Para ambas as perguntas a resposta é sim. Segue até a tradução que fiz do texto:
Criticismo e Controvérsia em Parapsicologia - Uma Visão Geral
Eberhard Bauer Departmento de Psicologia,
Universidade de Freiburg
Quando a linha principal da história de pesquisa parapsicológica é considerada, como tentando alcançar um lugar entre as ciências reconhecidas, imediatamente torna-se aparente que as controvérsias e discussões intermináveis associadas com esta empresa que ainda continuam até hoje, são de uma natureza diferente dos conflitos normais em ciência. Aparentemente este debate toca sobre valores essenciais mais vitais e questões que normalmente são achadas em polêmicas, por exemplo, sobre a aceitabilidade ou possíveis conseqüências de um achado tecnológico ou a apresentação de um novo produto químico. Especialmente o tom ocasionalmente amargo das conversas e o fato que elas freqüentemente tornam-se pessoais e transgridem o bom senso, são indicativos do caráter inflamatório da questão (Servadio, 1958, 1). Esta declaração do psicanalista e parapsicólogo italiano Emilio Servadio destaca a posição peculiar que estas controvérsias sobre parapsicologia e as atitudes críticas em direção de sua natureza científica ocupam. Não há nenhuma dúvida que o problema da existência de fenômenos paranormais pode ser considerado como um dos temas mais discutíveis de pesquisa na história de ciência. É mesmo possível ver a história da parapsicologia como a história de suas controvérsias. Diferentemente de outras disciplinas científicas estas controvérsias não são tanto relacionadas à interpretação de certos fenômenos mas sim à existência dos fenômenos em si. Como será demonstrado isto é porquê mesmo os juizes mais competentes não concordam sobre o essencial da pesquisa paranormal e chegam a conclusões diferentes.
Primeiro de tudo mesmo a questão da competência está em disputa. Quem está habilitado para ser considerado como um parapsicólogo e vice versa, quem pode agir como um crítico nesta área? Não é difícil de ver que um grupo homogêneo de parapsicólogos caracterizado por certas qualificações não existe. A necessidade de um currículo preferivelmente num nível acadêmico e de profissionalização é bem reconhecida (Shapin e Cias, 1976; Johnson, 1977); mas sem uma base de organizacional, apoio financeiro, e a aceitação correspondente pela comunidade científica, esta realização somente é possível numa escala limitada. Em resumo, não há nenhumas autoridades em parapsicologia no sentido de representantes de um corpo aceito de opiniões, que sejam apoiados pela maioria dos cientistas envolvidos. No máximo se pode dizer que existem peritos embora neste contexto o significado disto resida num termo incerto. Numa discussão instrutiva sobre "áreas de acordo entre o parapsicólogo e o cético", R.A. McConnell, o próprio sendo um pesquisador psi ativo, argumenta "a menos que você esteja disposto e seja capaz de gastar anos se aperfeiçoando em psicologia, física, e em sociologia da ciência, você não pode tomar uma decisão competente sobre a qualidade e a conclusividade da evidência experimental para fenômenos parapsicológicos (McConnell, 1976, 304). Julgado em tal critério os Estados Unidos talvez possam contar com "duas dúzias razoavelmente qualificadas e ativas de investigadores ativos em parapsicologia (McConnell, 1976, 308).
O mesmo se aplica às qualificações dos críticos. A dicotomia freqüentemente aplicada -parapsicólogos acreditam em ESP, críticos ou céticos não - é tão simplista quanto errada. De muitos exemplos na literatura pode ser demonstrado que os parapsicólogos são críticos competentes e bem severos de si próprios e da própria pesquisa. Considere os nomes de Besterman, Dingwall, Hodgson, W.F. Prince, as contribuições publicadas em Murchison (1927), Angoff e Shapin (1971) e a discussão de John Beloff (1972, 1975) sobre a posição do cético - somente para citar alguns. O papel do auto designado cético ou desmitificador profissional pode parecer prestigioso na opinião pública (Nota 1) mas freqüentemente falta argumentação efetivamente baseada ou logicamente aceitável (ver por exemplo, Bender, 1964; Buchel, 1976; Bauer e von Lucadou, 1980).
Outra controvérsia concerne aos limites do campo. Se os paradigmas da Escola Rhineana (Nilsson, 1975, 1976) que por quarenta anos dominaram a pesquisa forem aceitos, então as únicas questões de matéria parapsicológica firmemente estabelecidas consistem na percepção extra-sensorial (ESP) e na psychokinesis (PK). Isto explica por que Rhine considerou a "onda oculta" (Bender, 1976, 7) que tornou-se proeminente nos países Ocidentais durante os setenta e incluiu a acupuntura, a fotografia Kirlian e a astrologia, como muito perigosas para a imagem da parapsicologia como uma ciência experimental. Particularmente porque muitos parapsicólogos pareceram tomar uma atitude positiva em direção de tais temas bombásticos (aos quais também podem ser adicionados a ufologia, o Triângulo das Bermudas ou os poderes da pirâmide), Rhine advertiu que "Parapsicólogos tem dado mais atenção ao fato que seu tipo de psi não é mais tão seguro sob seu próprio controle social como no passado. O tempo chegou, em que nós que trabalhamos com psi precisamos decidir se realmente sabemos onde pertencemos e qual é de fato o nosso território. Há qualquer outra ciência experimental que resida em base tão leve de uniformidade e padronização?" (Rhine, 1972, 175).
