Civilização e Barbárie

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Little Poison
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Civilização e Barbárie

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Pacheco Pereira (deputado em Portugal),



Eu pensei que as coisas estavam melhores do que o que estão, mas, mais uma vez, se percebe como há apenas uma fina película entre a civilização e a barbárie. Película que estamos a deixar romper com a maior das displicências. Devia desconfiar que é assim porque os sinais estão por todo o lado. Mas a gente acredita, quer acreditar, que algumas dezenas de anos de democracia consolidada (na maioria da Europa) e duas centenas de anos desde a revolução americana e francesa tinham consolidado a liberdade como princípio. Mas não é, não é suficiente, como se vê.

Estamos em guerra e estamos a perder. Estamos a perder, antes de tudo, porque ainda não percebemos que estamos em guerra. A retórica olimpiana, de um mundo "multicultural", de uma "comunidade internacional" eficaz, assente na lei e na Realpolitik moderada, ofusca-nos e impede-nos de ver o que está à nossa frente. Muitos sublimam as fraquezas, transformando-as num arremedo de "diplomacia" que não é senão contemporização e complacência, outros têm medo e estão dispostos à servidão, outros minimizam o que acontece para não quebrar o mundo ideal em que vivem.

Estamos a perder por dentro, o que é pior. A crise das caricaturas dinamarquesas é disso o melhor sinal. Mortos e feridos, atentados, violências, destruição de embaixadas, expulsão de estrangeiros, muitos deles os dadores de solidariedade, intolerância exaltada e absoluta, e nós, os visados, arrastamo-nos pela culpa. A UE gaguejou, no limite do pedido de desculpas, e Portugal, pela voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, foi ainda mais longe do que o pedido de desculpas, condenou os caricaturistas e calou-se face à violência absurda e orquestrada que passa por ser "a rua árabe".

A comunicação social que costuma ser hiper-sensível à questão da liberdade de expressão, muitas vezes de forma puramente gratuita e corporativa, para encobrir os seus abusos, está numa de "respeito", de "contexto", de "bom senso", de "bom gosto". Encontram-se mil e um pretextos e mil e uma desculpas para se não ser claro: é o jornal dinamarquês que é dúplice e se recusou a caricaturar Cristo, é o jornal dinamarquês que é racista e antiárabe e encomendou as caricaturas de forma provocatória, é Sousa Lara, Abecasis, e as cenas à volta do filme sobre a Virgem Maria, é o abaixo-assinado contra a caricatura de António do Papa com o preservativo no nariz, é tudo e mais alguma coisa. Estamos a falar do mesmo? Quero lá saber se o jornal dinamarquês é respeitável, equilibrado, sensato, equidistante do islão e da cristandade, quero lá saber se o New York Times não passou as caricaturas, ou se a SIC e a RTP as mostraram veladas e à distância! O que eu quero saber é que se o valor da liberdade, e da sua forma especial, o da liberdade de expressão, não está em causa nestes eventos, então não sei o que é a liberdade.

Pergunta-se (sinistra pergunta nos dias de hoje, que mal se formula culpabiliza os dinamarqueses): é a liberdade de expressão absoluta? Não, não é. Tem limites na lei na democracia, tem regras mínimas, para proteger outras liberdades e outros direitos. Regras mínimas, aliás habitualmente violadas sem consequência, para proteger a dignidade dos indivíduos, a sua intimidade, a sua personalidade, o seu direito de não ser caluniado. Mas são regras para os indivíduos, não são nem para religiões, nem comunidades, nem crenças, nem para a "blasfémia". Mesmo assim, o abuso destes limites é comum, justificado pelo "interesse público", e é raríssimo ver a comunicação social a discutir tão voluntariamente os seus limites no "bom senso" e no "bom gosto", quanto mais no "respeito" e muito menos no "contexto". Ainda bem, vivemos com esta realidade, não é perfeita, mas é melhor do que o seu contrário. Por isso repito a mesma pergunta: é a liberdade de expressão absoluta neste caso? É. Ou é absoluta ou não é.

