A verdade sobre Chico Xavier

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Botanico
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Re: Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Botanico »

A verdade sobre Chico Xavier - Parte 2

MAIS UMA MÁSCARA
Com a retratação do sobrinho reconhecendo que tudo, dele e do famoso tio, era pura farsa, Chico Xavier, às pressas, simplesmente com a roupa do corpo, abandonando tudo, fugiu secretamente de Pedro Leopoldo.

# Após algum tempo escondido, verificou-se que reaparecera como médium psicógrafo em Uberaba. Até o fim da sua vida. E mais um engano ou disfarce tão grosseiro como atraente: na "Comunhão Espírita Cristã".


Segundo o artigo na tal Realidade de 1971, que o Quevedo cita tanto, Chico teria deixado Pedro Leopoldo por algum tempo devido ao escândalo, mas a mudança definitiva foi porque havia passado num concurso público, mas a vaga ficou em Uberaba. Assim Chico deixou seus livros com a família, mas dizer que fugiu às pressas só com a roupa do corpo me parece exagero...

Fingem ignorar que Espiritismo e Cristianismo são absolutamente incompatíveis.

Nesta instância em particular, concordo plenamente com o Sr Quevedo: Espiritismo e Cristianismo são de fato incompatíveis. O problema é que há espíritas que erroneamente pensam que Cristianismo é uma doutrina ou postura moral que enaltece a caridade, o amor ao próximo, a filantropia _ coisas essas que não têm nada a ver e nem são produtos de um credo religioso específico. O Cristianismo é um amontoado de elucubrações teológicas, apresentadas por diversas igrejas que reivindicam a condição de cristãs, onde o que importa é acreditar em três DEUSES fazendo o papel de UM, num Cristo Salvador, na infabilidade e exatidão da Bíblia (o que exige que se creia que a Terra é plana e está no centro do Univereso, que o céu é sólido e que houve um Dilúvio que inundou a Terra inteira até 10 metros acima do cume do Everest), e por aí vai. De prático mesmo, amor ao próximo é só perfumaria. Taí a história dos povos cristãos que não me deixa mentir. As Cruzadas, a Santa Inquisição e a Ku-Klux-Klan são eventos e coisas legitimamente cristãs. Certo Quevedo? Turatti?

# Mas Amauri Xavier Pena, carregado de remorsos, insistia na retratação. E os "espíritos superiores" decretaram a morte: num muito conveniente "acidente" de carro.

Alguém aqui avançou o sinal e não foi o Amauri. Por que acidente entre aspas? Está se sugerindo que não foi um acidente acidental? Se sabe de algo, Sr Quevedo, apresente-se às autoridades policiais e revele o que sabe. Afinal se houve crime, é dever de um bom cidadão trazê-lo a público. Mas pelas palavras do nosso bom padre, não se trata de má cidadania e sim de uma ação mágica dos espíritos superiores (= demônios de acordo com a fé do padre) que fizeram o acidente acontecer. Daí a polícia nada descobriria a respeito, mas um parapsicólogo católico, e ainda por cima, eclesiástico, tem recursos especiais que lhe permitem identificar uma ação demoníaca e daí o Sr Quevedo ter dito o que disse na frase acima. Deve ser isso.

Mas que o Quevedo e o Turatti jamais me convidem a deixar o Espiritismo e me tornar um católico apostólico romano, pois a tamanha ingratidão que Amauri Pena recebeu fundamenta a minha recusa. Senão vejamos: ele renunciou a seus erros, denunciou a farsa, valorizou a fé católica e recusou retratar-se, enfim, era uma valiosa testemunha em defesa da fé católica e contra o Espiritismo. Mas “espíritos superiores” decretaram sua morte e nem os três Deuses (Pai, Filho e Espirito Santo), nem a Santa Maria, nem os milhares de santos e nem os bilhões de anjos foram capazes de impedir essa ação contra aquela tão valiosa testemunha! Como me explica isso, Quevedo? Quer dizer então que o Amauri foi abandonado à sua própria sorte? Se não foi, sabe o que esse “acidente” do Amauri prova? Que os tais espíritos superiores são muito mais poderosos do que as entidades católicas acima citadas.

Senhores Quevedo e Turatti, tempos atrás um bispo da universal chutou uma santa, a tal Nossa Senhora de Aparecida, para provar que era só uma imagem de gesso e que não tinha poder algum. Nossa! Pra que! Os católicos ficaram revoltados e o bispo se deu mal. Nas semanas seguintes eu via adesivos nos vidros dos carros com a imagem de uma fulana com lenço na cabeça e ao lado a frase: _ Ela tem poder!

Pois bem, Quevedo e Turatti, é a sua vez: Provem que os seus três Deuses, que esta tal Santa Maria, que os outros milhares de santos e os seus bilhões de anjos TÊM PODER. Pois senão, o melhor é eu continuar sendo espírita, pois segundo suas próprias palavras acima, estes sim TÊM PODER.

Ah! Aproveitando o gancho e demonstrando a tremenda credulidade católica que existe no Brasil, esse mesmo bispo caiu doente há algum tempo, com graves dores na perna a qual chutou a santa. Foi internado num hospital nos EUA, mas a cura da perna doente só se deu pela ajuda intensa e carinhosa de uma senhora negra. Recuperado, quis ele agradecer àquela enfermeira negra tão eficiente e ficou sabendo que não havia nenhuma enfermeira negra naquele hospital. Ninguém a tinha visto por lá. Só então o bispo compreendeu que a tal “enfermeira” era mesma Nossa Senhora de Aparecida, a quem ele havia chutado. Em agradecimento e em reconhecimento, ele abandonou o protestantismo e batizou-se católico. Para quem não sabe, essa linda estória é só um “chute”.

E ainda no caso do Amauri: Quevedo fala em “acidente” de carro, mas não dá detalhes do ocorrido, nem onde foi noticiado isso. Nas consultas que fiz, na Internet, descobri que ele foi internado num sanatório depois de tomar todas (vejam o texto de Marcel Souto Maior, abaixo). Turatti fica se queixando dos espíritas por dizer que Amauri era dependente químico, mas NINGUÉM PROVA QUE ELE MENTIU. Bem, eu já pedi a Turatti para me fornecer as provas, a mais simples e abundante, os 50 livros escritos pelo Amauri, e ele NUNCA ME APRESENTA NADA. Como provar que ele mentiu se Quevedo e Turatti não provam que ele disse a verdade?

Declaração de Jefferson Benetton: Declarações de Chico Xavier acerca de seu Sobrinho Amauri, extraídas da Folha online - publicadas em 30/06/2002 : "Quanto ao meu sobrinho, era um perturbado. Bebia muito, não trabalhava direito, acabou louco. E morreu há alguns anos. Ele fez aquilo, ao que parece, pela sedução do dinheiro. Que o altíssimo o perdoe."

Este texto se encontra no artigo da Realidade de nov. De 1971. Sabedor disso, Turatti, quando fala desse sobrinho, tenta desqualificar esse aspecto ruim da vida da tão valiosa testemunha, desamparada de Deus e dos santos católicos...

Complementado, Jefferson Benetton também postou o seguinte texto:

Marcel Souto Maior: Jornalista, nos últimos quatro anos trabalhou no Jornal do Brasil, onde exerceu a função de subeditor do Caderno B e da Revista Programa. Antes, atuou como repórter do Correio Braziliense. O caráter investigativo de suas matérias coadunam com o seu espírito Jornalístico. Marcel nunca se identificou com qualquer corrente religiosa. Eis alguns trechos do Livro que tratam de Amauri Pena:

"Em julho de 1958, enquanto o Brasil rebolava com o bambolê, palavras escandalosas atingiam Chico Xavier em cheio. Seu sobrinho, Amauri Pena Xavier, 25 anos, que morava em Sabará, apareceu na redação do Jornal Diário de Minas para ‘desabafar’. Precisava se livrar de um peso na consciência: há muitos anos escrevia poemas, atribuía a obra ao espírito de Castro Alves e dizia ter sido escolhido pela espiritualidade para divulgar na Terra um novo Lusíadas. Pois bem: era tudo mentira.

Amauri exibiu as oitavas lusitanas aos jornalistas, renegou os espíritos, atribuiu a autoria dos versos a si mesmo e levantou novas suspeitas contra o tio. A imprensa ignorou a qualidade de seus textos e explorou ao máximo a chance de transformar Chico Xavier em escândalo.

O Jornal 'O Globo' estampou em manchete, com direito a ponto de exclamação, na primeira página de sua edição de 16 de julho do mesmo ano:

"Desmascarado Chico Xavier pelo sobrinho e auxiliar!"

O texto, curto, era taxativo:

Depois de se submeter ao papel de mistificador durante anos, o jovem Amauri Pena, sobrinho de Chico Xavier resolveu, por uma questão de consciência, revelar toda a verdade! Chico Xavier era, desde muito cedo, um devorador de livros.

O Jornal 'Diário da Tarde' decidiu apurar melhor a confissão do sobrinho de Chico Xavier e mandou um repórter a Sabará para entrevistar Amauri. O rapaz estava em Belo Horizonte. O delegado Agostinho Couto recebeu o jornalista e deu a folha corrida do ‘confessor’:
Alcoólatra inveterado, ‘um desordeiro’, ele já tinha sido apanhado tentando roubar uma casa e fora expulso da cidade várias vezes pelo policial. O pai de Amauri, Jaci Pena, confirmou as acusações:

- "Meu filho é um doente da alma. Todo mundo sabe disso. É dado a bebidas. Ontem mesmo eu o apanhei caído no jardim no maior pileque. Chico conhece Amauri. As declarações dele não alteram nada”.

A polêmica acabou ali. Amauri, sempre bêbado, acabou internado em um sanatório na cidade de Pinhal em São Paulo e morreu pouco tempo depois. Seu último desejo: divulgar um documento com um pedido de desculpas ao tio. Os diretores da Federação Espírita Brasileira decidiram adiar a retratação. Os adversários podiam insinuar que o jovem havia sido forçado a se arrepender.

Amauri morreu e deixou como herança um mistério para os espíritas. Por que ele teria atacado o tio? A versão mais aceita no meio é a de que ele assumiu a autoria dos poemas e levantou suspeitas contra Chico para impressionar e agradar uma moça católica por quem estava apaixonado. Outra versão, mais apimentada, coloca dinheiro na roda: ele teria sido subornado por um padre para desmoralizar o Espírita de Pedro Leopoldo.”

Livro : "As Vidas de Chico Xavier", Marcel Souto Maior, Rocco, Rio de Janeiro, RJ, 9ª edição, 1994, páginas 122 a 125.

A título de complementação, vou incluir também o texto de outro católico roxo, Cledson Ramos, com quem também troquei umas idéias. Ele é um grande fã do Quevedo e me recomendava ler toda a obra quevediana. Só por que ele quer! O texto está em azul e os meus comentários em branco.

O sobrinho de Chico Xavier
O famoso Chico Xavier tem um sobrinho chamado Amauri Pena que, aos treze anos de idade, bom leitor como o tio, já escrevia poemas e lia as obras espíritas. Mais tarde, estudou ainda literatura brasileira, portuguesa e francesa.
Eis que o sobrinho também "psicografava", e muito ! Foi considerado pela FEB como o sucessor de Chico Xavier, a mesma FEB que não aceitaria (?!) mais tarde o seu desmentido.


Uma pergunta: Quem, quando, onde e em que veículo de comunicação a FEB teria apontado Amauri Pena como sucessor do Chico? Do Chico que ainda estava em plena atividade. Muito cedo para se falar em sucessor...

Eis que em 1958, Amauri Pena procura a imprensa mineira e solta a notícia bombástica:
"Tudo o que tenho psicografado até hoje, apesar das diferenças de estilo, foi criado por minha própria imaginação, sem que precisasse da interferência de outro mundo".
(...)
"Depois de anos, resolvi por uma questão de consciência contar a verdade".
(...)
"Vi-me, então, diante de duas alternativas: mergulhar de vez na mentira e arruinar-me para sempre ou levantar-se corajosamente para penitenciar-me diante do mundo e de mim mesmo, libertando-me definitivamente. Foi o que resolvi fazer".
(...)
"Tenho uma obra idêntica (ao "Parnaso do Além Túmulo", de Chico Xavier) e, para fazê-la, não recorri a nenhuma psicografia".
A reação dos espíritas nacionalistas não demorou. O Reformador, da FEB, tentava se consolar, dizendo que Jesus também teve o seu traidor. Um dos escritores espíritas da época (Irmão Saulo) anunciava a respeito da psicografia de Amauri Pena: "é inegável e irretratável" (?!).

Que edição, ano, número, páginas deste Reformador o Cledson se refere?
Não é a toa que o Espiritismo vem decaindo em toda a Europa, e demais países. Só no Brasil, praticamente, que esta superstição consegue sobreviver. Fato um tanto constrangedor, diga-se de passagem, para a doutrina que seria "triunfante" !!!
http://www.universocatolico.com.br/inde ... 7&Itemid=3


Do Universo Católico, desmentidos do Espiritismo – autoria de Cledson Ramos. Pedi a ele informações de onde teriam sido tirados esses dados e ele disse que foi do livro Espiritismo, Orientação para os católicos, - de Boaventura Kloppemburg. (nenhuma fonte original, infelizmente, e nenhum esclarecimento)

E para terminar, segue abaixo mais um texto que explica a situação real de Amauri Pena.

Cap. 45

AMAURI PENA

UM SOBRINHO DE CHICO XAVIER

O mundo espiritual é o mundo onde os espíritos vivem. Numerosas são as faixas de vibração onde eles se movimentam e residem. .
As faixas vibratórias cor respondem à vibração dos seres que ali permanecem até que atingindo vibração maior são arrastados ou impulsionados pela força da lei para outra faixa. Ninguém vive num meio ambiente vibracional que não é o seu. A força que nos conduz só se satisfaz com o nosso estacionamento no meio que nos é próprio. Fora disso, sofreremos os impactos das vibrações diferentes que nos atacarão de todos os lados ou com os quais nos chocaremos violentamente.
Os médiuns têm a sensibilidade necessária para perceber e sentir o plano espiritual e aqueles seres que vivem nele.
É lógico que a mediunidade nos dá condições de perceber e sentir não somente a presença das criaturas superiores que habitam o Mundo dos Espíritos como também as inferiores. Sintonizados com entidades superiores marchamos para o melhor; sintonizados com entidades inferiores, caminhamos ao encontro do pior. A mediunidade, porém, é a capacidade de vibrar nessas faixas que estão além da nossa mas misturadas conosco. O Reino de Deus e o Reino de Satanás estão aqui mesmo. "O Reino de Deus" está no meio de nós - disse Jesus. E está mesmo. Nele vivemos, existimos e nos movemos, conforme afirma a palavra de Paulo.
O médium tanto pode receber espíritos bons quanto espíritos maus. No Evangelho de Jesus encontramos Pedro, o apóstolo, nas seguintes circunstâncias:
Na primeira, Jesus pregava e Pedro inquieto, sentindo que o Senhor abalava os alicerces falsos do edifício construído pelos fariseus, exclamou:
- Senhor, é muito duro ouvir este discurso!
- Se não quereis ouvir, ide, pois, embora, respondeu Jesus.
- Mas, Senhor, é muito duro ouvir este discurso e para quem iremos nós!
- Vai, afasta-te de mim, Satanás!
Noutra oportunidade, os discípulos se acercaram. do Mestre porque se falava muito de Jesus e os Judeus andavam preocupados em saber quem era Ele.
- Quem dizem os homens que Eu Sou? - perguntou-lhes.
- Uns dizem que sois Elias, outros, que sois João Batista. ou algum dos antigos profetas, responderam.
- E vós, quem dizeis que Eu Sou?
- Vós sois o Messias, o Filho do Deus Vivo! - exclamou Pedro. - Em verdade vos digo, que não foram nem a carne nem o sangue que vos disseram isto, mas meu Pai que está nos Céus!- afirmou Jesus.
Como se vê, Pedro, que era apóstolo, e a quem Jesus entregaria as "Chaves do Reino de Deus", ora ficava possui do por Satanás, isto é, espírito inferior, e ora pelo Pai que está nos Céus ou seja, o Espírito Superior.
A força mediúnica é uma só, tanto para o bem quanto para o mal, é apenas questão de sintonia e direção. A energia elétrica obtida da cachoeira tanto pode servir para iluminar uma cidade quanto para acionar o raio da morte.

