Parapsicologia é pseudociência?
- Vitor Moura
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Parapsicologia é pseudociência?
Reuni os argumentos mais fortes para mostrar que mesmo a Parapsicologia sendo reconhecida como Ciência pela AAAS ela continua sendo Pseudociência para o mainstream científico:
1) As principais linhas de pesquisa são financiadas por fundos doados por particulares interessados nesta área
2) Não existe ainda um curso de graduação na área ou equivalente reconhecido como tal. Existem cursos de pós graduação (equivalentes ao mestrado e doutorado) que qualificam pesquisadores em Parapsicologia, geralmente ligados a programas de pós-graduação em Psicologia.
3)A criação de disciplinas parapsicológicas e centros de pesquisa em Universidades não se acha condicionada apenas pelo “status” de ciência desta disciplina, mas envolve questões práticas, como a aplicabilidade do conhecimento desenvolvido pela Parapsicologia. Por mais que alguns estudiosos advoguem aplicações para algumas destas faculdades, como aplicações militares, médicas e psicológicas, é difícil pensar-se em um “mercado de trabalho” para um parapsicólogo formado, com os conhecimentos atualmente desenvolvidos, dada à raridade e incerteza dos fenômenos.
Quem acham? É suficiente para considerá-la pseudociência?
Um abraço,
Vitor
1) As principais linhas de pesquisa são financiadas por fundos doados por particulares interessados nesta área
2) Não existe ainda um curso de graduação na área ou equivalente reconhecido como tal. Existem cursos de pós graduação (equivalentes ao mestrado e doutorado) que qualificam pesquisadores em Parapsicologia, geralmente ligados a programas de pós-graduação em Psicologia.
3)A criação de disciplinas parapsicológicas e centros de pesquisa em Universidades não se acha condicionada apenas pelo “status” de ciência desta disciplina, mas envolve questões práticas, como a aplicabilidade do conhecimento desenvolvido pela Parapsicologia. Por mais que alguns estudiosos advoguem aplicações para algumas destas faculdades, como aplicações militares, médicas e psicológicas, é difícil pensar-se em um “mercado de trabalho” para um parapsicólogo formado, com os conhecimentos atualmente desenvolvidos, dada à raridade e incerteza dos fenômenos.
Quem acham? É suficiente para considerá-la pseudociência?
Um abraço,
Vitor
- Márcio
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Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Se o fenômeno ocorrer a mais de 50 metros do seu ''causador'', então é pseudociência. 

O ateísmo é uma consequência em mim, não uma militância sistemática.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Não importa se você faz um pacto com deus ou o demônio, em quaisquer dos casos é a sua alma que será perdida, corrompida...!
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Não importa se você faz um pacto com deus ou o demônio, em quaisquer dos casos é a sua alma que será perdida, corrompida...!
- Aurelio Moraes
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Re: Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Márcio escreveu:Se o fenômeno ocorrer a mais de 50 metros do seu ''causador'', então é pseudociência.
Isso é coisa do Quevedo, sem base empírica.
E pra não perder o costume..
"Pesquisa psi é ciência?"
http://www.pesquisapsi.com/arquivos/bol-1.html#mat3
- Aurelio Moraes
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Re.: Parapsicologia é pseudociência?
"1) As principais linhas de pesquisa são financiadas por fundos doados por particulares interessados nesta área "
E a bolsa do Zangari na Fapesp?
2004 - 2006 Pós-Doutorado.
Universidade de São Paulo, USP, Brasil.
Bolsista do(a): Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP, Brasil.
Grande área: Ciências Humanas / Área: Psicologia / Subárea: Psicologia Social / Especialidade: Psicologia Social da Religião.
Grande área: Ciências Humanas / Área: Psicologia / Subárea: Psicologia Social / Especialidade: Psicologia Anomalística.
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextua ... K4708493P2
"2) Não existe ainda um curso de graduação na área ou equivalente reconhecido como tal. Existem cursos de pós graduação (equivalentes ao mestrado e doutorado) que qualificam pesquisadores em Parapsicologia,"
Vejamos...
No momento, não há, nos Estados Unidos, nenhum curso universitário de Parapsicologia que seja reconhecido. Isto não significa que não sejam oferecidas aulas de Parapsicologia, até mesmo em importantes universidades, ou que você não possa fazer um doutorado reconhecido com ênfase em Parapsicologia. A questão é que você não pode obter nenhum grau acadêmico especificamente nessa disciplina.
Atualmente, a única universidade dos Estados Unidos com um programa ativo em estudos da consciência - o que, neste caso, significa uma sub-área da Parapsicologia - é a Universidade de Nevada, Las Vegas, onde aulas de Parapsicologia têm sido ministradas sob os auspícios da relativamente nova Cátedra Bigelow de Estudos da Consciência. Entretanto, assim como os empregos para pesquisadores em Parapsicologia na Harvard e na Stanford (e vários outras universidades) se extinguiram após a morte de seus benfeitores, o eventual destino dessa nova cátedra também é obscuro. Ao contrário disso, a Cátedra Koestler de Parapsicologia, do Departamento de Psicologia da Universidade de Edimburgo, Escócia surgiu após a morte de Arthur Koestler e sua esposa, que manifestaram o desejo e doaram uma grande quantia em seu testamento para que fosse criada uma cátedra voltada à pesquisa de fenômenos parapsicológicos em uma universidade da Grã Bretanha. Assim, em 1984 a Universidade de Edimburgo foi escolhida para abrigar essa cátedra e desde 1985 o Dr. Robert Morris é o catedrático responsável por ela. Graças a essa cátedra, mais de dez de estudantes de pós-graduação já realizaram seu doutoramento com ênfase em tópicos parapsicológicos. A maior parte desses estudantes atualmente ocupa postos de docência e pesquisa em universidades da Grã-Bretanha.
de instituições da Grã-Bretanha que abrigam novos centros de pesquisa e ensino em Parapsicologia:
Sites
Nene, University College Northamptom, Nene University, UK.
