CONTINUAÇÃO DA DISCUSSÃO SOBRE ESPIRITISMO...

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Julio Siqueira
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Mensagem por Julio Siqueira »

Olá Fayman,

Comentando e perguntando...

Eventos Quânticos NÃO possuem causa. Isto foi mais que demonstrado quando do “confronto” da MQ com as TVO’s. TVO’s não reproduzem as previsões da MQ, as quais estão totalmente em acordo com a experimentação.


Pelo que eu entendi você afirma que a mecânica quântica iguala a casualidade com a acausalidade. Ou seja: casual (aleatório) = acausal (sem causa). Mas por quê disso? Por quê não pode haver uma causa para os fenômenos aleatórios da mecânica quântica? Por quê algo casual (aleatório, como o colapso da função de onda por exemplo) tem necessariamente que ser acausal? Temo que a resposta estará além da minha capacidade de compreensão, mas ainda assim preciso fazê-la...

Contudo, a palavra CAUSALIDADE deve ser tomada com cuidado em Física. Quando ela é utilizada no sentido de que existe uma relação unívoca entre causa e efeito, em um determinado evento, ela é claramente violada por todas as Teorias Quânticas, e é nesse sentido que dizemos que eventos quânticos se dão ao acaso, ou seja, sem causa.


Isso quer dizer então que os eventos quânticos não são causados por nada e que eles também não causam nada? Ou seja, eles não possuem nem causa e nem efeito?

sempre lembrando que, por serem deterministas, todas as teorias da Física Clássica preconizam que a todo efeito existe, necessariamente, uma causa.


Por quê determinista tem que ser sinônimo de causal?

Em outras palavras, as teorias Clássicas são Relativisticamente Causais; já as Teorias Quânticas NÃO SÃO Deterministicamente Causais.


Achei interessantes esses termos acima. Não entendi o termo "relativisticamente causais". As teorias Clássicas não são deterministicamente causais? E Absolutamente causais (ao invés de Relativisticamente causais)? E ao você dizer que as Teorias Quânticas não são Deterministicamente Causais você não está deixando aberta uma brecha para que interprete-se que as Teorias Quânticas talvez sejam Aleatoriamente Causais? (Causalidade não determinista, mas aleatória).

...a questão é que os experimentos revelam uma fortíssima Não-Objetividade da Realidade, e aceitar essa Realidade Não-Objetiva é que é o pavor de muitos filósofos e físicos. Mas isso não é uma questão de como a Realidade se mostra ou é; é uma questão de quanto esses filósofos e físicos estão presos à visão Realista da Realidade. Einstein foi um deles; Schrödinger foi outro, e assim continua até hoje, pouco importa o que os experimentos implicam.


Schroedinger então também achava que Deus não joga dados? E você, acha que nós criamos o colapso da função de onda ao medirmos as características das partículas subatômicas? Numa frase: criamos o mundo ao olharmos pra ele?

Um grande abraço,
Júlio
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Fayman
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Mensagem por Fayman »

O que eu penso é que estou justamente falando sobre termodinâmica... Até que demonstrem meu equívoco, pensarei que não estou equivocado.

Olá, Júlio!

Então, nos diga como você entende que o Materialismo contraria a Segunda Lei da Termodinâmica; aí poderemos discutir. talvez eu tenha entendido errado sua afirmação.
Fayman

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Fayman
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Mensagem por Fayman »

Grandes questões, Júlio. Vamos ver se consigo respondê-las:

Pelo que eu entendi você afirma que a mecânica quântica iguala a casualidade com a acausalidade. Ou seja: casual (aleatório) = acausal (sem causa). Mas por quê disso?

Como eu coloquei em vermelho, na postagem anterior, é dessa maneira que o termo é utilizado em Física, podendo significar tanto uma relação de que efeito SEMPRE vem após uma causa (quando ela existe), ou para efeitos sem causa.

A primeira aplicação está diretamente relacionada à chamada Flecha do Tempo, ou à direção temporal. Isso é muito utilizado em Física Clássica e mais intensamente, em Mecânica Relativista. Como a Relatividade demonstra que a Velocidade da Luz (c) é a velocidade limite de deslocamento de um sinal, se o evento A precede B, em uma relação causal e em um dado referencial, nunca poderemos estabelecer um referencial onde B precede A, ou seja, não haverá, nos termos utilizados em Relatividade, um rompimento da Causalidade.

No segundo modo, o termo foi adotado para se referir a Eventos Quânticos que não possuem uma relação de causa e efeito, eventos esses ditos ocorrerem “ao acaso”, sem uma causa.

Correto ou errado, no sentido estrito da palavra, é assim que foi adotado e é utilizado em Física, portanto, quando se introduz a Física em uma discussão, esta forma deve ser conhecida e respeitada, correndo-se o risco de se falar bobagem ou, simplesmente, não se fazer entender.

Seja como for, deixando a palavra de lado, fato é que em Física Clássica (Relatividade inclusa) TODOS os efeitos possuem uma causa; em Física Quântica, não.


Por quê não pode haver uma causa para os fenômenos aleatórios da mecânica quântica? Por quê algo casual (aleatório, como o colapso da função de onda por exemplo) tem necessariamente que ser acausal?

Perguntar o PORQUÊ é uma gigantesca questão! Com certeza, um físico que acredite em deus (há muitos) lhe responderia “porque deus quer”!! Contudo, falando sério, a Ciência se atém muito mais a DE QUE MANEIRA as coisas funcionam, e muito menos a PORQUE é dessa maneira. Isso é particularmente nítido quando chegamos a pontos que são o extremo do conhecimento humano, que é o caso em questão. A resposta a essa simples pergunta (por quê?), por hora, só pode ser respondida “porque a Natureza É assim” ou mais inteligentemente, “porque é assim que a Natureza se revela”. Em outras palavras, é algo que ainda não sabemos, mas com os avanços que estão sendo feitos nas teorias mais avançadas e proeminentes, quem sabe se não em breve teremos alguma resposta mais satisfatória!

Quanto a primeira parte de sua questão:


Por quê não pode haver uma causa para os fenômenos aleatórios da mecânica quântica?

Porque isso já foi testado por muitos físicos, com destaques para Einstein e Bohm, sendo este último o maior defensor de que poderia existir uma “causa oculta”, ou seja, desconhecida, para os fenômenos quânticos e portanto, assim como na Física Clássica (mecânica Estatística, por exemplo), o indeterminismo seria fruto de nossa ignorância. Em face a isso, foram elaboradas diversas teorias que levavam em conta tal possibilidade, trabalhos estes conhecido como Teorias a Variáveis Ocultas (TVO), as quais, exatamente em função da existência dessas “variáveis desconhecidas”, ou seja, aquilo que “causava” os eventos quânticos, davam previsões diferentes da Mecânica Quântica (MQ), o que significava que poderiam ser testadas. E foram testadas exaustivamente!

Resultado? TODOS os experimentos sem uma única exceção comprovaram que a MQ estava correta e as TVO’s erradas. Isto é um dos fatos experimentais mais comprovados que se conhece. Para dizer a verdade, a MQ é a teoria mais absolutamente comprovada da história da humanidade. Nunca nem um único experimento mostrou discordância das previsões da teoria, com uma precisão absurda, chegando em algumas questões, em Eletrodinâmica Quântica, por exemplo, a uma concordância até a sétima ou nona casa decimal!! Isso é uma precisão absurdamente impressionante!