X

Amauri Pena era sobrinho de Chico Xavier, filho de Maria Xavier Pena, irmã de Chico. Conhecemo-lo em Sabará. Amauri tinha 11 anos de idade, e era uma criança magra, enfezada, sem expressão. Dona Maria, muito pobre~ mas um coração excepcional. Trabalhava com Rubens Romanelli, que era professor. Rubens disse-nos apontando o garoto.
- É um gênio. Escreve poesias maravilhosas dignas de Castro Alves e de outros grandes poetas brasileiros.
Olhei o garoto e não dei nada por ele. Vi algumas poesias que escrevera e achei realmente extraordinárias. Escrevia num caderno.
- Eu não deixei que publicasse, até agora, disse o Rubens, porque quero me certificar melhor se são dele mesmo ou se são de espíritos.
Fiquei pasmado. Ali havia um médium extraordinário, que era um menino; e não se publicavam as coisas notáveis que escrevia!
Mais tarde, passados alguns anos, soube que Romanelli tomara-o sob sua responsabilidade.
O menino, agora rapaz, estava escrevendo um livro fantástico que se chamava "Os Cruzilidas", escrito pelo espírito de Camões.
Estivemos com o Rubens e ele nos mostrou páginas escritas naquela . linguagem típica do poeta português, não só o estilo mas também o vocabulário eram puramente camoneano.
As oitavas luzitanas voltaram a viver através do lápis de Amauri Pena. A maneira de escrever era a mesma do grande vate. Tão igual que espantava, embora os versos fossem novos, absolutamente novos, não sendo modificação ou simples adulteração dos versos escritos em vida terrestre por Luiz de Camões.

Ao lado desse poema que contava a “História Espiritual da Descoberta do Brasil", já que relatava o que ocorrera no Plano do Espírito antes que o Brasil fosse descoberto e tudo que aconteceu ali durante a travessia do oceano, as interferências espirituais e as lutas.
Krishna nos ensinou que no Céu se travam terríveis batalhas entre o Bem e o Mal e Zaratrusta também fala disso.
Camões retrata, pois, nos 'Cruzilidas', a epopéia espiritual da descoberta de um novo continente, porque o Brasil na realidade tem a força e as dimensões de um imenso continente.
Pode-se imaginar a importância desse poema, que até hoje não foi publicado. Segundo nos disse Romanelli, na última vez que o encontramos, que o livro estava na Livraria Allan Kardec, para publicação. Talvez tenha voltado às mãos do Rubens, não sabemos. (**)

Além do poema 'Os Cruzilidas', Amauri recebia sonetos perfeitos e assinados por outros espíritos. Os sonetos e outros poemas Rubens andou publicando no jornal "A Síntese", do qual era diretor. Pensávamos que Amauri Pena pudesse um dia ser o substituto do fio, no campo da mediunidade, mas isso não aconteceu. O que ocorreu foi que um dia Amauri foi para os jornais e fez tremendas acusações a Chico Xavier, chamou-o de mistificador e outras acusações, dizendo que tudo o que Chico escrevia era da cabeça dele mesmo e aquilo que o próprio Amauri também escreveu era tudo de sua própria lavra, embora assinado por nomes respeitáveis da literatura brasileira. Os jornais sensacionalistas do Brasil inteiro estamparam o caso em manchetes e exploraram fartamente o assunto.

Chico foi para a rua da amargura. Todavia. não se defendeu. Pelo contrário, o pouco que falou foi em defesa do sobrinho e procurou justificar-lhe a atitude inconseqüente.

Nós, porém, ficamos particularmente sabendo que Amauri morava com o Romanelli, antes disso, e no sobrado em cima, ou ao lado, morava também uma linda jovem pela qual o rapaz se apaixonara. Parece que estava aos cuidados de uma velha tia. Amauri, além de mulato, não tinha nada, pobre de pobreza franciscana. A moça loura gostava do rapaz, a velha, no entanto, se opôs, e acabou com o namoro. Apaixonado, desesperado, o moço pobre que acreditava ter escrito um poema genial, passou a beber, descontrolou-se e julgou-se por sua vez um gênio desprezado. Daí a lembrar-se do tio e culpá-la de seus fracassos foi um pulo. Chico nada tinha com o caso, mas o moço Amauri havia se sintonizando com as forças inferiores do espírito e foi dominado por elas.
Envolto pelas entidades malignas, acabou, pouco depois, no hospício. O Chico sofreu com tudo aquilo.
O caso, exposto publicamente nos jornais. As acusações injustas do sobrinho e os religiosos de outros credos armados ferozmente para destruí-lo.

X

Cremos que lembrar-se de acusar o tio psicologicamente deve-se ao fato de Amauri desde criança ouvir em sua casa falar de Espiritismo, de espíritos, de mediunidade, tudo ocasionado por ser o tio o maior médium brasileiro. A própria mãe é médium extraordinário. É possível, embora não tenhamos notícias disso, que Chico Xavier o tenha orientado inicialmente em sua mediunidade, falando-lhe alguma coisa que o impressionara. Pode ser que acreditasse que em decorrência disso tudo é que assinara poemas e sonetos com nomes de grandes poetas, que fora influenciado pelo tio e pela mãe. Daí, também, a revolta. Parece que a velha tia da moça que amava era católica fervorosa e fanática e o fato de Amauri receber espíritos se tornou para elas uma barreira intransponível além da sua pobreza e da sua cor. Ora, naturalmente, sob a influência de. espíritos maus, pensou ele, para vencer esses obstáculos de pobreza, cor e pouca beleza, só provando que era um gênio e que escrevera um livro de gênio.

O livro já havia sido elogiado por Romanelli e outros professores que leram a obra e disseram que era digna de Camões. Demonstrando que não era mediunidade, ele seria famoso por si mesmo e haveria de entrar nas boas graças da velha, que não teria dúvida de receber o moço mulato, pobre, mas genial!
Mas para isso deveria começar provando que o tio também não era médium mas simplesmente outro gênio e só isso já daria a ele, como aliás deu, repercussão nacional.

Sabemos que foi também influenciado por outras pessoas. Oportunamente, quem sabe, voltaremos a esclarecer melhor os fatos.
Embriagando-se permanentemente, Amauri atirou-se nos braços das entidades inferiores do mundo espiritual inferior e foi afinal internado em Sanatório, na cidade de Pinhal, no Estado de S. Paulo.
O assunto foi amplamente divulgado e miseravelmente explorado pelos adversários da Doutrina Espírita e pelos inimigos gratuitos de Chico Xavier.

Mais tarde, Amauri melhorou, arranjou uma banca de sapateiro e começou a trabalhar. Quando a Fraternidade realizou um congresso naquela cidade, Amauri nos procurou e pediu que reuníssemos os diretores da OSCAL porque ele tinha uma notícia importante a nos dar.

XX

Reunimos os componentes mais credenciados da Fraternidade na Casa do Cavalieri e ouvimos Amauri Pena.
Humildemente, retratou-se de todas as acusações que fizera contra Chico Xavier e declarou que desejava fazê-lo por escrito para que todo o Brasil soubesse.
Como havia pouco tempo saído de uma Casa de Saúde, resolvemos não aceitar naquele momento a sua retratação por escrito, dizendo-lhe que oportunamente, aceitaríamos a sua declaração escrita. Ali, poderia parecer que a Fraternidade o forçara a tomar essa atitude.

Tempos depois, Amauri morreu e a declaração não foi escrita. Perdeu-se uma bela oportunidade, no entanto, a intenção dos diretores da Fraternidade foi a melhor possível.

E que ele se retratou espontaneamente, se retratou.
Na luta diária de cada médium, os dramas se sucedem a todo o momento. As forças do mal estão vigilantes para nos destruir. Médiuns com grandes possibilidades serão arrastados pelos abismos da incompreensão e da loucura se não colocarem sua 'alma e seu coração em Nosso Senhor Jesus Cristo.

XX

Só através do Evangelho conseguiremos sintonizar com o Bem Verdadeiro. Diz o Espírito de Charles que intuir é vibrar no Infinito.
Desprendido do organismo físico, mais que os outros homens, o médium vibra no Infinito e sente poderosamente a influência dos Espíritos que o rodeiam.
De acordo com a qualidade habitual e o tipo de nosso pensamento emitimos ondas concêntricas e raios em todas as direções que nos situação no clima e no mundo com o qual nos afinamos.

A passagem citada de Pedro, o Apóstolo, ilustra bem o assunto. Ele era discípulo do Senhor e até o discípulo a quem Jesus entregaria as chaves do Seu Reino neste mundo. Ouvira Jesus todos os dias, recebera os seus ensinamentos, o seu amor e as suas vibrações, o Senhor estava com ele e é o Príncipe dos Apóstolos, no entanto, ora estava dominado pelo espírito de Satanás e ora, pelo Pai que está nos Céus. Logo, a mediunidade se presta ao bem e ao mal, dependendo apenas de nós a posição que venhamos a possuir. Amauri também foi um grande médium e tanto recebeu Camões, o genial poeta, como recebeu os espíritos das trevas que através dele, investiram contra Chico Xavier.

Orai e vigiai - disse Jesus a seus amigos.
E nós, na humildade de nosso coração e na pequenez de nossa vida, murmuremos com Francisco de Assis:
- Senhor, faze de mim um instrumento de tua paz!

(**) Atualmente tenho. em mãos uma parte dos originais de “Os Cruzilidas". Nota do Autor.

Fonte: RANIERI, R.A., Recordações de Chico Xavier, Guaratinguetá, SP: Editora Fraternidade, (pp. 123-127)

Como se vê, Amauri SÓ ESCREVEU UM LIVRO, que JAMAIS FOI PUBLICADO. De onde o tão amante da verdade, Sr Padre Quevedo, tirou os outros 49?

O TESTEMUNHO DA IRMÃ
Dona Maria Xavier, irmã mais velha e que fizera de "mãe" de Chico Xavier, declarou inúmeras vezes que tudo isso da pretendida psicografia espírita era devido a incansável treino anos e anos a fio.


Onde e quando ela se fez de mãe e como soube do incansável treino? Onde e quando fez tal declaração? A propósito, a Realidade de novembro de 1971 diz que quem se fez de segunda mãe para o Chico foi Luísa Xavier e não a Maria... Vejam só a competência quevediana!

E freqüentemente declarou mais: que por tais testemunhos, Chico, quando já "médium" famosíssimo, por duas vezes tentou sugestiona-la para morrer, dizendo que os espíritos superiores haviam anunciado a morte dela para tal data. Errou. Novamente anunciou a morte para uns meses mais tarde. Errou de novo. Dona Maria Xavier não se deixou sugestionar pelo famoso irmão espírita.

Onde e quando a tal Maria fez tal declaração? Melhor que isso: foi uma declaração registrada em cartório, obtida sob juramento a algum santo católico ou sob Maria, Jesus, Deus, enfim, alguma entidade cara à fé católica, cujo perjuro implicaria em pecado mortal?
Ah! Esqueci-me: o padre poderia instruí-la de que mentir e difamar, desde que seja em defesa da Fé Católica é aprovado por Deus e portanto não constitui pecado... mesmo jurando por tudo quanto é mais sagrado! Bem, se a Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana fez torturar e queimar pessoas em defesa de Deus e da Fé, então mentir em defesa dessa Fé é fichinha...

MALANDRAGEM E MENTIRAS
# Chico Xavier, quando "psicografa", com os dedos tampa o olho esquerdo.
Para que? Nele é completamente cego.
# E com a palma da mão, folgadamente, encobre o olho direito fechado, de formas que num palpebrar rápido pode ver perfeitamente sem que os presentes percebam essa vulgar manobra...--- que, porém, não engana a nenhum aprendiz de mágico...
# Ou, então, deixa ao descoberto o olho esquerdo fechado, o cego, enquanto que encobre com a palma da mão com bastante folga o olho direito...


Não sei o que uma coisa tem a ver com outra. A autenticidade ou genuinidade de uma mensagem psicografada é obtida, ou pelo menos melhor conceituada em vista da comprovação do seu conteúdo, não pelo fato de um médium escrever sem supostamente ver o que está escrevendo...

Observação de Jefferson Benetton: Quando alguém vai rezar (orar), observa-se o costume de juntar as mãos, mas se não juntar as mãos, poderemos dizer que essa mesma pessoa não está rezando (orando)? O mesmo acontece com a psicografia, se o médium coloca a mão nos olhos é puramente um gesto mecânico e além do mais a mediunidade de Chico era tão grande que, com olhos abertos ou não, nada mudaria, afinal até de trás para frente ele já escreveu.

# Vendo-o falar sozinho, o pai leva-o à paróquia de Matosinhos, próxima a Pedro Leopoldo, para falar com o Padre Sebastião Scarzelli. "Era um senhor muito bondoso, de quem eu recebia muitos conselhos e algumas penitências".
"Uma das pequenas penitências impostas pelo padre: seguir todas as procissões que houvesse, carregando uma pedra de 15 quilos na cabeça. Uma vez eu tinha de rezar mil Ave-Marias. Ia rezando e contando. Quando chegava mais ou menos a 950, vinha um espírito brincalhão e me fazia errar a conta. Lá eu ia começar tudo de novo".
"'Cínico, tem parte com o Diabo, precisa internar', e lá ia o pai com Chico ao Padre, e tome mais Ave Maria e outras penitências" (Entrevista ao repórter Ramón García y García, em "Fatos e Fotos", 1977, artigo "As torturas a um menino órfão", págs. 24 s).
Alguém pode duvidar que estas afirmações de Chico Xavier são mentiras deslavadas? E quem assim mente, quantas outras mentiras haverá proferido?


Eu posso e muita gente pode aceitar tais declarações de Chico como verdadeiras, da mesma forma que qualquer católico sincero e fanatizado aceitaria a suas. Mas tem um jeito de demonstrar que elas são falsas, Sr Quevedo: é só demonstrar que é tecnicamente impossível a um garoto da idade e constituição física de Chico na época levar uma pedra de 15 quilos na cabeça; que o Direito Canônico proíbe expressamente rezar mais de um Ave Maria por dia (obviamente o padre em questão deveria saber disso...); que penitências de quaisquer tipo foram proibidas na Igreja desde a sua fundação... Isso e mais algumas outras provas de que são mentiras que o senhor puder apresentar, caro Quevedo. Do contrário acho tolice invocar o suposto bom senso do leitor a exigir que ele automaticamente entenda serem mentiras. Um leitor católico talvez fizesse isso, por exigência sua, mas um espírita não.

DOENTE MENTAL
# Por motivos de saúde houve que fazer o eletroencefalograma de Chico Xavier, fora do controle dos espiritistas quando finge que está "psicografando". Resultado esclarecedor:
"Foco temporal classicamente responsável por distúrbios sensoriais, alucinações, ouvir vozes (...), arritmia, tendência a ataques epilépticos ou `transes´" (Ver, entre outras publicações, Revista "Realidade", Novembro, 1971).