Perrot-Warwick Research Unit, University of Hertfordshire, UK., Liverpool John Moores University, UK
Consciousness and Transpersonal Psychology Research Unit
Parapsychology Studies Group, Coventry University', 'UK
http://www.pesquisapsi.com/wiki/Faq/OndeParapsicologia
Relação dos principais centros universitários que investigam psi :
http://www.pesquisapsi.com/arquivos/bol-02.htm#mat8
http://www.pesquisapsi.com/arquivos/bol-1.html#mat8
Trabalhar como parapsicólogo:
"A maioria dos parapsicólogos (e por “parapsicólogos” significa aqui: cientistas treinados profissionalmente, não os tais “populares investigadores do paranormal”) em geral realizam uma atividade de docência ou têm algum emprego convencional. Apenas 30 ou 40 pessoas em todo o mundo estão empregadas em regime de tempo integral nessa área como pesquisadores e um número ainda menor recebe salários razoáveis. Falando francamente, as chances de se conseguir um emprego decente são extremamente pequenas, apesar de, como já foi mencionado, a situação na Europa ser melhor do que nos Estados Unidos. Se, apesar de tudo isso, você continuar interessado em prosseguir, ótimo!
A maioria dos estudantes resolve os problemas citados acima ingressando em uma instituição acadêmica reconhecida, onde sabiamente eles se mantém discretos quanto aos seus reais interesses. Eles aprendem a realizar pesquisas em alguma disciplina científica bem aceita, obtêm um grau acadêmico, e então, afiliam-se à Parapsychological Association (PA) e começam a ler as principais revistas especializadas em Parapsicologia. Isso pode não satisfazer a paixão dos estudantes, mas, no momento, muitos acadêmicos não consideram esse tópico como digno de ser tratado cientificamente.
Há poucas exceções: estudos psicológicos e sociológicos das crenças em fenômenos parapsicológicos são tópicos de pesquisa marginalmente aceitos, como o são os estudos antropológicos de práticas e rituais “paranormais” de sociedades indígenas.
Adotar a Parapsicologia como uma carreira requer (1) grande habilidade para lidar com tarefas difíceis, (2) enorme persistência, criatividade e capacidade de encontrar saídas, (3) sólido treinamento em uma ou mais ciências que tenham grande aceitação ou em uma atividade docente e, (4) a habilidade de reconhecer, mas não aquiescer ante aos modismos do paradigma atual e aos dogmas acadêmicos. Esta não é uma carreira para pessoas sem coragem ou para adeptos da ortodoxia.
A recompensa é que a Parapsicologia, como outras áreas científicas fronteiriças, é uma disciplina extremamente desafiadora e aberta à exploração de idéias criativas e a avanços significativos ao seu estado da arte. Se você espera soluções rápidas para problemas fáceis ou respostas absolutas para questões claras, então a Parapsicologia, definitivamente, não é para você. Se você tem prazer em explorar um amplo espectro do potencial humano e possui talento criativo para lidar com os limites apontados acima, então não há melhor disciplina do que a Parapsicologia.
Trechos da discussão acima são uma contribuição do Dr. Charles Tart, com adições de Dean Radin. "
http://www.pesquisapsi.com/wiki/Faq/OndeParapsicologia
E a bolsa do Zangari na Fapesp?
2004 - 2006 Pós-Doutorado.
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Bolsista do(a): Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, FAPESP, Brasil.
Grande área: Ciências Humanas / Área: Psicologia / Subárea: Psicologia Social / Especialidade: Psicologia Social da Religião.
Grande área: Ciências Humanas / Área: Psicologia / Subárea: Psicologia Social / Especialidade: Psicologia Anomalística.
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextua ... K4708493P2
"2) Não existe ainda um curso de graduação na área ou equivalente reconhecido como tal. Existem cursos de pós graduação (equivalentes ao mestrado e doutorado) que qualificam pesquisadores em Parapsicologia,"
Vejamos...
No momento, não há, nos Estados Unidos, nenhum curso universitário de Parapsicologia que seja reconhecido. Isto não significa que não sejam oferecidas aulas de Parapsicologia, até mesmo em importantes universidades, ou que você não possa fazer um doutorado reconhecido com ênfase em Parapsicologia. A questão é que você não pode obter nenhum grau acadêmico especificamente nessa disciplina.
Atualmente, a única universidade dos Estados Unidos com um programa ativo em estudos da consciência - o que, neste caso, significa uma sub-área da Parapsicologia - é a Universidade de Nevada, Las Vegas, onde aulas de Parapsicologia têm sido ministradas sob os auspícios da relativamente nova Cátedra Bigelow de Estudos da Consciência. Entretanto, assim como os empregos para pesquisadores em Parapsicologia na Harvard e na Stanford (e vários outras universidades) se extinguiram após a morte de seus benfeitores, o eventual destino dessa nova cátedra também é obscuro. Ao contrário disso, a Cátedra Koestler de Parapsicologia, do Departamento de Psicologia da Universidade de Edimburgo, Escócia surgiu após a morte de Arthur Koestler e sua esposa, que manifestaram o desejo e doaram uma grande quantia em seu testamento para que fosse criada uma cátedra voltada à pesquisa de fenômenos parapsicológicos em uma universidade da Grã Bretanha. Assim, em 1984 a Universidade de Edimburgo foi escolhida para abrigar essa cátedra e desde 1985 o Dr. Robert Morris é o catedrático responsável por ela. Graças a essa cátedra, mais de dez de estudantes de pós-graduação já realizaram seu doutoramento com ênfase em tópicos parapsicológicos. A maior parte desses estudantes atualmente ocupa postos de docência e pesquisa em universidades da Grã-Bretanha.
de instituições da Grã-Bretanha que abrigam novos centros de pesquisa e ensino em Parapsicologia:
Sites
Nene, University College Northamptom, Nene University, UK.
