TCI-Transcomunicação Instrumental
Transcomunidadores são pessoas que afirmam obter mensagens de fantasmas através do método científico. Utilizam aparelhos de TV, rádios e computadores para supostamente captar mensagens dos mortos.
Outro dia em um programa de TV vi uma “transcomunicadora”. As mensagens que ela apresentava como de mortos tinham vozes distorcidas e confusas. Ela repetia a mensagem gravada várias vezes, insistindo para pessoa crer que eram reais.
Com a palavra, o Dr.Wellington Zangari, que já estudou grupos de transcomunicadores:
“A psicologia conhece um fenômeno chamado de projeção. É como ver carneirinhos nas nuvens. Quando você olha para um campo indefinido, você, até por uma função neurológica, tende a organizar aquele campo e descobrir algum coisa com sentido ali, seja no nível visual ou sonoro. Não é à toa que os comunicadores atuam nessas duas direções, no campo visual e no campo sonoro, sempre com elementos muito misturados. Então você tem um campo visual muito incerto, uma série de possibilidades, e eles descobrem ali um sentido. Esse é um erro grave, porque se a coisa fosse identificável por qualquer comunicador da mesma forma, tudo bem, seria um passo adiante. Mas quando a gente esteve lá, os próprios transcomunicadores diferiam em relação à interpretação daquele som, então aparecia determinado som que era interpretado pela Sonia Rinaldi como eu amo você mamãe, e a outra pessoa dizia, eu não ouvi isso, você ouviu? Eu ouvi tal coisa…. Então a gente não está dizendo que isso não seja verdadeiro, que de fato os espíritos não se comuniquem. O que a gente está dizendo é que o método empregado para avaliar isso não é científico.”
Completando, diz a Dra.Fátima:
“Quando ela ou as outras pessoas apresentam gravações que trouxeram de casa, você até tem qualidades melhores de som. Uma frase que você realmente ouve aquilo. Mas a ciência é muito desconfiada. Você tem que ter controle. Como é que você vai me garantir que aquilo não foi gravado? Até pode mandar a fita e fazer um teste de voz para ver se era a voz do falecido, mas quem garante que você já não tinha em casa uma fita com a voz dele.
Tudo bem, é a voz dele, mas de onde ela veio, de lá mesmo, ou daqui? Aquele senhor que faleceu, que deixou a voz gravada no celular da ex-mulher, também era transcomunicador e eles tinham várias fitas com a voz dele. Não é que eu estou acusando esta senhora de fraude, mas em ciência, você não pode lidar só com o testemunho, porque ele é falho, nem só no experimentador você pode confiar. Você tem que ter controle do próprio experimentador, tem que ter o que a gente chama de juíz cego, por não estar diretamente envolvido com os experimentos. A nossa percepção é falha. Eu posso até ser muito honesta, mas eu posso falhar também na minha observação e na minha percepção.”
Retirado de uma entrevista à revista Planeta Web
Podemos concluir que, até que apareçam novos dados, tudo indica que a suposta transcomunicação ou é charlatanismo deliberado, aonde os transcomunicadores forjam vozes para impressionar as pessoas ou então falhas gritantes metodológicas com desinformação, aonde podem por exemplo captar ondas de rádio normais e acharem que são “vozes do além”. E nisto, conseqüentemente, darem o sentido que convir às supostas vozes.
Mas é claro, novos dados sobre as TCI sempre poderão ser analisados pela ciência.
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