user f.k.a. Cabeção escreveu:zumbi filosófico escreveu: Realmente é cansativo. Fecundação e ovulação SÃO análogos (ambos podem ser vistos como "começos de processo", mas claro que você pode fazer pesar mais o processo que julgar, arbitrariamente, mais importante) e ambos são relacionados, essenciais, à reprodução humana. Nem de longe a ovulação é "desligada" da questão da reprodução humana e desenvolvimento.
Veja bem, voce novamente incorreu naquilo que eu tinha dito. O que me frustra nesse debate e que eu fico com a impressao de que voce nao le realmente o que esta sendo dito, algo que me faz lembrar o comportamento d’ « o pensador ».
Nas mensagens que voce cotou nos NAO estavamos discutindo a potencial analogia entre ovulacao e fecundacao, mas entre os criterios de atribuicao de dignidade em questao, ou seja, o presumido inicio das atividades cerebrais contra a fecundacao.
Realmente acabou ficando desconexo e sem sentido. Não li toda a citação, apenas parte do o final e como a maior disputa é sobre se a ovulação poderia ser análoga à fecundação como marco, e não que a atividade cerebral, já que é aceita como critério de "vida" durante todo o resto do tempo, assumi que fosse isso.
Vou retomar então o seu comentário inicial, embora ache que provavelmente estarei sendo repetitivo. Fecundação e início de atividade cerebral são análogos como "marcos", são eventos que ocorrem e que tendem a polarizar as pessoas quanto ao conceito de "humanidade" num sentido mais do que meramente biológico. A fecundação talvez possa ser considerada um marco claro, por ser um evento mais simples, mas não acho que apenas isso faz dela um marco melhor para a humanidade. Acho que é só um evento celular mais simples, mas isso não me diz nada quanto à humanidade.
Também não concordo com não se poder estabelecer um início melhor para a ativididade cerebral do que a própria fecundação. Não é como se não soubéssemos de nada que ocorre depois da fecundação. E se tudo que há após ela pode ser visto como nublado e "a mesma coisa" por relações causais interconectadas, também poderíamos nublar o processo reprodutivo todo, mesmo quando os gametas ainda estão separados. A única diferença é que estamos falando de reações que ocorrem em um espaço maior, em vez de mais localizado. Mesmo o zigoto ou o embrião têm espaço e sub-entidades isoladas que atuam/compõem o processo.
Mas a ovulacao nao e suficiente para podermos identificar um individuo, coisa que a fecundacao (e os processos imediatamente posteriores) permitem.
Se um indivíduo
é definido como um zigoto e não um óvulo, como acima de qualquer coisa, um zigoto e nunca um óvulo, então obviamente a ovulação não será suficiente para se poder identificar um indivíduo.
Qualquer individualidade particular, natural do óvulo simplesmente não será suficiente, pois não será individualidade do zigoto-humano, pelo fato natural de que ele não é um zigoto.
Ao mesmo tempo, vejo os níveis de individualidade presentes em ambas as células como muito próximos, distintos apenas em bioquímica e nada propriamente "humano".
O que esta sendo exatamente colocado e ate onde essa reducao da humanidade a um sinal especifico « de onda cerebral » e um criterio decente para determinacao de um individuo e com ele sua devida dignidade.
Ainda que nao seja essencial, e importante entrar no merito da insuficiencia da teoria neurologica atual para explicar ou mesmo medir o que e entendido por consciencia. Quanto mais reduzi-la a um padrao de sinal de ondas eletromagneticas. E ainda que fosse, humanidade nao se resume ao estado atual de consciencia, ja que pacientes em coma possuem apenas um estado potencial da mesma.
Na verdade, comatosos têm ondas cerebrais "normais". Mesmo que não fosse o caso, que fosse algo mais parecido com uma morte cerebral, e no entanto pudesse ser revertido, ainda seria diferente pela possibilidade de reversão; também é diferente, de qualquer forma, a possibilidade de restaurar algo já iniciado e a possibilidade de um futuro início absoluto, assim como são diferentes para você a fecundação tendo ocorrido de fato do potencial de ocorrer.
Ainda que essa coisa toda de "ondas cerebrais" e a tecnologia toda de se observar o cérebro fosse algo mais prmitivo de não confiável do que realmente é, ainda acho que o ideal seria procurar algum outro marco parecido, relacionado à mente e cérebro, em vez de se declarar humanidade apenas por causa de diploidia proveniente de coito. Preferencialmente com uma margem anterior, mas não tanto a ponto de se "suspeitar" que já pudesse haver atividade cerebral desde o zigoto, por exemplo.
E pessoas que por motivos apresentassem padroes diferentes de ondas cerebrais, seja devido a doencas, acidentes ou por razoes outras ?
Padrões diferentes de ondas podem existir e ter diversas causas e significados, e certamente, todos podem ser considerados humanos, mas a ausência de ondas (ou de cérebro de forma geral) é outra coisa.