Perrot-Warwick Research Unit, University of Hertfordshire, UK., Liverpool John Moores University, UK
Consciousness and Transpersonal Psychology Research Unit
Parapsychology Studies Group, Coventry University', 'UK
http://www.pesquisapsi.com/wiki/Faq/OndeParapsicologia
Relação dos principais centros universitários que investigam psi :
http://www.pesquisapsi.com/arquivos/bol-02.htm#mat8
http://www.pesquisapsi.com/arquivos/bol-1.html#mat8
Trabalhar como parapsicólogo:
"A maioria dos parapsicólogos (e por “parapsicólogos” significa aqui: cientistas treinados profissionalmente, não os tais “populares investigadores do paranormal”) em geral realizam uma atividade de docência ou têm algum emprego convencional. Apenas 30 ou 40 pessoas em todo o mundo estão empregadas em regime de tempo integral nessa área como pesquisadores e um número ainda menor recebe salários razoáveis. Falando francamente, as chances de se conseguir um emprego decente são extremamente pequenas, apesar de, como já foi mencionado, a situação na Europa ser melhor do que nos Estados Unidos. Se, apesar de tudo isso, você continuar interessado em prosseguir, ótimo!
A maioria dos estudantes resolve os problemas citados acima ingressando em uma instituição acadêmica reconhecida, onde sabiamente eles se mantém discretos quanto aos seus reais interesses. Eles aprendem a realizar pesquisas em alguma disciplina científica bem aceita, obtêm um grau acadêmico, e então, afiliam-se à Parapsychological Association (PA) e começam a ler as principais revistas especializadas em Parapsicologia. Isso pode não satisfazer a paixão dos estudantes, mas, no momento, muitos acadêmicos não consideram esse tópico como digno de ser tratado cientificamente.
Há poucas exceções: estudos psicológicos e sociológicos das crenças em fenômenos parapsicológicos são tópicos de pesquisa marginalmente aceitos, como o são os estudos antropológicos de práticas e rituais “paranormais” de sociedades indígenas.
Adotar a Parapsicologia como uma carreira requer (1) grande habilidade para lidar com tarefas difíceis, (2) enorme persistência, criatividade e capacidade de encontrar saídas, (3) sólido treinamento em uma ou mais ciências que tenham grande aceitação ou em uma atividade docente e, (4) a habilidade de reconhecer, mas não aquiescer ante aos modismos do paradigma atual e aos dogmas acadêmicos. Esta não é uma carreira para pessoas sem coragem ou para adeptos da ortodoxia.
A recompensa é que a Parapsicologia, como outras áreas científicas fronteiriças, é uma disciplina extremamente desafiadora e aberta à exploração de idéias criativas e a avanços significativos ao seu estado da arte. Se você espera soluções rápidas para problemas fáceis ou respostas absolutas para questões claras, então a Parapsicologia, definitivamente, não é para você. Se você tem prazer em explorar um amplo espectro do potencial humano e possui talento criativo para lidar com os limites apontados acima, então não há melhor disciplina do que a Parapsicologia.
Trechos da discussão acima são uma contribuição do Dr. Charles Tart, com adições de Dean Radin. "
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- Vitor Moura
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Re: Re.: Parapsicologia é pseudociência?
aurélio, vou analisar seus argumentos e depois eu volto.
- Aurelio Moraes
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Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Pedi ao Zangari para dar uma passadinha por aqui, já que ele tem mais Know-How no tema do que eu...
- Vitor Moura
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Re: Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Aurelio Moraes escreveu:"1) As principais linhas de pesquisa são financiadas por fundos doados por particulares interessados nesta área "
E a bolsa do Zangari na Fapesp?
Não penso que faça parte das linhas de pesquisa principais. Jim Tucker, em seu livro Life Before Life, de 2005, diz:
"A Divisão de Estudos de Personalidade ainda é dependente de muitas doações financeiras em suas operações cotidianas. Quando o dinheiro tem sido abundante, a divisão tem sido capaz de executar mais projetos de pesquisa, e durante épocas magras, as atividades e o pessoal tiveram que ser reduzidos. O estado de Virginia não contribui com o trabalho na divisão, e a generosidade de pessoas como Chester Carlson, junto com outros indivíduos e fundações privadas que fizeram substanciais doações, foi o que tornou esta pesquisa possível. Esperamos ser suficientemente afortunados para continuar e mesmo expandir o trabalho que nós estamos fazendo para observar esta questão bem interessante de vida após a morte".
Aurelio Moraes escreveu:"2) Não existe ainda um curso de graduação na área ou equivalente reconhecido como tal. Existem cursos de pós graduação (equivalentes ao mestrado e doutorado) que qualificam pesquisadores em Parapsicologia,"
Vejamos...
No momento, não há, nos Estados Unidos, nenhum curso universitário de Parapsicologia que seja reconhecido. Isto não significa que não sejam oferecidas aulas de Parapsicologia, até mesmo em importantes universidades, ou que você não possa fazer um doutorado reconhecido com ênfase em Parapsicologia. A questão é que você não pode obter nenhum grau acadêmico especificamente nessa disciplina.
Então concorda com o que foi dito. Aliás, no próprio link apontado, é dito:
Em termos bem realistas quanto à questão profissional, você pode perceber que a Parapsicologia é considerada “marginal”, no melhor dos casos, pelas principais linhas da Psicologia, ao menos nos Estados Unidos.
Se seu objetivo é conseguir dar aulas em uma importante universidade, com tempo para a realização de pesquisas, então uma pós-graduação com ênfase em Parapsicologia não será bem vista (para não dizer o pior).
Aurelio Moraes escreveu:Trabalhar como parapsicólogo:
" Apenas 30 ou 40 pessoas em todo o mundo estão empregadas em regime de tempo integral nessa área como pesquisadores e um número ainda menor recebe salários razoáveis. Falando francamente, as chances de se conseguir um emprego decente são extremamente pequenas, apesar de, como já foi mencionado, a situação na Europa ser melhor do que nos Estados Unidos. Se, apesar de tudo isso, você continuar interessado em prosseguir, ótimo!