Vejam só a contradição quevediana: mais acima dizia que Chico recusava-se submeter a um eletroencefalograma e agora... fez um eletroencefalograma. Eu pensava que os médicos tinham certos compromissos éticos... Lembro-me que quando o Mário Covas já estava sendo consumido pelo câncer, uma reportagem ressaltou esse compromisso: os médicos não podiam dizer que ele sentiu dor, que chorou, que recebeu tal e qual tratamento que resultou nisso..., etc e tal. Mas vamos transcrever o que está dito na Realidade de novembro de 1971 (as maiúsculas são minhas):

(Um PSIQUIATRA, o dr. Alberto Lyra, interpretando esse episódio: Tendo em vista que seu eletroencefalograma revela um foco temporal, classicamente responsável por distúrbios sensoriais, com ocorrência de alucinações, vozes, visões, etc., podemos estar diante de um ataque epiléptico. Por outro processo psicológico, uma pessoa, contando repetidas vezes um episódio e obtendo para ele o consenso de seu meio, acaba acreditando que ele é de fato verdadeiro, e nunca mais duvidará de que assim não seja.)

(UM ESPIRITUALISTA, o MESMO dr. Alberto Lyra, ex-presidente do Instituto Paulista de Parapsicologia e ex-presidente da Sociedade Brasileira de Teosofia, analisando o mesmo episódio: - O patológico não exclui, nem deforma, o fenômeno paranormal, ou sobrenatural. Eu acredito na existência dos espíritos, e pode muito bem tudo ter-se passado conforme o relato de Chico Xavier.)

Notaram a safadeza quevediana neste lance? Começa dizendo que o eletroencefalograma foi feito por motivos de saúde (onde está dito isso no texto?) e que o o PSIQUIATRA dr Alberto Lyra concluiu que, etc etc, mas faltou dizer que o mesmo doutor também era espiritualista (que estranha coincidência). Aí suas conclusões não valem e Quevedo as joga para baixo do tapete.

# Depoimento do pai, Sr. João Cândido. Confessou o próprio Chico Xavier com referência à sua "iniciação mediúnica" na infância, de sonâmbulo falante e ambulante: "Meu pai estava querendo internar-me em um sanatório para enfermos mentais (...) Devia ter suas razões: naquela época me visitavam (...) também entidades estranhas perturbadoras" (Em entrevista ao repórter Mauro Santayana, "Folha Ilustrada", São Paulo, 11-Julho-1982).
# Depoimento da madrinha, Da. Rita: "Dizia que eu era louco". Surrava-me "por ser doido (...) Dizia a todo mundo que o menino era doido varrido" (Em entrevista ao repórter Ramón García y García, "Fatos e Fotos", n. 1072).
# Por afirmação do próprio Chico. Afirmou inúmeras vezes que estava sempre sendo assistido e inspirado por "Emmánuel". Continuamente, ininterruptamente, dia e noite..., que o via, ouvia e sentia como a qualquer pessoa viva ou a qualquer coisa ao redor. Especialmente por "Emmánuel", como chefe, mas também mais de 500 outros "espíritos" subordinados.
Sendo isto não só sem prova nenhuma senão também clarissimamente falso, como veremos, de duas uma: ou Chico Xavier não acreditava no que afirmava e seria um continuo mentiroso e continuo farsante, ou acreditava nessa afirmação e então estava completamente fora da realidade, o que significaria que era absoluta e continuamente louco em alto grau.


Teríamos um país muito melhor se loucos como ele estivessem na presidência da República, no Congresso e nos tribunais... Infelizmente há muitos de juízo perfeito é que lá estão e cuja atuação não é bem a favor do povo... Já tivemos parlamentar e juiz acusados de vender habeas corpus, casos que não me deixam mentir. Agora a mesma Realidade de novembro de 1971 fala que, em vendas, só Jorge Amado se rivalizava com Chico Xavier: todos os demais autores famosos, Machado de Assis, Érico Veríssimo, etc, perdiam para ele.
Eu é que gostaria de ser um louco assim, retendo os direitos autorais, é claro!

SURTOS? OU CONFIRMAÇOES DA LOUCURA?
Se todo o proceder e afirmações de Chico Xavier foi totalmente farsa, os episódios a que agora vou me referir classificar-se-iam propriamente como surtos, ataques de loucura mais ou menos freqüentes. Se, porem, não fosse farsa, os casos que vamos citar seriam só confirmações, manifestações mais notáveis da sua plena e habitual grande loucura.
# Por exemplo quando era escriturário no Ministério de Agricultura em Pedro Leopoldo: "Eu estava trabalhando, quando vi entrarem dois espíritos perturbados, que já vinham há vários dias fazendo ameaças. Um deles estava armado de revólver e, depois de me dirigir vários desaforos, disse que ia me matar. Dito e feito: apertou o gatilho e a bala atingiu meu ombro, mas só de raspão, porque eu ainda tive tempo de desviar o corpo (...) Tanto o tiro foi real, que eu fiquei oito dias com o ombro dolorido" (Em entrevista à revista "Realidade", Novembro, 1971).
# "Este coelho não é muito honesto. Outro dia, dois gatos meus vieram denuncia-lo (...) O coelho, disseram, lhes estava comendo a razão de carne. Os coelhos deveriam ser herbívoros, mas este, acanalhado, virou carnívoro" (Ibidem).
# "Freqüentemente, quando viaja de carro, se nota uma folha ao vento ou alguma coisa semelhante, 'mando parar. Temo que os cavalos do motor se assustem' me diz Chico Xavier" (Ibidem).
# Etc., etc.


Exceto o lance dos espíritos armados, que Chico relatava no maior tom de bom humor (será que não estaria só brincando mesmo?), os outros relatos não figuram no texto. De onde o Sr Quevedo os teria tirado? Será que foi do seu fabuloso inconsciente?

E AS INCONGRUÊNCIAS
Apresento algumas, entre milhares. Se Chico Xavier não era louco, a farsa seria gravíssima demais... Se Chico Xavier era um grande doente mental, não estranhariam as contínuas e enormes incongruências e que ele as atribuísse a "espíritos" superiores.

A propaganda que dele fazem os líderes do espiritismo é que deveria estranhar, se não fosse conhecido o fanatismo e mesmo tortuosa intenção...


Na luta para aproveitar todos os argumentos contra o Espiritismo, Quevedo tem enorme dificuldade em decidir se Chico era louco ou farsante. Tal coisa só compromente a clareza de raciocínio e lógica. Ainda bem que Quevedo não tem nem uma coisa e nem outra. Nem o Turatti, que só o copia.

# No "Parnaso de Alem Túmulo" Chico Xavier apresenta um soneto, no "estilo dos sonetos do exílio" como se fosse uma psicografia ditada pelo "espírito" de Dom Pedro II.
Ora, o "espírito" de Dom Pedro II não sabia nem ninguém lhe comunicou no além, nem a ele nem a Chico, que os "sonetos do exílio" não eram de Dom Pedro senão de um nobre que o acompanhava? (Com toda razão Gustavo Barroso ridicularizava então a Chico Xavier num artigo em "O Cruzeiro").


Infelizmente não li o Parnaso... e não sei do que se trata, mas do jeito que está colocado acima, não se percebe uma ilação de que o texto supostamente do Dom Pedro II diz ter sido o autor dos sonetos do exílio, mas que fez um soneto ao estilo daqueles. Uma transcrição literal do que está escrito no Parnaso seria mais convincente do que uma declaração do Sr Quevedo... Mas acho que não vai adiantar, pois ao que parece o Quevedo também não sabe fazer transcrições literais... E nem dar os dados corretos sobre que dia, mês e ano dessa reportagem do Gustavo Barroso no O Cruzeiro.

# "E no caso de Humberto de Campos é mais grave"...
"porque ele capricha em obedecer ao Decreto do Governo Federal que instituiu a ortografia fonética, decreto baixado depois de seu trespasse" (Timponi, Miguel: "A Psicografia ante os Tribunais", 4ª ed., pág. 333).


O Sr Quevedo pode entender do que se trata o texto acima, mas eu não entendi lhufas. Suponho que o Quevedo exija que um espírito, para ser considerado legítimo, tenha por obrigação escrever ou se expressar exatamente como quando estava encarnado. Mas compreendo a exigência do padre: é que a Fé Católica diz que a alma é incapaz de receber quaisquer conhecimentos quando está sem corpo.... Só poderia receber a sabedoria infusa, vinda de Deus. Se Deus não prover a sabedoria da ortografia oficial, então a alma escreveria com a ortografia da época em que ainda estava presa a um corpo. Assim então percebe-se que Quevedo queria que a psicografia confirmasse o dogma católico. É isso?

# Chico Xavier fundou em Pedro Leopoldo o Centro Espírita São Luis Gonzaga, Rei da França.
Isto é, os "espíritos superiores" que pretendidamente assessoram a Chico seriam tão ignorantes, que não sabem que São Luís Gonzaga, jesuíta, italiano, morto muito jovem no século XVI é completamente diferente de São Luís, Rei da França, das Cruzadas, morto velho no século XIII.


Pode me dizer onde, quando e em que publicação espírita está registrada a fundação do tal centro? No tal artigo da Realidade de Novembro de 1971 só fala em Luiz Gonzaga, sem o “São” à frente, e portanto sem qualquer referência a qualquer santo, e sem o Rei da França depois. Já é tempo do Sr Quevedo saber que suas declarações em fé só são aceitas pelos seus fanáticos seguidores ou por desavisados que não pensam, não perguntam e não se mancam de quem está falando.

# A "psicografia" mais reeditada e mais vendida, mais traduzida a outras línguas, mais difundida em Teatro e Televisão... é a novela "Nosso Lar".
Não sabemos que admirar mais, se a tão delirante como brilhante imaginação de Chico Xavier ou o "fanatismo" dos seus propagandistas:
Conta a história no além do "espírito" do famoso médico Dr. Osvaldo Cruz, que no além e nas numerosíssimas mensagens transmitidas a Chico e nos numerosos lares e centros de espiritismo que patrocina, recebe o nome de André Luís. Este espírito "desencarnado", ficou oito anos andando, andando (com que pernas?) sem saber por onde nem para onde. "Persistiam em mim as necessidades fisiológicas sem modificação" (um desencarnado precisando esconder-se detrás de arbustos para fazer chichí e cocô!). "Castigava-me a fome todas as fibras" (?), "De quando em quando deparavam-se-me verduras (no além!), que me pareciam agrestes, em torno de humildes filetes d'água a que me atirava sequioso.
Devorava (com que dentes?) as folhas desconhecidas, colocava os lábios (?) à nascente turva", "Suguei lama da estrada". "Não raro era imprescindível ocultar-me das enormes manadas de seres animalescos, que passavam em bandos quais feras insaciáveis".
Por fim chegou "à frente de grande porta encravada em altos muros, cobertos de trepadeiras floridas e graciosas". É o "Nosso Lar", uma colônia espiritual do além consagrada ao Cristo, fundada por "espíritos" portugueses "desencarnados" no Brasil no século XVI. Tem um milhão de "almitantes". Está num lugar do espaço mais perto do Sol do que da Terra (que cegos nossos astrônomos e astronautas que não encontraram no nosso sistema solar água, nem plantas, nem feras, nem habitantes, nem construções... nem esse "planeta"). Ocorria um movimento de greve para melhorar a comida, mas a ordem foi logo restabelecida com censura à imprensa, prisões em massa. André Luiz descreve vampiros, rostos encabeirados, mãos esqueléticas, fácies monstruosas" com vômitos negros (apesar de desencarnados!?). Quem na Terra usou os olhos para o mal, em "Nosso Lar" (como espírito desencarnado!) comparece com as órbitas vazias. Quem usou as pernas para o mal, (desencarnado!) fica paralítico e mesmo sem pernas. Mas de um a outro lado da colônia, há um serviço regular de aerobus.
Naqueles dias o governador do "Nosso Lar" comemorava seu 114º aniversário de governança (lá também há ditadura!), assistido por doze Ministérios, cada ministério orientado por 12 ministros (lá também há cabides de empregos).
Através das brechas nos muros da cidade, por desleixo do Ministério e dos serviços de Regeneração, havia intercâmbio clandestino (como o contrabando daqui!), pelo que o Governador "mandou ligar as baterias elétricas das muralhas da cidade, para emissão de dardos magnéticos".


Antes de mais nada, como sabe o Sr Quevedo que André Luiz foi o médico Oswaldo Cruz? Essa idéia surge de vez e quando, por gente tentando adivinhar de quem se tratava. Oswaldo Cruz não podia ser, pois André Luís teve duas filhas e um filho e o Oswaldo teve cinco filhos e morreu antes da época assinalada pelo livro Nosso Lar. Lembra-me vagamente de ter lido acho que numa Folha Espírita, de uma fulana que perguntou a Chico quem teria sido André Luís e Chico respondeu que fora Carlos Chagas (cujo pai morreu quando ele tinha cinco anos, e o pai do André Luís morreu quando este já era adulto). Outros médicos com algum cacife foram cogitados, já ouvi um desavisado falar até que teria sido Vital Brasil (que morreu em 1953, 15 anos depois da publicação do livro _ em 1938...). Com se vê, em todos esses casos, quando se comparam os dados biográficos, estes não conferem com o que André Luís diz de si próprio. Somente por orgulho ou esnobismo alguém poderia querer que André Luís tivesse necessariamente ter animado um médico famoso e não apenas um desconhecido que, mesmo na espiritualidade, quis se manter anônimo para preservar a família. Isso quanto a André Luís.

Segundo: Kardec transcreve no livro o Céu e o Inferno o texto de uma pastoral de eminente autoridade católica, onde é descrito o Inferno, com lances que sugerem almas passando fome (mas elas teriam estômago?), outras a beber em rubras taças chamejantes (têm boca? e suponho que o chamejante líquido deva sair por algum lugar, seria o habitual?), queimando-se no fogo (têm receptores de dor na pele, ou melhor têm pele material?) e por aí vai. Agora vejamos a lógica quevediana: quando um teólogo católico descreve sofrimentos FÍSICOS de almas, ele está expressando a verdade da Fé Católica; quando um espírito qualquer escreve algo no mesmo estilo, aí então é só produto de imaginação ou farsa do inconsciente. Registrado.

# Toda a sua vida Chico Xavier proclamou que seu principal "espírito guia" era "Emmánuel" (assim, com acento tônico na letra a, proparoxítona), afirmando que fora "senador romano dos tempos de Cristo".
Chico ouviu que o latim não tem oxítonas, e transformou a palavra em proparoxítona. É que nenhum "espírito" do além saberia que a palavra "Emmánuel" não existe, é Emmanuel (oxítona), como Manuel, Gabriel, Rafael, Miguel.
E nenhum "espírito" de morto saberia que Emmanuel não é uma palavra latina, senão hebraica, que significa "Deus conosco", termo profético aplicado na Bíblia a Jesus Cristo.


Quanto cavalo de batalha em cima de um simples erro tipográfico. Aliás, de onde o Sr Quevedo tirou esse Emmánuel? Todos os textos e livros que vi a respeito só falam em Emmanuel (sem acento)... Além disso, Emmanuel é só um pseudônimo, sem nenhuma referência a Cristo (aliás a profecia bíblica sobre Emmanuel x Cristo é pura balela, apesar de a Bíblia ser exata e infalível de acordo com a Igreja do nosso Quevedo, certo?).

# Quando ridicularizei a afirmação de Chico, pois nos tempos de Cristo nenhum senador romano poderia chamar-se "Emmánuel", nome cristão, e então o Cristianismo ainda não chegara a Roma, Chico Xavier inventou que "Emmánuel" era o pseudônimo de Públio Léntulo.

Ou esse Sr Quevedo se dá muita importância ou foi vítima da vaidade da qual acusa Chico mais adiante. Como sempre, só se tem a sua declaração, sem nenhum dado comprobatório. Sr Quevedo, faça-me um favor, mostre-me a publicação em jornal, livro ou periódico espírita onde Chico Xavier declara: em resposta à pergunta do irmão Pe Oscar Quevedo sobre Emmánuel(?) declaro que ele foi Públio Léntulo, etc, etc.