Ou seja, é fato estabelecido a inexistência de causa em uma Realidade Quântica como a em que vivemos. Nesse sentido, o nosso mundo do dia a dia, tecnicamente chamado de Domínio Quase Clássico Familiar, é apenas uma aproximação, onde, por esse motivo, podemos fazer uso da Mecânica Newtoniana, um caso particular, uma aproximação, da Mecânica Quântica.

Pra detalhes a esse respeito, ver:


https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=1009

Isso quer dizer então que os eventos quânticos não são causados por nada e que eles também não causam nada? Ou seja, eles não possuem nem causa e nem efeito?

Não. Cuidado como você está colocando as coisas aqui. Um Decaimento de um Núcleo Radioativo se dá “ao acaso”, sem causa, mas ele causa grandes, e perigosos, efeitos. Um par Elétron / Pósitron surgem espontaneamente do nada, do vácuo, do espaço-tempo vazio, ou seja, sem uma causa, mas seus efeitos podem, e são, comprovadamente medidos. Para detalhes, veja Efeito Casimir.

Por quê determinista tem que ser sinônimo de causal?

Pela própria definição. Determinista significa “o que se refere ao Determinismo”, que por sua vez, conforme o Aurélio, significa:

“Relação entre fenômenos pela qual estes se acham ligados de modo tão rigoroso que, a um dado momento, todo fenômeno está completamente condicionado pelos que o precedem e acompanha e condiciona, com o mesmo rigor, os que lhe sucedem”.

Ou seja, por definição, o determinismo se refere às relações encadeadas de Causa e Efeito.

Como podemos ver, nesse sentido que se diz que a Física Clássica é Determinista e a Física Quântica, Não-Determinista. Lembre-se que a FC é tão somente um caso particular da FQ.


Não entendi o termo "relativisticamente causais". As teorias Clássicas não são deterministicamente causais? E Absolutamente causais (ao invés de Relativisticamente causais)?

Sem dúvida. Eu acabei empregando o termo pois, como havia dito, retirei esse trecho de um e-mail de uma discussão e, no caso, estávamos debatendo sobre Relatividade e Quântica e o termo eu empreguei ao falar da Relatividade. Deveria ter reescrito esse trecho.

E ao você dizer que as Teorias Quânticas não são Deterministicamente Causais você não está deixando aberta uma brecha para que interprete-se que as Teorias Quânticas talvez sejam Aleatoriamente Causais? (Causalidade não determinista, mas aleatória).

Aí, não, como foi demonstrado acima nas questões sobre as variáveis Ocultas. O termo, quando empregado, é plenamente definido, compreendido e entendido em Física.

Schroedinger então também achava que Deus não joga dados?

Sem dúvida! Ele chegou a confessar a Einstein que, se soubesse o que fariam com a sua Função de Onda, ele preferia nunca ter descoberto a equação. Ele se referia aqui à interpretação probabilística dada à função por Max Born. Como sabemos hoje, Schrödinger estava equivocado.

E você, acha que nós criamos o colapso da função de onda ao medirmos as características das partículas subatômicas? Numa frase: criamos o mundo ao olharmos pra ele?

Grande questão! Para mim, o que a MQ demonstra inequivocamente é que a Realidade não é Objetiva e, de fato, depende de como e quando “olhamos para ela”. Em outras palavras, a Realidade é “nebulosa”, incerta. Talvez um termo que caiba seja Fugaz.

Contudo, não creio que o ser humano tenha um papel fundamental nisso, ou a “consciência”, como muitos querem fazer crer. Gell-Mann, no link que eu postei, utiliza-se de um SCUI, um Sistema Adaptativo Complexo, ou Sistema de Coleta e Utilização de Informação, muito embora, também aqui, as coisas não são muito claras.

Eu costumo dar um exemplo, porém, ele é totalmente incorreto. Veja porque.

Imagine um objeto metade dele vermelho e metade azul. Se você pegar uma lente vermelha e olhá-lo, você apenas verá a parte azul; caso faça com a lente azul, verá apenas o vermelho. Isso pode ilustrar que depende de como olhamos a Realidade, ou de como e quais perguntas fazemos a ela, temos respostas diferentes, ou seja, explicitamos certas peculiaridades do real.

Contudo, esse exemplo é incorreto no sentido de que tanto o azul, assim como o vermelho, pré-existem, o que é inválido ao se pensar em uma Realidade Quântica (essa maneira de se pensar é similar como pensavam os defensores das Variáveis Ocultas), mas vale para se ter uma vaga idéia do que seria a Realidade.

Em um paralelo, há aquela história de se uma árvore caísse em uma ilha deserta, ela provocaria som? Um Realista responderia obviamente que sim; um Positivista responderia que não tem sentido falar de som se não há como ouvi-lo. E do ponto de vista da MQ? Do ponto de vista da MQ sequer podemos afirmar que a Ilha existe, o que dizer do som da árvore!

Loucura? Para o nosso senso comum, talvez, mas é fato plenamente demonstrado pelos experimentos.

Se você quer “endoidar” um pouco mais, dê uma olhada em Experimentos de Escolha Retardada. A Realidade é tão sutil e subjetiva que, ao mudarmos de opção no meio do caminho, altera-se o resultado que obtemos, mesmo depois de ter sido disparado o experimento!

Loucura? Depende de como você encara. Tecnicamente falando, se você muda a pergunta que faz à Realidade, mudam as respostas que ela dá. Visto desta maneira, é algo banal e corriqueiro. Basta se acostumar a como a Realidade é.

E a Realidade... é Quântica!

Abraços!
Fayman

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Vitor Moura
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Mensagem por Vitor Moura »

Oi, fayman

vc disse:

Fayman escreveu:
Um par Elétron / Pósitron surgem espontaneamente do nada, do vácuo, do espaço-tempo vazio, ou seja, sem uma causa, mas seus efeitos podem, e são, comprovadamente medidos. Para detalhes, veja Efeito Casimir.



Diga-me: se matéria [um par de elétron/pósitron] surge do nada, sem uma causa, então, por extensão, não precisamos sugerir qualquer causa para o nascimento do universo? Podemos simplesmente dizer: o universo se fez? é isso?

Ou não podemos porque tal par elétron/pósitron só pode surgir após o nascimento do espaço-tempo? Mas não podemos por extensão também dizer que o espaço-tempo surgiu sem causa alguma? Nesse caso, já não teríamos a explicação para o surgimento do Universo, ou como surgiu?

Um abraço,
Vitor

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Fayman
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Mensagem por Fayman »

Diga-me: se matéria [um par de elétron/pósitron] surge do nada, sem uma causa, então, por extensão, não precisamos sugerir qualquer causa para o nascimento do universo? Podemos simplesmente dizer: o universo se fez? é isso?

Sem dúvida, e esta é umas das hipóteses da moderna Cosmologia, que o Universo surgiu de uma Flutuação Quântica.

Hawking, em sua Conjectura de Inexistência de Fronteiras, demonstra que o Universo é completamente auto-sustentável e ele possui todos os elementos necessários para isso.

Há algumas variantes nessas hipóteses. Da Teoria M vem o cenário do Multiverso, onde cada Universo estaria existindo em uma Brana distinta e paralela. As Flutuações no Multiverso dariam origem aos múltiplos universos, alguns dos quais colapsariam em seguida e outros, se expandiriam tão rapidamente que nenhum núcleo jamais se formaria. Quanto ao Multiverso em si, ou sempre existiu, ou poderia ter surgido de uma Flutuação Quântica ele mesmo.

