Vitor Moura escreveu:Não haveria problema algum. Há trabalhos sobre a Psicologia de Jesus, e não sabemos se Jesus existiu.
Vitor, mas que exemplo frágil! Ninguém que tenha escrito algum trabalho sobre a "psicologia de Jesus" defende que a "Psicologia de Jesus é uma ciência independente! Falar da psicologia de Jesus, da psicologia de Martinho Lutero ou da psicologia da Madre Teresa de Calcutá é um exercício de psicólogos que aplicam a Psicologia e só! Que exemplo frágil!
Vitor Moura escreveu: O trabalho é pseudo-científico por isso? Não, porque a Ciência não se define pelo seu objeto, mas pela forma com que seus membros constroem e reconstroem o conhecimento.
O trabalho pode ou não ser pseudocientífico e a discussão de se a Pesquisa Psi é ou não pseudocientífica nada tem a ver com esse exemplo frágil. Os métodos que suponho que seriam aplicados para escrever um estudo sobre a psicologia de Jesus são os mesmos que qualquer psicólogo usaria em Psicologia, aplicando-os a uma biografia. O trabalho seria científicos se fizesse isso. Mas a questão é saber se a PP é ou não científica, Vitor e ninguém está alardeando que exista uma nova ciência chamada "Psicologia de Jesus". O seu exemplo foi dramáticamente infeliz!
Vitor Moura escreveu: Outro exemplo: enquanto aceitava a existência do Flogisto, que posteriormente se mostrou ser falsa, a Química não era uma ciência?
Se a Química dependesse exclusivamente, para sua existência, da existência do flogisto, então deixaria de ser ciência, se é que poderíamos chamar essa disciplina de Química já que seria melhor chamá-a de Flogistologia, da mesma forma como alguns chamam a PP de Paranormologia. Mas hoje você tá realmente inspirado para a exemplificação infeliz!
Vitor Moura escreveu: Ainda: enquanto não se tinha certeza da existência da AIDS, a pesquisa médica neste campo era ciência?
Inspiração redobrada: novamente, se a existência das Ciências Médicas dependesse, para sua existência, da existência da AIDs, então estaria ameaçada. Mas, não seria o caso, porque são as Ciências Médicas (e aí incluo a Biologia e seus ramos específicos) mesmo que tem como objeto de estudo, inclusive, a busca das origens das doenças, Vitor! Assim, a existência da Medicina NÃO depende nem jamais dependerá da existência de um ou outro vírus, etec. Quanta inspiração!
Vitor Moura escreveu: Se a comunidade dos Físicos deixar de aceitar a existência dos quanta, como são concebidos hoje, a Teoria Quântica e suas conseqüências deixa de ser uma ciência? Em caso afirmativo, ela teria sido ciência enquanto os cientistas aceitassem a existência deste conceito e deixaria de ser ciência depois que eles refutassem esta crença? Se no futuro eles voltassem a defender a existência dos Quanta, a teoria quântica voltaria a ser científica?
Novamente: se existisse um novo ramo chamado Quantologia, e os quanta não existisse, a Quantologia iria para o espaço! Mas, cabe à Física construir modelos e teorias testáveis, AINDA QUE MUDEM. Inspiradão!
Vitor Moura escreveu:Da mesma forma, quando o Espiritismo define seu objeto de estudo como sendo Espíritos, não há problema algum nisso também.
Mas o espiritismo não é ciência e não há o que conversar a esse respeito: não emprega a Metodologia Científica e não há qualquer evidência para seu objeto. Não baixemos o tom da discussão, sob o risco de alguém da Universal também querer ter o direito de que ela seja elevada ao nível de ciência!
Vitor Moura escreveu:Na Revista Espiritismo & Ciência No. 14 têm uma entrevista feita pelo editor com o Carlos Friedrich Loeffler sobre Ciência Espírita onde faz um sinopse de sua proposta publicada no livro "Fundamentação da Ciência Espírita".
