Privatização e discurso

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Fedidovisk
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Re: Privatização e discurso

Mensagem por Fedidovisk »

salgueiro escreveu:Fedidovisk

Se vc acredita que algum partido político no poder no Brasil possa efetuar a venda de patrimönio estatal com lisura atendendo aos melhores interesses da nação esqueça então qualquer "fofoca" sobre o assunto senão investigue por conta e tire suas próprias conclusões.


O discurso eu já conhecia e como as informações disponíveis sempre foram um tanto partidarizadas, queria dados mais técnico, felizmente alguns foristas deram contribuições interessantes nesse ponto.
Editado pela última vez por Fedidovisk em 10 Set 2010, 20:27, em um total de 1 vez.

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Fernando Silva
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Re: Privatização e discurso

Mensagem por Fernando Silva »

Não é interessante? A estatal zumbi volta à vida com todos os cacoetes do monopolismo.
http://oglobo.globo.com/economia/mat/20 ... 902306.asp

Teles trocam acusações com estatal: Telebrás reclama de redução de preços na banda larga em cidades onde atuará

Publicada em 28/10/2010

SÃO PAULO e BRASÍLIA - Operadoras de telefonia móvel e multinacionais de infraestrutura estão em pé de guerra com a Telebrás. O presidente da estatal, Rogério Santanna dos Santos, acusa as teles privadas de terem reduzido o preço da banda larga em até 30% nos municípios que serão atendidos em breve pela Telebrás.


Aos que se queixam de que os serviços hoje são muito caros:

viewtopic.php?f=1&t=21876&p=432739
O problema do preço no setor é da pesada carga tributária incidente dentre a qual consta a tarifa de interconexão. Dependendo do estado, os tributos representam de 40% a 50% do preço final do serviço. Segundo informações da Associação Brasileira de Telecomunicações, “a telefonia paga mais impostos do que cigarros e perfumes. A cada R$100 de serviços prestados, R$ 40 são impostos”. A tarifa de interconexão representa, segundo informações da Oi, quase 80% do preço pago pelo consumidor pelo serviço de telefonia. Tal percentual é de 50% nos Estados Unidos e na Europa.

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user f.k.a. Cabeção
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Re: Privatização e discurso

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Abmael escreveu:- Conforme o que já postei, não levava em conta não, e se o preço mínimo não considerou esse fato, então foi preço de banana mesmo.



Na verdade não.

O preço mínimo de um leilão não tem impacto sob o valor do arremate, e sim as avaliações dos compradores.

Num leilão de ofertas fechadas a estratégia é aproximar sua oferta da sua avaliação realista do ativo negociado com base na informação disponível à todos. Se você ou outros possuirem informação privada, a estratégia otimal é um pouco mais complicada.

O preço mínimo não tem impacto na construção dessa estratégia. O preço mínimo apenas impede a execução num cenário onde a melhor avaliação é menor do que um valor que o vendedor estipulou.
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Aranha
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Re: Privatização e discurso

Mensagem por Aranha »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Abmael escreveu:- Conforme o que já postei, não levava em conta não, e se o preço mínimo não considerou esse fato, então foi preço de banana mesmo.



Na verdade não.

O preço mínimo de um leilão não tem impacto sob o valor do arremate, e sim as avaliações dos compradores.

Num leilão de ofertas fechadas a estratégia é aproximar sua oferta da sua avaliação realista do ativo negociado com base na informação disponível à todos. Se você ou outros possuirem informação privada, a estratégia otimal é um pouco mais complicada.

O preço mínimo não tem impacto na construção dessa estratégia. O preço mínimo apenas impede a execução num cenário onde a melhor avaliação é menor do que um valor que o vendedor estipulou.


- É verdade, mas se o leilão for um jogo de cartas marcadas, o preço mínimo serviria para sinalizar um valor do ativo menor do que ele realmente vale, sendo assim, quem tivesse a informação privilegiada do real valor saberia o quão mais longe poderia ir, vantagem considerável sobre os demais num cenário de risco.

Abraços,
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Johnny
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Re: Privatização e discurso

Mensagem por Johnny »

Levando em conta o histórico das lcitações em SP, seria totalmente previsível. E vem aí mais um pedágio para cercear a RMC de Campinas. Pobre SP...Pobre porra nenhuma, que paguem.
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user f.k.a. Cabeção
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Re: Privatização e discurso

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


Bom, se você partir da hipótese que o leilão era um jogo de cartas marcadas meus argumentos não servem de nada. Qualquer coisa pode resultar de um "jogo de cartas marcadas" e cabe a você mostrar essa manipulação.

Agora se sua hipótese for apenas a de que o preço mínimo foi subestimado, você está enganado. O preço mínimo poderia ser 1 dolar que não afetaria o valor do maior lance a ser dado pela empresa que estimasse maior potencial de lucros descontados os riscos avaliados naquela época.

O mercado de ferro aqueceu no meio tempo, mas isso não era previsível, tampouco era previsível que os governos respeitariam a liberdade da empresa e não tentariam fixar preços ou tomar algum tipo de decisão unilateral, como uma re-estatização, conforme alguns petistas anunciavam na época.