Não voando tão longe e nos atendo ao nosso Universo, para maiores detalhes a respeito do que diz o Modelo Inflacionário e a chamada Criação a partir do Nada, veja este tópico:

https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=958

Abraços!
Fayman

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Viper
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Mensagem por Viper »

Saudações, Vitor!

Sou o Viper. Estou usando no momento o nick Urtigão. Acho que vou adotá-lo em definitivo...

Arranjei um tempo para postar e por isso estou retomando o tópico (talvez essa discussão tenha que ser feita em "prestações")...

Fayman, a questão que tenho com o Viper é se a teoria espírita para explicar alguns fenômenos seria científica ou não. Viper acredita que não, pois não seria falseável. Então fiz uma analogia com a das super-cordas, que penso que pelo menos no momento também não seria falseável (pelo menos até 2007 ou 2010), mas que é considerada científica. Outro exemplo é a teoria dos memes, que essa nem data tem para ser falseável, mas que é considerada científica até por Susan Blackmore! Temos uma diferença entre teoria e prática, é o que quero mostrar pro Viper.


Vitor, como eu disse, para serem falseáveis, as previsões de uma dada teoria não têm que ser necessariamente testáveis NO MOMENTO. No caso das Supercordas, temos a previsão da existência das partículas supersimétricas, mas para falsear esta previsão é necessário produzir um certo nível de energia nas colisões realizadas nos aceleradores de partículas que até o momento não pôde ser alcançado. Talvez o seja em 2007 ou nos anos subseqüentes, mas de qualquer forma, há ao menos essa previsão que torna a teoria falseável. Lembrando também que Supercordas é algo que ainda está sendo construído e, portanto, pode ser que com o tempo apareçam outras previsões falseáveis (se é que já não existem). Contudo, não me extendo sobre isso, pois como eu disse, nada sei a respeito de Supercordas.

Com relação aos memes, como eu disse, não considero que constituam uma hipótese científica. Se Blackmore pensa o contrário, cabe a ela mostrar previsões falseáveis (e que não saibamos já de antemão serem verdadeiras) feitas pela memética.

E no que diz respeito ao espiritismo, como foi colocado, este não é falseável e, portanto, não é científico (estou utilizando, obviamente, a definição atual de Ciência, que adota a falseabilidade como elemento constituinte indispensável, mas não único, de uma teoria que se pretenda científica). Isso não quer dizer, contudo, que não se possa no futuro construir um modelo falseável que verse sobre espíritos, sobrevivência post-mortem e temas correlatos.

3) Viper disse: ‘esses casos de lembranças de vidas passadas acompanhadas de marcas de nascença compatíveis com marcas do corpo da alegada encarnação pregressa do indivíduo são bastante raros, não?! Bom, de qualquer forma, seria interessante ver fotos comparativas com as marcas de nascença do alegador e do morto... ‘

Viper, são incomuns, mas não chegam a ser raros. Tais casos representam 35% de 2500 casos. Possuo artigos com fotos sim, é que para mim é difícil colocar fotos no geocities (se existe um meio simples, ainda não aprendi!) mas se quiser, envio para seu email! Basta me passá-lo!


Bom, não imaginava um percentual tão elevado. Esses 2500 casos aos quais você faz menção se referem a quê?! À totalidade de casos pesquisados por Stevenson ao longo de sua carreira, ou outra coisa?!

Quanto às fotos comparativas, pode enviá-las para o seguinte endereço, por obséquio:

abuscadaverdade at yahoo dot com dot br

(Coloquei o e-mail nesta forma para que os bots do Google não peguem este endereço e comecem a spammear a caixa de e-mail.)

4) Viper disse: ‘Mas a Lei de Conservação de Energia é falseável...basta achar um caso onde ela não se conserve que ela vai para o espaço. Tudo bem que a coisa, NA PRÁTICA, não é seguida exatamente dessa forma.’

Exatamente, Viper! Veja, quando os astrônomos e físicos viram que a órbita de Mercúrio não batia com as equações da Física Clássica, eles não jogaram a Física Clássica fora. E fizeram bem em não jogar, afinal, para que jogar fora algo que funciona tão bem? A discussão durou mais de cem anos sobre tal anomalia até que chegou a Física Relativística de Einstein e resolveu o problema! Mas veja que em mais de cem anos ela não foi pro espaço, e todos já sabiam que a física clássica havia sido ‘demonstrada falsa’. Simplesmente ‘ignoraram’ a anomalia e seguiram em frente (acredito que eu faria o mesmo...). Aliás, nem hoje jogaram fora, as equações continuam funcionando muito bem, simplesmente descobrimos seus limites.


De fato. Como eu disse, o princípio do falseamento não deve ser aplicado isoladamente, mas dentro do contexto exposto por Lakatos.

5) Viper disse: ‘Só vai fazer sentido falar na falseabilidade dos grávitons quando tivermos um modelo teórico para descrevê-los. ‘

Sim, mas veja como já ‘criamos entidades’ - no caso, ‘partículas’ – para tentar explicar fenômenos. Isso não é uma atitude científica? Se é, e acredito que seja, por que eu não posso trabalhar com uma entidade chamada ‘espírito’ para tentar explicar a consciência, por exemplo?


Não existe um modelo científico que descreva os hipotéticos grávitons. Por enquanto, estas entidades não passam de mera especulação. Eu, particularmente, não vejo problemas em se considerar a possibilidade de existir uma entidade chamada "espírito" que estaria hipoteticamente relacionada com a consciência. O caso é que não existe um modelo científico que descreva o que seja um espírito. Apenas isso. Note que o fato de uma hipótese não ser científica (ou AINDA não ser científica) não a torna falsa. Independentemente do fato de existirem espíritos ou não, o ponto é que não temos ainda nenhuma construção intelectual que descreva estas hipotéticas entidades de forma científica. Mas isso pode vir a ser feito no futuro.

É praticamente isso que o neuro-cientista Benjamim Libet faz em um de seus artigos, só que ele fala em um ‘campo mental’, e não necessariamente seria imortal.


Algo relacionado à consciência e que sobrevivesse à morte do corpo (espírito), de fato, não teria motivo algum para persistir perenemente ou para possuir qualquer uma das características que lhes são comumente atribuídas pelas diferentes crenças religiosas.

Aliás, "imortalidade" (persistência perene de uma dada entidade) é um conceito estranho. Talvez apenas o universo seja imortal. Seja qual for o destino deste (expansão eterna e a conseqüente dizimação de suas macro-estruturas constituintes, o que inviabilizará a existência de vida num futuro remoto (este é o cenário mais realístico dentro dos nossos conhecimentos atuais), ou então, um processo cíclico de expansões e contrações), não penso que qualquer entidade complexa (tal como um objeto relacionado à consciência) possa sobreviver indefinidamente no mesmo.

Devo conseguir esse artigo logo, logo. Aqui foi uma reportagem que saiu (desculpem a falta momentânea do original, mas quem não tem cão caça com gato):

“A MENTE NÃO ESTÁ NO CÉREBRO?


...nenhum dos pacientes que Libet e Feinstein testaram estava ciente de que sua mente inconsciente já o compelira a apertar o botão antes que tivesse decidido conscientemente fazer isso. De alguma forma, o cérebro dos pacientes criava a ilusão de que eles tinham controlado conscientemente a ação, mesmo que não o tivesse feito.