Se o estudo de questionário de Schmeidler (Schmeidler, 1971) pode ser considerados como representante então parece que os membros da Associação Parapsicológica ao menos concordam que ESP é um fenômeno provado e que não há nenhuma razão para fornecer evidências repetidas vezes (isto talvez pode ser demais otimista; ver por exemplo a pesquisa recente entre os membros da P.A. por McConnel e Clark, 1980). Mas à parte disso as opiniões entre os principais parapsicólogos estão divididas uniformemente como qual modalidade de psi deve ser estudada empiricamente. Rhine (1974b) por exemplo toma a posição - criticada por Thouless (1973) - que um grande número de temas de pesquisa parapsicológica, tais como as experiências-fora-do-corpo, o problema da sobrevivência, retrocognição, psicometria e telepatia são basicamente problemas insolúveis que não podem ser estudados empiricamente porque é impossível eliminar a clarividência como hipótese alternativa potencial. É seguro assumir que este dilema não é simplesmente semântico. Reflete principalmente modelos teóricos diferentes que têm naturalmente conseqüências para a testabilidade empírica das hipóteses daí derivadas. Este quadro de diversidade parapsicológica torna ainda mais fácil para os críticos compilar da literatura uma coleção de várias declarações e opiniões abrangentes (para um exemplo recente ver o golpe de misericórdia de Alcock para a parapsicologia e a réplica loquaz de Palmer; Alcock, 1981; Palmer, 1983) que podem ser usadas para pintar um quadro lívido das conseqüências bem absurdas da pesquisa nesta área, por exemplo, de um ponto de vista jurídico.
Uma visão geral da história de uns cem anos de pesquisa em parapsicologia permite-nos detectar formas bastante típicas de argumentação a favor e contra que influenciam a estrutura das controvérsias de uma forma notável (ver por exemplo as visões gerais dadas por Nicol, 1956; Crumbaugh, 1966; Dommeyer, 1966; Ransom, 1971). O discurso em 1882 pelo primeiro presidente da British Society for Psychical Research (S.P.R.), Henry Sidgwick, é típico de como os pioneiros desta pesquisa tomaram por certo que encontrariam objeções do mundo científico. Sidgwick fala de 'evidência suficiente', isso é, "evidência que convencerá o mundo científico" (Sidgwick, 1882a, 9). Sidgwick elabora nisto seu segundo discurso presidencial: "...se eles não cederem a meia-dúzia de experiências decisivas por investigadores de inteligência treinada e probidade até aqui incontestada, deixem-nos tentar dá-los mais meia-dúzia registrada por outras testemunhas; se uma dúzia não o fizer, deixe-nos tentar lhes dar uma contagem; se uma contagem não o fizer, deixe-nos chegar à marca de cinqüenta". Assim a oposição seria gradualmente silenciada e o reconhecimento da parapsicologia imposto (nota 2) por aplicar este princípio de evidência cumulativa, i.e. por adicionar cada vez mais provas para a existência de ESP.
Proximamente relacionado é o princípio de testemunho respeitável: tornou-se mais ou menos procedimento padrão especialmente para sessões com médiuns físicos envolver grandes números de personalidades com reputação estabelecida como observadores para usar seus testemunhos concernentes à genuinidade dos fenômenos em questão para mudar a opinião da comunidade científica. No entanto, a controvérsia ao redor da 'mediunidade física' que surgiu entre as duas guerras mundiais principalmente sobre o trabalho de Schrenck-Notzing não podia ser resolvida por esse meio. As posições de tanto aderentes como oponentes permaneceram basicamente irreconciliáveis (Nota 3).
Quando no começo dos anos trinta J.B. Rhine apareceu com sua pesquisa estatística- experimental de ESP pareceu que isto criaria uma mudança na discussão. Pela primeira vez um número de pesquisadores independentes aceitou uma metodologia e terminologia comum e aplicou-as a um problema especificado. Foi também a primeira vez que a comunidade científica foi desafiada por um excesso de resultados experimentais alcançados sob condições de laboratório por métodos convencionais e com sujeitos não selecionados.
