user f.k.a. Cabeção escreveu:Abmael escreveu:- Engraçado ver o grande liberal definindo qual o tipo de liberdade aceitável e os limites da mesma, coisa que, por princípio, não deveria caber a ninguém.
Engracado e ver as pessoas achando que te pegaram com as calcas arriadas quando o que elas falam e o mais evidente contra-senso.
Como eu disse antes, nao e o liberal que acredita que "ninguem deve definir as liberdades aceitaveis". Esse e o anarquista e o anti-social. Ou talvez, em uma versao menos aguda, os "liberals" americanos.
- Ei não me culpe, você deve saber melhor que eu que o termo liberalismo é vago, impreciso e abrange várias vertentes e cada uma diz que a sua é a mais correta e que expressa mais corretamente a corrente filosófica clássica ou a aprimora.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Falo dos liberais no seu sentido filosofico classico, tais como John Locke, John Milton, estandartes do pensamento que conduziu a Revolucao Gloriosa na Inglaterra, e John Stuart Mill mais tarde. Falo de Benjamin Franklin, de Thomas Jefferson e de Thomas Paine e da declaracao de Independencia dos 13 Estados Unidos da America. Falo de Alexis de Tocqueville. Falo de Jean Baptiste-Say, de Adam Smith, de David Ricardo, de Frédéric Bastiat, e dos economistas classicos. Falo de Eugen von Bohm-Bawerk, de Carl Menger, Ludwig von Mises, de Friedriech Hayek e dos austriacos.
Esses foram Grandes Liberais, eu sou apenas um papagaio de pirata.
- Quando se trata do tema “definir racionalmente liberdades aceitáveis”, citação de nomes ou títulos não impressionam, assim como citar Karl Marx e Moisés para defender o contrário não te impressionariam (não que impressione a mim também, que fique claro).
- Se um julga irracional se empanturrar de chocolate ou jogar videogame demais ou fazer sexo com cavalos e racionaliza todo um tratado em cima disso, por mais peso que tenha seu nome, seu julgamento é por princípio comprometido pelas suas próprias irracionalidades, que são inerentes ao ser humano, daí alguns de seus ídolos liberais terem inclusive defendido a escravidão com argumentos “racionais”.
- Diante disso me recuso a ser papagaio de pirata de quem quer que seja que queira determinar tal coisa seja racionalmente ou não.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Esses liberais procuraram atraves da razao descobrir quais sao as liberdades fundamentais para a busca individual pela felicidade, limites que nenhum Estado democratico deve ultrapassar na sua interferencia na vida das pessoas.
- Pois é, quem quiser seguir os dogmas da igreja desses caras que siga, posso até aceitar alguns, mas já passei do tempo de aceitar pacotes completos, os limites minha busca individual de felicidade estão além dos ditames de qualquer um cuja felicidade não é ameaçada pela minha, e olhe lá.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Nenhum liberal perdera muito tempo explicando porque ele nao defende a liberdade de estupro ou pedofilia, e nao serei eu que comecarei a faze-lo, independente de quao distorcida e a visao de certas pessoas sobre o assunto.
- E nem lhe pedi isto.
user f.k.a. Cabeção escreveu:Abmael escreveu:- O que as pessoas fazem no âmbito privado não deveria ser da conta de ninguém.
Isso em si ja e uma restricao de liberdade, alem de ser uma simplificacao excessiva.
So de se admitir que certos comportamentos devam restringir-se ao foro privado dado o seu conteudo ofensivo e uma forma de limitacao de "liberdade individual".
Quanto as manifestacoes de apetites sexuais, bizarros ou nao, e essa a postura geral, nao tendo muito o que se discutir em se tratando de adultos em consentimento mutuo.
- Sim, a restrição básica, princípio primordial: “sua liberdade termina onde começa a do outro”, e não “sua liberdade vai até onde os filósofos liberais ou o presidente do partido definirem”.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
Ja o uso de drogas tem efeitos sobre a razao dos individuos, afetando o seu julgamento. Nao ha garantias de que o sujeito use crack em casa e nao queira depois sair matando outras pessoas.
E natural que o uso de drogas cujo efeito conduza a alteracoes da consciencia e capacidade fisica se traduzam numa perda de liberdade. O uso do alcool implica na liberdade de dirigir por exemplo. Outras drogas mais potentes implicariam em menos liberdades, mas como ninguem vai querer usar cocaina estando preso e sendo vigiado, e natural que essas drogas sejam proibidas.
Abmael escreveu:mas o pensamento básico do grande cabeção é que patrões podem atentar contra a liberdade e a dignidade de seus empregados proibindo-os de fazer necessidades fisiológicas durante o expediente, mas a liberdade de encher a cara ou fazer sexo deve ser regulada, brilhante, eis aí um grande liberal.
O patrao nao pode atentar contra nada.
Ele apenas propoe um contrato que depende de uma certa disposicao fisica dos funcionarios. Porque e admissivel que um mineiro, um seguranca ou um militar se sujeitem a tais disposicoes fisicas, mas no caso de caixas de supermercado isso passaria a ser imoral?
- Exigir de um caixa de supermercado supressão de suas necessidades fisiológicas a ponto do mesmo necessitar de fraldas passou a ser “sujeitá-lo a uma disposição física”, belo eufemismo, um advogado não faria melhor, se a dignidade humana pode ser relativizada desta forma então eliminemos logo o vocábulo, um sexto-sentido meu chamado bom-senso grita que isto é uma indignidade, comparar caixas de supermercado a mineiros e militares não diminuiu o barulho em nada.
user f.k.a. Cabeção escreveu:
As caixas aceitam o contrato se quiserem, e devem ponderar se vale ou nao a pena os sacrificios exigidos no trabalho. Sua dignidade permanece intacta.
- Pensei que existissem limites morais até para um contrato, será lícito submeter alguém á escravidão ou à supressão de suas necessidade fisiológicas num contrato?
- Qual o limite? - Até onde o termo dignidade pode ser esticado até caber no seu contrato?
user f.k.a. Cabeção escreveu:
E fazer sexo, dentro de um ambiente particular, nunca foi colocado em questao, mas ainda assim existem limites legais tais quais o consentimento mutuo e a idade legal para praticas sexuais.
- E porque não há limites para a exploração do ser humano e para a supressão de sua dignidade e liberdade?
Abraços,