Corresponderia o onus da prova a Chico Xavier..., ou a "Emmánuel".
Houve um senador romano chamado Publius Cornelius Lentulus, padrastro do Imperador Marco Antônio, e foi destituído do Senado por corrupção e por corrupção executado a pedido do célebre orador Cícero. Mas nenhum "espírito" de morto sabia que essa execução foi no ano 63 antes do nascimento de Cristo... Portanto, bem longe de ser contemporâneo de Jesus.


Deve ter sido este o único senador romano com o nome Publius Lentulus...
Observação de Jefferson Benetton: - Cabe aqui, uma intervenção da minha parte. A pessoa a que se refere o sr. Quevedo, na realidade, chama-se Públio Lentulus Sura, BISAVÔ de Publius Lentulus Cornelius. Este último sim, tornou-se Emmanuel, mentor de Chico Xavier. Públio Lentulus Sura, bisavó paterno de Publius Lentulus Cornelius, tinha sido estrangulado 93 anos antes, na revolução de Catilina. Portanto, não são a mesma pessoa. Padre Quevedo diz que a execução foi no ano 63 A.C., e Cristo, naquela época já contava com mais de 30 anos. Portanto, não há dúvidas de que a pessoa executada era o bisavô de Publius Lentulus Cornelius. Logo, percebe-se, e com facilidade, que Publius Lentulus Cornelius era SIM contemporâneo de Jesus. Mais uma falácia de Quevedo cai por terra.

Cabe informar também que Júlio Siqueira dá indicações que o tal Públio Lentulus teria sido uma figura fictícia (http://geocities.yahoo.com.br/criticandokardec/)

# Quando perguntei, publicitariamente, contra a absurda afirmação dos espiritistas kardecistas, se "Emmánuel" esquecera de reencarnar, Chico Xavier inventou que "Emmánuel" tivera outras duas reencarnações posteriores, o Padre Manuel da Nóbrega, jesuíta, e o Padre Damián, espanhol.

Que interessante. Quanta deferência o Sr Quevedo obteve de Chico e dos espiritistas kardecistas. Ele pergunta qualquer idiotice e Chico e os espiritistas já vão inventando estorinhas para agradar vossa excelência. Quanta importância a sua... Quando e onde o Sr Quevedo fez a pergunta? E quando e onde veio a resposta do Chico?

O ônus da prova?
Agradeço a homenagem: eu sou jesuíta e espanhol.


Quanta vaidade a sua de achar que quando se fala em jesuítas (dos quais a História não fala nada bem) é em sua homenagem...

# Acontece que Chico Xavier disse que o Pe. Manuel da Nóbrega teria sido a última reencarnação de "Emmánuel" segundo revelação dele próprio (Citemos, entre tantas fontes, por exemplo "O Popular", de Goiânia, 19-Novembro-1975, 2º. Caderno, pág. 15).
Quando mente Chico Xavier? Quando diz que a última reencarnação de "Emmánuel" foi no Pe. Nóbrega, ou quando diz que no Pe. Damián? (Claro, as duas são mentiras).
# Mas mesmo com as tais supostas duas reencarnações não se resolve o problema. O Pe. Manuel da Nóbrega morreu em 1570. Segundo Chico teria reencarnado 50 anos depois (portanto 1620) no Pe. Damián, espanhol que haveria evangelizado na França.


Desculpe-me, Sr Quevedo, mas história não é o meu forte. Sei do Manuel da Nóbrega, mas afinal quem foi o tal Damián? Quando de fato nasceu e morreu (dados da História, por favor), onde viveu e o que fez de fato? E o tal Popular é um periódico espírita? Não? Então de preferência cite esses periódicos e, se possível, transcrevendo o texto.

Ora, e depois voltou a esquecer de reencarnar?

Como costuma acontecer com os apologistas cristãos (afinal li 50 livros de autores cristãos contra o Espiritismo), quando o Espiritismo real não diz o que os tais apologistas querem que seja dito, então eles fazem o seu espiritismo à moda da casa para então refutá-lo. O espírito reencarna quando chega a sua hora e não quando determina o Sr Quevedo, ou quando inventa o Chico...

# Acontece também que todos os senadores romanos ("Emmánuel"), e todos os jesuítas até há poucos anos (Pe. Manuel da Nóbrega), e todos os padres antigos (como seria o não identificado Pe. Damián) falamos latim. Desafiei em nome da Parapsicologia internacional: 10.000 dólares a Chico e mais outros tantos a cada um dos coubessem na sala, se Chico conseguisse falar ao menos um minuto comigo em latim. E nas mesmas condições outros 10.000 se falasse em espanhol (Pe. Damián). E nas mesmas condições outros 10.000 se falasse em francês (Pe. Damián, de novo).

O desafio seria até válido e poderia ser aceito se os espíritas tivessem algo a ganhar com isso. E não estou me referindo aos prêmios em dinheiro, pois além de duvidar que os ofertantes tenham esses valores em caixa, sempre se arranja uma desculpa que justifica a não entrega do prêmio. O lance é que, mesmo tendo sido cumpridas todas as condições e os espíritos viessem e falassem em latim, espanhol, francês, inglês, ou qualquer outra língua exigida, o Sr Quevedo admitirá que são quem dizem ser? Eu duvido! O mais provável é que, diante da fala em línguas previstas, venham então os argumentos do tipo: nada provam em favor dos espíritos, pois através da captação do pensamento, do talento do inconsciente, da xenoglossia, da pantomnésia, da criptomnésia e mais duas dúzias de outras anésias, etc e tal, fica perfeitamente explicado pela Parapsicologia como e porque ele falou latim, espanhol e francês e assim justifica-se a não entrega dos prêmios...

# Etc., etc., etc. Acrescentarei mais alguns disparates somente a respeito da reencarnação, absurdo de que espiritistas kardecistas são ferrenhos propagadores.e se dizem cristãos, sendo que é impossível conciliar reencarnação com ressurreição, esta que é baluarte principal da fé cristã. O próprio Cristo, e Nossa Senhora já não mais existiriam, pois haveriam reencarnado já várias vezes!

Realmente os espíritas não podem se dizer cristãos, nem se concilia ressurreição à moda cristã com a reencarnação, mas nada sei quanto à reencarnação do Jesus e da Nossa Senhora, nem porque deixariam de existir se tivessem reencarnado. Isso é espiritismo à moda quevediana, mas não o Espiritismo.

# Inúmeras vezes Chico cai em contradição com respeito à reencarnação. Por exemplo na "Mensagem aos meus pais" do "espírito" de Syumara de Oliveira "psicografada" por Chico:
"Conservem a certeza de que surgirá o dia em que nos reencontraremos para a felicidade sem ponto final" (Reunião Pública no Grupo Espírita da Prece, Uberaba, 7-Junho-1980).
O que é proclamar a ressurreição e felicidade eterna.


Ou a condição a que todos chegaremos de espíritos puros, sem necessidade de reencarnação... Ou simplesmente reconhecer que a morte não separa as pessoas e que contatos com os espíritos são possíveis. O Sr Quevedo é do tipo que adora tirar de um texto mais do que lhe pertence. Um defeito grave, mas não é só dele.

# Igualmente na tão paparicada "psicografia" em que teria escrito em espelho e em inglês, não fosse evidente que foi desenhada muito pacientemente uma frase aprendida de cor; truque tão infantil; perante que testemunhas "psicografou" tal frase?...

Pena que o Sr Quevedo ache que evidências estão sempre na cara e esqueça de que tem que nos mostrar claramente, senão não percebemos....

Observação de Jefferson: - A psicografia em Chico Xavier atingia níveis de qualidade inigualáveis. Cientistas e parapsicólogos estudam suas obras. Chico dava demonstrações do nível incomparável ao escrever perante mais de duzentas pessoas, em Campos, Estado do Rio de Janeiro, mensagens em línguas mortas, ou então em inglês clássico, mas de trás para frente, levando as pessoas presentes a usar um espelho para a leitura do texto. A velocidade de sua mão era espantosa. E Chico, pouco tempo depois, acaba psicografando textos diferentes, com as duas mãos, ao mesmo tempo, fenômeno até hoje não realizado por nenhum outro médium.

A repercussão é tão significativa, que o jornal O Globo enviou a Pedro Leopoldo o repórter Clementino de Alencar, sem prazo determinado para voltar, com o objetivo de entrevistar o médium, autoridades, assistir a reuniões mediúnicas, enfim, verificar in loco os fenômenos de além-túmulo. O jornalista chega a entrevistar em língua estrangeira vários espíritos e assiste, extasiado, a um fenômeno da escrita invertida em inglês. Hospedado no hotel Diniz, o jornalista ali permanece por dois meses até concluir sua "investigação", sempre acompanhado de fotógrafo, o qual faz dezenas de imagens para registrar os acontecimentos.


Mas o que agora frisamos: o conteúdo da frase é contra a interpretação reencarnacionista da dor, contra a doutrina espiritista em geral, e no sentido cristão de colaborar com Cristo na Redenção do mundo: (Tradução) "Meus caros amigos espiritualistas, o conhecimento dos homens é nulo em face da morte (o conhecimento dos espiritistas, pois a eles seria dirigida a mensagem de "Emmánuel"); suportai a vossa Cruz com paciência e coragem. A dor e a fé são os maiores tesouros terrenos e o trabalho é o ouro da vida".

# Se a dor e as doenças fossem em castigo de "reencarnações" anteriores como absurdamente diz o próprio Chico e os espiritistas kardecistas em geral, Chico Xavier seria - - - - - - - - , em vez de um espírito muito desenvolvido, como pretendem, pois desde criançinha teria péssimo "karma", perdendo a mãe aos cinco anos, foi maltratado por cruel madrinha, sempre teve péssima saúde, sexualmente invertido, tendência à epilepsia e alucinações, sofreu dois infartos, teve laberintite muito violenta, a próstrata temía-se que o levasse à morte prematura, ficou cego do olho esquerdo, etc., etc.: Uma coletânea do pior "karma" (!?).


Mais uma vez o Sr Quevedo faz o seu próprio espiritismo e depois o refuta. O sofrimento pode, naturalmente, ser conseqüência da lei de causa e efeito, mas NÃO SOMENTE. É o que ensina o Espiritismo. Espíritos podem requerer situações sofridas como forma de experimentarem sua evolução espiritual. Espíritos missionários passam às vezes por situações sofredoras. Seja num caso, ou no outro, as palavras acima se encaixam perfeitamente. Só o Quevedo é que não vê isso, pois fez o seu próprio espiritismo. E o grau de sofrimento nada tem a ver com o grau evolutivo do espírito. Tem a ver é o quanto o espírito deseja suportar numa prova ou o quanto mais rápido deseja ver resgatado o seu débito para com a Lei de Causa e Efeito.

# Em resposta ao repórter Almir Guimarães, Chico afirma que o Beato Padre José de Anchieta está "no plano espiritual" ("Pinga Fogo" da TV Tupi e "Especial Encarte" do "Diário de São Paulo", Dezembro 1971, pág. 12).
É claro, não há reencarnação, está ressuscitado com corpo espiritualizado no Céu por toda a eternidade.


As GRANDES VERDADES CRISTÃS têm uma característica fundamental: são IMPALPÁVEIS E INVERIFICÁVEIS. Acho que o tal beato já apareceu ao Quevedo com o seu corpo ressurreto e por isso nosso digno sacerdote sabe do que fala... cientificamente, é claro.

Mas com referencia a essa absurda doutrina dos espiritistas kardecistas, também o Pe. Anchieta esqueceu de reencarnar?

Os espíritos reencarnam quando é necessário e não quando o Sr Quevedo assim deseja. Corre entre os espíritas, pelo menos foi o que ouvi de Roque Jacintho, que o Pe José de Anchieta reencarnou tempos posteriores à sua passagem na Terra como o Frei Fabiano de Cristo. Mas isso é só especulação e da minha parte não afianço coisa alguma.

E também agradeço a nova homenagem: O Pe. Anchieta também era espanhol e jesuíta...

E trocentos outros que atuaram na tão santificada Santa Inquisição também...E por isso também acho uma bobagem ele ser canonizado como um santo... brasileiro (ele era espanhol, certo?). Não engraçado? A Coréia tem mais de trezentos santos... o papa Jão Paulo II foi um generoso povoador do panteão celeste... Mas o Brasil, o maior país católico do mundo continua rezando para santo multinacional. Tá provado que o brasileiro não é nada santo!

# Quando Chico praticava "exercício ilegal da medicina" (artigo 284 do Código Penal), as receitas seriam por "psicografia" do "espírito" de Bezerra de Menezes.
mais um que haveria esquecido de reencarnar...


Ô cara chato que faz seu próprio espiritismo... Há no artigo da Realidade de novembro de 1971 um lance sobre essas receitas: são homeopáticas, quinta diluição, que segundo a Medicina Oficial é o mesmo que dar água ou placebo e que não oferece perigo se houvesse troca indevida de receita...

# Etc., etc.

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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Spitfire »

Ctrl+C... Ctrl+V. :emoticon12:

Esquizofrenico.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esquizofrenia

Sintomas positivos

Os sintomas positivos estão presentes com maior visibilidade na fase aguda da doença e são as perturbações mentais “muito fora” do normal, como que “acrescentadas” às funções psicológicas do indivíduo. Entende-se como sintomas positivos, os delírios — ideias delirantes, pensamentos irreais, “ideias individuais do doente que não são partilhadas por um grande grupo”2, por exemplo, um indivíduo que acha que está a ser perseguido pela polícia secreta, e acha que é o responsável pelas guerras do mundo; as alucinações, percepções irreais – ouvir, ver, saborear, cheirar ou sentir algo irreal, sendo mais frequente as alucinações auditivo-visuais; pensamento e discurso desorganizado, elaborar frases sem qualquer sentido ou inventar palavras; alterações do comportamento, ansiedade, impulsos, agressividade.
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Sintomas negativos

Os sintomas negativos são o resultado da perda ou diminuição das capacidades mentais,” acompanham a evolução da doença e reflectem um estado deficitário ao nível da motivação, das emoções, do discurso, do pensamento e das relações interpessoais”2, como a falta de vontade ou de iniciativa; isolamento social; apatia; indiferença emocional; pobreza do pensamento.

Estes sinais não se manifestam todos no indivíduo esquizofrénico. Algumas pessoas vêem-se mais afectadas do que outras, podendo muitas vezes ser incompatível com uma vida normal. A doença pode aparecer e desaparecer em ciclos de recidivas e remissões.

“Não há, contudo, sinais nem sintomas patognomónicos da doença, podendo-se de alguma forma fazer referência a um quadro prodrómico que são em grande parte sintomas negativos, como por exemplo inversão do ciclo de sono, isolamento, perda de interesse por actividades anteriormente agradáveis, apatia, descuido com a higiene pessoal, ideias bizarras, comportamentos poucos habituais, dificuldades escolares e profissionais, entre outras. Posterior a esta fase inicial surge os sintomas positivos”6.

“Diz-se que os primeiros sinais e sintomas de esquizofrenia são insidiosos. O primeiro sintoma de sossego/calma e afastamento, visível num adolescente normalmente passa despercebido como tal, pois remete-se o facto para “ é uma fase”. Pode inclusivamente ser um enfermeiro de saúde escolar ou um conselheiro a começar a notar estas mudanças. (…) É importante dizer-se que é muito fácil interpretar incorrectamente estes comportamentos, associando-os à idade.”11.


:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

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Johnny
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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Johnny »

Bravo Botanico. Nada tenho contra pessoas que fazem o bem. Mas gostaria que continuassemos no meu topico O evangelho segundo o espiritismo. Criei-o para vocês espíritas poderem argumentar e explorar o mesmo, visto que poucoa gente aqui tem tempo de ler o que não é de interesse individual. Mas já que tive a oportunidade de ter acesso à ele e sendo este de livre acesso e divulgação, porque não aproveita a oportunidade de fazer valer seu (e dos outros) conhecimentos?
Aproveite as críticas! Quem sabe isso não sirva para você (ou mesmo para outros aqui presentes)?
Abraços!
"Tentar provar a existencia de deus com a biblia, é a mesma coisa q tentar provar a existencia de orcs usando o livro senhor dos aneis."