Se puder haver algo como consciência mesmo num padrão de EEG que seja igual ao de morte cerebral, provavelmente teria que se rever todo esse conceito de morte cerebral e início da vida. Não é algo que se julga ser possível no caso do cérebro, mas talvez seja necessário algum tipo hipotético de
hardware alternativo para a consciência. O que se deveria fazer é entender esse novo hardware e estabelecer seus critérios específicos de "vida".
Alem do mais, o texto se permite a arbitrariedades tais como “producao em massa”, coisa que nao da para ser interpretada como algo diferente de um subterfugio vago o suficiente para se escolher arbitrariamente.
Como se poderia frasear alternativamente a mesma coisa, sem soar como um tipo de conspiração neurocientífica-abortista?
O sistema nervoso e a consciencia sao processos que se desenvolvem durante toda a vida, desde os primeiros estagios rudimentares de comunicacao celular basica, passando pelas descobertas da infancia e adolescencia e indo ate o termino de um Tratado Filosofico ou de uma teoria cientifica merecedora de um premio Nobel.
Nenhuma dessas etapas marca a humanidade de forma mais clara que a outra, e todas fazem parte de um processo so. E claro que nem todo mundo vai ganhar um Nobel, e alguns nao chegarao ate a descobertas da infancia. Isso nao lhes diminui a dignidade como seres humanos.
O sistema nervoso e a consciência são processos cujo desenvolvimento depende de toda a vida, desde a ovulação, fecundação (exceto em eventuais casos de partenogênese viável), comuniação celular simples e estágios maiores de organização decorrente dela. Mas até um determinado estágio não se tem mais consciência ou mesmo sistema nervoso do se tem na pele ou mesmo em plantas.
Estabelecer portanto que a « producao em massa » de neuronios iniciada a partir da N-esima semana como marco da humanidade e apenas uma forma camuflada de dizer « Quero ter o direito de abortar fetos com menos de N semanas e vou arranjar qualquer desculpa esfarrapada para tornar isso um ato moralmente aceitavel ».
Ou, poderia dizer, negligenciar os conhecimentos neurológicos como se fossem um monte de abobrinhas é só uma forma camuflada de dizer "eu não quero que as pessoas tenham o direito de abortar de forma alguma, porque acho que tem que assumir a responsabilidade por terem feito sexo, e vou manter isso mesmo que a mesma lógica mantivesse o direito de proteção à vida de óvulos ou de pessoas decapitadas cujo corpo pudesse se manter vivo".
O meu criterio e simples na medida que atribui a humanidade ao individuo, e que o individuo da semana N-1 e o mesmo da semana N, apenas uma semana mais velho.
Nao vejo que mal maior se possa causa em estabelecer o vinculo automatico da dignidade ao caractere individual e vivo, coisa que esta presente tanto no Homem adulto, quanto no bebe e no embriao de quantas semanas forem.
(essa e a deixa para o seu algoritmo de ausencia de resposta dizer « e o ovulo tambem ! », ignorando tudo que ja foi discutido acerca de processos e estagios e passando por cima de todos os problemas serios colocados com relacao a sua metodologia e a forma como ela e convenientemente escolhida, afim de « tornar etico » a um objetivo decidido a priori, como se etica funcionasse assim.)
A comparação com o óvulo, se dá tanto por ele
ter individualidade - apenas arbitrariamente insuficiente para ser considerada digna - quanto pelo poder de ilustração do mal que uma coisa parecida (a dignidade humana desde o zigoto). Desde a simples restrição de liberdades individuais a favor da vida de célula(s) sem cérebro, até implicações para a vida indesejada resultante disso, implicações sociais e etc.
Se considera isso uma "ausência de resposta", eu não sei bem o que fazer, realmente fico então sem resposta.
Não nego que possam haver problemas em qualquer metodologia, mas não vejo problemas reais nesse caso, apenas essa tentativa de alguma forma desqualificar e imoralizar as técnicas que se tem para se saber se há ou não um padrão de "vida cerebral".
O que não é diferente, novamente, do problema do óvulo e do zigoto. Pode se hipotetizar que se descobriria que a atividade cerebral precede o tempo que se imagina que ela tenha início, que de alguma forma o cérebro funciona de outra maneira e não requer o estágio de desenvolvimento que por acaso, ou por qualquer razão é atingido mais tarde; e também poderia se hipotetizar que o óvulo na verdade já detém muito mais individualidade e que a contribuição do espermatozóide é negligenciável; que ele talvez fosse escolhido (isso é até em parte fato) e manipulado pelo óvulo, por exemplo.
Eu continuaria achando, de qualquer forma, que ainda seria muito estranho dar dignidade à uma célula apenas por se julgar que tem um critério qualquer de "individualidade humana", e que apenas a possibilidade de atividade mental independente da atividade cerebral conhecida seria algo digno de preocupação ética, muito embora não haja motivos para se levar essa possibilidade muito a sério, pelo que se conhece dos cérebros.
zumbi filosófico escreveu:Absolutamente todos seres humanos foram gerados de óvulos humanos.