De novo, insisto, não quero saber se houve intenção de ofender (e depois?), de fazer propaganda anti-islão (e depois?), de ser simplista na representação do "martírio" (e depois?), de rebaixar Maomé (e depois?) de associar o islão ao terrorismo (e depois? É proibido?). É acaso proibido representar Deus-pai como um velho lúbrico como faz Vilhena e Crumb, e Cristo como um alegre imbecil como fizeram os Monty Python? É que se não é para defender este direito de se exprimir no limite das nossas crenças, a liberdade não serve para nada. É que também convém não esquecer que a nossa liberdade foi conquistada exactamente aqui, contra a intolerância religiosa. A essência da liberdade, tal como a entendemos, é a liberdade do outro, de escrever, desenhar, pintar, representar, filmar aquilo com que não concordamos, aquilo que consideramos ofensivo, de mau gosto, insensato, mesmo vil e nojento. Esta é a nossa concepção de liberdade, a liberdade de dissídio, do dissent, que, como tudo no mundo, não nasceu da natureza mas de uma história cultural, política e civilizacional que cada um escolhe e deseja como quer. E eu quero esta, porque não tenho nada a aprender sobre a liberdade com a Síria e o Irão, com o Egipto e a Arábia Saudita, com o Hamas e o Hezbollah, com a "rua árabe", nem com aqueles que se "indignam" contra os desmandos do "Ocidente, porque são contra os EUA, ou contra a guerra no Afeganistão e no Iraque, contra Israel, e estão órfãos do mundo a preto e branco do comunismo, nas suas várias versões, mesmo as de Toni Negri e do Le Monde Diplomatique.

A maior das falácias é achar que é a religião que está no centro destes eventos (e se fosse? O que é que mudava?), mas claramente uma recusa política da democracia e uma recusa cultural da tolerância, da liberdade, das diferenças, e uma recusa social e cultural em viver em sociedades em que as mulheres não façam parte do património dos homens. Estes não são problemas que devamos interiorizar como sendo nossa culpa, são problemas do mundo árabe e persa, são problemas do islão. Enquanto as sociedades maioritariamente muçulmanas se recusarem a separar o Estado da religião, a tolerar as outras religiões e em particular o agnosticismo e o ateísmo, a tratar de outro modo as mulheres, estes problemas são problemas de poder e de conflito, uma guerra nas formas novas que tem hoje.


Esta é a chantagem que nos é feita e a que estamos a ceder. E se no fim disto tudo eu pedir ao PÚBLICO que ilustre o meu artigo com uma das caricaturas, uma das que penso ser absolutamente defensável como caricatura, a de Maomé com o turbante-bomba, o que é que acontece? É uma provocação gratuita? Não é, é a ilustração ideal para o que digo, não só pela imagem como sobre tudo o que ela suscita. Mas já se levantam todos os problemas, de autocensura, de risco, de pensar duas vezes. Nunca se sabe se alguém pega no PÚBLICO e o associa aos outros jornais "blasfemos" e me dita uma fatwa. É pouco provável, mas convém pensar duas vezes. E é nesse pensar duas vezes que está a autocensura, e a censura, e a efectiva diminuição das nossas liberdades.

Voltamos aos tempos de "mais vale vermelhos do que mortos", revistos agora para outra cor, para "mais vale verdes do que mortos". Ficam os muçulmanos ofendidos? Não deviam, porque têm sempre uma maneira de responder a esta situação: serem os primeiros a manifestar-se pela liberdade dos dinamarqueses, pelo seu direito de caricaturarem o profeta, como muitos cristãos marchariam, como cidadãos, pelo direito de se caricaturar a Igreja, o Papa e Deus, em nome da liberdade que prezam no "reino de César".


http://www.abrupto.blogspot.com/
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Re.: Civilização e Barbárie

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Oi, Miguel... :emoticon1:

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Re.: Civilização e Barbárie

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Não... :emoticon11:

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Re.: Civilização e Barbárie

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Bom texto não? Esse Pacheco Pereira é descendente direto do Assassino de Inês de Castro... a amante do Rei D. Pedro. E é um brilhante Filósofo da Política...