Vou transcrever um trecho da entrevista que, em minha opinião, é de grande relevância para quem deseja compreender o que significa fazer ciência.
Editor da Revista Ciência & Espiritismo - Fala-se muito, também, que as descobertas mais recentes da ciência estão comprovando alguns aspectos da fenomenologia espírita.
Equívoco 1.
Vitor Moura escreveu: No entanto, entre os cientistas não ligados ao Espiritismo, esse posicionamento não é aceito.
Óbvio posto que o espiritismo é uma religião, como qualquer outra.
Vitor Moura escreveu:Já cheguei a ouvir cientistas reclamando de que, em congressos voltados para o Espiritismo e para a Medicina, muito do que se dizia era preparado para comprovar aspectos do Espiritismo, ignorando fatos científicos que não os comprovavam. Enfim, está havendo uma aproximação ou não?
Não!
Vitor Moura escreveu:Carlos Friedrich Loeffler - Este é um campo ainda bastante polêmico. Por um lado, existem certos cientistas que se comportam de modo reacionário com a relação a abordagens de pesquisa que não sejam as tradicionais ou aquelas com as quais estão acostumados a lidar. Assim, rejeitam qualquer resultado que daí advenha.
Quem é ele para dizer que os outros é que têm trave nos olhos?
Vitor Moura escreveu: É o caso das pesquisas sobre a alma, sobre a paranormalidade em geral.
Colocou duas coisas que nada tem a ver uma com a outra no mesmo saco!
Vitor Moura escreveu:No entanto, ao negarem veementemente as técnicas de abordagem adequadas à investigação da psique, esses pesquisadores colocam-se frontalmente contra os modernos alicerces da Filosofia de Ciência.
Psique? Não era alma? Cara confuso!
Vitor Moura escreveu:No outro extremo, abusando do direito de abordar um problema qualquer a partir de um paradigma - um modelo inicial de abordagem - os pesquisadores espíritas tendem a ser precipitados em suas conclusões.
Pesquisadores espíritas? Apenas espíritas estaria adequado.
Vitor Moura escreveu: O método científico exige cautela e rigor em qualquer atividade de pesquisa.
Concordo, coisa que o espiritismo não faz!
Vitor Moura escreveu: No entanto, creio que o problema não se resolve tão somente controlando o entusiasmo.
O que ele quis dizer com "controlando o entusiasmo"? Estranho!
Vitor Moura escreveu:Há outros ingredientes. Como não há carreira acadêmica no campo de pesquisa paranormal,
Tá mal informado!
Vitor Moura escreveu: há muitos bacharéis nas áreas de saúde e jurídica arvorando-se como pesquisadores.
Se mantiverem uma perspectiva científica, não há problema algum! Se não colocarem suas crenças religiosas adiante da aplicação do método científico, tudo bem!
Vitor Moura escreveu: Sem querer ser radical em exigir mestrado ou doutorado destes pensadores - o que seria bem interessante, porque teoricamente este é o caminho para a formação de cientistas - pelo menos, recomendar-se-iam maiores estudos sobre metodologia científica.
O Vitor poderia começar por aí!
Vitor Moura escreveu:Como exponho em meu livro, há muitos conteúdos propagados como achados científicos de alta confiabilidade que na verdade são facilmente classificáveis como pertinentes à filosofia espírita, particularmente a sua metafísica.
Pronto, chegamos à incompatibilidade: metodologia científica e metafísica. Ora, Vitor, não tinha mais nada pra referenciar?
Vitor Moura escreveu:Diante das condições atuais do movimento espírita, a grande massa de desenvolvimento conceitual há de surgir do campo da Filosofia e somente se consolidará cientificamente com o passar dos anos.
Apelo ao futuro! Quem sabe ao menos no futuro o espiritismo seja considerado científico... Por favor!!!