O que o torna uma condicao necessaria, mas absolutamente insuficiente para a existencia de um individuo humano. Dizer que de ovulos sairam seres humanos e uma aproximacao bastante pretenciosa, e infantil, que negligencia uma serie de eventos.
Tautologia de novo. Poderia se dizer que o desenvolvimento embrionário é necessário, mas insuficiente para a existência de um indivíduo humano, uma vez que pode ser abortado e aí não teríamos um indivíduo humano, que por outro critério, só se forma mais tarde.
Como disse o Acauan, nada alem da sua matematica bizarra de Ovulo+Espermatozoide = Zigoto ; onde o Espermatozoide e negligenciavel porque tem uma massa muito menor, logo Ovulo = Zigoto, o que torna um misterio insondavel o fato de que todas as mulheres « ovuladas » mas nao fecundadas nao terem filhos.
(Não se sabe (ainda que seja de qualquer forma o que se julgue mais provável) se são todas; a resposta mais garantida seria que todas as mulheres cujos óvulos não se tornam diplóides e se instalam no útero, não têm filhos).
Não é de qualquer forma a mera diferença de massa que me faz julgar o espermatozóide insnignificante.
Julgo
tanto o óvulo como o espermatozóide insignificantes, na verdade, acho que a analogia do óvulo-humano deve ter causado alguma confusão.
O objetivo era justamente expor que estamos falando de umas porcarias de células, e não que o óvulo que é realmente a "melhor", que já é como uma pessoa/zigoto, e o espermatozóide é apenas complementar.
Zigoto, óvulo, espermatozóide, são todos a "mesma" coisa, apesar de suas inegáveis diferenças. Não considero que a "humanidade" esteja nas diferenças existentes entre eles.
Acho que as diferenças bioquímicas incontestáveis entre essas células insignificantes sob esse aspecto, que a humanidade é muito mais que isso.
A acao de terceiros pode marcar isso muito bem no sentido legal, afinal, nos poderiamos realmente continuar a discussao futil ate chegar a conclusao que o individuo existe nos seus pais, que existem nos seus avos, que existem nos seus bisavos, e dai concluir que nao existe individuo, mas um so processo coletivo no universo, e portanto nao faz sentido falar de direitos individuais.
Se isso fosse a conclusão decorrente do que se mantém como critério de humanidade, não haveria problema algum nisso, exceto em praticidade, mas acredito que a humanidade se sobrepõe em importância ao pragmatismo.
Não se enfrenta esse problema ou algo parecido, se a "humanidade" é definida como tendo início (ou qualquer que seja a forma preferida de frasear a justificativa para proteção desde o zigoto) na fecundação.
Se por outro lado, tudo que há no zigoto proveniente de fecundação está presente num zigoto decorrente de partenogênese, a conclusão seria necessariamente que temos humanos também nesses casos, indepententemente da ação de terceiros.
A dignidade humana não pode ser uma mera questão de conveniência ou inconveniência, e também não de circunstâncias de origem. Se podemos considerar zigotos originados por partenogênese como "não-humanos" apenas por não terem se originado pela ação de terceiros, podemos simplesmente escolher o motivo que quisermos para o zigoto ou qualquer coisa não ser "humana"; poderia, por exemplo, ser a falta de
intenção de terceiros na sua origem. Não vejo porque o acidente da partenogênese deva ser fundamentalmente diferente de acidente relacionado à falha de contraceptivos ou por deixar se levar irresponsavelmente pela libido. O produto é o mesmo.
Ou entao nos podemos partir do principio de que o pai e a mae sao individuos diferentes, e que portanto o espermatozoide do pai e o ovulo da mae sao coisas diferentes, ate o momento em que devido a uma acao consciente desses dois individuos (pai e mae), ovulo e espermatozoide se tornam uma coisa so, e um individuo diferente daquilo que eram antes por conseguinte. A esse individuo nos chamamos embriao, e esse embriao se desenvolve ate se tornar o bebe humano que os pais chamarao de filho. Ou seja, a existencia do terceiro individuo so pode ser rastreada ate a acao que o gerou, e podemos entao atribuir o inicio da sua existencia, algo que nao podemos fazer na espermatogenese ou na ovulacao sem perdermos o conceito filosofico basico de identidade. Como o terceiro individuo foi gerado numa acao para a qual existem responsaveis, podemos delegar responsaveis pela vida daquele individuo, pelo menos ate o momento onde ele podera ser responsavel de si proprio.