A reação da comunidade científica à metodologia proposta de experiências de cartão foi animada. Entre 1934 e 1940 aproximadamente 60 publicações críticas por 40 autores apareceram, principalmente na literatura psicológica, lidando com quase cada aspecto das condições experimentais e da avaliação estatística (Honorton, 1975a). A maior parte das críticas levantadas pode ser classificadas em três grupos (Pope e Pratt, 1942). O primeiro grupo preocupa-se com as suposições matemático-estatísticas das técnicas de avaliação que foram aplicadas; o segundo com a validez dos procedimentos experimentais e o terceiro com a lógica da interpretação dos resultados em termos da hipótese de ESP. A revisão publicada em 1940 (Pratt et al, 1940) de todas as principais pesquisas experimentais de 1882 até 1940 - a 'bíblia' da parapsicologia experimental - listas e discute 35 hipóteses alternativas. Estas incluem métodos estatísticos errôneos, seleção imprópria de dados, embaralhamento insuficiente do maço de cartas visadas, pausa opcional, erros motivados inconscientemente na gravação e verificação das seqüências do alvo e da resposta, dicas sensoriais insuficientemente eliminadas (sussurro inconsciente, cartões marcados) e finalmente incompetência e credulidade dos experimentadores. Das 142 publicações dos 60 anos anteriores só seis foram suficientemente robustas para resistir a todas estas objeções, assim de acordo com os autores fornecendo evidência válida para cognição paranormal. Estas seis são todas as experiências executadas no laboratório de Duke desde 1927.
Por aplicar tal procedimento objetivo Rhine e seus colaboradores em grande parte prosperaram em silenciar a principal oposição por psicólogos acadêmicos. Não por menos porque adaptaram sua pesquisa de acordo com críticas válidas. Daí por diante embora a realidade de ESP geralmente não tenha sido aceita, no começo dos quarenta pelo menos houve acordo sobre como que uma experiência adequada de ESP deveria parecer-se (Honorton, 1975b). Quando em 1943 o programa de pesquisa do laboratório de Duke se expandiu para incluir a pesquisa em psychokinesis (influenciando o jogar de dados) as críticas permaneceran restritas àquelas oferecidas pelos parapsicólogos britânicos que foram motivados principalmente por sua falta de êxito em repetir estas experiências. Não foi antes de 1962 que o psicólogo americano Edward Girden publicou uma avaliação fundamentalmente crítica de 200 experiências de PK e concluiu que "a evidência de PK como fenômeno psicológico é totalmente nula. E esta deficiência persistirá até que o efeito seja produzido na presença de uma variável psicológica especificada, e que não apareça o efeito em sua ausência" (Girden, 1962, 387).
Pratt (1964) objetou que Girden exagerou os defeitos das experiências em apreciação (por exemplo, falta de procedimentos experimentais estritos, mau controle de dados enviesados, avaliação imprópria de dados não homogêneos) e que tinha ignorado as experiências em que tais objeções não eram aplicáveis. Mais informação sobre a complexidade dos problemas relevante à controvérsia de PK e as diferenças entre as opiniões dos parapsicólogos envolvidos podem ser obtidas consultando a literatura relevante (ver Girden, Murphy, Beloff, Eisenbud, Flew, Rush, Schmeidler, Thouless, 1964).
Depois da conclusão bem sucedida da "controvérsia ESP" no sentido que a oposição tornou-se silenciosa no fim dos anos trinta Rhine tinha certo que só era uma questão de tempo antes de parapsicologia estivesse plenamente integrad nas ciências psicológicas (Nilsson, 1975, 1976). Mas esta esperança provou-se fútil. Nos próximos 15 anos a 'ciência estabelecida’ (Honorton, 1975b) tomou apenas conhecimento da pesquisa parapsicológica. A confrontação ativa não conseguiu materializar-se. Não foi antes da metade dos anos cinqüenta que a controvérsia estourou outra vez. A causa imediata eram duas publicações nos jornais interdiciplinares talvez mais influentes 'Nature' e "Science". O lógico de Oxford G. Spencer Brown (1953) deu um novo agito na ‘controvérsia estatística’ em parapsicologia por dirigir sua crítica não contra detalhes técnicos de aplicação de procedimentos estatísticos, mas contra as suposições básicas da teoria da probabilidade em si. Disputou o procedimento comum da parapsicologia de inferir, da 'improbabilidade' do resultado da avaliação estatística a existência de ESP, apesar da falta de repetibilidade e de padrões demonstráveis nos fenômenos. O meio tão ingênuo de inferir uma 'causa' de 'importância' também foi criticado pelo alemão e matemático Tornier. Argumentou que estatística é somente uma ferramenta de pesquisa e nunca pode por si mesma fornecer uma prova' (Tornier, 1959, 115) (Nota 4). A crítica de Thornier foi discutida demoradamente na parapsicologia alemã; as várias posições concernentes a esta controvérsia podem ser achadas em Bender (1959), Mischo (1974), Krengel e Liese (1978), e especialmente Timm (1979).