Acho que o texto então concorda com o que foi dito também. Minha dúvida é saber se tais características seriam suficientes para continuar considerando a Parapsicologia uma pseudociência na prática, apesar de reconhecida como ciência pela AAAS.
Um abraço,
Vitor
Saudações, Vítor!
Nenhuma das razões apresentadas serve para caracterizar determinado ramo de estudo como sendo pseudocientífico. Em primeiro lugar, para ser pseudociência, me parece óbvio que o ramo em questão deve advogar para si o título de ciência. Por exemplo, uma determinada religião pode tratar de determinados temas, como considerações sobre o pós-morte, desde uma perspectiva puramente metafísica, ou seja, sem requisitar o status de ciência para suas alegações. Neste caso, não se pode chamar tal religião de pseudocientífica.
Uma vez que determinado segmento requisite o status de ciência para si, deve-se analisar a estrutura de tal segmento e ver se ele está fundamentado sobre o Método de Lakatos. Em primeiro lugar, empirismo não é sinônimo de ciência. Embora seja parte fundamental e inseparável do corpo científico, o empirismo, por si só, não caracteriza algo como sendo ciência. O ponto fundamental é a existência de um corpo teórico falseável. Se tal corpo existir, podemos dizer que estamos tratando de ciência. Caso contrário, não. Se o segmento que advoga o status de ciência não se adequa ao Método de Lakatos, podemos dizer que tal segmento é pseudocientífico. Note que isso é uma questão meramente de definição do que é ciência e não envolve em momento algum elementos externos, tais como: classificações de determinadas entidades (como a AAAS ou similares), fontes de financiamento de pesquisas, aplicabilidade tecnológica, cursos de graduação, etc...
Deste modo, como os parapsicólogos, de fato, requisitam o status de ciência para suas pesquisas, se você quiser averiguar se a Parapsicologia é ou não uma pseudociência, basta verificar se existe em tal segmento um corpo teórico falseável ou não. Ou seja, é possível conceber experimentos que possam invalidar a existência de Psi?! Em caso afirmativo, segue que a Parapsicologia não é uma pseudociência. Em caso negativo, segue que ela é sim uma pseudociência.
Você pode responder a esta questão melhor do que eu, uma vez que está bem informado sobre este campo, o que não é o meu caso. Mas, pelo o que ouço o Zangari dizer (e ele me corrigirá caso eu esteja errado), não seria possível descartar em hipótese alguma a ocorrência de Psi (mais ou menos a mesma coisa que o Braude parece sustentar), uma vez que não se conhece os seus limites de atuação. Bom, não conheço teorias de Psi, mas me parece, levando em consideração o que o Zangari diz, que tais teorias não prevêem qualquer limite de atuação para esta hipotética habilidade, o que equivale a dizer que a mesma, pelo menos no presente momento, não pode ser falseada. Deste modo, pelo menos no presente momento, a Parapsicologia seria uma pseudociência, pois sua tese central (a existência de Psi) não pode ser falseada. Acho que seria melhor, neste caso, deixar de lado a requisição do status de ciência e continuar a trabalhar puramente com o empirismo, buscando paralelamente o desenvolvimento de um corpo teórico falseável que descreva o que vem a ser Psi.
Nenhuma das razões apresentadas serve para caracterizar determinado ramo de estudo como sendo pseudocientífico. Em primeiro lugar, para ser pseudociência, me parece óbvio que o ramo em questão deve advogar para si o título de ciência. Por exemplo, uma determinada religião pode tratar de determinados temas, como considerações sobre o pós-morte, desde uma perspectiva puramente metafísica, ou seja, sem requisitar o status de ciência para suas alegações. Neste caso, não se pode chamar tal religião de pseudocientífica.
Uma vez que determinado segmento requisite o status de ciência para si, deve-se analisar a estrutura de tal segmento e ver se ele está fundamentado sobre o Método de Lakatos. Em primeiro lugar, empirismo não é sinônimo de ciência. Embora seja parte fundamental e inseparável do corpo científico, o empirismo, por si só, não caracteriza algo como sendo ciência. O ponto fundamental é a existência de um corpo teórico falseável. Se tal corpo existir, podemos dizer que estamos tratando de ciência. Caso contrário, não. Se o segmento que advoga o status de ciência não se adequa ao Método de Lakatos, podemos dizer que tal segmento é pseudocientífico. Note que isso é uma questão meramente de definição do que é ciência e não envolve em momento algum elementos externos, tais como: classificações de determinadas entidades (como a AAAS ou similares), fontes de financiamento de pesquisas, aplicabilidade tecnológica, cursos de graduação, etc...
Deste modo, como os parapsicólogos, de fato, requisitam o status de ciência para suas pesquisas, se você quiser averiguar se a Parapsicologia é ou não uma pseudociência, basta verificar se existe em tal segmento um corpo teórico falseável ou não. Ou seja, é possível conceber experimentos que possam invalidar a existência de Psi?! Em caso afirmativo, segue que a Parapsicologia não é uma pseudociência. Em caso negativo, segue que ela é sim uma pseudociência.
Você pode responder a esta questão melhor do que eu, uma vez que está bem informado sobre este campo, o que não é o meu caso. Mas, pelo o que ouço o Zangari dizer (e ele me corrigirá caso eu esteja errado), não seria possível descartar em hipótese alguma a ocorrência de Psi (mais ou menos a mesma coisa que o Braude parece sustentar), uma vez que não se conhece os seus limites de atuação. Bom, não conheço teorias de Psi, mas me parece, levando em consideração o que o Zangari diz, que tais teorias não prevêem qualquer limite de atuação para esta hipotética habilidade, o que equivale a dizer que a mesma, pelo menos no presente momento, não pode ser falseada. Deste modo, pelo menos no presente momento, a Parapsicologia seria uma pseudociência, pois sua tese central (a existência de Psi) não pode ser falseada. Acho que seria melhor, neste caso, deixar de lado a requisição do status de ciência e continuar a trabalhar puramente com o empirismo, buscando paralelamente o desenvolvimento de um corpo teórico falseável que descreva o que vem a ser Psi.
Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Se segue as regras da ciência não é pseudociência. Simples assim. Já o espiritismo é tão prolixo e se preocupa tanto com provas ciêntíficas da existência de espíritos que só pode ser pseudo religião...
- Aurelio Moraes
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Re.: Parapsicologia é pseudociência?
O Miguel e o Viper responderam muito bem. Assino embaixo.
Acho que o importante é seguir o método científico. E isso a PP segue.
Sempre lembrando:
O Estatuto científico da PP:
http://www.pesquisapsi.com/index.php?op ... ew&id=2257
Acho que o importante é seguir o método científico. E isso a PP segue.
Sempre lembrando:
O Estatuto científico da PP:
http://www.pesquisapsi.com/index.php?op ... ew&id=2257
- O ENCOSTO
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http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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Re: Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Wing Zero escreveu:Se segue as regras da ciência não é pseudociência. Simples assim. Já o espiritismo é tão prolixo e se preocupa tanto com provas ciêntíficas da existência de espíritos que só pode ser pseudo religião...
O espiritísmo lembra algo assim como uma pseudo religião científica.
Temos que reconhecer o mérito deles de tentar se aproximar da ciência. Ao contrário de outras religiões.
Pena que pararam no tempo.
O ateísmo é uma consequência em mim, não uma militância sistemática.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Não importa se você faz um pacto com deus ou o demônio, em quaisquer dos casos é a sua alma que será perdida, corrompida...!
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
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- Márcio
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Re: Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Aurelio Moraes escreveu:Márcio escreveu:Se o fenômeno ocorrer a mais de 50 metros do seu ''causador'', então é pseudociência.
Isso é coisa do Quevedo, sem base empírica.
E pra não perder o costume..
"Pesquisa psi é ciência?"
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Claro que é coisa dele.
O ateísmo é uma consequência em mim, não uma militância sistemática.
'' O homem sábio molda a sí mesmo, os tolos só vivem para morrer.'' (O Messias de Duna - F.Herbert)
Não importa se você faz um pacto com deus ou o demônio, em quaisquer dos casos é a sua alma que será perdida, corrompida...!
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Esse tal de ganzfeld é tão pesudocientifico quanto as pesquisas que dizem que orações à distancia funcionam.
E os comentários do Tio Coveiro são bem interessantes.
E os comentários do Tio Coveiro são bem interessantes.
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- Vitor Moura
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Re: Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Aurélio, mais uma vez, as evidências de ganzfeld estão baseadas em metanálises. As metanálises descobriu-se recentemente que AUMENTAM os erros, e não diminuem, como se pensava. Um erro estatístico. Ainda mais agora que o Zangari disse são JUÍZES que decidem decidem o valor das afirmações, por mais que ele tenha dito que isso não seja subjetivo, isso não me convence. Uma vez que são humanos que decidem o valor das afirmações, certamente há um grau de subjetividade.
Tendo a concordar com o Encosto que ganzfeld não é um método seguro para determinar a existência de uma anomalia. Não chega a ser pseudocientífico, mas eu não aposto mais minhas fichas nele.
Um abraço,
Vitor
- Aurelio Moraes
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Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Ao menos você não acha pseudocientífico.
Bom, temos um pequeno impasse. Nós (eu e Zangari) não confiamos nos tais relatos de suposta vida após a morte e você não confia em Ganzfeld.
Abraços
Bom, temos um pequeno impasse. Nós (eu e Zangari) não confiamos nos tais relatos de suposta vida após a morte e você não confia em Ganzfeld.
Abraços
- Vitor Moura
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Re: Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Aurelio Moraes escreveu:Ao menos você não acha pseudocientífico.
Bom, temos um pequeno impasse. Nós (eu e Zangari) não confiamos nos tais relatos de suposta vida após a morte e você não confia em Ganzfeld.
Abraços
A pesquisa concernete a vida a pós a morte baseia-se em 3 fenomenologias principais:
a) crianças que alegam vida após a morte
b) mediunidade
c) EQMs.
No 1º caso, as afirmações são cuidadosamente anotadas para se ter a afirmação exata da criança, principalmente nos casos em que ainda não houve identificação da pessoa prévia.Nesses casos, não pode ter havido nenhuma contaminação por parte dos pais acrescentando qualquer informação ao testemunho da criança. No momento, existem 33 casos assim. Quando há alguma reinterpretação do que a criança disse, isso é claramente exposto no texto, mas normalmente, mesmo retirando-se as afirmações que necessitam de alguma reinterpretação, ainda restam muitas afirmações essencialmente corretas, sugerindo um fenômeno paranormal. Além disso, marcas e defeitos de nascimento não podem ser fraudados, não estão sujeitos a vazamento sensorial. Aposto minhas fichas nessas pesquisas.
No 2º caso, o procedimento de controle mais utilizado é o de Pratt e Birge, em que um número pequeno de participantes cada um recebe uma leitura de um médium. Os participantes então são pedidos para avaliar a exatidão das declarações tanto da própria leitura (freqüentemente referida a como a leitura 'alvo') quanto das leituras dos outros participantes (referidas como leituras de 'isca'). Se o médium é exato, então as avaliações designadas às leituras alvo serão significativamente maiores que as designadas às leituras de isca. Se, no entanto, o médium simplesmente produz declarações gerais, então os participantes designarão avaliações semelhantes tanto à leitura alvo quanto à isca. O médium Hafsteinn Bjornsson passou nessas condições, e o relatório da experiência está disponível aqui: http://br.geocities.com/existem_espiritos/hafstexp.html
Esteja livre para fazer quaisquer críticas.Também aposto minhas fichas nessas pesquisas.