Recentemente, uma descoberta feita pelos neurofisiologistas Benjamin Libet e Bertram Feinstein, no Hospital Monte Sião de San Francisco causou tumulto na comunidade científica. Libet e Feinstein mediram o tempo que levava para um estímulo de toque sobre a pele de um paciente alcançar o cérebro como um sinal elétrico. Também foi pedido ao paciente para apertar um botão quando tomasse consciência de ser tocado.

Libet e Feinstein acharam que o cérebro registrou o estímulo em um milésimo de um segundo depois que ocorreu e o paciente pressionou o botão um décimo de segundo depois que o estímulo foi aplicado. Mas, notavelmente, o paciente não relatou estar sabendo conscientemente tanto do estímulo como da pressão do botão por quase meio segundo. Isto quis dizer que a decisão para responder foi feita pela mente inconsciente do paciente. A consciência do paciente para a ação era a mais lenta do páreo.

Ainda mais perturbador, nenhum dos pacientes que Libet e Feinstein testaram estava ciente de que sua mente inconsciente já o compelira a apertar o botão antes que tivesse decidido conscientemente fazer isso. De alguma forma, o cérebro dos pacientes criava a ilusão de que eles tinham controlado conscientemente a ação, mesmo que não o tivesse feito.

Isso fez com que alguns pesquisadores se perguntassem se o livre-arbítrio é uma ilusão. Estudos posteriores mostraram que 1,5 segundos antes de "decidirmos" mexer um de nossos músculos, como levantar um dedo, nosso cérebro já começou a gerar os sinais necessários para realizar o movimento. Outra vez, quem toma a decisão, a mente consciente ou a mente inconsciente?

Hunt melhora tais achados um pouco mais, ao descobrir que o campo energético humano responde ao estímulo sempre antes do cérebro. Ela tomou as leituras EMG - Eletromiogramas (atividade elétrica nos músculos) do campo energético e as leituras EEG - Eletrencefalogramas do cérebro simultaneamente e descobriu que, ao fazer um som alto ou piscar uma luz brilhante, o EMG do campo energético registra o estímulo antes mesmo que se mostre no EEG. O que isso quer dizer?

"Penso que superestimamos de longe o cérebro como o ingrediente ativo no relacionamento de um humano com o mundo", diz Hunt. "Ele é apenas um bom computador. Mas os aspectos da mente que têm haver com a criatividade, imaginação, espiritualidade e todas estas coisas, não as vejo no cérebro de jeito nenhum. A mente não está no cérebro. Está naquele maldito campo".

Se a mente não está no cérebro, mas no campo energético que permeia tanto o cérebro como o corpo físico, sugere que a nossa consciência, o pensamento, o sentimento encontra-se fora de nosso corpo físico.

O Universo Holográfico - Michael Talbot


Em primeiro lugar, que "campo energético" é esse ao qual se refere o autor?! Como ele foi detectado?!

Em segundo lugar, dizer que a mente não está no cérebro é algo que me parece muito bizarro. É contrariado de imediato por fatos como alterações de consciência e mesmo de personalidade provocadas por drogas e danos neurológicos. Alguns evocariam a analogia do computador (cérebro) rodando um software (mente). Mas isso não serve para nada, é apenas uma analogia. Analogias podem ser boas para clarear algum ponto, mas não para prová-lo.

Agora veja uma exposição bem diferente desta apresentada por Talbot, acerca das mesmas experiências, exposição esta feita pela Dra. Suzana Herculano-Houzel:

http://www2.uol.com.br/cienciahoje/cerebro/cn46.htm

Essa "conclusão" de que a mente não está no cérebro, a partir dos experimentos feitos, me parece totalmente descabida.


PS: ainda não tive tempo de dar uma lida no seu sítio...

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salgueiro
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Mensagem por salgueiro »


Voto pelo Urtigão !! :emoticon4:

Bjs


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Viper
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Mensagem por Viper »

Saudações, Júlio!

Viper disse: Também andei lendo algumas críticas da Dra. Suzana Herculano-Houzel, da UFRJ, acerca destes relatos.

O texto que eu conheço da Suzana, digamos, "criticando" os casos de NDE, me pareceu muito fraco, e, com todo o respeito, enganador também (ainda que provavelmente não intencionalmente enganador).
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/cerebro/cn04.htm


Por que enganador?!

Quanto aos casos de NDE, apesar de achar que o artigo explica as tais sensações usuais relatadas por quem passa por este tipo de experiência, ele não pode explicar relatos onde supostamente o indivíduo teria fornecido informações de eventos ocorridos em locais distantes no momento em que este vivenciava uma NDE (como na tal reportagem exposta no sítio do Bennetton, que você criticou em algum tópico perdido por aí...a propósito, como ficou o caso?! O repórter da Globo fraudou (adulterou) ou não as declarações do pesquisador entrevistado?!)...

Também fiquei com algumas dúvidas, Viper, a respeito do seu comentário sobre o trecho abaixo:

"According to current quantum theory, there are 'causeless' uninfluenceable events -- events that happen purely at random. These include radioactive decay, thermal noise fluctuations, and measurements of superposed quantum states. Quantum theory remains silent on just how this happens, and how a particular outcome is chosen from those that are possible in a given superposition. In truth, an assumption of randomness has been included at the core of quantum theory out of necessity and because of its success in describing observed statistical behavior in the physical world."

Você disse que "Quando é dito que uma suposição de aleatoriedade é inserida no âmago da teoria, por uma questão de rigor, devo dizer que discordo, na verdade, esta aleatoriedade é decorrente do postulado de interpretação probabilística.". Mas se, como você mesmo afirma, há um "postulado de _interpretação_ probabilística", não está sendo então justamente dito que o aspecto probabilítico é uma _interpretação_? Por exemplo, o físico Stephen Hawkin se declara explicitamente não ontológico em suas interpretações de quaisquer teorias físicas (ao contrário de Bohm, que buscava uma explicação ontológica). Já ouvi dizer que a interpretação de Copenhagen da mecânica quântica (que creio ser a que você expõe) é meramente pragmática (e talvez epistemológica) sem qualquer pretensão ontológica. E a interpretação dos multiplos mundos (Everett), que, ao que sei, nem mesmo probabilística é (acredito que seja determinista)?

Há também, penso eu, uma certa confusão nessa discussão sobre duas coisas que, a rigor, não são (creio) a mesma coisa: aleatoriedade e acausalidade. O fato de uma coisa ser aleatória não significa que ela seja incausada. Então a questão era: podemos falsear a afirmação "Todo evento tem uma causa!" ? Descobrimos alguns eventos que parecem não ter causa. Mas o que nos leva a de fato crer (ou concluir) que eles são verdadeiramente acausais?


Júlio, apesar de já ter ouvido falar da tal interpretação de Everett, devo dizer que nunca estudei tal ponto. O Fayman comentou isso (interpretação de Everett) em uma mensagem postada anteriormente. Para ser sincero, eu não sei muito bem o que são estas interpretações todas da MQ que se ouve falar por aí. Até já vi na biblioteca um livro dedicado exclusivamente ao assunto. O livro era bem grande (não me recordo o título). Por curiosidade, abri o livro e dei uma olhada rápida em suas páginas. Vi muitas palavras e poucas equações. E isso fez com que eu não tivesse interesse algum em pegar o livro para estudá-lo.