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Botanico
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Re: Re.: A verdade sobre Chico Xavier

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A verdade sobre Chico Xavier – Parte 3

VAIDADE DOENTIA
Muitos ficam surpresos pelo fato concreto de o "humildíssimo" Chico usar peruca até terminar o implante de cabelos, e antes sempre boina.


Na falta de algum argumento sério, qualquer besteira serve, certo Quevedo? Aliás soube que ele usava as duas coisas porque tinha problemas de sensibilidade à luz do Sol ou de refletores. Mas vamos aos fatos: ele fez implante de cabelos? Fez sim e daí? E muitas das fotos de Chico que vi, ele não estava usando nem peruca, nem boina... e não foram fotos de flagrante.

É típica a vaidade exacerbada como mecanismo doentio para compensar defeitos que poderiam levar ao complexo de inferioridade. Em Chico Xavier, homossexualidade, toda a vida doente, surtos ou continua psicose... Não insistirei nisto, só o mínimo para desmascarar em Chico o continuo fingimento de humildade. Bastem as palavras do grande psiquiatra Professor Dr. Silva Mello: "Dentro do espiritismo, do mediunismo, da psicografia há muito desejo oculto, muita necessidade de ser diferente e maior e melhor do que os outros, muita vaidade, muito amor próprio (...) bem disfarçado (...) E talvez em nenhum território humano apareça isso de maneira tão evidente como justamente no campo do espiritismo" ("Mistérios e Realidades deste e do Outro Mundo", pág. 277).

Antes da citação de Silva Mello, as palavras são suas Quevedo? Devem ser, pois segundo soube, Silva Mello nem fala do Chico na sua obra capenga. Se Chico realmente era homossexual, era. Mas quem faz essa afirmação, deve arcar com o ônus da prova. E que provas o Sr Quevedo apresenta disso? Nada além da sua declaração? Chico foi celibatário e se isso é suspeita de homossexualismo, também posso imaginar que os padres, por causa de seu voto de celibato obrigatório, e terem de viver em ambientes quase sempre só com homens, supostamente seriam homossexuais. Claro que afirmar uma coisa dessas não é justo nem exato. E tem coisa mais grave ainda: podem ser pedófilos, como vários foram acusados ultimamente.

Um aviso a qualquer psiquiatra “burro”, medíocre ou incompetente: para se tornar um GRANDE PSIQUIATRA, escreva algum artigo contra o Espiritismo, dizendo que é causa de loucura ou o que valha. Se o fizer, será tido e havido pelos apologistas cristãos como uma sumidade nesta área médica, mesmo que nunca tenha escrito nada de valor em sua especialidade. Inútil perguntar se o Silva Mello demonstrou cabalmente o que diz. Há muitos médiuns psicógrafos ou não que não sentem quaisquer das necessidades apontadas pelo Silva, mas isso não interessa ao Quevedo. E falando desse Silva Mello, ele NÃO era um psiquiatra (nem grande, nem pequeno): era um clínico geral. Escreveu o tal livro Mistérios como uma desesperada tentativa de se livrar de um medo mórbido: medo de fantasmas. Ele próprio confessa isso no tal livro! Mas o recurso foi inútil: mesmo negando “cientificamente” a existência de fantasmas, Silva Mello continuou morrendo de medo deles. É por coisas assim que devemos avaliar o nível da qualidade dos sábios que Quevedo chama para afiançar a sua causa...

Ah! O Encostado aqui ficou todo ufano pelo fato de Antônio da Silva Melo ter sido convidado a ocupar a cadeira 19 da Academia Brasileira de Letras, mas ainda está me devendo a grande influência que o tão culto Silva Melo (de fato ele era mesmo) exerceu na Medicina nacional.

NEM ADIVINHO, NEM INSPIRADO
Nada teria de mais que Chico Xavier tivesse alguma adivinhação, do pensamento ou realidade, em relação com alguma pessoa viva, no presente ou num passado ou futuro não muito distantes. Como tantas outras pessoas têm, ou mesmo todas alguma vez. Mas Chico Xavier não tinha um mínimo que fosse de controle da adivinhação, nem estava, contra o que afirmava, inspirado continuamente, ininterruptamente, dia e noite, especialmente por "Emmánuel" e mais outros 500 guias.
Além de ganhar os 60 mil dólares com que durante 40 anos eu lhe vim desafiando em nome da Parapsicologia internacional,


Seja honesto, Sr Quevedo: o senhor realmente dispõe de 60 mil dólares? Ou perguntando melhor: alguma vez o senhor teve em caixa esses 60 mil? Sabe, lembra-me de ter lido uma revista sua, intitulada PARAPSICOLOGIA, uma tal que falava de licantropia lá no fim dos anos 70 onde havia um pedido cujos termos eram mais ou menos assim: A Parapsicologia é uma ciência que acaba de nascer e necessita de ajuda para se firmar e assim pedimos que qualquer contribuição seja remetida ao CLAP. Estranho um instituto estar pedindo contribuições quando tem 60.000 dólares disponíveis para pagar a desafiados desde os últimos 40 anos... Mas me diga uma outra coisa: está realmente disposto a pagá-los a quem provar alguma coisa de espírito? E quem vai julgar se é ou não espírito. Não irá o senhor invocar o todo-poderoso inconsciente para recusar o pagamento do prêmio? É o que eu faria no seu lugar. E eu lhe recomendo que gaste consigo mesmo esses 60 mil, afinal o senhor não é tão jovem, certo?

Ah! Mais uma coisa, no site do CLAP, ao final de artigos de respostas aos internautas (em 22/07/2004) Quevedo colocava no final dos artigos: Você é dizimista? Deve ser, por agradecimento a Deus. Seja dizimista do CLAP para possibilitar e cooperar com este importantíssimo apostolado. Precisamos profunda e urgentemente (e avisemos).

Observação de Jefferson Benetton:- Além disso, o sr. Quevedo reclamava dos baixos salários que ganhava da Globo, quando lá se apresentava com a ridícula alcunha de "Caçador de Enigmas". Ele pedia aumentos para que pudesse pagar os aluguéis da casa que abriga hoje o CLAP - Centro Latino Americano de Parapsicologia. Para quem se dispõe a pagar 60 mil dólares, a sua situação financeira não deveria ser tão ruim assim ...

# não teria sido enganado por Otília Diogo nas fraudulentas materializações na própria casa de Chico Xavier, em Uberaba, farsa grosseira e contínua na que tão entusiasticamente colaborou, até ser tudo desmascarado pela equipe de repórteres (Revista "O Cruzeiro", ampla série de reportagens nos primeiros meses de 1964; e outras muitas reportagens posteriores, por exemplo 27-10-1970; e em outras revistas inclusive do estrangeiro, por exemplo, na revista "Creencias Populares", de Argentina, Março de 1975; e em jornais, por exemplo serie de quatro artigos em "A Gazeta" de Curitiba; etc.)

Por educação eu diria que o Sr Quevedo é mal informado, mas considerando sua atuação nas últimas décadas e o que já disse acima, eu só se posso pensar em coisa pior. A tal fraude foi feita PELOS REPÓRTERES DO CRUZEIRO. Eles simplesmente engrupiram Chico, Waldo Vieira e os médicos que faziam a pesquisa com essa médium com uma reportagem neutra, sugerindo que estariam dispostos a um estudo imparcial, caso “pudessem testemunhar o fenômeno e ter mais informações a respeito”. Foi o modo de como conseguiram que se permitisse a eles assistir a uma sessão de materialização com a tal médium, pois se Chico e Waldo negassem o acesso a eles, ficaria evidente que estariam escondendo alguma coisa. Combinou-se que dois repórteres assitiriam à sessão, mas no dia marcado apareceram sete repórteres ao todo, sendo que dois ficaram do lado de fora do consultório do Waldo Vieira (ele era dentista na época _ notem a desinformação quevediana: Quevedo disse que a materialização foi na própria casa do Chico...) e 5 dentro, onde examinaram de tudo, até os saltos dos sapatos dos presentes em busca de qualquer indício de fraude, e algemaram a médium inclusive. Transcorreu toda a sessão, fotos foram tiradas, no final até rasgaram a roupa da médium e do Chico em busca de qualquer coisa errada, mas nada encontraram. Durante toda a sessão, em nenhum momento acharam algo e gritaram _ FRAUDE! Nada de nada.
Depois então veio a reportagem neutra com a qual enganaram o Chico, seguida de uma série de reportagens que denunciavam fraudes. Engraçado, não? NADA descobriram na sessão _deixaram até declarações gravadas e assinadas confirmando isso _ mas “descobriram” dias depois... Faltou ao Sr Quevedo revelar que Luciano do Anjos e Jorge Rizzini, em programas televisivos (Volante do Pallut) desmascaram a fraude dos repórteres e expuseram tudo o que fizeram de errado. A desmoralização dos repórteres foi total, tanto que num ato de desespero, eles até invocaram um repto de honra, que simplesmente foi desconsiderado pelos médicos, médium e Chico. Quanto às outras revistas, elas nada mais eram do que reedições do Cruzeiro em língua espanhola e distribuídas na América Latina. Que mérito têm artigos baseados em outros artigos fraudulentos?

Mas para ser justo, vou dar um boi: a médium em questão, achando que poderia ganhar dinheiro com sua mediunidade, passou a fazer sessões pagas, mas sua mediunidade decaiu e ela se viu obrigada a fraudar e daí vem a acusação. Mas não foi fraude o que houve naquela sessão em que os repórteres do Cruzeiro testemunharam... Mais detalhes a respeito podem ser obtidos no livro: Materializações de Uberaba, de Jorge Rizzini, 2 ed, 1997, editora Livro Fácil_Nova Luz Editora (que puder obter a edição de 1964, da Edicel, terá melhores fotos do que a atual).

# não teria confiado tão entusiasticamente, ao ponto de designá-lo para seu sucessor, em Amauri Xavier Pena, o sobrinho que o desmascarou.

Até agora Quevedo é o único que está dizendo que Chico havia designado o sobrinho beberão como seu sucessor. Cadê os documentos de prova?

# não teria confiado nem deixado que seu "filho" adotivo, o dentista Eurípides Higino dos Reis, e a ex-mulher deste, Cristine Gertrude Shulz, desviassem dinheiro em grande quantidade durante anos, como denunciou o promotor de Investigações Criminais Dr. José Carlos Fernandes ("Veja" 14-fevereiro-01; "Contigo", 20-Fevereiro- 01; "O Estado de São Paulo", 31-Março-01; "Jornal do Brasil", 21- Setembro-01; etc., etc.)

Bem. Como sempre temos reportagens e mais reportagens, mas já correu o processo judicial, foi comprovada a culpa e já foi determinada a punição dos envolvidos? Ou é só disse que disse? Bem, a verdade agora é que esse processo já foi encerrado e tudo não passou de uma armação da ex-esposa do filho adotivo de Chico. Nada ficou provado contra ele portanto. Mas o Sr Quevedo, grande defensor da verdade como é...

# entre outros muitos exemplos, não haveria obtido tão facilmente êxito o repórter Hamilton Ribeiro. A seu pedido, Chico Xavier "psicografou" uma mensagem do "espírito" da mãe do Sr. João Guignone, Presidente da Federação Espírita do Paraná.
Acontece que foi artimanha do repórter, a senhora "comunicante" está viva em Curitiba.


Vejamos a transcrição o que fiz do artigo:
Para os doutrinadores, a sessão terminou. Para Chico, é apenas uma mudança de fase: agora ele vai atender às centenas de pessoas que estão ali há várias horas, vindas de vários lugares, para vê-lo, ouvi-lo, toca-lo. Para obter dele uma assinatura, um lápis usado, um botão de sua roupa, uma relíquia qualquer. A algumas pessoas proporcionará um sinal ou dirá algo que depois vai correr de boca em boca, como mais uma manifestação de "Vida Maior". Aconteceu com o sr. João Guignone, presidente da Federação Espírita do Paraná. Ao chegar a sua vez de abraçar o médium, ouviu-o dizer:
_ Sabe quem está aqui do meu lado, cheia de emoção e querendo abraça-lo? Sua mãe!
_ O sr. João fingiu alegria, manteve a aparência e depois comentou com um companheiro:
_ Acho que o Chico não está regulando bem. Disse que viu ao seu lado o espírito, de minha mãe, e mamãe está viva em Curitiba! Bem, foi ele chegar ao hotel e um interurbano do Paraná lhe dava a notícia. A paciência de Chico para atender às pessoas vai longe. Não pára de autografar livros, de interpretar situações, de dar conselhos e recomendar humildade, boas ações, espírito cristão.

Como se vê, o Sr Quevedo nem sabe ler direito (vai ver porque, sendo espanhol e apesar de viver há tempos no Brasil, ainda não aprendeu o português). Não houve mensagem alguma! Nem artimanha do repórter. Houve, isso sim talvez, uma falta de discernimento do João Guignone, pois espíritos de vivos podem deixar o corpo e se manifestarem em outro lugar. Devia ter perguntado:
_ Mas minha mãe faleceu? Ela estava viva quando a deixei em Curitiba!
Agora falta um dado: qual era a notícia do interurbano?

Observação de Jefferson Benetton- Agora, vamos transcrever o e-mail que enviei à FEP - Federação Espírita do Paraná, solicitando informações a respeito desse assunto e que põe um ponto final a mais essa tentativa inescrupulosa do sr. Quevededo para desmoralizar Chico Xavier :

----- Original Message -----
From: jbenetton@ubbi.com.br
To: fep@feparana.com.br
Sent: Tuesday, April 29, 2003 3:10 PM
Subject: João Ghignone

Prezados Senhores

Sou Kardecista há mais de 17 anos. Já li mais de 25 Obras psicografadas por Chico Xavier, dentre outros. Tenho um Site que aborda temas Espirituais.
Recebi, recentemente, uma indagação de um leitor que soube de um episódio ocorrido com João Ghignone, Ex-Presidente da Federação Espírita do Paraná, envolvendo a Figura do Eminente Espírita Chico Xavier. Eis o relato:
"Aconteceu com o sr. João Guignone, presidente da Federação Espírita do Paraná. Ao chegar a sua vez de abraçar o médium, ouviu-o dizer:
–Sabe quem está aqui do meu lado, cheia de emoção e querendo abraça-lo ? Sua mãe!
O Sr. João fingiu alegria, manteve a aparência e depois comentou com um companheiro:
–Acho que o Chico não está regulando bem. Disse que viu ao seu lado o espírito, de minha mãe, e mamãe está viva em Curitiba! Bem, foi ele chegar ao hotel e um interurbano do Paraná lhe dava a notícia."

Pergunto a V.Sas.: O que realmente teria acontecido ? A Mãe de João Ghignone ainda estava viva? Que notícias teria recebido João Ghignone, de um interurbano ao chegar no hotel em Uberaba?

Recebo muitas indagações sobre o Espiritismo e sobre Chico. Se puderem me ajudar, ficarei muito grato.

Atenciosamente,
Jefferson
---------------

RESPOSTA DA FEDERAÇÃO ESPÍRITA DO PARANÁ
Data: 03/05/2003 8:23:41
De: FEP - fep@feparana.com.br
Para: jbenetton@ubbi.com.br
Cc:
Assunto: Re: João Ghignone
Jeferson,
O que sabemos, e relatado pelo próprio Ghignone, é que, ao chegar ao Hotel, ele recebeu a informação de que sua mãe desencarnara. Portanto, Chico estava correto em sua informação.
Abraços
Federação Espírita do Paraná.
-----Fim da Mensagem-----
Preciso dizer mais ??? E aí, Sr. Quevedo, como ficamos ???