No 3º caso, os casos mais impressionantes são de pessoas que deram informações verificáveis num estado em que não poderiam ter acesso a qualquer tipo de informação.Os casos mais impressionantes dão de Al Sullivan e Pam Reynolds, que vc pode conferir aqui: http://br.geocities.com/existem_espirit ... morte.html
No entanto, EQMs só podem, no máximo, oferecer evidência indireta de vida a pós a morte, pois as pessoas não morreram de verdade. Portanto, não aposto minhas fichas em EQMs.
Um abraço,
Vitor
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Re: Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Aurelio Moraes escreveu:Ao menos você não acha pseudocientífico.
Bom, temos um pequeno impasse. Nós (eu e Zangari) não confiamos nos tais relatos de suposta vida após a morte e você não confia em Ganzfeld.
Abraços
E eu não confio em ambos.
O ENCOSTO
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Onde houver fé, levarei a dúvida.
"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”
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- Vitor Moura
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Re: Re.: Parapsicologia é pseudociência?
O ENCOSTO escreveu:Aurelio Moraes escreveu:Ao menos você não acha pseudocientífico.
Bom, temos um pequeno impasse. Nós (eu e Zangari) não confiamos nos tais relatos de suposta vida após a morte e você não confia em Ganzfeld.
Abraços
E eu não confio em ambos.
Esteja livre para refutar meus argumentos, então.Quais suas críticas?
- O ENCOSTO
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Re: Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Já li o material que Zangari apresentou, já li quase todo o site "pesquisa psi" e estou comparando com o material apresentado por céticos.
Na minha opinião (eu disse MINHA opinião), não consigo ver maiores motivos para dar mais crédito a estes testes do que pesquisas envolvendo orações á distância (que inclusive TAMBÉM já conseguiram serem publicadas em revistas indexadas).
E o Tio Coveiro (lembrando novamente) fez um comentário extremamente interessante. É possível falsear algo que "não sabemos ao menos se existe" (nas palavras de Zangari e sua também)?
Segundo Karl Popper, em caso negativo, isso não é ciência.
O ENCOSTO
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Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Não sabemos se existe não significa que não existe. E por isso não há motivos para não se continuar investigando, se existem evidências.
Acho que estamos estritamente no campo da opinião.
Acho que estamos estritamente no campo da opinião.
- Vitor Moura
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Re: Re.: Parapsicologia é pseudociência?
O ENCOSTO escreveu:E o Tio Coveiro (lembrando novamente) fez um comentário extremamente interessante. É possível falsear algo que "não sabemos ao menos se existe" (nas palavras de Zangari e sua também)?
Segundo Karl Popper, em caso negativo, isso não é ciência.
O Titus Rivas (parapsicólogo) comenta sobre isso num artigo dele. Veja que interessante:
http://br.geocities.com/existem_espiritos/novas_ideias
Se desejarmos não considerar a teoria de Super-ESP para Casos paranormais do Tipo Reencarnação nós temos que nos concentrar na versão forte desta teoria. Agora, às vezes é alegado por partidários da sobrevivência que uma hipótese forte de Super-ESP baseada em princípios sem limites e não conhecidos de informação retrocognitiva é uma hipótese inaceitável porque nunca pode ser falsificada. Qualquer tipo de informação poderia ser explicada por retrocognição e nenhum caso jamais poderia mostrar que a teoria de Super-ESP está errada.
No entanto, em minha visão isto está errado. A teoria de Super-ESP pode ser não falsificável se alguém olhar exclusivamente as informações paranormais sem levar em conta o contexto em que as informações aparecem. A falsificação de Super-ESP principalmente não é ligada a seu poder explanatório de aspectos informacionais dos casos, mas à sua capacidade de explicar os casos como um todo.
Como eu já realcei nesta conferência, Casos paranormais do Tipo de Reencarnação não apenas contêm informação paranormal, mas comportamento também paranormal e aspectos físicos. Mais do que qualquer coisa, uma boa teoria para casos paranormais deve ser capaz de explicar por que as crianças se identificam com uma informação em particular. O mero fato de que elas teriam colecionado esta informação por ESP simplesmente não é suficiente. Então, receio que eu não concorde com o Professor Roy neste ponto particular.
Isto é reconhecido pelo filósofo Stephen Braude que aceita que a Super-ESP só pode explicar um caso se for acompanhada por um registro da motivação que leva ao uso da informação paranormal para um processo de identificação intensa. Ele também reconhece que tais motivos são extremamente improváveis para crianças jovens, i.e. para o indivíduo normal de Casos do Tipo Reencarnação.
Deixe-nos supor que a ESP é usada pela criança subconscientemente para ser capaz de escolher um morto estranho como um objeto de identificação. Isto deve querer dizer que há algum tipo de processo pelo qual a criança tenta achar uma pessoa morta que corresponderia tanto quanto possível a seu ideal de auto-conceito. Nós só devemos esperar casos com objetos de identificação mortos que seriam atraentes a crianças jovens, principalmente por causa de suas características externas. A personalidade falecida não deve sofrer tampouco dos conflitos internos desagradáveis que sejam ligados à vida dele ou dela, porque isso não seria nada simpático a qualquer criança jovem. Agora, nenhuma destas duas propriedades preditas são típicas para casos paranormais do tipo de reencarnação.
Portanto, a hipótese ESP claramente parece insuficiente para a maioria de tais casos de uma perspectiva motivacional. Em outras palavras, a Super-ESP de qualquer tipo de fato pode ser falsificada a saber por casos em que uma identificação motivada via ESP não pode ser tomada seriamente. Nesse sentido, a Super-ESP é uma teoria científica aceitável e é de fato falsificada pelos fatos empíricos.
Ou seja, para o Tituis, não só Super-PES é falsificável, como já foi mostrada falsa para casos de reencarnação. Agora, se não for falsificável, realmente não é uma hipótese científica.