A mais radical e talvez a mais influente crítica então dirigida contra a parapsicologia até essa data foi oferecida numa discussão extensa pelo químico George Price em seu artigo 'Science and the supernatural' [Ciência e o sobrenatural], artigo publicado como o principal na Science (Price, 1955). Começou por admitir que a oposição à parapsicologia praticamente foi silenciada por um número impressionante de experiências cuidadosas e argumentação inteligente. No entanto, em vista do fato que a existência de ESP deve ser considerada em conflito com teorias atuais em ciência, Price foi forçado a concluir que todos os resultados significantes em parapsicologia que não pudessem ser explicados por falhas nos procedimentos, erros estatísticos ou pistas sensorias inconscientes, tinham que ser explicados por fraude deliberada ou condições mentais anormais (Price, 1955, 360). Fraude deliberada pelo investigador como uma alternativa para psi- sob tal premissa Price discutiu um número de cenários como fraude que pudesse ter levado aos muito significativos resultados obtidos pelo matemático Britanico Soal (Soal e Bateman, 1954) mesmo que ele não fornecesse evidência efetiva. À parte das reações dos cientistas que pessoalmente foram atacados (Rhine, 1956; Soal, 1956) especialmente Meehl e Scriven (1956) chamaram a atenção a duas pressuposições insustentáveis na argumentação de Price: Primeiramente que ESP está em conflito com ciência moderna e segundamente que essa ciência moderna em sua forma presente deve ser correta e completa. Em todo o caso, sete anos mais tarde, Price retirou sua suspeita de Rhine e Soal como fraudes como 'altamente injusta' (Price, 1972, 356) (Nota 5). Não obstante ambos os argumentos, a improbabilidade anterior de ESP e a possibilidade de fraude da parte do experimentador, foram levados em conta e estendidos no livro pelo psicólogo britânico. E. M. Hansel, publicado em 1966: 'ESP, uma avaliação científica'. O mundo não-parapsicológico pareceu considerar este livro como a palavra final a ser desperdiçada sobre o assunto (ver Slater, 1968). De acordo com Hansel o processo investigado em parapsicologia é: "tanto hipotético quanto a priori extremamente improvável" (Hansel, 1966, 17). Qualquer possível causa conhecida dos resultados, incluindo conspiração pelos participantes da experiência para fraudar, é muito mais provável de ser responsável por ele que o processo hipotético (ESP) em apreciação.
Na análise de quatro experiências, de qual três pertencem às experiências conclusivas 'clássicas' de ESP: a série de Pearce-Pratt e a experiência de Pratt-Woodruff ambas do período inicial de Duque e experiências de Soal com Sra Stewart e Basil Shackleton assim como as experiências de Soal-Bowden com três alunos galeses, Hansel demonstra com talento notável como a fraude podia ter sido cometida. De acordo com Hansel isto é suficiente para questionar qualquer reivindicação positiva para evidência convincente de ESP (Hansel, 1966, 241). É dificilmente possível opor-se a tais acusações de fraude, pelo menos não enquanto confirmações independentes para os resultados estejam faltando. Mas no caso da parapsicologia o argumento de fraude não é mais plausível que no caso de outros cientistas (ver por exemplo McConnell, 1975). O escândalo ao redor de sucessor de Rhine, W.J. Levy, que estourou em 1974 e que resultou em comentários de notícias mundiais, demonstra particularmente o ponto essencial que a fraude de Levy foi detectada pelos seus colegas e que o próprio Rhine tornou pública (Rhine, 1974c) (Nota 6).
A abordagem crítica de Hansel à parapsicologia foi pesadamente criticada por sinalar o viés aparente de seus argumentos e por causa dos muitos erros efetivos e inexatidões que deixam duvidoso se este trabalho pode ser chamado uma avaliação 'científica' de psi (Nota 7). Não obstante a crítica penetrante de Hansel destaca um número de problemas fundamentais. As opiniões concernentes à importância destes problemas diferem na comunidade parapsicológica.
Em primeiro lugar podemos considerar nesta conexão o problema da repetibilidade (ver especialmente Crumbaugh, 1966; e mais recentemente - a discussão completa por Hovelmann, 1983). O mínimo que pode ser dito que todo o mundo concorda é que a parapsicologia mostra experiências repetíveis mas não resultados repetíveis. De acordo com Beloff (1972) uma experiência com resultados repetíveis pode ser considerada como a descrição de um procedimento experimental que, quando aplicado por pesquisadores competentes, "deve funcionar ao menos 50 por cento de tempo e, ainda mais importante, não deve depender da disponibilidade de um indivíduo particular como assunto [subject]" (Beloff, 1972, 198). Mas as opiniões dos parapsicólogos sobre esta questão varia. Por exemplo Beloff em acordo com Crumbaugh (1966, 526) e Dommeyer (1966) conclui que os resultados parapsicológicos só geralmente será aceitos pela comunidade científica quando ao menos um efeito repetível puder ser demonstrado. As propostas para modificar o conceito de repetibilidade, ao longo das linhas sugeridas por LeShan (1966) ou Murphy (1971), fazem-no dependente do caráter específico do objeto de pesquisa. Para a parapsicologia isto implicaria que uma repetibilidade 'intrasubjectiva' existe no sentido que com o passar dos anos um assunto alcança resultados positivos com investigadores diferentes. Um exemplo é o 'efeito focal' de Pavel Stepanek (Keil, 1977). O tipo de 'repetibilidade interna' achada em experiências do grupo de Maimonides com indução telepática de sonho (Ullman et al, 1973) ou na fenomenologia de dobragem paranormal de metal (Hasted, 1977) também poderiam ser avaliados como tal. Em todo o caso, a exigência para repetibilidade permanece um problema metodológico fundamental em parapsicologia. Mas isto não ocorre só para a parapsicologia mas também para as ciências do comportamento. Por exemplo, na psicologia os resultados são caracterizados semelhantemente por inconsistências comuns, por não-repetibilidade e não-previsibilidade (Maschewsky 1977, 212). Concernente à repetibilidade Honorton (1975b) sente que comparada com certos campos de psicologia a parapsicologia está mesmo num melhor estado.