Eu não vejo na origem da "humanidade" pela ovulação (ou espermatogênese) algo que comprometesse o "conceito filosófico básico de identidade". Todos gametas poderiam ser considerados indivíduos, e isso não seria "filosoficamente problemático", apenas teríamos como fatos naturais que muitos indivíduos morrem na fecundação, e talvez que a vida dos indivíduos humanos não têm valor antes que dois indivíduos tenham se fundido para combinar seus genomas, se mantivéssemos as mesmas práticas/valores "pró-vida".
O primeiro raciocinio e o seu, o segundo e o meu. O principio do qual eu parto e o de que existem individuos portadores de dignidade e eles sao responsaveis por suas acoes e as implicacoes das mesmas nos demais individuos portadores de dignidade.
Qual e o seu ? Ate agora, o unico principio que voce parece seguir e o de « defina como etico qualquer coisa que voce julgue necessaria, nao importando as implicacoes ».
O primeiro raciocínio não é meu.
Eu parto do mesmo princípio de que há indivíduos portadores de dignidade e são responsáveis por suas ações e pelas conseqüências nos demais indivíduos portadores dessa dignidade, só discordo que seres unicelulares ou sem cérebros funcionais devam ser dotados dessa dignidade.
Penso também que quando se dota de dignidade demais coisas como células ou corpos sem cérebros se compromete a dignidade de seres com cérebro, meio como seria se déssemos demasiada dignidade à árvores ou aos infames óvulos.
zumbi filosófico escreveu:Supondo que zigotos sejam gente, imagino que fosse defensável a responsabilidade legal dos pais em fazer o possível para salvar a vida do filho. Enquanto a decisão de *não* doar um rim para salvar a vida de um filho talvez fosse até legalmente defensável, por ter risco, ser uma cirurgia, e etc, uma ejaculação é uma coisa tão banal, mais insignificante que uma transfusão de sangue, que imagino que ficaria difícil defender a posição de pais que optassem por não fazer isso para salvar o filho.
No entanto, a base moral para o comprometimento dos pais para com relacao aos filhos e o conteudo de responsabilidade pessoal assumido ao trazer aquela crianca a vida. E nesse caso, nenhuma responsabilidade pode ser atribuida a uma mulher que simplesmente ovulou.
Certas coisas sao tao obvias e ao mesmo tempo tao necessarias de ser ditas.
O óbvio não é tão óbvio assim. Para mim, como disse anteriormente, o óbvio é que pessoas só são pessoas mesmo com cérebros funcionando, e células, órgãos, ou conjuntos de órgãos e tecidos vivos, mas sem cérebro funcionando não são, ou ainda não são.
Se uma célula é passível de ser considerada "humana", não é nem um pouco óbvio que "outra", que na verdade é a mesma, não pudesse ser, apenas porque um pênis não adentrou e ejaculou numa vagina sem algo que contivesse o esperma ou matasse os espermatozóides.
Isso para mim é tão maluco como uma pessoa só ser considerada uma pessoa depois que o rei lhe desse o "bicoito sagrado" para que ele comesse, e antes disso a mesma pessoa pudesse ser muito provavelmente apedrejada até a morte, já que não era alguém, não era gente. Possivelmente os cidadãos desse reinado talvez achassem isso "óbvio", para mim não é. Ou, para algo menos unilateral, que envolvesse algo mais parecido com sexo, se o rei e a rainha lhe dessem o biscoito, concedendo assim a dignidade. (sendo um biscoito literal, não aquele do "molhar o biscoito"; a similaridade com sexo aqui é apenas em ser uma ação de duas pessoas).
zumbi filosófico escreveu:Eu entendo perfeitamente a posição pró-vida; da fecundação em diante se teria para praticamente todos os fins, uma pessoa, e logo não se poderia fazer nada contra ela, como não se pode fazer contra pessoas de modo geral.
Eu nao faco parte de nenhum movimento que tenha adotado o slogan “pro-vida”, nem mesmo endosso as ideias que definiram slogans como « pro-vida » ou « pro-escolha » e que por algum motivo tornaram « vida » e « escolha » conceitos antagonicas.
Se voce estiver se referindo a minha posicao, creio que seja mais adequado referir-se a ela como « anti-abortista », algo que ela evidentemente e, assim como eu me refiro a voces como « abortistas », algo que voces evidentemente sao.
Não, na verdade eu não sou a favor do aborto, não sou "abortista", até acharia muito bom que ocorressem tanto menos quanto fosse possível (falo dos induzidos, uma eventual diminuição dos espontâneos tem menor importância, ainda que também fosse bom, acho), tal como acho que transplantes o cirurgias plásticas não são exatamente coisas a serem comemoradas e cujos números devessem aumentar.
Não acho que ninguém seja "abortista", da mesma forma que não há "transplantistas" ou "cirurgia-plastistas", ainda que talvez aquela mulher brasileira que diz ter reconstituído o hímem e parece ter feito tantas cirurgias plásticas que já deve ser 40% não-biodegradável talvez fosse encaixável no último grupo.
