

Mas que ele escreve bem, isso eu não nego

Acauan escreveu:Let me think for a while escreveu:Acauan, confesso que meu julgamento é em cima de seus comentários gravados e de suas entrevistas. O suficiente para me divertir. Mas, como bem lembrado por Usuário deletado, deve-se separar as coisas.
Não custa lembrar que se tivessemos sido contemporâneos de alguns personagens hoje bastante badalados, com certeza os teríamos achado umas figurinhas muito esquisitas, como sem dúvida Olavo de Carvalho é.
Mas obra é outra coisa.
Usuário deletado escreveu:Eu também gosto do Olavo no que se refere aos seus comentários políticos.
Samael escreveu:Acauan escreveu:Let me think for a while escreveu:Acauan, confesso que meu julgamento é em cima de seus comentários gravados e de suas entrevistas. O suficiente para me divertir. Mas, como bem lembrado por Usuário deletado, deve-se separar as coisas.
Não custa lembrar que se tivessemos sido contemporâneos de alguns personagens hoje bastante badalados, com certeza os teríamos achado umas figurinhas muito esquisitas, como sem dúvida Olavo de Carvalho é.
Mas obra é outra coisa.
Eu não li nenhuma obra dele para poder julgar, mas o simples fato de qualquer curso de Filosofia simplesmente ignorar qualquer obra dele não me parece um bom sinal.
E não estou falando dos "teologias da libertação", "marxistas" e "pós-modernos" não, eu assisti algumas aulas de Filosofia no IFCS da UFRJ aqui no Rio, e mesmo entre os analíticos, nunca vi Olavo ser nem mesmo citado.
Samael escreveu:Eu não li nenhuma obra dele para poder julgar, mas o simples fato de qualquer curso de Filosofia simplesmente ignorar qualquer obra dele não me parece um bom sinal.
E não estou falando dos "teologias da libertação", "marxistas" e "pós-modernos" não, eu assisti algumas aulas de Filosofia no IFCS da UFRJ aqui no Rio, e mesmo entre os analíticos, nunca vi Olavo ser nem mesmo citado.
RicardoVitor escreveu:Samael escreveu:Acauan escreveu:Let me think for a while escreveu:Acauan, confesso que meu julgamento é em cima de seus comentários gravados e de suas entrevistas. O suficiente para me divertir. Mas, como bem lembrado por Usuário deletado, deve-se separar as coisas.
Não custa lembrar que se tivessemos sido contemporâneos de alguns personagens hoje bastante badalados, com certeza os teríamos achado umas figurinhas muito esquisitas, como sem dúvida Olavo de Carvalho é.
Mas obra é outra coisa.
Eu não li nenhuma obra dele para poder julgar, mas o simples fato de qualquer curso de Filosofia simplesmente ignorar qualquer obra dele não me parece um bom sinal.
E não estou falando dos "teologias da libertação", "marxistas" e "pós-modernos" não, eu assisti algumas aulas de Filosofia no IFCS da UFRJ aqui no Rio, e mesmo entre os analíticos, nunca vi Olavo ser nem mesmo citado.
Como se isso fosse alguma novidade... Num antro de pós-modernistas, onde qualquer coisa além de Wittgenstein ou Foucault é considerada "ultrapassada", seria um espanto algum ser ali citar algo que fuja da doutrina rotineira. Julgar um autor por seu grau de admiração em centros de culto é uma injustiça tremenda. Como você quer analisar uma obra sem ter lido a mesma, Orbe?
Eu não li nenhuma obra dele para poder julgar (...)
e mesmo entre os analíticos, nunca vi Olavo ser nem mesmo citado.
Acauan escreveu:Samael escreveu:Eu não li nenhuma obra dele para poder julgar, mas o simples fato de qualquer curso de Filosofia simplesmente ignorar qualquer obra dele não me parece um bom sinal.
E não estou falando dos "teologias da libertação", "marxistas" e "pós-modernos" não, eu assisti algumas aulas de Filosofia no IFCS da UFRJ aqui no Rio, e mesmo entre os analíticos, nunca vi Olavo ser nem mesmo citado.
Não vejo porque "Aristóteles em Nova Perspectiva" não deva ser estudado nos cursos universitários de filosofia com algum destaque, nem que seja para debater e discordar. A tese me parece das mais originais já propostas sobre a obra de Aristóteles por um autor brasileiro.
O problema do não reconhecimento do Olavo de Carvalho pela Academia é meio coisa do ovo e da galinha, não se sabe bem se a Universidade não lhe dá importância porque ele é um auto-didata que vive falando mal da instituição universitária brasileira e de seus membros, ou se ele fala mal porque a instituição e seus membros não lhe dão atenção.
Samael escreveu:Possivelmente. Nessa obra sobre Aristóteles ele tenta incorrer, de alguma forma, sobre aquele sistema de exposição meio "História das Idéias" (muito comum em autores como Isaiah Berlin, por exemplo) ?
Se for, pode ser por isso. Filósofos costumam odiar essa construção cronológica das idéias, muito comum aos historiadores.
Acauan escreveu:Samael escreveu:Possivelmente. Nessa obra sobre Aristóteles ele tenta incorrer, de alguma forma, sobre aquele sistema de exposição meio "História das Idéias" (muito comum em autores como Isaiah Berlin, por exemplo) ?
Se for, pode ser por isso. Filósofos costumam odiar essa construção cronológica das idéias, muito comum aos historiadores.
Olavo de Carvalho discorreu sobre a História das Idéias em "O Jardim das Aflições", que é uma obra irregular, genial em alguns momentos, um pé no saco em outros e extremamente duvidosa em alguns.