# Continua o repórter Hamilton Ribeiro: "Agora vou ler a receita psicografada do pedido que fiz hoje em nome de Pedro Alcântara Rodrigues, alameda Barão de Limeira, 1327, ap. 82, São Paulo (...) Na letra inconfundível da psicografia (de Chico Xavier), lá está: 'Junto dos amigos espirituais que lhe prestam auxílio, buscaremos cooperar espiritualmente em seu favor. Jesus nos abençoe'".
"O que pensar disso? Nem a pessoa com aquele nome, nem mesmo esse endereço existem.
Eu os inventei" (Revista "Realidade", Novembro 1971).


O próprio José Hamilton Ribeiro, autor do artigo, mesmo comenta que nada havia de receita, só a mensagem. É de se perguntar se ela não foi em verdade dirigida ao repórter mesmo e não à pessoa fictícia que ele inventou. Agora fazendo um parêntese: Tanto na fé imposta pela Igreja Católica, como na das protestantes, Deus, Jesus, santos, anjos, Maria, etc e tal _ quer dizer, as entidades sagradas nas quais eles depositam sua fé_ são apresentados como gênios da lâmpada: são dados como sempre prontos a nos dar proteção, a atender nossos pedidos, sejam eles quais forem, etc e tal. Quevedo, fazendo o seu próprio espiritismo, quer apresentar as entidades espirituais como criadinhos às nossas ordens, dotados de sistemas computadorizados, com bancos de dados completos e infalíveis, sempre prontos a darem respostas corretas, de forma não por nenhum médium em dificuldades. Esse é o espiritismo quevediano. No Espiritismo de verdade, a realidade é muito outra: os espíritos somos nós sem corpo. Não ficamos de posse de plena sabedoria só porque nos libertamos da carne. E portanto, mesmo com sua equipe espiritual, Chico ou qualquer outro médium não pode deter todo o conhecimento de forma a dar receitas ou respostas corretas ao primeiro que se apresente. Isso não existe.

Daí então Chico poderia se enganar? Lógico que podia! Se bem que ao que parece não foi o caso envolvendo a pessoa fictícia inventada pelo repórter. Mas espíritos e médiuns cometerem enganos é, para o Espiritismo, uma coisa normal e esperada; mas para o Sr Quevedo, refutando o espiritismo quevediano de sua própria autoria...

# Instruído por mim, um deputado que havia perdido recentemente seu filho num acidente de moto, ficou conversando na ante-sala de Chico Xavier com uma determinada senhora, como se fosse simplesmente uma amiga. Entraram. O "espírito" do filho falecido, pela "psicografia" de Chico Xavier afirmou que estava lá presente, vendo-os, e pediu para que levassem um recado de consolo para a mãe, e comentou sobre a imprudência juvenil com que acelerou a moto...
Falharam os informadores que Chico tinha na cidade e na antessala. E prova de que "Emmánuel" e Co. é pura falsidade. Acontece que a "amiga" que o "espírito" do morto estaria vendo que estava lá, e para a que um recado deveriam levar, era mesmo a mãe!
E não fora o filho quem acelerou, ia de carona!


De novo as estorinhas quevedianas fantásticas, sem data, sem nomes (um deputado, um filho, uma amiga...), sem local, sem nada comprobatório. Nenhum documento, nenhuma prova. Nada de nada. Assim é fácil e suponho que os fanáticos católicos não terão dificuldades em acreditar nelas. Certo Sr Quevedo?

CONCLUSÃO GERAL
Servimo-nos da recomendação aos espiritistas proferida pelo crítico literário João Dornas Filho que, como vimos, tanto invocavam deturpando-o: "Não devem lançar mão de fenômenos que não têm a transcendência que supõem, dados os veementes indícios de que interessam mais à psiquiatria (...) O fanatismo é o aniquilamento de todas as construções realistas (...) A psicografia (...), já está tomando ares dogmáticos que a boa razão absolutamente não aceita" ("Folha da Manhã", S.P., 19-Abril-1945)


Concordo até com o Dornas, mas o Sr Quevedo também nada provou do que disse. Falou, falou, mas não provou nada. Valem para ele sua cumpinchada as mesmas palavras do Dornas.
Ah! Quevedo, ficou faltando falar da fraude do saco de perfume, segundo o qual o senhor dizia que Chico fora surpreendido com ele, quando tentava simular um cheiro de santidade. Disse o senhor numa entrevista que isso estaria numa reportagem da revista Manchete, como sempre sem citar ano, número ou mês. Escrevi ao CLAP pedindo essas indicações e a resposta foi que vocês estão sem tempo para pesquisar em sua biblioteca... Carlos de Brito Imbassahy, a quem escrevi a respeito confirmou-me a respeito do seu pessoal do CLAP: _ Há muito tempo que eles não têm tempo!

Uma pena, Sr Quevedo

Para finalizar, quero chamar a atenção dos leitores para a arte quevediana de confundir. As citações bibliográficas que Quevedo faz são usualmente incompletas, de forma que um pesquisador teria muito trabalho para ver onde estão realmente os artigos citados. E também contraditórias: a entrevista de Chico a Ramon y Ramon ora está em Fatos e Fotos de 1972, ora em 1977. Em qual ano afinal?

Marcos Arduin

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Spitfire
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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Spitfire »

Esquizofrenia - Parte II - Desconstruindo o peruquento pederasta, a missão. :emoticon12:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Esquizofrenia

Causas:

Sabe-se actualmente que não existe uma única causa, mas sim várias que concorrem entre si para o seu aparecimento, sendo muitas as teorias que surgiram para explicar esta doença:
[editar]

Teoria genética

A teoria genética, admite que vários genes podem estar envolvidos, contribuindo juntamente com os factores ambientais para o eclodir da doença. Sabe-se que a probabilidade de um indivíduo vir a sofrer de esquizofrenia aumenta se houver um caso desta doença na família. "No caso de um dos pais sofrer de esquizofrenia, a prevalência da doença nos descendentes directos é de 12%. Na situação em que ambos os pais se encontram atingidos pela doença, esse valor sobe para 40%"9. No entanto, mesmo na ausência de história familiar, o doença pode ainda ocorrer.”2. Segundo Gottesman (1991), referenciado por Pedro Afonso (2002), sabe-se ainda que cerca de 81% dos doentes com esquizofrenia não têm qualquer familiar em primeiro grau atingido pela doença e cerca de 91% não têm sequer um familiar afectado.
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Teoria neurobiológica

As teorias neurobiológicas defendem que a esquizofrenia é essencialmente causada por alterações bioquímicas e estruturais do cérebro, em especial com uma disfunção dopaminérgica, embora alterações noutros neurotransmissores estejam também envolvidas. A maioria dos neurolépticos (antipsicóticos) actua precisamente nos receptores da dopamina no cérebro, reduzindo a produção endógena deste neurotransmissor . Exactamente por isso, alguns sintomas característicos da esquizofrenia podem ser desencadeados por fármacos que aumentam a actividade dopaminérgica (ex: anfetaminas)6. Esta teoria é parcialmente comprovada pelo facto de a maioria dos fármacos utilizados no tratamento da esquizofrenia (neurolépticos) actuarem através do bloqueio dos receptores (D2) da dopamina.
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Teoria psicanalítica

As teorias psicanalíticas (ou de relação precoce) têm como base a teoria freudiana da psicanálise, e remetem para a fase oral do desenvolvimento psicológico, na qual “a ausência de gratificação verbal ou da relação inicial entre mãe e bebé conduz igualmente a personalidades “frias” ou desinteressadas (ou indiferentes) no estabelecimento das relações”11. A ausência de relações interpessoais satisfatórias estaria assim na origem da esquizofrenia.
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Teoria familiar

As teorias familiares apesar de terem bastante interesse histórico são as que menos fundamento cientifico têm, surgindo na década de 1950, baseadas umas no tipo de comunicação entre os vários elementos das famílias e aparecendo outras mais ligadas às estruturas familiares. Dos estudos desenvolvidos surge o conceito «mãe esquizofrenogénica», mães possessivas e dominadoras com seus filhos, como gerador de personalidades esquizofrénicos. Estudos posteriores vieram contudo desconfirmar esta hipótese, relacionando aquele comportamento mais com etiologias neuróticas e não com a psicose.

Apesar de existirem todas estas hipóteses para a explicação da origem da esquizofrenia, nenhuma delas individualmente consegue dar uma resposta satisfatória às muitas dúvidas que existem em torno das causas da doença, reforçando assim a ideia de uma provável etiologia multifactorial .
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Tipos de esquizofrenia

O diagnóstico da esquizofrenia, como sucede com a maior parte das doenças do foro psiquiatrico, não se pode efectuar através da análise de parâmetros fisiológicos ou bioquímicos, e resulta apenas da observação clínica cuidada das manifestações da doença ao longo do tempo. Aquando do diagnóstico, é importante que o médico exclua outras doenças ou condições que possam produzir sintomas psicóticos semelhantes (abuso de drogas, epilepsia, tumor cerebral, alterações metabólicas). O diagnóstico da esquizofrenia é por vezes difícil. Para além do diagnóstico, é importante que o médico identifique qual é o subtipo de esquizofrenia em que o doente se encontra. Actualmente, segundo o DSM IV, existem cinco tipos:

Paranóide, é a forma que mais facilmente é identificada com a doença, predominando os sintomas positivos. O quadro clínico é dominado por um delírio paranóide relativamente bem organizado. Os doentes com esquizofrenia paranóide são desconfiados, reservados, podendo ter comportamentos agressivos.

Desorganizado, em que os sintomas afectivos e as alterações do pensamento são predominantes. As ideias delirantes, embora presentes, não são organizadas. Nalguns doentes pode ocorrer uma irritabilidade marcada associada a comportamentos agressivos. Existe um contacto muito pobre com a realidade.

Catatónico, é caracterizada pelo predomínio de sintomas motores e por alterações da actividade, que podem ir desde um estado de cansaço e acinético até à excitação.

Indiferenciado, apresenta habitualmente um desenvolvimento insidioso com um isolamento social marcado e uma diminuição no desempenho laboral e intelectual. Observa-se nestes doentes uma certa apatia e indiferença relativamente ao mundo exterior.

Residual, nesta forma existe um predomínio de sintomas negativos, os doentes apresentam um isolamento social marcado por um embotamento afectivo e uma pobreza ao nível do conteúdo do pensamento.


Estes subtipos não são estanques, podendo um doente em determinada altura da evolução da sua doença apresentar aspectos clínicos que se identificam com um tipo de esquizofrenia, e ao fim de algum tempo poder reunir critérios de outro subtipo.

Existem várias abordagens terapêuticas na intervenção ao doente esquizofrénico, a medicação, a terapia electroconvulsiva (TEC), a psicoterapia, a intervenção familiar e a psicoeducação são os procedimentos indicados para estes doentes.

Apesar de não se conhecer a sua cura, a medicação pode ajudar muito a tratar os sintomas, e a permitir que os doentes possam viver as suas vidas de forma satisfatória e produtiva. A experiência clínica indica que o melhor período para o tratamento da esquizofrenia é com o aparecimento dos primeiros sintomas. Se sintomatologia psicótica permanecer sem tratamento por longos períodos o prognóstico do tratamento é menos favorável. Assim é vital o reconhecimento precoce dos sinais da esquizofrenia para que se possa procurar uma ajuda rápida.




:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

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Ricardo Braida
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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Ricardo Braida »

É a prmeira vez que vejo o Aurélio perder pras fotos, dessa vez não conseguiu fotos suficientes da acompanhar o ritmo! :emoticon12:
Mas tá de boa, muito massa o vídeo.
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Aurelio Moraes
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Mensagem por Aurelio Moraes »

Snake escreveu:Sugestões de imagens pra colocar:

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Excelentes! :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

Vou fazer uma nova versão com essas fotos!

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Aurelio Moraes
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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Aurelio Moraes »

Outro vídeo na mesma linha desse:
http://www.youtube.com/watch?v=tclTAHZNB1g

sacaneando um cara da minha sala... :emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

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O ENCOSTO
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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por O ENCOSTO »

O Chico Xavier não psicografava mensagens de gente famosa, como Raul Seixas, John Lennon, Elvis Presley, Getulio Vargas, etc?
O ENCOSTO


http://www.manualdochurrasco.com.br/
http://www.midiasemmascara.org/
Onde houver fé, levarei a dúvida.

"Ora, a fé é o firme fundamento das coisas infundadas, e a certeza da existência das coisas que não existem.”

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RCAdeBH
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Re: Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por RCAdeBH »

O ENCOSTO escreveu:O Chico Xavier não psicografava mensagens de gente famosa, como Raul Seixas, John Lennon, Elvis Presley, Getulio Vargas, etc?


Porque a espiritualidade prefreria que fossem espiritos mais evoluidos e que teriam algo a acrescentar no âmbito moral para o publico.

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videomaker
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Re: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por videomaker »

O cara ajudou muita gente ! perdeu seu tempo coitado .
Esse negocio de ajudar pessoas é chato demais ...
:emoticon2:
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)

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Ateu Tímido
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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Ateu Tímido »

Bobotânico, faz tempo...
Se você tem que escrever (copiar) tanto assim para defender o CX, é porque os argumentos não são nada bons.

A propósito, alguém escreveu por aí que o velho Chixa já reencarnou...
Para dar continuidade ao seu karma de "dar vida" aos mortos, ele voltou...
Como um comprimido de Viagra!

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:

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Botanico
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Re: Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Botanico »

Ateu Tímido escreveu:Bobotânico, faz tempo...
Se você tem que escrever (copiar) tanto assim para defender o CX, é porque os argumentos não são nada bons.

A propósito, alguém escreveu por aí que o velho Chixa já reencarnou...
Para dar continuidade ao seu karma de "dar vida" aos mortos, ele voltou...
Como um comprimido de Viagra!

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


Bem, seu tímido, em time que está ganhando, não se mexe. Este texto, que venho atualizando quando há alguma informação nova, NUNCA FOI REFUTADO. Ninguém até agora, nem o Turatti, provou-me que tudo o que o Quevedo falou está correto. Aliás, eu mostrei que estava errado num monte de asneiras que ele disse.

Pois bem, quando alguém se apresenta por aqui com uma besteira qualquer, dizendo ser a verdade sobre o Chico, eu postarei este texto até que finalmente apareça algum cético com competência o bastante para refutá-lo.

Não sei porque, mas tenho o presentimento de que você não será um deles...

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Spitfire
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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Spitfire »

Que verdade, rapaz? é só uma sopa de letrinhas. Véio, papel (e internet :emoticon12: ) aceitam qualquer merda que eu escrever neles.
Para ver como é so bla-bla-bla fiado, se 1/100 disto fosse realmente verdade, com 100% de comprovação, seria capa de todos jornais do mundo.

Refutar? Refutar o que? Sopa de letrinhas? Bah! Apresente algo mais "paupável"... porque senão a refutação de uma sopa de letrinhas é outra sopa de letrinhas. :emoticon17:

Maurício
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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Maurício »

já postei isso daqui em outros tópicos, mas parece que os caras não estão vendo, então, vai de novo !!!

o xico já ligou ??? ou a fila no orelhão tá grande demais ???
"Consulte sempre um charlatão !!"

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Spitfire
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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Spitfire »

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Ateu Tímido
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Re: Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Ateu Tímido »

Botanico escreveu:
Ateu Tímido escreveu:Bobotânico, faz tempo...
Se você tem que escrever (copiar) tanto assim para defender o CX, é porque os argumentos não são nada bons.

A propósito, alguém escreveu por aí que o velho Chixa já reencarnou...
Para dar continuidade ao seu karma de "dar vida" aos mortos, ele voltou...
Como um comprimido de Viagra!

