Julio Siqueira escreveu:
Olá Carlos e todos,
Carlos disse: Relatando o que já foi dito anteriormente: Quando uma hipótese já reúne um número considerável de evidências, obtidas por um grande número de pesquisadores independentes ela é promovida a teoria. Meu caro, essa sua explicação eu simplesmente não observo em nada dentro do conceito exposto acima. No mundo científico existe algo, que é muito bem colocado por Carl Sagan, que é um certo detector de fraudes, ou seja, a aplicação do método que a ciência coloca para constatar se um experimento é ou não verdadeiro, vai dizer se o material em questão é ou não falso. Vale ressaltar que isso é posto à prova por pessoas de dentro da própria comunidade cientìfica, do mesmo ramo de conhecimento. Qual é o Kardecista ou o umbandista que vai dizer que um membro da sua curriola está agindo de má fé?
Meus comentários agora: muito apropriadamente, você usou a expressão "ela (a hipótese) é promovida". Isso deixa bem claro a faceta militar-hierárquica (e política) do empreendimento científico... Não que isso seja um erro ou algo maléfico. Mas é uma característica que, fatalmente, possui virtudes e limitações. E é verdade que nenhum kardecista, ou Umbandista, que seja membro da curriola vai denunciar seus pares, a princípio. E nem nenhum cientista fraudador (biólogo, psicólogo, médico, físico, parapsicólogo, ou cético de carteirinha do CSICOP) que também seja membro da curriola vai denunciar seus pares, a princípio. Mas existem os dissidentes, que inclusive costumam viver o espírito de sua atividade (quer seja ela kardecismo ou Umbanda ou biologia ou ceticismo organizado) com mais idealismo e honestidade do que os da curriola e do que os membros dogmatistas.
Fraude dentro da ciência existem, mas duram pouco.Se há alque que agiu de má fé fraudando um experimento, naquele momento essa pessoa pode até se dar bem, mas a investigação, a busca pelos mesmos resultados obitidos anteriormente, certamente mostrará mais tarde que tudo não passa de uma farsa!
[quote=Julio Siqueira"]No caso específico da hipótese (ou teoria...) de que a consciência humana sobrevive à morte do corpo físico, penso que há os seguintes fatores que tornam de grande importância a investigarmos com seriedade:
1- A dor humana com relação ao evento da morte dos entes queridos e com relação à morte de nós próprios. (ou, alternativamente, a angústia de alguns com relação à idéia de que há vida após da morte; nem todos querem ser eternos...).
2- As evidências de aparente sobrevivência da consciência humana após a morte (site do Vitor).
3- A absoluta incapacidade de conciliarmos a consciência (experiência subjetiva) com o restante do conhecimento humano, o que, para mim e para muitos como eu, parece indicar que a consciência é uma característica fundamental do Universo.
O item dois é o mais fraco.
Em termos lógicos e científicos, o item 3 é o mais sólido. Mais sólido do que adamantium temperado...
E em termos humanos, o item um é o mais importante. Tanto para, talvez, acalantar nossas dores (ou, alternativamente, para nos levar a aceitar as perdar irreversíveis, no caso de não haver de fato vida pós morte, o que é uma possibilidade bem respeitável...), e para, também, prevenir a exploração de tais dores por pessoas inescrupulosas, ou coisas similares. Lembrando inclusive que ontem noticiou-se que uma psicografia foi usada, novamente, como insumo para absolver-se uma ré de processo penal por homicídio... [/quote]
As relações que desenvolvemos com as outras pessoas ao longo da vida como amor, apego, etc.,fazem com que sintamos a sua falta no momento em que as mesmas deixam de existir e isso pra mim não tem nada a ver com a existência de uma consciência pós morte.
O resto, se temos uma outra vida, se reencarnamos sucessivas vezes, vamos ao paraiso, etc., isso é apenas um consolo para os crédulos.
Nós também sabemos o quanto a verdade é muitas vezes cruel, e nos perguntamos se a ilusão não é mais consoladora.
Henri Poincaré (1854-1912)
Quando se coloca o centro de gravida da vida não na vida, mas no "além"-no nada-, tira-se à vida o seu centro de gravidade.
Nietzsche - O Anticristo.