Um abraço,
Vitor
- Aurelio Moraes
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Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Objeções à consideração da Pesquisa Psi como ciência
A primeira objeção clássica é obtida a partir da própria definição de Psi. Esta indica o estudo de fenômenos aparentemente extra-sensório-motores. A definição não apresenta exatamente o que Psi estuda, mas o que aparenta ser. Como estudar algo que não se sabe o que é?
Outras objeções podem ser apontadas.
* As evidências de ocorrência destes fenômenos são suficientes para se constituir uma ciência?
* Estas evidências respeitam os parâmetros e critérios utilizados nas diversas ciências?
* Se não se sabe exatamente o que se está estudando, porque e como constituir uma ciência para investigar o assunto?
Resposta dos pesquisadores psi
O primeiro passo em uma análise de fenômenos Psi é determinar se o processo é extra-sensório-motor. A inclusão do aparentemente na definição de Psi, deve-se a necessidade de que não seja feito pré julgamento, ou seja, todos os aparentes fenômenos devem ser analisados, sejam eles verdadeiros ou não. Sempre se deve ter em mente a possibilidade de fraude, voluntária ou involuntária.
Se as pesquisas evidenciam a ocorrência de interações extra-sensório-motoras, por que não investigá-las cientificamente?
Bases do pensamento científico
Para verificarmos a cientificidade da Pesquisa Psi, vamos apontar as bases nas quais o pensamento científico desenvolveu-se.
Ciência significa conhecimento, saber, informação. Pode também ser definida como o conhecimento exato e racional de coisa determinada. E em que está baseado o pensamento científico? Nas premissas newtoniano-cartesianas.
Isaac Newton afirma que tudo no universo é composto por partículas materiais indivisíveis e regidas por leis precisas. E ainda que o tempo é independente do mundo material. René Descartes instaura a premissa da objetividade, da autonomia entre o observador e a realidade. Em conseqüência, a reprodução experimental tornou-se um importante instrumento de compreensão da natureza e um valioso parâmetro para se verificar a cientificidade de uma disciplina.
Já no séc. XVII, a observação seria considerada uma espécie de espelhamento da realidade e um método eficaz e suficiente para apreender a realidade como ela é. A matéria teria qualidades primárias e qualidades secundárias, quer estas fossem, respectivamente, diretamente mensuráveis ou percebidas pela mente.
Com base nas premissas apontadas desenvolveu-se o pensamento científico moderno que em resumo tem as seguintes características.
* Dicotomia entre o sujeito e o objeto.
* Distinção entre qualidades mensuráveis e não mensuráveis.
* A observação como espelhamento da realidade.
* Leis determinísticas absolutas, baseadas no atomismo e ratificadas pela replicação.
* Tempo absoluto independente do mundo material.
Estas características estão presentes nas ciências modernas e com base nestes conceitos estão formados os cientistas das diversas áreas.
Características da Pesquisa Psi
Com base nas diretrizes do pensamento científico moderno, são as seguintes as características da Pesquisa Psi.
* Estuda experiências humanas, não diretamente observáveis.
* Os fenômenos são subjetivos e não permitem medição.
* Implicam na interação entre mentes e entre mente e matéria.
* Não respeitam a independência espaço/tempo e a continuidade do fluxo de tempo, do passado para o futuro.
* Não podem ser reproduzidos.
Observamos que todas as características estão fora do escopo abrangido pelo pensamento científico clássico e nestas condições os fenômenos não poderiam ser estudados cientificamente.
De qualquer forma, consideramos que a Pesquisa Psi nasceu formalmente com a fundação em Londres da SPR - Society for Psychical Research, em 1882. Esta era formada por renomados cientistas da época e teve por objeto o estudo, em bases científicas, dos alegados fenômenos inexplicáveis na ótica da ciência constituída.
Aqui podemos nos perguntar, até que ponto os conceitos científicos e em conseqüência, as concepções científicas dos cientistas devem ser mantidas imutáveis? Não estariam estas concepções impermeáveis à consideração de novas condicionantes? Ou simplesmente deveríamos ignorar o extenso rol de fenômenos Psi registrados, porque com base na ciência clássica não poderiam existir?
A evolução das bases da ciência
O físico e filósofo Thomas Kuhn, em seu livro A Estrutura das Revoluções Científicas (1962), nos indica a solução para as questões acima.
Segundo Kuhn, para um dado estágio de evolução científica, tem-se os fenômenos considerados normais e com base nestes estão formadas as teorias científicas. Quando ocorre alguma anomalia, ou seja, fenômeno para o qual não há teoria científica aceita, a ciência, dita, normal, rejeita as anomalias como legítimas. Com a presença contínua das anomalias, as teorias vigentes sofrem certa transformação ou acomodação para justificá-las. Com a identificação de novas anomalias, as teorias vigentes tornam-se insustentáveis e forçosamente novas teorias surgem, em um processo identificado como revolução científica, onde estas novas teorias permitem a eclosão de ciências emergentes.
No que diz respeito ao princípio da observação como um perfeito espelhamento da realidade, ainda no séc. XVIII o filósofo Immanuel Kant questionou-o. Para Kant a mente (observador) está sempre ativa e influencia o que percebemos.
Ainda contrariando a visão clássica da ciência, as teorias de Mecânica Quântica de Max Planck e Geral da Relatividade de Albert Einstein, revolucionaram, conforme definido por Kuhn, os conceitos de atomismo e de independência tempo/espaço/matéria.
Estes conceitos demonstram que embora as ciências constituídas possuam uma inércia natural e protetora contra novas teorias, somente o estudo e a pesquisa adequados permitiram a evolução do conhecimento.
http://www.pesquisapsi.com/arquivos/bol-1.html#mat3
A primeira objeção clássica é obtida a partir da própria definição de Psi. Esta indica o estudo de fenômenos aparentemente extra-sensório-motores. A definição não apresenta exatamente o que Psi estuda, mas o que aparenta ser. Como estudar algo que não se sabe o que é?
Outras objeções podem ser apontadas.