Bom, você pergunta:

"Descobrimos alguns eventos que parecem não ter causa. Mas o que nos leva a de fato crer (ou concluir) que eles são verdadeiramente acausais?"

Eu comentei isso na mensagem a qual você respondeu. São dois pontos:

1 - Construção matemática da MQ. Como eu disse, o módulo do produto interno da função de onda com seu conjugado complexo fornece uma entidade que é interpretada como sendo uma densidade de probabilidade. Este é o postulado de interpretação probabilística de Max Born e se constitui no cerne da MQ. Sem esse postulado, não temos MQ, uma vez que se |u|² não é uma densidade de probabilidade, então, tudo o que se faz em MQ deste ponto em diante é inválido. Por exemplo, se |u|² não é uma densidade de probabilidade, você não tem como utilizar a condição de normalização que é colocada sobre a função de onda e com isso determinar (juntamente com as condições de contorno pertinentes ao problema considerado) as constantes de integração que aparecem ao resolvermos a Equação de Schrödinger para o caso sob consideração. Se |u|² não é uma densidade de probabilidade, não valem os cálculos de valores esperados realizados levando-se em conta a relação:

uc := conjugate(u);

<X> := int(uc*(Xop)u, u);

Dentre outras coisas...

O ponto "miraculoso" nessa história toda é que a interpretação de |u|² como sendo uma densidade de probabilidade permite a você obter corretamente a forma dos orbitais quânticos, os níveis de energia dos sistemas quânticos, os valores esperados dos observáveis, etc...enfim, "miraculosamente" |u|² interpretada como sendo uma densidade de probabilidade fornece simplesmente a teoria científica mais precisa e exata já construída até hoje pelo intelecto humano: a MQ. A incrível concordância da MQ com os resultados experimentais é uma fortíssima evidência a posteriori para a validade do postulado de Born. Colocar esta concordância como sendo uma "mera coincidência" é mais absurdo do que dizer que estamos grudados ao chão devido não a existência da gravidade, mas a uma "mera coincidência".

E lembro que, como expliquei na mensagem que você comentou, a interpretação probabilística da MQ é fundamentalmente diferente da interpretação probabilística da Física Estatística (Clássica).

2 - Desigualdade de Bell e Experimento EPR. Quando confrontada com as teorias de variáveis ocultas, a MQ sai vitoriosa. Sobre esse ponto eu não me extendo, pois como disse, ainda não tive tempo de estudar este tópico. Não vou cometer a imprudência de dissertar sobre o que não domino.

(...)

Afinal, como todos sabemos, o materialismo, apesar de respeitável e elegante, viola a primeira lei da termodinâmica...
http://geocities.yahoo.com.br/criticand ... apples.htm


Não li o artigo todo. Fui direto para a seguinte parte:

(...)

Usa-se o termo "qualia" para se referir aos itens de experienciação subjetiva, como a vermelhidão que percebemos na maçã ou o azul que percebemos no céu, ou a sensação de odor doce que percebemos em algumas frutas, ou alguma determinade tonalidade sonora que percebemos em uma música, etc. Os qualia seriam as "unidades" (não necessariamente quantificáveis) da experiência subjetiva. Seriam a essência da consciência.

Imagino que podemos presumir que o corpo "produz" qualia (qualia visual) a uma taxa semelhante à produzida em um sistema de vídeo do tipo DVD (pelo menos!). Isso daria os seguintes cálculos abaixo (com conclusão bem simplificada logo a seguir):

QUANTOS BITS DE QUALIA (EXPERIÊNCIA SUBJETIVA) POR PESSOA POR SEGUNDO?

- 720 pixels x 480 pixels x 30 quadros por segundo x 15 bits (32.768 cores; eu poderia ter usado 64 mil cores ou 16 milhões, o que daria 16 bits e 24 bits, ou até mais, mas optei por número menor) = 155.520.000 bits/seg

QUANTO DE ENERGIA PARA CADA BIT DE INFORMAÇÃO?

No nosso mundo, informação se encontra associada (é transmitida por) a massa ou a energia. Optei por utilizar como sinônimo de UM BIT uma unidade de energia relativamente baixa, ou seja, um único fóton da freqüência do infravermelho.

(...)


Onde estão as provas para cada suposição colocada aí?! Sem isso, é inútil prosseguir.
Editado pela última vez por Viper em 19 Jan 2006, 21:11, em um total de 2 vezes.

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Viper
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Mensagem por Viper »

salgueiro escreveu:
Voto pelo Urtigão !! :emoticon4:

Bjs



Volta e meia eu mudo de avatar e mesmo de nick (com menos freqüência), por me identificar momentaneamente com algum personagem (real ou fictício). Esta semana me lembrei do velho Urtigão...acho que me recordei dele devido ao fato da minha barba estar meio comprida...

De qualquer modo, como eu gostava desse personagem, acho que vou ficar mesmo com esse nick em definitivo.

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Fayman
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Mensagem por Fayman »

Olá, Urtigão (mas vai ser sempre Viper, não tem jeito!!)

Eu fiz toda uma crítica ao texto do Júlio onde há a afirmação sobre a Termodinâmica, mas como explico, a coisa enveredou por outro caminho, que é a questão a Consciência. Eu imaginava, quando da questão, que a coisa seria mais pelo lado da Entropia, etc, mas enfim...

Você poderá ver em [url=https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=1429&sid=b1eceaf5984a59402107aa0484eea59e[/url]MATERIALISMO X TERMIDINÂMICA.[/url]

Quanto a Desigualdade de Bell, tenho postado sobre o assunto e você e o Vitor poderão dar uma olhada em [url=https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=1657[/url]A NATUREZA DA REALIDADE.[/url]

Abraços!
Fayman

autor de:

OS GUARDIÕES DO TEMPO
RELÂMPAGOS DE SANGUE

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(Coletânea 7 autores)

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Vitor Moura
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Mensagem por Vitor Moura »

Olá, Urtigão/Viper/Rômulo

Comentando:

1) “E no que diz respeito ao espiritismo, como foi colocado, este não é falseável e, portanto, não é científico (estou utilizando, obviamente, a definição atual de Ciência, que adota a falseabilidade como elemento constituinte indispensável, mas não único, de uma teoria que se pretenda científica). Isso não quer dizer, contudo, que não se possa no futuro construir um modelo falseável que verse sobre espíritos, sobrevivência post-mortem e temas correlatos.”

***Sugiro que vc leia o seguinte texto disponível em http://www.lhup.edu/~dsimanek/pseudo/scipseud.htm

***Parte central:

Consider these two examples.

Is the notion that hypothetical particles (tachyons) may travel faster than light a pseudoscientific idea? Well this speculation was proposed by scientists with perfectly respectable credentials, and other respectable experimenters took time to look for such particles. None have been found. We no longer expect to find any, but we do not consider the idea to have been "unscientific".

Is it scientific to hypothesize that one could build a perpetual motion machine that would run forever with power output, but no power input? Most scientists would answer "No."
What is the essential difference between these two examples? In the first case, the hypothetical tachyons would not violate any known principles of physics. In the second case, a perpetual motion machine would violate the very well-established laws of thermodynamics, and also violate even more basic laws as well, such as Newton's laws, and conservation of momentum and angular momentum.