A atitude em direção da questão de repetibilidade e suas fundações epistemológicas tem até então alcançado conseqüências [has far reaching consequences]para um número de 'subproblemas' relacionados que só curtamente podem ser mencionados aqui. Por exemplo o problema de relatório seletivo de somente resultados positivos pode levar a um quadro deturpado das realizações reais de pesquisa (para este problema ver a discussão entre Rhine, 1975 e Beloff et al, 1976). Outro problema relacionado é a verificação empírica de hipóteses. Por combinar de forma acrítica diferente 'efeitos’, como efeitos de declínio como psi-missing ou influência do viés do experimentador, torna-se em princípio possível interpretar cada resultado de uma experiência parapsicológica em favor da hipótese de psi. O perigo de tal estratégia que assegura a imunidade da interpretação de psi contra quase toda a crítica é reforçada pela terminologia geralmente aplicada em parapsicologia. Por exemplo é afirmado que um certo fenômeno 'pode ser explicado por ESP' (ver Mundle, 1971, 20). A tal expressão negligencia que o conceito de ESP não tem nenhum poder explanatório mas deve ser considerada meramente uma convenção verbal para marcar um certo grupo até agora inexplicado de fenômenos (mais sobre isto em Staub, 1978). A observação freqüentemente discutida que psi falha freqüentemente em aparecer quando observadores céticos (por exemplo, mágicos) ou pesquisadores estão envolvidos pode ser interpretada, de um ponto de vista psicológico, como uma indicação para a dependência de fenômenos psi em condições psicológicas complexas, um campo delicado de afeição (Bender, 1976) entre os participantes numa experiência de psi. Em outras palavras, pode haver um bom número de condições desconhecidas que exige novas estratégias para se lidar.
Um problema adicional para o estado discutível da parapsicologia, indiretamente relacionado à questão de repetibilidade mas de vital importância, relaciona-se à erosão notável da evidência. Este 'efeito evaporativo' como Scriven chamou-o (citado por Eisenbud, 1963, 251) significa que alguns inicialmente então convincentes resultados da pesquisa parapsicológica parecem perder sua força com posteriores reavaliações. Quando o tempo passa mesmo o pesquisador eventualmente tornar-se-á afetado pela influência destrutiva da dúvida. John Beloff (1972) como presidente da Associação Parapsicológica deu uma viva ilustração deste 'gênesis de dúvida' (Rogo, 1977) com exemplos de parapsicólogos proeminentes (Nota 8). O 'desejo de acreditar’ de parapsicólogos como assumidos pelos céticos parece mais como um ‘desejo de não acreditar’ as suas próprias experiências e observações. Este "princípio de dissonância retroativa" (B. Inglis) pode ser bem demonstrado por exemplo nas famosas. investigações da S.P.R de Eusapia Palladino em 1908 (ver Rogo, 1977). A 'erosão de evidência' é uma das características mais estáveis na história da parapsicologia. Quase cada 'caso clássico', cada 'experiência conclusiva' foi submetida a esta 'prova de tempo', o processo de re-avaliação baseada em novas evidências e a re-interpretação vista de uma perspectiva diferente. Esta reconstrução de material de evidências freqüentemente acompanhada de muita controvérsia só pode ser tocado até aqui; enche praticamente milhares de páginas como a história da pesquisa Psíquica (ver por exemplo os Proceedings do SPR) deixa abundantemente clara (ver especialmente Inglis, 1977). As disputas sobre a genuinidade das experiências de William Crookes com D.D. Home e as materializações da médium Florence Cook já duram mais de cem anos (Medhurst e Goldney, 1964; Medhurst, 1972). Trevor H. Hall (1962) por exemplo tenta provar em seu livro muito debatido 'The Spiritualists' que Crookes era amante de Florence e a ajudou a fraudar durante as sessões (ver a discussão entre Stevenson, 1963, 1964 e Hall, 1964a). Especialmente as investigações de Hall que como um detetive tenta detectar os 'pontos fracos’ nos velhos experimentos da S. P. R. (ver Campbell e Hall, 1968) dão ímpeto constantemente fresco às controvérsias historicamente orientadas, como no caso do livro de Hall sobre um dos fundadores da S. P. R., Edmund Gurney. De acordo com Hall (1964b) Gurney negou insinuações de fraude e cometeu suicídio mais tarde (para uma avaliação crítica detalhada ver Nicol, 1966, e réplica do Hall, 1968). Então as controvérsias continuam (para um exemplo recente ver Brandon, 1983). Os estudos especiais de casos famosos, como o estudo de Tietze (1973) de Margery, o estudo de Rogo (1975) em Palladino ou o estudo de Anita Gregory (1977) de Rudi Schneider, demonstra o padrão típico das controvérsias científicas em parapsicologia. A este padrão pertence a polarização emotiva dos antagonistas, as reivindicações de competência, os comitês para avaliar a 'evidência conclusiva', o oferecer de prêmios, etc..
