciência. O caso é que não existe um modelo científico que descreva o que seja um espírito. Apenas isso. Note que o fato de uma hipótese não ser científica (ou AINDA não ser científica) não a torna falsa. Independentemente do fato de existirem espíritos ou não, o ponto é que não temos ainda nenhuma construção intelectual que descreva estas hipotéticas entidades de forma científica. Mas isso pode vir a ser feito no futuro.
É praticamente isso que o neuro-cientista Benjamim Libet faz em um de seus artigos, só que ele fala em um ‘campo mental’, e não necessariamente seria imortal.
Algo relacionado à consciência e que sobrevivesse à morte do corpo (espírito), de fato, não teria motivo algum para persistir perenemente ou para possuir qualquer uma das características que lhes são comumente atribuídas pelas diferentes crenças religiosas.
Aliás, "imortalidade" (persistência perene de uma dada entidade) é um conceito estranho. Talvez apenas o universo seja imortal. Seja qual for o destino deste (expansão eterna e a conseqüente dizimação de suas macro-estruturas constituintes, o que inviabilizará a existência de vida num futuro remoto (este é o cenário mais realístico dentro dos nossos conhecimentos atuais), ou então, um processo cíclico de expansões e contrações), não penso que qualquer entidade complexa (tal como um objeto relacionado à consciência) possa sobreviver indefinidamente no mesmo.
Devo conseguir esse artigo logo, logo. Aqui foi uma reportagem que saiu (desculpem a falta momentânea do original, mas quem não tem cão caça com gato):
“A MENTE NÃO ESTÁ NO CÉREBRO?
...nenhum dos pacientes que Libet e Feinstein testaram estava ciente de que sua mente inconsciente já o compelira a apertar o botão antes que tivesse decidido conscientemente fazer isso. De alguma forma, o cérebro dos pacientes criava a ilusão de que eles tinham controlado conscientemente a ação, mesmo que não o tivesse feito.
Recentemente, uma descoberta feita pelos neurofisiologistas Benjamin Libet e Bertram Feinstein, no Hospital Monte Sião de San Francisco causou tumulto na comunidade científica. Libet e Feinstein mediram o tempo que levava para um estímulo de toque sobre a pele de um paciente alcançar o cérebro como um sinal elétrico. Também foi pedido ao paciente para apertar um botão quando tomasse consciência de ser tocado.
Libet e Feinstein acharam que o cérebro registrou o estímulo em um milésimo de um segundo depois que ocorreu e o paciente pressionou o botão um décimo de segundo depois que o estímulo foi aplicado. Mas, notavelmente, o paciente não relatou estar sabendo conscientemente tanto do estímulo como da pressão do botão por quase meio segundo. Isto quis dizer que a decisão para responder foi feita pela mente inconsciente do paciente. A consciência do paciente para a ação era a mais lenta do páreo.
Ainda mais perturbador, nenhum dos pacientes que Libet e Feinstein testaram estava ciente de que sua mente inconsciente já o compelira a apertar o botão antes que tivesse decidido conscientemente fazer isso. De alguma forma, o cérebro dos pacientes criava a ilusão de que eles tinham controlado conscientemente a ação, mesmo que não o tivesse feito.
Isso fez com que alguns pesquisadores se perguntassem se o livre-arbítrio é uma ilusão. Estudos posteriores mostraram que 1,5 segundos antes de "decidirmos" mexer um de nossos músculos, como levantar um dedo, nosso cérebro já começou a gerar os sinais necessários para realizar o movimento. Outra vez, quem toma a decisão, a mente consciente ou a mente inconsciente?
Hunt melhora tais achados um pouco mais, ao descobrir que o campo energético humano responde ao estímulo sempre antes do cérebro. Ela tomou as leituras EMG - Eletromiogramas (atividade elétrica nos músculos) do campo energético e as leituras EEG - Eletrencefalogramas do cérebro simultaneamente e descobriu que, ao fazer um som alto ou piscar uma luz brilhante, o EMG do campo energético registra o estímulo antes mesmo que se mostre no EEG. O que isso quer dizer?
"Penso que superestimamos de longe o cérebro como o ingrediente ativo no relacionamento de um humano com o mundo", diz Hunt. "Ele é apenas um bom computador. Mas os aspectos da mente que têm haver com a criatividade, imaginação, espiritualidade e todas estas coisas, não as vejo no cérebro de jeito nenhum. A mente não está no cérebro. Está naquele maldito campo".
Se a mente não está no cérebro, mas no campo energético que permeia tanto o cérebro como o corpo físico, sugere que a nossa consciência, o pensamento, o sentimento encontra-se fora de nosso corpo físico.
O Universo Holográfico - Michael Talbot
Em primeiro lugar, que "campo energético" é esse ao qual se refere o autor?! Como ele foi detectado?!
Em segundo lugar, dizer que a mente não está no cérebro é algo que me parece muito bizarro. É contrariado de imediato por fatos como alterações de consciência e mesmo de personalidade provocadas por drogas e danos neurológicos. Alguns evocariam a analogia do computador (cérebro) rodando um software (mente). Mas isso não serve para nada, é apenas uma analogia. Analogias podem ser boas para clarear algum ponto, mas não para prová-lo.
Agora veja uma exposição bem diferente desta apresentada por Talbot, acerca das mesmas experiências, exposição esta feita pela Dra. Suzana Herculano-Houzel:
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/cerebro/cn46.htm
Essa "conclusão" de que a mente não está no cérebro, a partir dos experimentos feitos, me parece totalmente descabida.
PS: ainda não tive tempo de dar uma lida no seu sítio...