***O que quero dizer com isso? Que da mesma forma, “espíritos” não violam nenhuma lei física conhecida.

2) Esses 2500 casos aos quais você faz menção se referem a quê?! À totalidade de casos pesquisados por Stevenson ao longo de sua carreira, ou outra coisa?!

***À totalidade de casos pesquisados por Stevenson.

3) Em primeiro lugar, que "campo energético" é esse ao qual se refere o autor?! Como ele foi detectado?!

O campo ainda não foi detectado, mas o Libet arranjou um jeito de testar sua existência (que ainda não foi feito, mais de dez anos depois. Mas pelo menos, é falseável. Isso ajudaria na a reforçar a existência de espíritos, apesar de ainda não garantir que ele continuaria a existir após a morte cerebral). E diz:

The conscious mental field (CMF), that I have postulated to account for the unity of experience and an active role for conscious intention to act, could be viewed as a sort of "ghost". However, it is supposed to emerge from suitable natural activities of cerebral neurons, but with *de novo* properties not evident in the physical neural elements from which it derived. Some people may wish to call this dualism, but let us not be frightened off by name calling. The CMF does not represent the dualism of Descartes, who described the mind as a separable substance. My CMF proposal is of course very speculative. But I do not know of any existing evidence that contradicts the proposal, and, furthermore, it is amenable to a direct experimental test of its validity.

Fonte: http://www.imprint.co.uk/online/libet.html

4) Essa "conclusão" de que a mente não está no cérebro, a partir dos experimentos feitos, me parece totalmente descabida.

*** Titus Rivas dá exemplos neurológicos de que a mente não estaria no cérebro.

“Os mesmos dados neurológicos também nos podem ajudar a estabelecer uma teoria dualista da relação entre cérebro e alma. Nossos famosos antecessores Camille Flammarion e Ernesto Bozzano já nos ensinaram o caminho neste respeito. Estou falando de casos em que o cérebro parece ter muito menos capacidade do que a demonstrada pela mente. Em outras palavras: O cérebro resulta demonstrar lesões ou funcionar mal desde de um ponto de vista neurológico, mas a mente ao mesmo tempo não demonstra nada no estilo. Pelo contrário, a inteligência, a memória, a vontade e a ação todas seguem funcionando normal.

Por exemplo Flammarion e Bozzano falam de casos em que uma autópsia de pessoas que pareciam absolutamente normais antes de sua morte, deu por resultado que essas mesmas pessoas haviam vivido durante bastante tempo com um cérebro convertido numa massa de pus.

Felizmente faz só uns anos o pesquisador John Lorber publicou casos de pessoas encefalíticas que só mantinham uma porção muito pequena do córtice cerebral, mas que funcionava normal.

Eu mesmo conheço um patologista holandês que por causa de sua experiência conclui que a relação entre corpo e alma é um grande mistério. Segundo ele, há casos de defeitos cerebrais muito graves sem efeitos psicológicos. Faz uns anos eu tinha a idéia de escrever um livro junto com meu irmão Esteban Rivas sobre este tema, mas a tarefa resultava mais difícil do que havia pensado. Em primeiro lugar se precisa um conhecimento profissional da neurologia. Por essa razão se há pessoas no público que se interessem por um projeto semelhante de acumular, analisar e publicar um compêndio de casos, rogo-lhes me avisem depois desta conferência.”

Bem, é isso. Vê se lê os artigos (e se tiver sugestões de tradução, será ótimo!).

Um abraço,
Vitor

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cyrix
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Mensagem por cyrix »

Vitor Moura escreveu:Os mesmos dados neurológicos também nos podem ajudar a estabelecer uma teoria dualista da relação entre cérebro e alma. Nossos famosos antecessores Camille Flammarion e Ernesto Bozzano já nos ensinaram o caminho neste respeito. Estou falando de casos em que o cérebro parece ter muito menos capacidade do que a demonstrada pela mente. Em outras palavras: O cérebro resulta demonstrar lesões ou funcionar mal desde de um ponto de vista neurológico, mas a mente ao mesmo tempo não demonstra nada no estilo. Pelo contrário, a inteligência, a memória, a vontade e a ação todas seguem funcionando normal.

Por exemplo Flammarion e Bozzano falam de casos em que uma autópsia de pessoas que pareciam absolutamente normais antes de sua morte, deu por resultado que essas mesmas pessoas haviam vivido durante bastante tempo com um cérebro convertido numa massa de pus.

Felizmente faz só uns anos o pesquisador John Lorber publicou casos de pessoas encefalíticas que só mantinham uma porção muito pequena do córtice cerebral, mas que funcionava normal.


Ainda bem que existem nova evidências, pois as velhas:
Se dela houvese lembrado, tê-la-ia podido aproveitar para demonstrar ao prof. Morselli que, com a existência, de um "cérebro etéreo", se pode explicar um enigma psico-fisiológico, de que faláramos antes, a propósito de achar-se sobre a secretária daquele professor uma revista tedesca [de origem germânica], contendo longo artigo sobre alguns casos, observados durante a grande guerra [primeira guerra mundial], de soldados que tiveram o cérebro despedaçado por estilhaços de granada, com abundantes perdas de matéria cerebral, e que se curaram, conservando íntegras sua faculdades intelectuais. Concluía o autor do artigo, citando outros casos do mesmo gênero, ainda mais extraordinários, entre os quais o muito conhecido de um sub-oficial da guarnição de Antuérpia, que havia dois anos se queixava de persistente dor de cabeça, que, entretanto, nunca o impedira de cumprir os deveres de seu posto. Tendo morrido subitamente, procederm-lhe à autópsia no cérebro e descobriram que um abcesso de evolução lenta lhe reduzira todo o órgão cerebral a uma papa de pus. O prof. Morselli observara que tão extraordinárias "excessões à regra" constituiam um enigma dos mais pertubadores da hodierna psico-fisiologia.

Ernesto Bozzano, Animismo e Espiritismo, FEB, 1940, Cap IV, pag 188.

Sei que palavra "anedota" é meio maldita, mas nesse caso, se não é isto, é quase. Não sei se Guillon Ribeiro, o tradutor, foi desleixado e excluiu as referências. Qual era a revista? O adjetivo "tedesca" é a única indicação de origem. Quem era seu autor? Era científica? Apesar de não possuírem alterações cognitivas, os soldados tinham mudanças comportamentais (coisa já observada)? Enfim, o relato de Bozzano deixa muito a desejar. Não sei se uma edição mais nova do mesmo livro corrigiu estas deficiências, mas é bom saber.

Em tempo: Não é raro encontrar a analogia "músico com instrumento desafinado" para explicar que muitos deficientes mentais podem ser espíritos de grande inteligência (e que fizeram mal uso dela), tendo sido postos em corpos lesionados onde não podem bem manifestá-la. Parece um tanto contraditória esta explicação e os casos de "músicos tocando bem com instrumentos semi-destruídos"...
Onde há dúvida,há liberdade!
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Viper
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Mensagem por Viper »

Fayman escreveu:Olá, Urtigão (mas vai ser sempre Viper, não tem jeito!!)

Eu fiz toda uma crítica ao texto do Júlio onde há a afirmação sobre a Termodinâmica, mas como explico, a coisa enveredou por outro caminho, que é a questão a Consciência. Eu imaginava, quando da questão, que a coisa seria mais pelo lado da Entropia, etc, mas enfim...