A 'erosão de evidência' afeta também aqueles experimentos que durante muito tempo foram considerados como os dados mais sólidos de parapsicologia. A trágica ironia da série famosa de Soal-Shackleton de 1941-1943 em telepatia precognitiva (Soal e Bateman, 1954) com seu projeto experimental apontado eliminar possível fraude do experimentador mas o qual o próprio Soal permitiu suspeita (a perda só depois admitida dos protocolos originais; o uso das tabelas aleatórias difere de como informado; a alegação por Crete Albert que viu Soal mudar figuras; ver para esta controvérsia Scott et al, 1974; Scott e Haskell, 1975; Markwick, 1978) (Nota 9). No mesmo estilo a já decênia experiência de Pratt-Woodruff constitui uma plataforma para acusações de fraude por críticos (Pratt, 1976). Estes exemplos ensinam-nos ao menos uma lição. A experiência conclusiva convencendo cada cético da existência de psi não existe. É uma ilusão fazer o avanço para o reconhecimento científico depender da experiência 'perfeita'. Na sua revisão do livro de Hansel, Stevenson escreveu a sentença notável: "Se abandonarmos a idéia de uma experiência à prova de falhas nós também devíamos abandonar a idéia que nossas experiências são de alguma forma conclusivas ou que possam ser consideradas como prova" (Stevenson, 1967, 263f). Ele antes argumenta em favor de alguns padrões acordados desenvolvidos em cooperação entre pesquisadores em parapsicologia e críticos dentro de e fora do campo para a avaliação de uma experiência específica (Stevenson e Roll, 1966). A impossibilidade aparente da 'experiência decisiva' é confirmada pela observação de Nicol que mesmo 'pesquisadores psíquicos de autoridade inquestionável não concordam entre si quanto a se algumas experiências principais são evidência conclusiva para a paranormalidade" (Nicol, 1956, 29).
Considerando Coover tal situação a ‘teoria-pacote’ (Coover, 1927, 233) oferece alguma perspectiva. Embora cada pedaço de evidência, cada ramo por assim dizer, possam ser criticados e principalmente refutados, juntos constituem um fardo forte de evidência. Por outro lado é igualmente possível defender uma ‘corrente' modelo (Beloff, 1976, 93). A corrente de evidência para ESP é tão forte quanto seu ponto fraco. Parece portanto inevitável que parapsicólogos freqüentemente apliquem critério subjetivo ao pesar a evidência. Para Rhine (1974a, 113), por exemplo, as descobertas post-hoc de ‘impressões digitais de psi' no cartão de adivinhação e nas experiências de dado, os efeitos de declínio e as curvas, constituem evidência convincente. Seguramente muitos equívocos seriam evitados se a evidência subjetiva pudesse ser mantida estritamente separada da constrangedora evidência científica, embora seja questionável especialmente no caso de parapsicologia se isso é possível. Não é a motivação pessoal, o efeito do experimentador e uma atitude positiva em direção a psi uma condição essencial para extrair psi?