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Chegar e postar um texto português...estás a fraquejar :emoticon1:

Será que consegues fazer 100 posts sem descobrirem a tua identidade.
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Re: Re.: Civilização e Barbárie

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Little Poison escreveu:Bom texto não? Esse Pacheco Pereira é descendente direto do Assassino de Inês de Castro... a amante do Rei D. Pedro. E é um brilhante Filósofo da Política...



realmente engraçado o percurso dele
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Pug escreveu:Chegar e postar um texto português...estás a fraquejar :emoticon1:

Será que consegues fazer 100 posts sem descobrirem a tua identidade.


Se eu postasse apenas uma vogal, seria descoberto... :emoticon11:

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Re.: Civilização e Barbárie

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E aí Pug. A questão é... em democracia apenas o direito ao bom nome individual é legislado, não tenho liberdade de insultar em particular. Mas tudo o mais pode ser dito (até defender a ideia que a religião muçulmana é uma religião terrorista). Aos muçulmanos caberá defenderem-se dentro da ´lógica que é regra na civilazação ocidental. Tudo o que vá além disso é crime. Porque, é ou não intolerável ameaçar o direito ao dissent? Para mim é um crime civilizaciojnal. Eu posso ficar enojado com a irresponsabilidade de muitos... mas em democracia há até o direito de ser um perfeito idiota.
Eu penso que tu concordas plenamente com isto...
Editado pela última vez por Little Poison em 09 Fev 2006, 15:54, em um total de 2 vezes.

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rapha...
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Mensagem por rapha... »

Little Poison escreveu:
Pug escreveu:Chegar e postar um texto português...estás a fraquejar :emoticon1:

Será que consegues fazer 100 posts sem descobrirem a tua identidade.


Se eu postasse apenas uma vogal, seria descoberto... :emoticon11:


Ora, pois... :emoticon16:

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Re.: Civilização e Barbárie

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Miguel,

No fundo é isso que penso. O direito a cada um a ser idiota.
:emoticon12:
Fiquei surpreendido pelos excessos, claramente manipulados por interesses politicos.

Já eu aproveitei para um exercicio diferente, defender algo com que não concordava em absoluto.
E ver um pouco, o circo arder...

Essas caricaturas são exactamente aquilo que cada um quizer ver nelas.
Pessoalmente só um pormenor me chateia, ( daí o direito á indignação) precisamente nessa postada com o artigo, mas sobrevivo :emoticon14:
Editado pela última vez por Pug em 09 Fev 2006, 15:59, em um total de 1 vez.
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Re: Re.: Civilização e Barbárie

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Pug escreveu:Miguel,

No fundo é isso que penso. O direito a cada um a ser idiota.
:emoticon12:
Fiquei surpreendido pelos excessos, claramente manipulados por interesses politicos.

Já eu aproveitei para um exercicio diferente, defender algo com que não concordava em absoluto.
E ver um pouco, o circo arder...

Essas caricaturas são excatamente aquilo que cada um quizer ver nelas.
Pessoalmente só um pormenor me chateia, precisamente nessa postada com o artigo, mas sobrevivo :emoticon14:


Há bons comprimidos para a fúria. Deviam distribuir gratuitamente nos países muçulmanos. :emoticon16:

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Re.: Civilização e Barbárie

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Estes lusos!

Quando juntam dois, não param de conspirar!

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Re: Re.: Civilização e Barbárie

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Little Poison escreveu:
Pug escreveu:Miguel,

No fundo é isso que penso. O direito a cada um a ser idiota.
:emoticon12:
Fiquei surpreendido pelos excessos, claramente manipulados por interesses politicos.

Já eu aproveitei para um exercicio diferente, defender algo com que não concordava em absoluto.
E ver um pouco, o circo arder...

Essas caricaturas são excatamente aquilo que cada um quizer ver nelas.
Pessoalmente só um pormenor me chateia, precisamente nessa postada com o artigo, mas sobrevivo :emoticon14:


Há bons comprimidos para a fúria. Deviam distribuir gratuitamente nos países muçulmanos. :emoticon16:



Lamentável como aquele povo é enganado, :emoticon8: basta ver que os problemas maiores foram em zonas em confronto directo com ocidente...
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Re: Re.: Civilização e Barbárie

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rapha... escreveu:Estes lusos!