:emoticon12: :emoticon12: :emoticon12:


Bem, seu tímido, em time que está ganhando, não se mexe. Este texto, que venho atualizando quando há alguma informação nova, NUNCA FOI REFUTADO. Ninguém até agora, nem o Turatti, provou-me que tudo o que o Quevedo falou está correto. Aliás, eu mostrei que estava errado num monte de asneiras que ele disse.

Pois bem, quando alguém se apresenta por aqui com uma besteira qualquer, dizendo ser a verdade sobre o Chico, eu postarei este texto até que finalmente apareça algum cético com competência o bastante para refutá-lo.

Não sei porque, mas tenho o presentimento de que você não será um deles...

Bobotânico,
Se nem um sublime estudioso, guardado pela mão sagrada da Santa Madre, como o graaande Turatti conseguiu refutar sua grandiosa peça da artilharia cardequiana, não a refutaria esse pobre espírito involuído, incapaz de perceber algo além da matéria... Por isso mesmo, não me dei, nem me daria o trabalho de ler seu cartapácio. Seria muita humilhação para mim. Nem o meu carma me obriga a tanto... :emoticon12:

E sobre a reencarnação do Chixa?
Verdade ou boato????? :emoticon12: :emoticon12:

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Botanico
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Re: Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Botanico »

Ateu Tímido escreveu:Bobotânico,
Se nem um sublime estudioso, guardado pela mão sagrada da Santa Madre, como o graaande Turatti conseguiu refutar sua grandiosa peça da artilharia cardequiana, não a refutaria esse pobre espírito involuído, incapaz de perceber algo além da matéria... Por isso mesmo, não me dei, nem me daria o trabalho de ler seu cartapácio. Seria muita humilhação para mim. Nem o meu carma me obriga a tanto... :emoticon12:

Pois é, e depois nós espíritas é que somos chamados de fujões...

Ateu Tímido escreveu: E sobre a reencarnação do Chixa?
Verdade ou boato????? :emoticon12: :emoticon12:

Boato

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videomaker
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Re: Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por videomaker »

Spitfire escreveu:Que verdade, rapaz? é só uma sopa de letrinhas. Véio, papel (e internet :emoticon12: ) aceitam qualquer merda que eu escrever neles.
Para ver como é so bla-bla-bla fiado, se 1/100 disto fosse realmente verdade, com 100% de comprovação, seria capa de todos jornais do mundo.

Refutar? Refutar o que? Sopa de letrinhas? Bah! Apresente algo mais "paupável"... porque senão a refutação de uma sopa de letrinhas é outra sopa de letrinhas. :emoticon17:


Vc disse tá certo ! vamos acatar ...só por que vc é RA , qsl .
Há dois meios de ser enganado. Um é acreditar no que não é verdadeiro; o outro é recusar a acreditar no que é verdadeiro. Søren Kierkegaard (1813-1855)

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Spitfire
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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Spitfire »

Ja te falei... mas se preciso (E É! E É! :emoticon12: ) eu repito novamente. Acredite no que você quiser, eu estou pouco me fodendo com tuas crenças... acredite no papai smurf... acredite no Luke Skywalker... acredite na influência do ciclo menstrual da pulga da Guatemala... dane-se.
Só não queira que um monte de blá-bla-bla fantasioso seja aceito como argumento válido... NÃO É! Gostando você disto ou não. :emoticon12:
Aliás, estou pouco me fodendo com que você gosta ou deixa de gostar. :emoticon17:

teresão
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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por teresão »

Eu quero saber um monte de coisas:
1) Chico Xavier era Veado mesmo?
2) Existe essa doença de alergia a luzes, que faz a pessoa usar peruca ou boina? Porque se não, a pele da cabeça adoece?
3) Chico Xavier, afinal de contas, fez implante de cabelos por alergia a luz ou vaidade no homem considerado humildíssimo?

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Botanico
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Re: Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Botanico »

teresão escreveu:Eu quero saber um monte de coisas:
1) Chico Xavier era Veado mesmo?

Bem, eu tenho certeza de que não, pois veado é um nome genérico, dado a quadrúpedes da família dos cervídeos e tem de ser um cético ou crente cego e burro para defender essa idéia. Eu tenho certeza de que o Chico Xavier era humano. Agora se está perguntando se era VIADO, é que uma corruptela da palavra TRANSVIADO, para significar que um homem é homossexual, aí você vai ter de perguntar a quem defenda essa idéia, mas pode esquecer o Quevedo, pois este não prova nada do que diz e se leu o texto que postei, verá que ele disse um monte de mentiras. O ônus da prova é de quem afirma.

teresão escreveu: 2) Existe essa doença de alergia a luzes, que faz a pessoa usar peruca ou boina? Porque se não, a pele da cabeça adoece?

Existem várias delas, em maior ou menor grau, com reações que vão desde coceira até câncer de pele.

teresão escreveu: 3) Chico Xavier, afinal de contas, fez implante de cabelos por alergia a luz ou vaidade no homem considerado humildíssimo?

Isso lá é tão importante? Chico, mesmo quando jovem, era mais feio que dançar lambada com a sogra, não tinha lá tantas razões assim para ser vaidoso. Já vi muitas fotos dele com a careca à mostra e se foi por vaidade que fez implante de cabelos, demorou muito pra ficar vaidoso.

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Aurelio Moraes
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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Aurelio Moraes »

Achei a reportagem bem escrita...
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12 de agosto de 1944

Chico Xavier, detetive do Além

Texto de David Nasser e Fotos de Jean Manzon

Era uma vez um moço ingênuo e feliz, vivendo numa cidadezinha ingênua e feliz, perto de Belo Horizonte. O moço se chamava Francisco Cândido Xavier e não desmentia o nome. A cidadezinha, Pedro Leopoldo, arrastava suas horas de doce paz, entre as missas de domingo e a chegada do trem da capital. Não se sabe como, numa noite ou num dia, Chico se mostrou inquieto e desandou a escrever. Terminando, disse, apenas, à família assustada: - "Não fui eu. Alguém me empurrava a mão". Desce êsse dia ou essa noite, Chico Xavier perdeu o sossêgo e também o de sua cidade. Turistas chegavam, atraídos pela fama do moço-profeta. Pedro Leopoldo ia crescendo e Chico Xavier ia ficando importante. Nunca mais teve paz. Nunca mais pôde sair pela rua, sem ouvir um pedido de saúde ou uma prece de gratidão. Se ao menos fôsse só isto. Era mais, muito mais. Eram os curiosos do Rio, de São Paulo e de Belo Horizonte, pedindo consultas ou detalhes pelo telefone interurbano. Era a legião de repórteres em busca de novas mensagens. O representante da editôra insistindo por outros livros. Os centros espíritas de todo o país solicitando pormenores. Uma vida infernal, agitada, barulhenta sacudia o pobre rapaz.

As luzes dos lampiões da cidadezinha nunca mais dormiram sem a presença de um estrangeiro, rondando pelas ruas dantes tão sossegadas.

Fixaremos, precisamente, a violenta mudança de vida de Chico Xavier e da cidade de Pedro Leopoldo. Não nos interessa, embora pareça estranho, o medium Chico Xavier, mas a sua vida. Os seus trabalhos psicografados - ou não psicografados - já foram assunto de milhares de histórias, divulgadas desde 1935. Se são reais ou forjadas, decidam os cientistas. Se êle é inocente ou culpado dirão os juízes. Se êle é casto, instruído, bondoso, calmo, diremos nós. Porque não somos detetives do além.

Se os espíritos nos ouvem, êles sabem que não acreditamos em suas mensagens, nem desacreditamos de suas virtudes literárias. A verdade é que não temos a bravura indispensável para avançar sôbre o terreno pantanoso do outro mundo e analisar suas reais ou irreais comunicações utilizando aparelhos de escuta com êste pálido e sensitivo Chico Cândido Xavier. Desde que saímos daqui, levávamos a inabalável determinação de fazer uma reportagem sem complicações, apesar do assunto em sua natureza extra-terrena mostrar-se absolutamente complicado. Assim é que o senhor, amigo, chegará ao fim destas linhas sem obter a certeza que há tanto tempo procura: "É Chico Xavier um impostor ou não é?" E dirá: - "Não conseguiram desvendar o mistério!" Sim, o mistério continuará por muito tempo. Eternamente. E Chico Xavier morrerá, sem revelar o segrêdo de sua extraordinária habilidade ao escrever de olhos fechados, se é mágico, ou de seu fantástico virtuosismo, ao chamar, além das fronteiras da vida, as almas dos imortais, fazendo-os recordar os velhos tempos da Academia. Nossa intenção é mostrar o homem. Sem o espírito dentro de si, nos momentos vulgares, Chico Xavier é adorável, cândido, maneiroso, humilde, um anjo de criatura. A frase de uma vizinha define melhor: - "Sabe, moço? O Chico é um amor". Justamente dêsse tipo desconhecido, da parte anônima de sua devassada vida, é que tratamos, na hora e meia que permanecemos em Pedro Leopoldo. Para começar, diremos que Chico nunca teve uma namorada.

O tempo de viagem de Belo Horizonte a Pedro Leopoldo não vai além de hora e meia. A meio caminho, encontramos a fazenda federal onde Chico Xavier é dactilógrafo. O motorista não quer entrar. - "Aí, não. Até os zebus são atuados". O diretor, Rômulo, está na horta, sòzinho. Êle nos dará, talvez, esclarecimentos sôbre a vida de Chico e, quem sabe, facilitará o encontro com o sensitivo. Ouve o pedido. Depois, lentamente, abana a cabeça e o seu "não" é inflexível, desde o primeiro minuto. Alega um milhão de coisas. Que Chico anda cansado e precisa repousar. Um de nós lembra a possibilidade dêle, diretor, dar umas férias a Chico. - "O Chico funcionário nada tem a ver com o outro Chico". Apresentadas as despedidas, êle adverte: - "Não creio que será possível aos senhores um encontro com êle. Creio que vão esperar até sexta-feira".

Voltamos a deslizar pela estrada, neste sábado negro. A cidade aparece depois de uma curva. - "Onde fica a casa do Chico Xavier?" O menino aponta a igreja. - "Ali, na rua da matriz. Ele mora com a família". Encontraríamos, em várias oportunidades, a mesma designação do pessoal do município: êle. Todos apontavam Chico, sem recorrer ao nome. Êle só podia ser êle. - "Minha irmã foi curada por êle".

Ei-lo aqui, diante de nós. Veio a pé da fazenda e em sua companhia um senhor do Rio, que algumas vêzes vem passar semanas com o medium. - "Gosto de falar com êle. É um rapaz de cultura. Discute vários assuntos, lê um pouco de inglês e de francês. Devora os livros com fúria. Trouxe-lhe, há dias, "O homem, êsse desconhecido" e êle não gastou mais de quatro horas e meia para ler o volume gordo. É um prazer para êle. Seu único amor é o espiritismo".

Chico, perto de nós, não está ouvindo a palestra. Conversa com Jean Manzon. Devemos esclarecer que não dissemos qual a organização jornalística em que trabalhávamos. Queríamos ver se o espírito adivinhava. Não houve oportunidade.

Chico parecer ser um bom sujeito. Suas ações, mesmo fora do terreno religioso pròpriamente dito, são ações que o recomendam como alma pura e de nobres sentimentos. Vão dizer, os espíritas, que é natural: todo o espírita dever ser assim. Sei de um que não teve dúvida em abandonar a espôsa, o lar, sete filhos, um dos quais doente do pulmão.
- "Na rua, entre seus irmãos de seita, - disse-me um dos filhos - êle se mostrava esplêndido, generoso, cordial. Em casa, por pouco não botava fogo nas camas, à noite. Parecia um verdadeiro demônio. Guardava até alface no cofre-forte”.

Já o Chico não é assim. Sua nobreza de caráter principia em casa. Todos os seus irmãos e irmãs louvam a sua generosa e invariável linha de conduta, protegendo-os, hora a hora, dia a dia, através dos anos, trabalhando como um mouro. Um de seus sobrinhos sofre de paralisia infantil. Atirado a um berço, chora eternamente. Sòmente o Chico vai lá, fazer companhia ao garôto, às vêzes uma noite inteira.
- Chico!
- Que é, meu senhor?
- Você lê muito?
- Não. Só revistas e jornais.
- O outro disse...
-Disse o quê.
- Nada.


Êle nos olha, surprêso, quando a pergunta, como um busca-pé, sai correndo pela sala:
- Você, não pensa em se casar, Chico?
- Eu, casar? (Dá uma gargalhada) - Claro que não.
- Não namora?
- Nunca.
- Por que?
- Não há razões. Não gosto. Tenho outras preocupações. Ora, eu namorando... Tinha graça...
- Chico...
- Que é?
- É verdade que o padre desafiou você para um duelo verbal?
- Êle disse pra eu ir à igreja discutir. Não é lugar próprio.
- Você gosta do padre, Chico?
E êle, o ingênuo e feliz Chico, respondeu:
- Ué, eu gosto do padre, mas êle não gosta de mim.
- Chico...
- Que é?
- Onde estão suas mensagens?
- Um irmão levou tudo, em vista de tantas complicações.
- Você vai ao Rio?
- Até agora, nada resolvemos. Possìvelmente, mandarei uma procuração.

Numa estante, os livros de Chico. Versos de Guerra Junqueiro, Tolstoi e uma porção de autores mortos. Na sala do lado está a mesa onde êle recebe as mensagens. Uma papelada branca, pronta para ser coberta pelas mensagens do outro mundo. Sexta-feira houve mais uma sessão, desta vez presidida pelo chefe do executivo municipal. Humberto de Campos não compareceu mas o Emanuel, guia de Chico, lá estava. Quem é Emanuel? Um romano que existiu na mesma época de Jesus e conta um mundo de coisas interessantes sôbre a terra, naqueles tampos de há dois mil anos.
- Êle dita?
- Vou psicografando as mensagens. Há outros mediuns, como um norte-americano, que ouve as vozes dos espíritos tão alto que os presentes também escutam. Eu ouço. Os outros, que estão perto, não.
- Chico...
- Que é?
- Já teve oportunidade de falar com espírito de homens célebres?
- Homens célebres?
- Napoleão, para um exemplo, já falou consigo?
- Que eu saiba, não. Os assuntos bélicos não são freqüentes, nas mensagens que recebo do além. Há seis anos, entretanto, meu guia Emanuel previu os principais acontecimentos que hoje revolucionam a terra. Êle disse: - "A vitória da fôrça é fictícia".
O cavalheiro do Rio acode:
- E o próprio Chico, meses antes, previu a queda da Itália. Êle disse, categòricamente, que a Itália seria a primeira a cair. E a Itália foi a primeira a cair.