Um grupo de críticos considera a resposta a esta pergunta como a mesma para a solução do mistério de psi. De acordo com esta argumentação primeira oferecida por Moll (1929), ainda mais desenvolvida por Gubisch (1961) e levada em conta por Prokop e Wimmer (1976) os parapsicólogos crédulos vivem numa antecipação alegre do oculto e cobrem suas superstições com um capote pseudo-científico. Assim o campo inteiro da parapsicologia só existe por causa da motivação talvez psicologicamente anormal dos parapsicólogos. Especialmente o alemão crítico Gubisch Wilhelm reduz o problema inteiro de ESP à 'estrutura psicológica dos crentes no oculto' (Gubisch, 1961, 98). Como um pseudo-clarividente em sua 'demonstração experimental de ESP' colecionou do público geral valioso material sobre a credulidade e o desejo de acreditar. Mas este exemplo também pode ser usado para demonstrar como a motivação de Gubisch como um desmitificador, analisado de acordo com os princípios de pesquisa em percepção social, deturparam o meio de manipulação seus dados (ver para exemplos Neuhausler, 1964). Mas apesar da intensidade da sua atitude negativa ao menos Gubisch demonstra sua consciência das possíveis conseqüências do paranormal (Bender, 1964). Com outros o problema é reduzido a um de uma natureza puramente psicológica (ver para exemplo Wimmer, 1973). Já W.F. Prince (1930) observou que mesmo quando pessoas cientificamente educadas entram no campo da parapsicologia e passam o 'limite encantado' elas repentinamente parecem tornar-se unilaterais na informação que elas colecionam e a ignorar argumentos. Em resumo, elas reagem tão irracionais em sua oposição como seria impensável dentro do próprio campo. Aparentemente as defesas firmemente enraizadas contra a aceitação do paranormal reside atrás das discussões racionais. Servadio (1958) quando interpreta esta defesa propõe uma psicodinâmica baseada ‘reação de descrença’ a fenômenos parapsicológicos. Nas especulações de Eisenbud (1963; 1966) a defesa contra psi é parte da natureza em si, e mesmo parapsicólogos são prevenidos de ganhar controle experimental sobre estes poderes por uma 'sabotagem inconsciente' dirigida contra os próprios esforços. LeShan (1966) aplica o modelo de Festinger de dissonância cognitiva. A motivação psicológica para rejeitar fenômenos paranormais origina-se em sua cuidadosa observação, que está em conflito com o contexto social-cultural familiar e assim cria um conflito ameaçador. Uma explicação é tentada aqui por meio da profundidade e dos conceitos psicológicos sociais, a saber que nem a quantidade nem a qualidade científica de evidência para fenômenos parapsicológicos contribui para a sua aceitação social. Isto torna-se mesmo mais claro quando considerado do ponto de vista da história e da sociologia de ciência. Aqui o estado discutível da pesquisa parapsicológica torna-se o primeiro exemplo do problema geral no desenvolvimento de ciência, i.e. que a aceitação de novos fenômenos e teorias apenas é influenciada pelo estado objetivo de evidência (Ferrera, 1977). Especialmente o estudo sociológico da comunidade parapsicológica pode servir para demonstrar a associação íntima entre a organização social de um grupo inovativo e a reação das ciências estabelecidas (Allison, 1973).
Entre os parapsicólogos McConnell (1966) foi o primeiro a interpretar a situação discutível da parapsicologia em termos do modelo influente de Thomas Kuhn (1962) para o desenvolvimento de ciências. Neste modelo dados parapsicológicos tornam-se 'anomalias’ que estão em conflito com os atualmente 'paradigmas’ dominantes das ciências sociais naturais e portanto provocam oposição. O quadro da parapsicologia moderna - observações casuais descoordenadas, resultados experimentais contraditórios, a falta de conceitos bem-definidos, de hipóteses de trabalho e teorias relacionadas geralmente aceitas, a desintegração em escolas rivais, o caráter emotivo das controvérsias - são também as características de uma fase imatura pré-paradigmática de ciência esperando um 'Einstein da parapsicologia' (Pratt, 1974) guiar o campo no reino de ciências aceitas. Até que ponto esta interpretação em termos de modelo do Kuhn seja talvez demais otimista ou mesmo enganadora, é em si o assunto da discussão atual (Shapin e Coly, 1977). Mas indubitavelmente tais 'perspectivas de metas' são de grande valor para determinar a posição de uma "proto-ciência". A parapsicologia como um objeto de estudo para uma 'sociologia relativística de ciência' (Rao, 1977) demonstra a extensão a que a aceitabilidade científica depende do consenso de um grupo dependendo de critério histórico variável. Isto adicionalmente alivia a parapsicologia de se concentrar na pergunta existencial do 'sim' ou 'não' de seus fenômenos, do conceito de psi, repetidas vezes recentemente descoberto e aceito por um grupo de pessoas e então rejeitado e enterrado por outro. Em resumo, nesta perspectiva o conflito ao redor de parapsicologia torna-se a pedra de toque para suposições antropológicas escondidas em nossa visão científica do mundo e metodologia de pesquisa. Isto também constitui um desafio de parapsicologia.
Pós-Escrito
Esta visão geral levemente revisada foi escrita em 1977 e primeiro publicada em alemão no volume 15 de " Kindler's Psychologie des 20. Jahrhunderts ". Principalmente foi visado para psicólogos e outras pessoas educadas, que podem ser supostas te são bastante ignorantes sobre parapsicologia e que provavelmente nunca ouviram do 'Diário europeu de Parapsicologia' e outros diários profissionais em nosso campo. Por causa de falta de espaçar o tema tem que ser discutido em relativamente poucas páginas e aspectos portanto importantes do assunto do papel às vezes só podiam ser tocados sobre.