Eu não acho "pró-vida" e "pró-escolha" a melhor escolha de termos do mundo, bem como "esquerda" e "direita", mas é sem dúvida bem melhor que "abortista" e "anti-abortista" por ambos serem cunhados em cima de uma coisa que não existe ("abortistas"), e mesmo os opositores também não existirem literalmente (não se opõem ao aborto espontâneo, que são os mais numerosos).
Termos mais adequados seriam talvez "pessoas a favor da descriminalização do aborto" e "pessoas contrárias à descriminalização do aborto", mas acaba sendo mais rápido "pró-vida" e "pró-escolha" por serem mais breves e não serem pejorativos; a possível implicação de que os pró-vida seriam "anti-escolha" e os pró-escolha seriam "anti-vida" me parece bem pouco importante, não lembro de ter visto por aqui gente tentando fazer esse tipo de argumentação.
zumbi filosófico escreveu:Analogias do zigoto e outros estágios com o óvulo partem de um princípio onde as premissas sobre o que é "humano" e o que não é ou são "neutras" ou assumem, para fins de comparação, que o óvulo poderia ser considerado humano por alguns dos critérios usados para defender a humanidade do zigoto, obviamente falhando se os critérios pró-zigoto são tão tautológicos quanto puderem ser, não importando o quão irrelevantes sejam as diferenças bioquímicas ou de outro tipo para um conceito razoável de humanidade; elas obviamente não servem para nada se você tenta entendê-las com a premissa de que a partir da fecundação se tem gente, e antes disso, não havia nada significante.
Novamente, poderia caso abrissemos mao do conceito de identidade individual e a fortiori da propria nocao de individuo.
Não, a idéia de que um óvulo individual é um indivíduo não obriga a se abrir mão do seu conceito de identidade individual, apenas a aceitar que ela existe antes da fecundação; se acha que seria injusto não estender o conceito aos zigotos, que não é a alta mortandade natural ou menor volume celular que os tornaria menos humanos, simplesmente seria um fato da natureza que a maioria dos indivíduos morre muito cedo, o que não é muito diferente da realidade, se considera os zigotos já como gente.
zumbi filosófico escreveu:Essa é sua classificação. Os eventos que temos são um contínuo; uma célula se matura no ovário, milhões de outras células vão até ela, uma delas entra na primeira célula, que então irá eventualmente se dividir, mais do que comumente se dividiria se não tivesse sido fecundada por outra célula, e tem 50-80% de chance natural de se diferenciar e atingir o grau de organização daquilo que consensualmente chamamos de seres humanos.
Esse é o processo que gera humanos. Ele pode ser subdividido em diversos subprocessos, como você fez. Não acho que seja apenas pela possibilidade de divisão, ou possibilidade de se defender a indivisibilidade, ou contingência/hierarquia de processos, que se define satisfatoriamente o que são "humanos".
Também não vejo importância "em ações de terceiros", não mais do que qualquer outro evento bioquímico que consideremos humanamente irrelevante, mas seja necessariamente incidental ao processo.
Você possivelmente também não vê, imagino que no caso de se descobrir que há casos de partenogênese humana viável, ainda seria contra o aborto nesses casos, mesmo não tendo a "ação de terceiros" desengatado a geração de um novo ser humano.
Esse paragrafo parece uma copia dos que ja foram respondidos mais acima.
De qualquer forma, voce esta correto, dentro do ponto de vista filosofico que admite o Universo como um so processo e aniquila portanto conceitos como existencia individual. Isso pode ser interessante para elucubracoes metafisicas pos-modernas, mas nao interessa do ponto de vista etico e pratico.
É mais ou menos esse o ponto que eu tentei fazer quanto a sua recusa em aceitar a possibilidade de divisão do processo de desenvolvimento em estágios diferentes. Você diz que "são todos um só", que a conexão causal entre todos eles fazem com que não haja pontos mais importantes que outros e etc. (Essa coisa de "todos são um só" não só soa pós-modernista como new age e comunista ao mesmo tempo)
Você acha que pode se dividir o processo claramente no evento da fecundação, eu admito isso, mas também admito que é possível dividir ainda mais, de forma que considero muito mais racional e menos nociva; e também admito que que na verdade, nenhuma dessas divisões é algo meio "elementar"/"natural", que a realidade mesmo é de certa forma uma coisa toda "misturada", não existem inícios e fins absolutos, talvez em algumas coisas físicas, mas talvez nem no big-bang. Mas essas divisões podem ser feitas, podemos ter conceitos úteis e suficientemente reais como, de indivíduo, ou de estágios de desenvolvimento, e dizer coisas como que, a atividade cerebral acabou ou ainda não começou.
Desse ponto de vista nos temos individuos humanos dotados de dignidade e que podem ter sua existencia individual rastreada somente ate a fecundacao, caso o principio de identidade se conserve e tenhamos que o ovulo e o espermatozoide que deram origem a fecundacao sao coisas completamente diferentes do embriao gerado.