Você poderá ver em [url=https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=1429&sid=b1eceaf5984a59402107aa0484eea59e[/url]MATERIALISMO X TERMIDINÂMICA.[/url]

Quanto a Desigualdade de Bell, tenho postado sobre o assunto e você e o Vitor poderão dar uma olhada em [url=https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=1657[/url]A NATUREZA DA REALIDADE.[/url]

Abraços!


Valeu pelo aviso, Fayman!

Vou ver se dou uma olhada nos tópicos depois!

Até!




========================================




Saudações, Vítor!

Olá, Urtigão/Viper/Rômulo

Comentando:

1) “E no que diz respeito ao espiritismo, como foi colocado, este não é falseável e, portanto, não é científico (estou utilizando, obviamente, a definição atual de Ciência, que adota a falseabilidade como elemento constituinte indispensável, mas não único, de uma teoria que se pretenda científica). Isso não quer dizer, contudo, que não se possa no futuro construir um modelo falseável que verse sobre espíritos, sobrevivência post-mortem e temas correlatos.”

***Sugiro que vc leia o seguinte texto disponível em http://www.lhup.edu/~dsimanek/pseudo/scipseud.htm

***Parte central:

Consider these two examples.

Is the notion that hypothetical particles (tachyons) may travel faster than light a pseudoscientific idea? Well this speculation was proposed by scientists with perfectly respectable credentials, and other respectable experimenters took time to look for such particles. None have been found. We no longer expect to find any, but we do not consider the idea to have been "unscientific".

Is it scientific to hypothesize that one could build a perpetual motion machine that would run forever with power output, but no power input? Most scientists would answer "No."
What is the essential difference between these two examples? In the first case, the hypothetical tachyons would not violate any known principles of physics. In the second case, a perpetual motion machine would violate the very well-established laws of thermodynamics, and also violate even more basic laws as well, such as Newton's laws, and conservation of momentum and angular momentum.

***O que quero dizer com isso? Que da mesma forma, “espíritos” não violam nenhuma lei física conhecida.


Se assim o for, este é um aspecto positivo.

2) Esses 2500 casos aos quais você faz menção se referem a quê?! À totalidade de casos pesquisados por Stevenson ao longo de sua carreira, ou outra coisa?!

***À totalidade de casos pesquisados por Stevenson.


Valeu pela informação!

3) Em primeiro lugar, que "campo energético" é esse ao qual se refere o autor?! Como ele foi detectado?!

O campo ainda não foi detectado, mas o Libet arranjou um jeito de testar sua existência (que ainda não foi feito, mais de dez anos depois. Mas pelo menos, é falseável. Isso ajudaria na a reforçar a existência de espíritos, apesar de ainda não garantir que ele continuaria a existir após a morte cerebral). E diz:

The conscious mental field (CMF), that I have postulated to account for the unity of experience and an active role for conscious intention to act, could be viewed as a sort of "ghost". However, it is supposed to emerge from suitable natural activities of cerebral neurons, but with *de novo* properties not evident in the physical neural elements from which it derived. Some people may wish to call this dualism, but let us not be frightened off by name calling. The CMF does not represent the dualism of Descartes, who described the mind as a separable substance. My CMF proposal is of course very speculative. But I do not know of any existing evidence that contradicts the proposal, and, furthermore, it is amenable to a direct experimental test of its validity.

Fonte: http://www.imprint.co.uk/online/libet.html


Bom, nesse trecho ele não dissertou sobre as propriedades de tal campo e nem como poderíamos detectá-lo.

4) Essa "conclusão" de que a mente não está no cérebro, a partir dos experimentos feitos, me parece totalmente descabida.

*** Titus Rivas dá exemplos neurológicos de que a mente não estaria no cérebro.

“Os mesmos dados neurológicos também nos podem ajudar a estabelecer uma teoria dualista da relação entre cérebro e alma. Nossos famosos antecessores Camille Flammarion e Ernesto Bozzano já nos ensinaram o caminho neste respeito. Estou falando de casos em que o cérebro parece ter muito menos capacidade do que a demonstrada pela mente. Em outras palavras: O cérebro resulta demonstrar lesões ou funcionar mal desde de um ponto de vista neurológico, mas a mente ao mesmo tempo não demonstra nada no estilo. Pelo contrário, a inteligência, a memória, a vontade e a ação todas seguem funcionando normal.

Por exemplo Flammarion e Bozzano falam de casos em que uma autópsia de pessoas que pareciam absolutamente normais antes de sua morte, deu por resultado que essas mesmas pessoas haviam vivido durante bastante tempo com um cérebro convertido numa massa de pus.

Felizmente faz só uns anos o pesquisador John Lorber publicou casos de pessoas encefalíticas que só mantinham uma porção muito pequena do córtice cerebral, mas que funcionava normal.


Bem estranhas estas alegações. Não estou dizendo que são falsas, mas sim que, no caso de serem verdadeiras, me parecem bastante fantásticas. De qualquer forma, é necessário ver se há referências médicas publicadas relatando casos desta natureza.

Bem, é isso. Vê se lê os artigos (e se tiver sugestões de tradução, será ótimo!).


Vitor, tive uma idéia, que julgo ser boa. Me informe o link de um caso (divulgado em seu sítio) que você considere que evidencie fortemente a existência de espíritos e que tenha sido publicado em alguma revista indexada. Particularmente, eu teria preferência por algo do tipo "marcas de nascença", com fotos comparativas para análise. Feito isso, eu vou abrir um tópico informando acerca deste caso e sugerindo o debate do mesmo aqui no RV. Quem tiver objeções e críticas a fazer, poderá apresentá-las no referido tópico. Aqui no RV existem muitos foristas que gostam de fazer graça ao malhar as pesquisas nesta área. Eu particularmente acho algumas destas tiradas bem hilárias. Mas vamos ver quantos vão aparecer no tópico para discutir seriamente o caso escolhido (isto é, sem gracinhas)...

Assim que eu tiver terminado de ler o caso, apresentarei minhas críticas, dúvidas e/ou conclusões (se houver) no tópico em questão.

Manda bala!

Falou!

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Vitor Moura
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Mensagem por Vitor Moura »

Oi, Urtigão

vamos lá:

1-
Urtigão escreveu:Bom, nesse trecho ele não dissertou sobre as propriedades de tal campo e nem como poderíamos detectá-lo.


Eu já mandei para seu email, tá lá!

2-
Urtigão escreveu:Bem estranhas estas alegações. Não estou dizendo que são falsas, mas sim que, no caso de serem verdadeiras, me parecem bastante fantásticas. De qualquer forma, é necessário ver se há referências médicas publicadas relatando casos desta natureza..


Vou pedir para o Titus, ele deve ter.

Urtigão escreveu:
Vitor, tive uma idéia, que julgo ser boa. Me informe o link de um caso (divulgado em seu sítio) que você considere que evidencie fortemente a existência de espíritos e que tenha sido publicado em alguma revista indexada. Particularmente, eu teria preferência por algo do tipo "marcas de nascença", com fotos comparativas para análise. Feito isso, eu vou abrir um tópico informando acerca deste caso e sugerindo o debate do mesmo aqui no RV. Quem tiver objeções e críticas a fazer, poderá apresentá-las no referido tópico. Aqui no RV existem muitos foristas que gostam de fazer graça ao malhar as pesquisas nesta área. Eu particularmente acho algumas destas tiradas bem hilárias. Mas vamos ver quantos vão aparecer no tópico para discutir seriamente o caso escolhido (isto é, sem gracinhas)...