Quando juntam dois, não param de conspirar!



ora pois :emoticon13:
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Re.: Civilização e Barbárie

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Seja como for, a realidade é que há uma facção muçulmana (que não é pouco numerosa), que está a instigar uma "guerra" civilizacional. E a Europa não se está a defender bem. Penso que a Europa deveria ter sido mais firme. Algo assim poderia ser dito pelo presidente da comussão Europeia: "Não interessa a minha opinião sobre os Cartoons, o que importa é que concordo com a sua publicação, porque aqui a única vaca sagrada´são os direitos individuais. O resto fica no bom ou mau senso, de cada um. Acho intolerável que certo mundo muçulmana queira que os cartoonistas sejam castigados. Mas aqui, na nossa civilização, quem quer castigos desses está a ameaçar direitos individuais. Por isso são esses que merecem castigo. Se não suportam isto, então podem ir viver para outro lugar. Mas se optarem por ficar aqui (e temos muito gosto em ter cá pessoas de todo o lado) então respeitem-nos. Não aceita-mos lições de respeito e tolerância de ninguém"

Era o que eu diria se fosse presidente da comissão Europeia.

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O problema na europa é os dois pesos, duas medidas.

Todo o cidadão devia ter o direito de dizer que o holocausto é uma conspiração. Trata-se de defender o direito a ser idiota...

Quando se faz excepções criam-se infiltrações que vão corroendo a barragem ( liberdade)...

Depois o caso que aqui trouxe sobre o embargo da Carrefour aos produtos dinamarqueses, é um sinal hilariante e ao mesmo tempos de apreensão, pela notória falta de solidariedade entre países da UE.

Ainda estou indeciso sobre o tal embargo económico, porque, os autores da ocorrência não foram toda a população da dinamarca. Inclusive está-se atingir os muçulmanos da Dinamarca, os mesmos que aceitaram o pedido de desculpas do jornal e apelaram o resto do mundo á calma...
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Pug escreveu:
Todo o cidadão devia ter o direito de dizer que o holocausto é uma conspiração. Trata-se de defender o direito a ser idiota...


E todo o cidadão tem. E há muitos que afirmam publicamente que há uma conspiração judaica. Não foram presos por isso. Serão presos, se ameaçarem os direitos individuais de Judeus.

Não sei se na Alemanha não haverá restrições a afirmações gerais que se façam contra os Judeus. Sei que na Islândia, a legislação condena ofensas racistas (mas não sei se em particular ou em geral. Se for em particular então está dentro daquilo que a Europa é).
Editado pela última vez por Little Poison em 09 Fev 2006, 16:35, em um total de 1 vez.

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Little Poison escreveu:
Pug escreveu:
Todo o cidadão devia ter o direito de dizer que o holocausto é uma conspiração. Trata-se de defender o direito a ser idiota...


E todo o cidadão tem. E há muitos que afirmam publicamente que há uma conspiração judaica. Não foram presos por isso. Serão presos, se ameaçarem os direitos individuais de Judeus.


seria bom definir o que isso signifca juridicamente...
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Re.: Civilização e Barbárie

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É simples... a legislação defende pessoas em concreto e não grupos, movimentos religiosos, políticos, etc. Desde que pessoas individualmente não sejam atacadas verbalmente ou fisicamente, tudo é possível. Em geral, considera-se que o intolerante que diz "O islão é terrorista", ou "Abaixo Israel", não arrastará todos consigo. É mais que provável que ele próprio fique mal visto por muita gente. É neste equilibrio que temos de viver. Não é perfeito, mas é muito melhor que a alternativa. Há quem goste de legislar de forma tirana. Mas o melhor é deixar que as sociedades se eqilibrem por si. As democracias de estilo Ocidental já deram provas que assim é melhor...

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confirma-se não se pode negar, minimizar ou negar que tenha sido um crime contra a humanidade.
Alemanha, França...Austria são os países com leis desse tipo...


Se bem que um caso e o outro são extremamente diferentes.