Os riscos não se concretizaram e o negócio se mostrou muito bom, mas isso não se conhecia ex-ante, então não dá para se dizer que o negócio foi feito a preço de banana sem provar que a competição realizada no leilão foi em algum sentido desleal.
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Aranha
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Re: Privatização e discurso

Mensagem por Aranha »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
Bom, se você partir da hipótese que o leilão era um jogo de cartas marcadas meus argumentos não servem de nada. Qualquer coisa pode resultar de um "jogo de cartas marcadas" e cabe a você mostrar essa manipulação.

Agora se sua hipótese for apenas a de que o preço mínimo foi subestimado, você está enganado. O preço mínimo poderia ser 1 dolar que não afetaria o valor do maior lance a ser dado pela empresa que estimasse maior potencial de lucros descontados os riscos avaliados naquela época.

O mercado de ferro aqueceu no meio tempo, mas isso não era previsível, tampouco era previsível que os governos respeitariam a liberdade da empresa e não tentariam fixar preços ou tomar algum tipo de decisão unilateral, como uma re-estatização, conforme alguns petistas anunciavam na época.

Os riscos não se concretizaram e o negócio se mostrou muito bom, mas isso não se conhecia ex-ante, então não dá para se dizer que o negócio foi feito a preço de banana sem provar que a competição realizada no leilão foi em algum sentido desleal.


- Bem..., o preço mínimo sinaliza ao participante do leilão, o menor valor que o vendedor aceita pelo bem leiloado, a partir deste valor se calcula o valor máximo onde está o limite que é o que o concorrente pretende obter de ganho no negócio, obviamente ninguém esperava a valorização espetacular que os ativos da Vale alcançaram, eles se deveram em grande parte à necessidade voraz do chineses, isto já era visível na época, as reservas de minério de ferro da Vale eram enormes, justo a commoditie que os chineses mais consumiam, uma informação privilegiada neste sentido é como um Royal Street Flash na mão de um bom jogador.

- Mas..., realmente não posso provar nada, you won one more time!!!

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user f.k.a. Cabeção
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Re: Privatização e discurso

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Abamael escreveu:- Bem..., o preço mínimo sinaliza ao participante do leilão, o menor valor que o vendedor aceita pelo bem leiloado


Pois é, mas essa informação tem muito pouco valor, porque os compradores concorrem entre si.

Eu acho que o sistema de leilão empregado foi o de que o comprador é o que dá o maior lance, mas ele paga o valor do segundo maior lance (alguém talvez possa confirmar, tenho quase certeza que foi assim).

Nesse sistema a estratégia dominante de cada jogador é ofertar exatamente a própria avaliação do ativo. Nem um pouco a mais, nem um pouco a menos. E não tem nada a ver com o preço mínimo.

Isso é um teorema elementar da teoria de jogos. Confie em mim aqui.

A única coisa que o preço mínimo sinaliza para o comprador é se ele pode ou não entrar na disputa. Porque se o preço mínimo fosse 1 dólar, qualquer gaiato poderia dar uma oferta imbecil, que só atrasaria o processo do leilão. Um preço mínimo suficientemente alto restringe o leilão aos participantes que realmente interessam, eliminando lances inúteis. Mas a partir daí, ele não gera nenhum efeito real no valor da compra. Uma alternativa ao preço mínimo comum é a venda do direito de participar do leilão. Ninguém compraria uma vaga num leilão se não achasse que teria grandes chances de ganhar.

Como eu disse, os concorrentes no leilão recorrem a avaliações privadas dos ativos, realizadas por seus conselhos diretores e acessoradas por firmas de consultoria e especialistas renomados. Essa gente toda não é idiota. Ninguém daria uma oferta a preço de banana, deixando livre uma margem de lucro gigante, na esperança que os outros fossem ainda mais burros.

Essa é uma estratégia imbecil. Se você não tem nenhuma informação sobre o lance do adversário, a estratégia dominante é dar o lance certo, ou seja, lançar o valor que você considera justo.
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Johnny
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Re: Privatização e discurso

Mensagem por Johnny »

Não entendi. A grana ou boa parte dela não foi doada oops, financiada pelo BNDS? Ou eu perdi algo?
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Fernando Silva
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Re: Privatização e discurso

Mensagem por Fernando Silva »

Johnny escreveu:Não entendi. A grana ou boa parte dela não foi doada oops, financiada pelo BNDS? Ou eu perdi algo?

Financiamento não é doação. Tem que ser pago.

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marta
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Re: Privatização e discurso

Mensagem por marta »

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Via de regra, os governos de Lorotânia não servem nem pra administrar carrinho de caldo-de-cana. Quando tem cana, falta copo; quando tem copo, falta cana e quando tem os dois, o servidor está de licença prêmio.
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marta
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marta
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Re: Privatização e discurso

Mensagem por marta »

No último debate na Globo, um eleitor fez uma pergunta que me deixou aliviada. Perguntou até quando os lorotaneses iriam pagar tudo duplamente: impostos e planos de´saúde; impostos e escolas particulares, impostos e segurança privada, enfim...
Porra, eu falo isso há pelo menos 10 anos nos jornais em que escrevo e pensei que só eu via isso. Existe um eleitor que tb vê. Que bom, não estou nem cega, nem louca.
:emoticon105: :emoticon105: :emoticon105:
marta
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Trancado