Mas voce pode ficar nessa, ou pode ir alem e dizer tambem que nos somos em parte o hamburger que comemos ontem, entao aquele hamburger devia ter um pouco da dignidade que temos hoje, mas para mim isso e uma besteira que nao precisa ser respondida.
Tem sorte de estar na sua posição. Eu acho que a noção de humanos sem cérebro ativo ou até unicelulares, é mais ou menos parecida com isso, mas para meu azar há quem defenda isso, e não são poucos. Acaba se tornando importante discutir isso, porque tem repercussões legais e sociais.
zumbi filosófico escreveu:Bem, eu acho que enquanto não se tem cérebros modificados em jogo, podemos fazer "criaturas" diversas. Apoio e torço muito para as técnicas de clonagem para utilização de células estaminais de embriões-clones, que serão mais eficientes que de células estaminais de outros embriões por minimizar muito a chance de rejeição. Talvez até órgãos para transplante possam ser feitos assim.
Eu tambem nunca levantei uma palavra contra o desenvolvimento de porcos como banco de figados ou de coracoes.
Quando eu disse da criacao de criaturas hibridas e obvio que eu me referia aquelas capazes de desenvolver e compreender, ainda que potencial ou fracamente, a racionalidade e moralidade.
Mas nao seria o seu estagio presente de compreensao que determinaria isso, mas o seu potencial como individuos.
Eu não me referia a porcos, mas a clones "humanos", principalmente em estágio embrionário/"células tronco", em substituição aos embriões criados para isso (como permite a lei nos EUA) ou doados por pais que produziram para fertilização, e sobraram alguns (o que é permitido no Brasil). Para órgãos, teriam que ser clones com acefalia ou anencefalia induzida.
zumbi filosófico escreveu:Acho que isso de que "animais não tem dignidade alguma" é opinião, ainda que bem comum. A própria idéia de que é "bom" não lhes proporcionar sofrimento inútil praticamente não faz sentido sem uma analogia com o sofrimento humano, e como não devemos causar sofrimento humano desnecessário. Não é, embora talvez alguns possam comparar, análogo a não destruir um monte de pedras ou plantas, mesmo que inúteis, simplesmente porque não é necessário destruí-las. É análogo ao sofrimento humano.
Uma experiencia mental interessante, mas que eu nao estou com tempo de elabora-la decentemente aqui e a seguinte :
Imagine um mundo onde o PETA e ALF venceram : patos e galinhas, ras e crocodilos, todos tem a mesma dignidade e direitos dos seres humanos, e portanto pos-se um fim a exploracao cruel daqueles por estes.
Agora animais sao totalmente livres. Mas a liberdade, para existir, precisa compreender em si uma nocao de limites, quando ela passa a interferir na liberdade alheia, como John Locke bem observou.
Ora, os animais cruzam e defecam onde quiserem, nao respeitam o espaco dos outros e inclusive atacam e matam uns aos outros. Se fosse exigido que esses animais respeitassem uns aos outros, caso contrario sofreriram restricoes legais cabiveis aos que infringem a lei, todos parariam na cadeia, ou seja, todos os animais perderiam a liberdade.
A conclusao e a de que animais nao podem portar dignidade humana uma vez que nao sao capazes de compreender o seu significado. Nos podemos respeita-los, mas nao como individuos humanos, ou parcialmente humanos. A categoria de seres humanos separa-se da categoria de animais tambem nisso, e se um dia algo nao-humano adiquirir essa capacidade diferencial, ele tambem portara dignidade equivalente a humana.
Eu não acho que animais devessem ser exatamente como humanos, mas não exatamente por não serem capazes de compreender o significado de certo e errado e etc. Bebês e crianças não são, ao menos não muitas vezes, e é possível que algumas pessoas já adultas também não. Diversos desses humanos também podem até defecar em qualquer lugar se não estiverem usando fraldas e até atacar como animais.
Talvez alguns animais devessem ser vistos de forma mais ou menos parecida (e não o vice-versa - não que você esteja sugerindo isso). Não tenho uma posição bem definida a esse respeito, de qualquer modo.
zumbi filosófico escreveu:Ainda que a estranheza da importância de um instante especificamente, desapareça, se é usado um instante crucial no fim da parte consensual da humanidade, não era a instantaneidade o ponto, ela apenas enfatiza a esquisitice da diferença de importância em algo que difere do óvulo em uns pentelhogramas de moléculas.
Alguns virus de HIV diferem de voce em pentelhogramas, e mesmo assim acho que voce ainda considera bem diferente estar infectado por eles ou nao.
Cara, voce esta se escorando sempre em criterios errados para basear suas analises. As coisas nao sao diferentes somente se parecerem diferentes de um determinado ponto de vista escolhido. E isso tambem e obvio.