* As evidências de ocorrência destes fenômenos são suficientes para se constituir uma ciência?
* Estas evidências respeitam os parâmetros e critérios utilizados nas diversas ciências?
* Se não se sabe exatamente o que se está estudando, porque e como constituir uma ciência para investigar o assunto?
Resposta dos pesquisadores psi
O primeiro passo em uma análise de fenômenos Psi é determinar se o processo é extra-sensório-motor. A inclusão do aparentemente na definição de Psi, deve-se a necessidade de que não seja feito pré julgamento, ou seja, todos os aparentes fenômenos devem ser analisados, sejam eles verdadeiros ou não. Sempre se deve ter em mente a possibilidade de fraude, voluntária ou involuntária.
Se as pesquisas evidenciam a ocorrência de interações extra-sensório-motoras, por que não investigá-las cientificamente?
Bases do pensamento científico
Para verificarmos a cientificidade da Pesquisa Psi, vamos apontar as bases nas quais o pensamento científico desenvolveu-se.
Ciência significa conhecimento, saber, informação. Pode também ser definida como o conhecimento exato e racional de coisa determinada. E em que está baseado o pensamento científico? Nas premissas newtoniano-cartesianas.
Isaac Newton afirma que tudo no universo é composto por partículas materiais indivisíveis e regidas por leis precisas. E ainda que o tempo é independente do mundo material. René Descartes instaura a premissa da objetividade, da autonomia entre o observador e a realidade. Em conseqüência, a reprodução experimental tornou-se um importante instrumento de compreensão da natureza e um valioso parâmetro para se verificar a cientificidade de uma disciplina.
Já no séc. XVII, a observação seria considerada uma espécie de espelhamento da realidade e um método eficaz e suficiente para apreender a realidade como ela é. A matéria teria qualidades primárias e qualidades secundárias, quer estas fossem, respectivamente, diretamente mensuráveis ou percebidas pela mente.
Com base nas premissas apontadas desenvolveu-se o pensamento científico moderno que em resumo tem as seguintes características.
* Dicotomia entre o sujeito e o objeto.
* Distinção entre qualidades mensuráveis e não mensuráveis.
* A observação como espelhamento da realidade.
* Leis determinísticas absolutas, baseadas no atomismo e ratificadas pela replicação.
* Tempo absoluto independente do mundo material.
Estas características estão presentes nas ciências modernas e com base nestes conceitos estão formados os cientistas das diversas áreas.
Características da Pesquisa Psi
Com base nas diretrizes do pensamento científico moderno, são as seguintes as características da Pesquisa Psi.
* Estuda experiências humanas, não diretamente observáveis.
* Os fenômenos são subjetivos e não permitem medição.
* Implicam na interação entre mentes e entre mente e matéria.
* Não respeitam a independência espaço/tempo e a continuidade do fluxo de tempo, do passado para o futuro.
* Não podem ser reproduzidos.
Observamos que todas as características estão fora do escopo abrangido pelo pensamento científico clássico e nestas condições os fenômenos não poderiam ser estudados cientificamente.
De qualquer forma, consideramos que a Pesquisa Psi nasceu formalmente com a fundação em Londres da SPR - Society for Psychical Research, em 1882. Esta era formada por renomados cientistas da época e teve por objeto o estudo, em bases científicas, dos alegados fenômenos inexplicáveis na ótica da ciência constituída.
Aqui podemos nos perguntar, até que ponto os conceitos científicos e em conseqüência, as concepções científicas dos cientistas devem ser mantidas imutáveis? Não estariam estas concepções impermeáveis à consideração de novas condicionantes? Ou simplesmente deveríamos ignorar o extenso rol de fenômenos Psi registrados, porque com base na ciência clássica não poderiam existir?
A evolução das bases da ciência
O físico e filósofo Thomas Kuhn, em seu livro A Estrutura das Revoluções Científicas (1962), nos indica a solução para as questões acima.
Segundo Kuhn, para um dado estágio de evolução científica, tem-se os fenômenos considerados normais e com base nestes estão formadas as teorias científicas. Quando ocorre alguma anomalia, ou seja, fenômeno para o qual não há teoria científica aceita, a ciência, dita, normal, rejeita as anomalias como legítimas. Com a presença contínua das anomalias, as teorias vigentes sofrem certa transformação ou acomodação para justificá-las. Com a identificação de novas anomalias, as teorias vigentes tornam-se insustentáveis e forçosamente novas teorias surgem, em um processo identificado como revolução científica, onde estas novas teorias permitem a eclosão de ciências emergentes.
No que diz respeito ao princípio da observação como um perfeito espelhamento da realidade, ainda no séc. XVIII o filósofo Immanuel Kant questionou-o. Para Kant a mente (observador) está sempre ativa e influencia o que percebemos.
Ainda contrariando a visão clássica da ciência, as teorias de Mecânica Quântica de Max Planck e Geral da Relatividade de Albert Einstein, revolucionaram, conforme definido por Kuhn, os conceitos de atomismo e de independência tempo/espaço/matéria.
Estes conceitos demonstram que embora as ciências constituídas possuam uma inércia natural e protetora contra novas teorias, somente o estudo e a pesquisa adequados permitiram a evolução do conhecimento.
http://www.pesquisapsi.com/arquivos/bol-1.html#mat3
- Vitor Moura
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Re: Re.: Parapsicologia é pseudociência?
Aurelio Moraes escreveu:Não sabemos se existe não significa que não existe. E por isso não há motivos para não se continuar investigando, se existem evidências.
Acho que estamos estritamente no campo da opinião.
Mas as evidências que existiam eram baseadas em metanálises, que se descobriu AUMENTAREM as chances de erros. Até que se refaçam tais cálculos, não acho certo dizer que a Parapsicologia "descobriu" anomalias confiáveis.
Lembro que os casos de reencarnação e mediunidade não usam de metanálises, e sim de uma estatística muito mais simples e correta. Os procedimentos já foram descritos.
Um abraço,
Vitor