Na Dinamarca não existe essa limitação na liberdade...
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Re.: Civilização e Barbárie

Mensagem por Little Poison »

O revisionismo existe. Eu defendo que ele exista sem censura, mesmo discordando do que é dito pelos revisionistas. Acho que Alemanha, França ou Austria estão errados. Porque assim o revisionismo torna-se underground. Deixa de ser confrontado publicamente. E o fruto proibido é o mais apetecido. Se calhar é por essa razão que o antisemitismo é mais forte nesses países...

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Re: Re.: Civilização e Barbárie

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Little Poison escreveu:É simples... a legislação defende pessoas em concreto e não grupos, movimentos religiosos, políticos, etc. Desde que pessoas individualmente não sejam atacadas verbalmente ou fisicamente, tudo é possível. Em geral, considera-se que o intolerante que diz "O islão é terrorista", ou "Abaixo Israel", não arrastará todos consigo. É mais que provável que ele próprio fique mal visto por muita gente. É neste equilibrio que temos de viver. Não é perfeito, mas é muito melhor que a alternativa. Há quem goste de legislar de forma tirana. Mas o melhor é deixar que as sociedades se eqilibrem por si. As democracias de estilo Ocidental já deram provas que assim é melhor...



Ou a dor de cabeça que hoje me atormenta está a limitar o meu raciocinio ou estás viajar na maionese :emoticon18:

O que são leis de defesa dos direitos das minorias?

Racismo, não protegerá grupos de pessoas e não somente individuos?

racismo em relação aos muçulmanos na europa está em alta...entre os principais grupos contra muçulmanos são aliás os que metem os judeus no saco...

aos que recusam a questão de racismo quando dirigido a um grupo social (religioso), serve então dizer que o alvo maior dos racistas europeus são turcos e arabes....fora os tradicionais negros...e claro os judeus nunca ficam de fora também...

democracia,
Só me vejo a viver numa democracia do tipo ocidental, não pretendo outro sistema que aquele onde vivo.


nota: nada disto, significa que o caso caricaturas se pode meter dentro da ideia de racismo. Aqui em França um grupo de defesa das minorias apresentou queixa precisamente por racismo...mas muitos dizem perdido de avanço...
Editado pela última vez por Pug em 09 Fev 2006, 17:14, em um total de 2 vezes.
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Re: Re.: Civilização e Barbárie

Mensagem por Pug »

Little Poison escreveu:O revisionismo existe. Eu defendo que ele exista sem censura, mesmo discordando do que é dito pelos revisionistas. Acho que Alemanha, França ou Austria estão errados. Porque assim o revisionismo torna-se underground. Deixa de ser confrontado publicamente. E o fruto proibido é o mais apetecido. Se calhar é por essa razão que o antisemitismo é mais forte nesses países...


precisamente...

idem para partidos nacionais-socialistas.
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Samael
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Re.: Civilização e Barbárie

Mensagem por Samael »

Gostei muito do texto.

(viu de onde vem minha esperança com o além-mar, Ricardo? :emoticon16: )

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Mensagem por Pug »

Sim o texto não é mau de todo, Rodrigo

Só que na europa o medo tem levado a limitar a liberdade INDIVIDUAL.
O uso do véu ser interdito na França, é um exemplo do perigo da censura politica.
Para acalmar o medo da população em geral faz-se colocar as pessoas por detrás de um manto de aparências...

Imagina que já ouvi falar em interditar-se o uso de barba nos liceus :emoticon12:
A "pera" mais precisamente porque seria simbolo de ostentação religiosa :emoticon13:

proibiu-se o véu e por arrasto o uso de bandanas, bandeletes porque seria véus disfarçados :emoticon12:

Espero que a europa pare de tremer os joelhos e olhe para as questões com seriedade.

Lembrei-me de escrever isto depois de ver um programa na tv sobre o assunto medo do islão

Nesse programa quando os americanos convidados a comentar, apelidaram de racismo a lei francesa, acham ridiculo que se obrigue as pessoas todas a ter o mesmo uniforme.

Sei que isto tem pouco a ver com o tema, mas serve para mostrar que a europa inspira-me pouco, tem preferido a politica da avestruz.

O artigo é um bom alerta a essa politica europeia ambigua.
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