Uma coisa é certa, mesmo em 1984: A controvérsia de psi está ainda conosco. No entanto, parece que nos últimos anos um começo foi feito em direção de um diálogo mais racional e justo entre os proponentes e os críticos do paranormal (entre os últimos vários representantes do CSISCOP). K. R Rao, por exemplo, organizou como parte da Convenção da PA em 1981 um simpósio intitulado 'Parapsicologia e seus críticos: Implicações para filosofia e sociologia da ciência', em que um número de pareceres críticos recentemente publicados em parapsicologia (Girden, Diaconis, Moss and Butler, Gibson, Kurtz) foram discutidos. Semelhantemente na Conferência Centenary-Jubilee (SPR 1882-1982 e PA 1957-1982) um simpósio foi segurado, intitulado "O caso para o ceticismo", em que entre outros C. Scott, S. Blackmore, P.H. Hoebens e R. Hyman tomaram parte do 'Acadêmico Zetético', editado pelo sociólogo M. Truzzi desenvolveu-se nos últimos poucos anos em um das melhores fontes de informação sobre a crítica de pesquisa em parapsicologia, com contribuições de internos e forasteiros. Proeminente é o 'Diálogos Importantes’ entre parapsicólogos e céticos (ver especialmente Hyman, Beloff, Westrum, Hovelmann). Além do mais, um certo número de livros com uma visão crítica da parapsicologia recentemente foi publicado, entre eles a segunda edição de livro de Hansel mas também livros de Alcock, Mark e Yammann, e Abell e Singer, que evocaram várias avaliações extensas da comunidade parapsicológica.
Notas
1. Sintomático para isto é o comportamento de alguns membros do Comitê para a Investigação Científica de Reivindicações do Paranormal (CSICOP) fundado em 1976 com o qual os melhores críticos conhecidos da parapsicologia como Cardner, Hansel, Hyman e Randi são associados. Antes de emitir o próprio diário 'The Sceptical Inquirer'[O Inquiridor Cético] o 'Humanista' publicado pelo filósofo Paul Kurtz era o porta-voz do CSICOP. A pretensão de uma avaliação racional de fenômenos paranormais e da metodologia aplicada evocou algumas críticas agudas por parapsicólogos, ver por exemplo Rockwell et al (1978) e Kurz et al (1978).
2. Do ponto de vista da sociologia de ciências certamente seria recompensando comparar os vários discursos presidenciais da S. P. R. em ordem para estudar o desenvolvimento na história do que é considerado como ‘conhecimento parapsicológico estabelecido', como que o conhecimento foi adquirido e o progresso que a parapsicologia fez concernente ao reconhecimento científico.
3. A controvérsia é mais claramente apresentada no 'Drei-Manner Buch' (livro de três-homens) de Gulat-Wellenburg, v. Klinckowstroem, Rosenbusch (1925), o 'Sieben-Manner Buch' (livro de sete-homens) publicado por Schrenck-Notzing (1926), e as discussões em seqüência no 'Zeitschrift fur Parapsychologie' e o 'Zeitschrift fur Kritischen Okkultismus'. Uma avaliação dos pareceres opostos é apresentada pelo psiquiatra suíço Bleuler (1930).
4. Tornier expandiu sua crítica em 'Rhine - Queda do parapsicólogo', que foi encontrado com aprovação de críticos como Prokop e Wimmer (1976, 122). A refutação matemática decisiva foi, não considerando Buchel (1975, 170), fornecida por Yrengel e Liese (1978) e especialmente por Trimm (1979).
5. Numa adição à reimpressão de seu artigo por francês (1975 373) Price afirma: "que eu me tornei culpado de aceitar e tentar seguir (por um caminho bastante radical) esse sistema estranho de crenças que eu acusei Rhine e Soal de tentar promover, e portanto eu agora acredito em coisas muitas piores que ESP".
6. A importância fundamental da fraude e argumentação enganosa é discutida por Muller (1980).
7. Ver por exemplo as avaliações críticas por Honorton (1967), Stevenson (1967) e Medhurst (1968). Especialmente instrutivas são as posições de Eysenck, West, Beloff, Stevenson, a revisão por Slater (1968) e a discussão entre Hansel e Slater (British Journal of Psychiatry [Diário Britânico da Psiquiatria], 114, 1968, 1471-1480; e ibid 115, 1968, 743-745).
8. Compare também a atitude resignada de W. James em seu ''Final Impressions of a Psychical Researcher' [Impressões Finais de um Pesquisador Psíquico], de 1909, reimpresso em Murphy e Ballou, 1969, 309-325, especialmente na página 310.
9. Entretanto a análise astuta por Betty Marwick (1978) deixa pouca dúvida que Soal manipulou as seqüências visadas da experiência de Shackleton. O motivo para o comportamento de Soal permanece obscuro. No entanto, a parapsicologia experimental indubitavelmente perdeu um pedaço importante de evidência e os aderentes da tese 'Psi = fraude' marcaram outro ponto.
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