Vitor Moura escreveu:O fato dos espíritos dos mortos se comunicarem é matéria já demonstrada cientificamente,
Só se for na "casa de oração" dele, que não pode ser considerado um "templo universitário"!
Vitor Moura escreveu:mas o conteúdo dos informes mediúnicos ainda não.
Incoerente com a afirmação anterior!
Vitor Moura escreveu: Qualquer revelação dos espíritos, especialmente, sobre as dimensões de vida extrafísica, não é científica, pois foge da alçada do método científico.
Claro, é matéria de cunho metafísico, portanto NÃO CIENTÍFICO. Estamos falando de religião, da mesma forma como os católicos falam em ressurreição e limbo, e inferno...
Vitor Moura escreveu: Quando se trata de questões ligadas à identificação pessoal, aí sim o método científico - no caso o crivo da universalidade - pode dar solidez ou o tom de evidência científica.
Para quê? Para a existências dos espíritos? Taí outro que não parece ter feito a lição de casa e não leu nada de Pesquisa Psi!
Vitor Moura escreveu:Um exemplo moderno é a questão da glândula pineal. Interessantes pesquisas têm sido empreendidas no sentido de identificar suas propriedades psíquicas. Mas as conclusões ainda estão longe de serem consideradas como cientificamente sólidas.
NÃO EXISTE NENHUMA PESQUISA NESSA ÁREA. Ele acredita no que um médico espírita tem falado por aí. Credulidade em alta!
Vitor Moura escreveu:Parte da entrevista que eu tenho certeza absoluta que vai criar polêmica: "O fato dos espíritos dos mortos se comunicarem é matéria já demonstrada cientificamente"
Se fosse só essa!
Vitor Moura escreveu:Aqui não houve, ao contrário do que podem pensar, nenhuma "escorregada científica" do autor.
Não... houve um retumbante tombo!
Vitor Moura escreveu:Quando consideramos a comunicação com os espíritos como um objeto de domínio do espiritismo e tendo Kardec desenvolvido um método de pesquisa científico - a universalidade dos ensinos dos espíritos - e que chegou a conclusões segundo critérios bem definidos de analise, então podemos dizer que foi cientifica e fundamentalmente demonstrado o objeto. Se tal metodologia não é suficientemente sofisticada e precisa, ai é outra história. Demonstrar algo cientificamente não quer dizer que já esteja esgotado o conhecimento sobre o objeto a ponto de ser incontestável e irrefutável.
Vitor, continue acreditando no que quiser. Mas deixe o rótulo de "ciência" para as disciplinas que, efetivamente, aplicam o método científico ao invés de credulidade em casinhos em que nem a fraude foi suficientemente controlada.
Vitor Moura escreveu:Não houve, portanto, nenhuma "escorregada cientifica", pois a obtenção de um dado conhecimento através de um método não ocorre sob um único e exclusivo modelo experimental.
Ainda se este fosse usado pelo espiritismo...
Vitor Moura escreveu: Como também para algo ser "demonstrado cientificamente", necessariamente não precisa estar publicado em periódicos científicos de grande impacto na comunidade acadêmica. Aonde é publicado não faz parte do rigor e critérios do método ou torna-o demonstrado cientificamente. A publicação facilita a divulgação, torna o trabalho publico.
Será um ad hoc por não termos mais do que meia dúzia de trabalhos espíritas por aí, publicados em revistas decentes?
Vitor Moura escreveu:Bem... Somente conhecendo a proposta do Carlos em seu livro pode-se entender e julgar melhor os seus argumentos.
Já li o livro e achei... realmente fraco do ponto de vista da Filosofia da Ciência, da História da Ciência, da Epistemologia... Mas, se te fizer bem, Vitor: continue acreditando em espíritos e que esse trabalho é bom. Nada vai mudar no planeta por causa disso!
Estudo científico de alegações paranormais? Laboratório de Psicologia Anomalística no Instituto de Psicologia da USP.