Assim que eu tiver terminado de ler o caso, apresentarei minhas críticas, dúvidas e/ou conclusões (se houver) no tópico em questão.

Manda bala!

Falou!


Com relação à reencarnação, o Stevenson faz todo o raciocínio, eliminado as hipóteses normais e as hipóteses paranormais alternativas, no livro dele, Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação, e então nos artigos ele não repete o raciocínio, falando para o leitor pegar esse raciocínio no livro deleou em artigos anteriores.

Artigos que saíram em revistas indexadas em que os pesquisadores conseguiram eliminar as hipóteses normais:

http://geocities.yahoo.com.br/existem_e ... _1988.html

http://geocities.yahoo.com.br/existem_e ... _1994.html

Nenhum dessas artigos tem fotos, mas já lhe enviei por email artigos (não desses casos) que as possuem.

Com relação à mediunidade, certamente os dois casos mais fortes são Piper e Leonard. Há inúmeros artigos sobre elas no JASPR (que é indexado), o problema é que só os artigos cobrem centenas de páginas. Toda a pesquisa cobre milhares, ou mesmo dezenas de milhares de páginas (sem contar as dezenas de livros feitos...).

Portanto, alguns artigos publicados no JASPR de estudos com outros médiuns:

http://geocities.yahoo.com.br/existem_e ... seppe.html
http://geocities.yahoo.com.br/existem_e ... runki.html
http://geocities.yahoo.com.br/existem_e ... stexp.html

Finalmente, co campo das NDEs , os casos mais fortes são o de Pam Reynolds e o de Al Sullivan.

http://geocities.yahoo.com.br/existem_e ... morte.html

Um abraço,
Vitor

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Viper
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Mensagem por Viper »

Saudações, Vítor!

Eu já mandei para seu email, tá lá!


Abri a caixa agora. Valeu pelo envio dos arquivos!

Com relação à reencarnação, o Stevenson faz todo o raciocínio, eliminado as hipóteses normais e as hipóteses paranormais alternativas, no livro dele, Vinte Casos Sugestivos de Reencarnação, e então nos artigos ele não repete o raciocínio, falando para o leitor pegar esse raciocínio no livro deleou em artigos anteriores.

(...)


Dos links relacionados, escolhi o seguinte:

http://geocities.yahoo.com.br/existem_e ... runki.html

Abri o seguinte tópico para discutir o caso exposto: EVIDÊNCIA DA EXISTÊNCIA DE ESPÍRITOS?!.

Até!

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Julio Siqueira
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Registrado em: 12 Nov 2005, 13:29

Mensagem por Julio Siqueira »

Olá Viper,

Voltei a dar atenção às mensagens da lista só agora, e em breve te respondo.

Um grande abraço,
Julio
______________

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Fayman
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Registrado em: 24 Out 2005, 14:22

Mensagem por Fayman »

Olá, pessoal!

Para mais detalhes sobre as idéias de David Bohm e as Variáveis Ocultas,
vejam [url=https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=1892[/url]A Natureza da Realidade II[/url], que complementa o anterior.
Fayman

autor de:

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RELÂMPAGOS DE SANGUE

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(Coletânea 7 autores)

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Julio Siqueira
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Mensagem por Julio Siqueira »

Olá Urtigão

Por que enganador?!


Se você pegar o artigo original citado por Susana (Blanke O, Ortigue S, Landis T, Seeck M (2002). Stimulating illusory own-body perceptions. Nature 419, 269-270. ), verá que ela omite (...) um ponto interessante: a experiência fora do corpo do aludido artigo na verdade não é uma experiência fora do corpo. A pessoa em questão não se viu (não viu ao próprio corpo) do teto. Esse trecho onde ela diz "A equipe, claro, não parou aí. Testaram uma corrente elétrica um pouco mais forte sobre os mesmos pontos e, como num filme sobrenatural, a sensação transformou-se em uma verdadeira experiência extra-corporal: de olhos abertos, a paciente dizia ver lá de cima, como se levitasse próxima ao teto, seu corpo deitado na cama. " não é fidedigno. Não tenho mais o artigo, infelizmente. Mas um ponto que lembro bem é que a pessoa não via a própria cabeça. Lembro de ter comentado isso no fórum PesquisaPsi em detalhes. Êpa! Achei agora minha mensagem antiga. Está no link abaixo:
http://listas.pucsp.br/pipermail/pesqui ... 09167.html
Cito minha mensagem:
Olá Mauro,

Achei o artigo.


A Suzana diz:

"A equipe, claro, não parou aí. Testaram uma corrente elétrica um pouco
mais forte sobre os mesmos pontos e, como num filme sobrenatural, a
sensação transformou-se em uma verdadeira experiência extra-corporal: de
olhos abertos, a paciente dizia ver lá de cima, como se levitasse próxima
ao teto, seu corpo deitado na cama."
http://www2.uol.com.br/cienciahoje/cerebro/cn04.htm

No artigo, os pesquisadores relatam que: Increasing the current amplitude
(3.5 mA) led to an OBE ("I see myself lying in bed, from above, but I only
see my legs and lower trunk"). Two further stimulations induced the same
sensation, which included an instantaneous feeling of "lightness" and
"floating" about two metres above the bed, close to the ceiling.
Blanke O, Ortigue S, Landis T, Seeck M (2002). Stimulating illusory
own-body perceptions. Nature 419, 269-270.

Essa foi toda a OBE vivenciada pela paciente. (houve outras sensações de
distorção de percepção corpórea relatadas no artigo, mas não OBE). É lógico
que é um dado interessante e mesmo questionador da interpretação
"externalista" das OBE. Mas é necessário ressaltar a "pobreza" de tal
experiência induzida ("só vejo minhas pernas e parte inferior do tronco"),
em contraste com as experiências vivenciadas por muitos praticantes de
indução de OBE, onde inclusive, segundo Stephen Braude (em Immortal Remains
- 2003) existem de fato casos de percepção verídica bem documentados.


Quanto aos casos de NDE, apesar de achar que o artigo explica as tais sensações usuais relatadas por quem passa por este tipo de experiência, ele não pode explicar relatos onde supostamente o indivíduo teria fornecido informações de eventos ocorridos em locais distantes no momento em que este vivenciava uma NDE (como na tal reportagem exposta no sítio do Bennetton, que você criticou em algum tópico perdido por aí...a propósito, como ficou o caso?! O repórter da Globo fraudou (adulterou) ou não as declarações do pesquisador entrevistado?!)...


Veja que na verdade o artigo de Suzana só "explica" as sensações usuais porque ela resolveu (...) deixar de fora a interessante informação de que a pessoa apenas viu suas pernas e tronco inferior... Na verdade, o artigo em que ela se embasou pra escrever o texto dela explica bem menos do que o texto dela... Quanto à reportagem da Globo, minha opinião, é fraude mesmo... Mas o fato é que o caso não aconteceu.

Onde estão as provas para cada suposição colocada aí?! Sem isso, é inútil prosseguir.


A premissa é a seguinte: qualia é informação e informação está associada a massa/energia. Se isso é verdadeiro, então o texto pode ter algum futuro... Em todo o caso, postei agora resposta minuciosa pros comentários do Fayman, no link abaixo:

https://antigo.religiaoeveneno.com.br/viewtopic.php?t=14 ... 0484eea59e[/url

Abraços,
Julio
____________

Trancado