Eu ainda não vejo uma falha essencial nisso que eu disse. Embora eu definitivamente veja que há uma diferença muito importante em ter ou não HIV, de qualquer forma, eu seria humano. Da mesma forma, a fecundação é para mim uma modificação menor, que não altera as coisas em um sentido "humano", ainda que biologicamente seja mesmo muito importante, que não seja nem de longe desprezível, e mesmo que a "humanidade" realmente dependa disso, ao menos como a conhecemos. A humanidade também depende da ovulação e até de um evento cujo nome nem me lembro, que precede a ovulação, onde os cromossomos da mãe ficam presos de uma forma que já determina qual será o genoma haplóide do óvulo maduro.
Para mim são só um monte de eventos celulares, necessários para a vida de todos indivíduos, mas não os acho mais importantes do que a síntese de queratina (que imagino que também deve ser essencial a todos indivíduos). Não são o que justificam considerar-se uma célula ou algo mais já como um ser humano.
zumbi filosófico escreveu:Imagine que alguém defendesse que a vida não começa na fecundação, mas, digamos, depois da quinta divisão celular, depois de ter sido sintetizada em uma pequena quantidade alguma proteína qualquer.
Sei que para você uma proteína qualquer não tem a importância toda, que é o contexto no qual ocorre a fecundação, apenas não consigo ver importância nesse contexto tal como você provavelmente não conseguiria ver importância em qualquer motivo que alguém concebesse para a síntese de uma proteína em particular que só começasse na quinta divisão celular.
Eu poderia responder a essa pessoa que ela pode chamar de vida o que ela quiser, mas o individuo e o mesmo.
Eu odeio voltar ao óvulo, mas acho que o óvulo é o mesmo, antes e depois da fecundação, mesmo que ela potencialmente salve a vida dele, a altere crucialmente.
Aí a coisa passa a ser que não é a individualidade que importa, mas a "humanidade", não presente para você no óvulo, e não presente para esse fulano hipotético até a síntese de uma proteína X. Que talvez fosse, sei lá, um evento aleatório que fosse mais importante para a determinação das características individuais posteriores que o genoma produtoa da fecundação.
...e como você talvez dissesse que ainda é o mesmo indivíduo, mesmo depois de mudanças cruciais, e que ainda assim o óvulo não era, eu também simplesmente manteria que o tempo todo estariam falando de células com ADN humano e ainda não de gente propriamente dita.
zumbi filosófico escreveu:[sobre o óvulo ter um pai]
Relacionamentos, namoro, casamento. Casais falam dos "seus filhos" antes de tê-los de fato. Se Fulano é casado com a Beltrana, querem ter filhos, é presumido que ele seria o pai dos filhos dela.
Voce esta querendo que eu leve isso a serio como argumento?
Sinceramente, eu não vejo nisso nada que fundamentalmente devesse ser levado menos a sério do que a idéia de humanos unicelulares ou sem cérebro.
zumbi filosófico escreveu:Não sei porque esse tipo de paternidade seria menos importante para a "humanidade" que a paternidade "efetivada" com a fecundação.
Talvez porque nenhuma mulher fique gravida so de bater um papo sobre o que ela espera do futuro de seus eventuais filhos. Apenas talvez...
Eu não sugeria que isso de fato levasse à gravidez.
O ponto é que foi argumentado, ou ao menos assim entendi, que "ter um pai", seria um dos critérios para humanidade, ou para se merecer dignidade humana, ou ao menos isso foi colocado no saco de coisas em comum entre zigoto e pessoas consensuais com uma razão que me escapa agora, e teria a ver com as pessoas poderem menstruar mas não abortar, qualquer que fosse o "rationale" exato.
Se a "paternidade", dentre outras, é algo que
confere a algo a dignidade humana, então essa paternidade implícita em um relacionamento também já seria bem concebível que desse algum grau de dignidade. Óvulos de mulheres em relacionamentos estáveis seriam gente mesmo, porque teriam pais, e óvulos de mulheres solteiras seriam como uma casta cuja vida não se valoriza.
Se não é assim, se é apenas o tipo/grau de partenidade efetivada do zigoto, então a relação é oposta; não é a paternidade que dá importância ao zigoto, mas ela é declarada como importante porque o zigoto, que se considera importante, a tem, e nos termos que apenas do zigoto em diante tem.
zumbi filosófico escreveu:Ainda que de qualquer forma, eu também não veja importância, senão bioquímica e incidental, para a paternidade na "humanidade".
Talvez porque nao se conhecam muitos humanos sem pais (do sexo masculino). Talvez Jesus, mas o pai dele era Deus, e ele nao era exatamente um humano comum.
Mas de novo, apenas talvez...
Também acho que não há humanos sem queratina. Não sei realmente, mas acho que bem possivelmente o desenvolvimento humano deve ser inviabilizado se não houver a síntese de queratina.
zumbi filosófico escreveu:Apenas me parece que se a paternidade genética de um pai que pode até morrer antes do filho nascer, ou simplesmente abandonar a ambos, seria mais importante do que a paternidade "social" e biológica implícita num relacionamento estável.
