
Em qualquer parte do mundo há crime organizado. Nos anos 1920, 1930, nos Estados Unidos, por exemplo, Alphonsus Gabriel Capone aterrorizou aquela sociedade enquanto zombava da lei.
No Brasil do século XXI, porém, vemos um crime que já não é nem mais simplesmente “organizado”. É institucionalizado.
Criminosos poderosos, que roubam bilhões, vêm demonstrando um poder que jamais se viu num país da importância do Brasil. Um poder que só se vê em republiquetas bananeiras. E olhem lá...
O crime hoje controla o Poder Judiciário e enorme parte da grande imprensa. Um mafioso, contra quem há crimes gravíssimos totalmente comprovados, diz claramente que, no Supremo Tribunal Federal, consegue reverter qualquer acusação contra si.
Há provas incontáveis, baseadas em gravações legalmente autorizadas, que mostram que jornalistas famosos de grandes meios de comunicação trabalham para o mafioso ao qual me referi veiculando o que ele quer nesses meios.
O policial que é o nosso Eliot Ness (o policial americano que pôs fim à carreira de Al Capone), à diferença do seu congênere americano é perseguido pela Justiça, pelo Legislativo e pela imprensa sob acusação difusa de ter investigado demais, chegando a correr o risco inacreditável de ser... preso!!?
Só na Operazione Mani Pulite (Operação Mãos Limpas), desencadeada na Itália nos anos 1990, foi vista alguma coisa parecida com a que está acontecendo no Brasil, com a diferença de que, por lá, houve desbaratamento do crime institucionalizado, com o soterramento de partidos políticos e prisão de membros do judiciário.
No Brasil, a Máfia institucionalizada zomba do país, da indignação dos cidadãos, enquanto ameaça com prisão (!!!) aqueles que a investigam, os quais, ao mesmo tempo, são apresentados pela grande imprensa como criminosos.
O governo que desencadeou a operação policial que pretendeu ser a Operazione Mani Pulite brasileira, é acusado pelos criminosos e se torna o objeto da investigação.
Faço-lhe uma pergunta, leitor: se as instituições brasileiras, todas juntas, não conseguem enfrentar um único banqueiro, contra o qual há uma enormidade de provas materiais irrefutáveis de ser um bandido, como desafiar os interesses de toda a banca brasileira reduzindo-lhe os lucros?
Escrito por Eduardo Guimarães às 21h50