Mas o grande trabalho dele neste campo não está em livros, mas nas apostilas e palestras gravadas do curso "História Essencial da Filosofia", talvez a mais completa obra de autor brasileiro sobre o assunto, embora por vezes seja difícil de concluir se as opiniões negativas de Olavo de Carvalho sobre alguns filósofos, como Kant, não influenciam suas análises mais do que a isenção científica recomenda.
O grande mérito de "Aristóteles em Nova Perspectiva" é a Teoria dos Quatro Discursos, que se correta reformula completamente a visão tradicional que se tem da obra do filósofo grego.
Abmael escreveu:Acauan escreveu:Samael escreveu:Possivelmente. Nessa obra sobre Aristóteles ele tenta incorrer, de alguma forma, sobre aquele sistema de exposição meio "História das Idéias" (muito comum em autores como Isaiah Berlin, por exemplo) ?
Se for, pode ser por isso. Filósofos costumam odiar essa construção cronológica das idéias, muito comum aos historiadores.
Olavo de Carvalho discorreu sobre a História das Idéias em "O Jardim das Aflições", que é uma obra irregular, genial em alguns momentos, um pé no saco em outros e extremamente duvidosa em alguns.
Mas o grande trabalho dele neste campo não está em livros, mas nas apostilas e palestras gravadas do curso "História Essencial da Filosofia", talvez a mais completa obra de autor brasileiro sobre o assunto, embora por vezes seja difícil de concluir se as opiniões negativas de Olavo de Carvalho sobre alguns filósofos, como Kant, não influenciam suas análises mais do que a isenção científica recomenda.
O grande mérito de "Aristóteles em Nova Perspectiva" é a Teoria dos Quatro Discursos, que se correta reformula completamente a visão tradicional que se tem da obra do filósofo grego.
- Vi nessa sua resposta mais razões para duvidar do que para acreditar que seria sensato recomendar o sujeiro para ser lido em cursos de filosofia.
Abraços,
SickBoy escreveu:Abmael escreveu:Acauan escreveu:Samael escreveu:Possivelmente. Nessa obra sobre Aristóteles ele tenta incorrer, de alguma forma, sobre aquele sistema de exposição meio "História das Idéias" (muito comum em autores como Isaiah Berlin, por exemplo) ?
Se for, pode ser por isso. Filósofos costumam odiar essa construção cronológica das idéias, muito comum aos historiadores.
Olavo de Carvalho discorreu sobre a História das Idéias em "O Jardim das Aflições", que é uma obra irregular, genial em alguns momentos, um pé no saco em outros e extremamente duvidosa em alguns.
Mas o grande trabalho dele neste campo não está em livros, mas nas apostilas e palestras gravadas do curso "História Essencial da Filosofia", talvez a mais completa obra de autor brasileiro sobre o assunto, embora por vezes seja difícil de concluir se as opiniões negativas de Olavo de Carvalho sobre alguns filósofos, como Kant, não influenciam suas análises mais do que a isenção científica recomenda.
O grande mérito de "Aristóteles em Nova Perspectiva" é a Teoria dos Quatro Discursos, que se correta reformula completamente a visão tradicional que se tem da obra do filósofo grego.
- Vi nessa sua resposta mais razões para duvidar do que para acreditar que seria sensato recomendar o sujeiro para ser lido em cursos de filosofia.
Abraços,
eu nunca vi tantas ressalvas pra se falar bem de alguém.
SickBoy escreveu:errata: para se falar bem das obras de alguém
já que parece não ser evidente que se está se falando das obras e idéias da pessoa em questão, e não dela em si. (assim como ao se perguntar se se gosta de spilberg, almodóvar, bukowski, van gogh ou maurício de Souza, todos compreendem que se está referindo às obras, e não aos próprios, mas, fazer o quê. corrijo então o trecho para que não mais me interpretem por conveniência)
no mais, não li nada do referido autor, o que não me torna incapaz de perceber que as leituras que foram implicitadamente recomendadas possuem tantas ressalvas que qualquer um as veria com desconfiança.
Fenrir escreveu:O que um estudante de filosofia perderia se não lesse coisa alguma de Olavo de Carvalho?
E o que perderia se não lesse Platão, Kant ou Heidegger?
É melhor gastar tempo estudando as grandes obras do pensamento que ficar garimpando os lampejos de inspiração de Olavo em seus livros e apostilas.
Fenrir escreveu:O que um estudante de filosofia perderia se não lesse coisa alguma de Olavo de Carvalho?
E o que perderia se não lesse Platão, Kant ou Heidegger?
É melhor gastar tempo estudando as grandes obras do pensamento que ficar garimpando os lampejos de inspiração de Olavo em seus livros e apostilas.
Usuário deletado escreveu:Samael escreveu:Daí, obras introdutórias sérias ou mesmo obras gerais concisas que abarquem, historicamente, os pensadores e suas idéias costumam ser tão ou mais importantes para os alunos do que a "fonte estudada" em si.
O que você acha de Convite à Filosofia de Marilena Chauí?
Let me think for a while escreveu:Verdade. Convite à Filosofia reúne todos os atributos que um bom livro didático deve ter: textos chatos prá cacete, exercícios massantes e um potencial enorme para fazer o estudante odiar a disciplina estudada. Ainda bem que só fui ler Chauí depois de velho, já beirando os trinta. Aquele formato em forma de tópicos, quase verbetes, brocha qualquer um.
Samael escreveu:Let me think for a while escreveu:Verdade. Convite à Filosofia reúne todos os atributos que um bom livro didático deve ter: textos chatos prá cacete, exercícios massantes e um potencial enorme para fazer o estudante odiar a disciplina estudada. Ainda bem que só fui ler Chauí depois de velho, já beirando os trinta. Aquele formato em forma de tópicos, quase verbetes, brocha qualquer um.
Acho que "ser chato" é o problema menor da Chauí...