Logo, pais geneticos devem ser isentados das responsabilidades legais para com seus filhos legitimos e maridos cornos e que devem pagar o pato. Nao sei porque, mas a sua logica nao me parece consistente...
Eu não entendi bem a conexão do seu desmembramento lógico a partir do que eu disse. Só acho que se o cumprimento de obrigações legais com pensão tiver a ver com critérios para humanidade, coitados dos filhos dos Ricardões...
... o meu ponto todo era que a paternidade genética é necessária, mas não considero suficiente, para a humanidade (como a já mencionada queratina ou a velha conhecida ovulação).
E é necessária apenas de forma mais ou menos parecida que a queratina é; não é como se tivesse a ver com julgamentos sobre se alguém é humano ou não, tendo que ser apenas depois de se comprovar geneticamente quem é o pai ou mesmo, no mínimo que não é um partenoto.
zumbi filosófico escreveu:Mas ao mesmo tempo, se achamos que as pessoas são humanas mesmo que não tenham tido um pai que tenha contribuido com mais do que um espermatozíde, seja por ter sido filho uma doação de esperma anônima, ou seja por terem sido abandonadas completamente pelos pais que realizaram a cópula, ou mesmo que sejam filhas de estupradores até, fica claro que não há de fato importância alguma nesses fatores "sociais" paternidade na definição da humanidade.
O fato dele ter contribuido com apenas um espermatozoide pode ser devido a diversos motives: ele pode nunca ter vindo a descobrir os efeitos de sua acao, ele pode ter morrido ou ele pode ter abandonado. Nada disso o exime da responsabilidade moral pelo ato cometido, e pela vida ali gerada. Se essa responsabilidade podera ser cobrada, e um outro problema.
De repente isso virou sobre responsabilidade legal em casos de gravidez, e não mais sobre o que é ou não "humano"...
Não disse que pais não devem ter responsabilidade, ainda que considere as coisas devessem ser um pouco diferentes de como são agora.
zumbi filosófico escreveu:Não sei se existe qualquer coisa 100% livre de ideologia
Coisas sao o que sao, e isso nao depende de ideologia.
Melhor dizendo então, não sei se podemos ter uma visão pura do que são as coisas, 100% ideology free. Seriam descrições meramente "científicas" das coisas, no máximo, não teriam importância moral implícita nem nada.
zumbi filosófico escreveu:que traz resultados prejudiciais à vida que considero realmente importante, humana.
E que ate agora voce nao disse em quais principios se baseia para considerar tal vida humana, exceto um criterio besta escolhido a dedo para satisfazer uma ideologia abortista.
Bem, primeiramente, não sou "abortista". O critério para o que é "humano" é provavelmente o mesmo do que você considera "humano" depois da 23ª semana de gestação, a menos que considere pessoas cerebralmente mortas ou sem cabeça como "humanos".
Enquanto eu assumo partir da concepcao de basica de individuo humano e da sua dignidade propria para estabelecer meus raciocinios, voce escolhe um numero de semanas que se caracteriza em geral por um determinado comportamento observado como um criterio maximo de etica na decisao de matar ou nao matar.
Parte da *sua* "concepção básica de indivíduo", que não te impede de julgar que é permissível matar coisas bem parecidas (ainda que as considere muito diferentes, por definição), porque simplesmente não são indivíduos, ou não o suficiente.
Eu parto da idéia que me parece bem razoável de que o cérebro, a mente, é algo fundamentalmente importante que nos separa de vida simplesmente biológica ou individual-diplóide-biológica, de plantas e de diversos outros animais. Algo que é aceito por praticamente todo mundo no restante do tempo. Permite, de certa forma, matar coisas "bem parecidas" com as coisas que proíbe, mas acho que faz muito mais sentido assim.
zumbi filosófico escreveu:Desde as coisas mais diretas, como simplesmente não ter o direito de aborto, passando por implicações individuais e sociais de qualidade de vida (inclusive das "vidas" que se objetivava "salvar"), até criminalidade, e mais recentemente, tendo influência negativa até em áreas da medicina muito promissoras para a "vida", potencial de ajudar muitas vidas que vai pelo ralo, que só poderia ser explorado se a "vida" fosse respeitada de uma maneira que considero muito mais racional.
Tudo bem, nazistas poderiam usar a mesma frase que eu para defender experiências com judeus, mas enfim... é isso aí mesmo, ainda que não seja o que eu defenda.
Exatamente.
Voce pode ate dizer que tentar buscar principios universais validos para todos os individuos, e basear as decisoes da Justica, dentro da medida do possivel e praticavel, nesses principios universais, como uma especie de ideologia.
Mas o que voce sugere como opcao ?
Não temos opção, e nem acho que precisamos; uma ideologia muito "alternativa" a esses princípios básicos seria algo potencialmente bizarro.