Pedro Leopoldo é a cidadezinha de uma rua grande e uma porção de ruas pequenas, convergindo para ela como servos humildes do rio principal. A casa de Chico é uma das melhores do lugar. Três quartos, sala e cozinha. O banheiro é lá fora, no fundo do quintal, ao lado do galinheiro. Chico se levanta de madrugada e vai dar milho às galinhas. Depois, sua irmã solteira faz o café, que êle toma com pão dormido, porque o padeiro ainda não chegou. Apanha a pasta de documentos da fazenda federal, e vai andando pela estrada, ainda coberta pela neblina. Volta para almoçar às onze horas. O expediente se encerra às dezoito horas, mas Chico, nestes dias de maior trabalho, faz serão. Sua vida é frugal. - "Quero que compreendam o seguinte: não vivo das mensagens de além-túmulo. Tenho necessidade de trabalhar para sustentar minha família. Se quase me dedico inteiramente a receber as comunicações, ainda se entende. O pior, entretanto, é a onda de gente que vem do Rio, de São Paulo e de todos os Estados".
- Peregrinos?
- Mais ou menos. Não posso deixar de recebê-los, pois fico pensando que vieram de longe e necessitam de consôlo. Isto leva tempo, toma tempo. Como se não bastassem essas preocupações, o telefone interurbano não pára dia e noite. - "Chico, Rio está chamando... Chico, Belo Horizonte está chamando... Chico, São Paulo está chamando... Chico, Cachoeira está chamando..." Evito atender, mesmo constrangido. Meu Deus! Eu não quero nada, senão a paz dos tempos antigos, o silêncio de outrora. Quero ser de novo aquêle Chico sossegado e tranqüilo que apenas se preocupava com as coisas simples...
- Impossível a viagem de volta...
- Impossível? Não, não é impossível. Eu voltarei a ser aquêle sossegado Chico. Não tenha dúvida.
O repórter imagina, a essa altura, que êle acredita na possibilidade de suas comunicações, com o além serem repentinamente suspensas. Vai perguntar ao Chico, mas uma senhora de côr negra entra na sala, carregando um benjamim de olhos assustados.
- "Trago para o senhor, Seu Chico..."
Êle segura com trinta mãos, cheio de cuidados, o bebê e o bebê faz um berreiro dos diabos, agita as pernas, sacode as pernas dentro da prisão dos braços de Chico. Êle sorri e devolve o menino à mãe.
- Meu sobrinho - explica o profeta Chico - é nervoso e fica dêste jeito. Sabe por que? Êle sofre de paralisia infantil.
- Não tratam dêle?
- Não temos recursos. Já deixei claro que não recebo um centavo pelas edições dos livros que me chegam do além. Assino um documento autorizando a livraria da Federação Espírita Brasileira a editá-los e, sòmente após ficarem impressos, recebo uns cinco ou dez exemplares, para dar aos amigos.
Vamos atravessando a sala e entramos num dos quartos. Na parede, prateleiras repletas de livros. Remédios à base de homeopatia, que Chico recomenda. Não sei porque os espíritos manifestam estranha aversão pela alopatia e suas drogas, receitando sempre combinações homeopáticas. Perto dos vidros, um armário cheio de livros. As obras de guerra conta a Santa Sé, assinadas por Guerra Junqueiro, ainda em vida. Os livros de Flammarion e de Alan Kardec, mas não os psicografados, misturados com volumes de propaganda anticlerical. Na parede, dependurado, um velho pandeiro.
- Quem toca pandeiro nesta casa?
Chico sorri o sorriso beatífico e diz que não é êle.
- Alguns espíritos?
O sorriso beatífico desaparece.
- Os espíritos não tocam pandeiro.

Saímos para a rua, hoje, sábado movimentado. O povo de Pedro Leopoldo passeia diante da Igreja que domina de forma esquisita a casa do humilde psicógrafo que Clementino de Alencar, certo dia, foi roubar de sua vida serena há dez anos. Hoje, Pedro Leopoldo é a Jerusalém do credo de Kardec. Já tem hotel e telefone. O povo de lá, por estranho que possa parecer a quem não conhece pessoalmente o nosso amigo Chico, revela invariável amizade. Será orgulho pela celebridade que êle deu ao município? Sim, porque antes de Chico, Pedro Leopoldo nem existia nos mapas de Minas Gerais. Gostam dêle, de seus modos, de sua cara asiática, onde um dos olhos empalideceu sùbitamente, como um farol apagado em pleno caminho da luz. A cidade tem uns treze mil habitantes, contadas as aldeias próximas, mas, espíritas, uns quatro ou cinco. Todos apreciam Chico, gregos e troianos. Gostam, mas preferem não rezar o seu catecismo. Êle não se importa. Não procura convencer ninguém à fôrça de seu estranho e discutido poder. Quando a carta precatória, intimando-o a depor, chegou a Pedro Leopoldo, Chico leu devagarinho e abanou a cabeça. - "Eu não posso mandar uma intimação judicial às almas!" E não deu mais importância ao caso.

Até à volta, sereno Chico. De tôdas as pavorosas complicações, você é o menos culpado. Parece uma caixa de fósforo num mar bravio. Uma velha beata de Pedro Leopoldo me disse que isto é castigo: - "Castigo, sim, nhô moço... Antão, êle telefona pro inferno e manda chamar os espíritos e depois num quer se aborrecer?"

Já o trombonista de Pedro Leopoldo deve pensar diferente: - "Por que será que o Chico só sabe receber mensagens escritas? Por que não recebe músicas de Beethoven, de Chopin, de Carlos Gomes?"

Êle, o moço amável de Pedro Leopoldo, não dá maior atenção aos comentários e vai levando como pode a sua vida. É pena, entretanto, que êle não tenha as qualidades artísticas que vão além do terreno literário. Se fôsse assim, Pedro Leopoldo teria, senhores, não apenas o psicógrafo Chico, mas também o músico Chico, o pintor Chico, o profeta Chico. Isto mesmo: o profeta Chico.
http://www.memoriaviva.digi.com.br/ocru ... /chico.htm

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Botanico
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Mensagem por Botanico »

Aurelio Moraes escreveu:Achei a reportagem bem escrita...
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Já eu não achei nada demais. Achei sim algumas colocações estranhas:
Aurelio Moraes escreveu: Era a legião de repórteres em busca de novas mensagens.

Legião de repórteres? O Nasser tinha assim tantos concorrentes em 1944? Engraçado que só se lembram dessa reportagem do Cruzeiro...

Aurelio Moraes escreveu: Fixaremos, precisamente, a violenta mudança de vida de Chico Xavier e da cidade de Pedro Leopoldo. Não nos interessa, embora pareça estranho, o medium Chico Xavier, mas a sua vida.

É parece estranho mesmo... Se a violenta mudança se deu por conta do médium... este sim é que deveria ser o objeto de interesse. Mas como numa reportagem BEM ESCRITA justamente ele não interessa...

Aurelio Moraes escreveu: Os seus trabalhos psicografados - ou não psicografados - já foram assunto de milhares de histórias, divulgadas desde 1935. Se são reais ou forjadas, decidam os cientistas. Se êle é inocente ou culpado dirão os juízes. Se êle é casto, instruído, bondoso, calmo, diremos nós. Porque não somos detetives do além.

Ou seja, são reporteres de verdade: não sabem de nada do riscado e só querem saber de fofocas e escrever pataquadas inúteis.

Aurelio Moraes escreveu: Se os espíritos nos ouvem, êles sabem que não acreditamos em suas mensagens, nem desacreditamos de suas virtudes literárias.

Tá, tudo bem, o Quevedo ainda não tinha dado as caras nesta época, mas alguns literatos já deviam ter falado algo sobre a FALTA de virtudes literárias do Chico. E esses competentes repórteres da reportagem bem escrita nem se deram ao trabalho de checar isso?

Aurelio Moraes escreveu: A verdade é que não temos a bravura indispensável para avançar sôbre o terreno pantanoso do outro mundo e analisar suas reais ou irreais comunicações utilizando aparelhos de escuta com êste pálido e sensitivo Chico Cândido Xavier. Desde que saímos daqui, levávamos a inabalável determinação de fazer uma reportagem sem complicações, apesar do assunto em sua natureza extra-terrena mostrar-se absolutamente complicado. Assim é que o senhor, amigo, chegará ao fim destas linhas sem obter a certeza que há tanto tempo procura: "É Chico Xavier um impostor ou não é?" E dirá: - "Não conseguiram desvendar o mistério!" Sim, o mistério continuará por muito tempo. Eternamente. E Chico Xavier morrerá, sem revelar o segrêdo de sua extraordinária habilidade ao escrever de olhos fechados, se é mágico, ou de seu fantástico virtuosismo, ao chamar, além das fronteiras da vida, as almas dos imortais, fazendo-os recordar os velhos tempos da Academia.

Ou sejam, é uma reportagem sem conteúdo substancial. É só para não ter de deixar uma página vazia na revista. Lendo isso, lembrei da nossa Seleção Brasileira no seu último jogo desta Copa: não estava lá para ganhar e sim apenas cumprindo tabela...

Aurelio Moraes escreveu: Nossa intenção é mostrar o homem. Sem o espírito dentro de si, nos momentos vulgares, Chico Xavier é adorável, cândido, maneiroso, humilde, um anjo de criatura. A frase de uma vizinha define melhor: - "Sabe, moço? O Chico é um amor". Justamente dêsse tipo desconhecido, da parte anônima de sua devassada vida, é que tratamos, na hora e meia que permanecemos em Pedro Leopoldo. Para começar, diremos que Chico nunca teve uma namorada.

Qual o sentido de devassada aí.?

Aurelio Moraes escreveu: O tempo de viagem de Belo Horizonte a Pedro Leopoldo não vai além de hora e meia. A meio caminho, encontramos a fazenda federal onde Chico Xavier é dactilógrafo. O motorista não quer entrar. - "Aí, não. Até os zebus são atuados". O diretor, Rômulo, está na horta, sòzinho. Êle nos dará, talvez, esclarecimentos sôbre a vida de Chico e, quem sabe, facilitará o encontro com o sensitivo. Ouve o pedido. Depois, lentamente, abana a cabeça e o seu "não" é inflexível, desde o primeiro minuto. Alega um milhão de coisas. Que Chico anda cansado e precisa repousar. Um de nós lembra a possibilidade dêle, diretor, dar umas férias a Chico. - "O Chico funcionário nada tem a ver com o outro Chico". Apresentadas as despedidas, êle adverte: - "Não creio que será possível aos senhores um encontro com êle. Creio que vão esperar até sexta-feira".

Bem, parece ao menos que Chico foi um funcionário responsável...

Aurelio Moraes escreveu: Voltamos a deslizar pela estrada, neste sábado negro.

Qual o sentido de negro aqui? Seria o de estar fazendo uma reportagem muito a contra-gosto?

Aurelio Moraes escreveu: Ei-lo aqui, diante de nós. Veio a pé da fazenda e em sua companhia um senhor do Rio, que algumas vêzes vem passar semanas com o medium. - "Gosto de falar com êle. É um rapaz de cultura. Discute vários assuntos, lê um pouco de inglês e de francês. Devora os livros com fúria. Trouxe-lhe, há dias, "O homem, êsse desconhecido" e êle não gastou mais de quatro horas e meia para ler o volume gordo. É um prazer para êle. Seu único amor é o espiritismo".

Ah! Enfim alguma coisa. Então como é? Um cara cego de um olho e com o outro estropiado era capaz de ler um volume gordo em menos de 5 horas? Suponho que o volume era gordo porque as letras também eram...

Aurelio Moraes escreveu: Chico, perto de nós, não está ouvindo a palestra. Conversa com Jean Manzon. Devemos esclarecer que não dissemos qual a organização jornalística em que trabalhávamos. Queríamos ver se o espírito adivinhava. Não houve oportunidade.

Bem, falta umas informações aqui. Antes de mais nada, David Nasser e seu fotógrafo foram à casa do Chico, numa ocasião em que ele estava apenas com um menino doente lá. A fim de obrigá-lo a posar de forma degradante (como aquela dele rezando numa banheira) ameaçaram o garoto. Nessa reportagem (cujas fotos não aparecem aqui, estão faltando) antes de saírem, o repórter e o fotógrafo receberam, cada um, um livro de presente do Chico, autografado. Nem abriram, mas guardaram os exemplares. O próprio David Nasser, décadas depois, em uma entrevista, falou do episódio e disse que ele enganara o Chico direitinho, etc e tal (Ele e Mazon haviam se passado por repórteres americanos). Mas ficou um mistério na sua vida que ele preferiu esconder até um dia confessá-lo em entrevista ao jornal O Dia.

"E o mistério. Querem ver? Em 1944, a dupla David Nasser - Jean Manzon ainda não era famosa, mas já a mais agressiva do jornalismo brasileiro. Os dois resolveram fazer uma reportagem com Chico (em 1944, ele já era notícia)

Mas o médium fora proibido por seu chefe (no Ministério da Agricultura) de receber jornalistas. David e Manzon fingiram-se de norte-americanos. O piloto Natividade, do avião dos "Diários Associados", serviu de intérprete. Insistiram tanto que Chico, ingênuo, concordou. Isso aconteceu na cidade de Pedro Leopoldo. Quando terminaram o trabalho, Chico disse o seguinte: "Emmanuel quer que eu autografe livros pára os senhores". Regressando ao Rio, David comentou com Isabel, sua esposa: "Ontem iludimos o Chico". E contou o caso. Isabel disse:"

Iludiram coisa nenhuma. Olha aqui esta dedicatória... “Estava escrito: “Ao meu caro David Nasser, etc.” David ficou arrepiado. Ligou para Manzon.No livro do fotógrafo estava escrito: “Ao meu caro Manzon etc.” Manzon ficou atônito, pois não havia a menor possibilidade de Chico conhecer a identidade deles. Quase que a reportagem não foi publicada, pois as fotografias eram um tanto irreverentes. David me disse que, na ocasião, não relatou o fato a ninguém porque “a verossimilhança é mais importante do que a verdade”. Mostrou o santo mas não contou o milagre. Expliquem essa”.

Melhor do que explicar essa, seria explicar porque motivo as fotografias foram... “irreverentes”. Deus sabe!"
http://www.universoespirita.org.br/peri ... xavier.htm

Esse episódio abalou um pouco as convicções do David. Pouco antes de morrer, Nasser acabou admitindo que não agiu de forma justa com o Chico.


Aurelio Moraes escreveu: Chico parecer ser um bom sujeito. Suas ações, mesmo fora do terreno religioso pròpriamente dito, são ações que o recomendam como alma pura e de nobres sentimentos. Vão dizer, os espíritas, que é natural: todo o espírita dever ser assim. Sei de um que não teve dúvida em abandonar a espôsa, o lar, sete filhos, um dos quais doente do pulmão.
- "Na rua, entre seus irmãos de seita, - disse-me um dos filhos - êle se mostrava esplêndido, generoso, cordial. Em casa, por pouco não botava fogo nas camas, à noite. Parecia um verdadeiro demônio. Guardava até alface no cofre-forte”.

Bem, todo católico também deveria ser um santo; assim como todo evangélico, todo testemunha de jeová, todo adventista... Mas suponho que há os que não são; e se não são santos, deve ser culpa do grupo religioso e dos ensinos que essa religião passa. Bem, suponho que os céticos sejam santos, exatamente por desconsiderarem todas as religiões e seus ensinos. Tão aí Hitler, Stalin, Mao Tsé-Tung, Fidel Castro, que não me deixam mentir.
A propósito, desde quando se guarda alface em cofres-forte? Ela não estraga?


Aurelio Moraes escreveu: Já o Chico não é assim. Sua nobreza de caráter principia em casa. Todos os seus irmãos e irmãs louvam a sua generosa e invariável linha de conduta, protegendo-os, hora a hora, dia a dia, através dos anos, trabalhando como um mouro. Um de seus sobrinhos sofre de paralisia infantil. Atirado a um berço, chora eternamente. Sòmente o Chico vai lá, fazer companhia ao garôto, às vêzes uma noite inteira.

Ainda bem... Vindo de um inimigo do Espiritismo, ao menos a fala boa fica menos suspeita...

Aurelio Moraes escreveu:- Chico!
- Que é, meu senhor?
- Você lê muito?
- Não. Só revistas e jornais.
- O outro disse...
-Disse o quê.
- Nada.

Que falta de coragem do repórter! Por que não soltou logo a bomba: O outro disse que você lê calhamaços gigantescos em poucas horas. Não lhe interessava obter uma apuração do caso. Com quem esse cara aprendeu a profissão?

Aurelio Moraes escreveu: Êle nos olha, surprêso, quando a pergunta, como um busca-pé, sai correndo pela sala:
- Você, não pensa em se casar, Chico?
- Eu, casar? (Dá uma gargalhada) - Claro que não.
- Não namora?
- Nunca.
- Por que?
- Não há razões. Não gosto. Tenho outras preocupações. Ora, eu namorando... Tinha graça...
- Chico...
- Que é?
- É verdade que o padre desafiou você para um duelo verbal?
- Êle disse pra eu ir à igreja discutir. Não é lugar próprio.
- Você gosta do padre, Chico?
E êle, o ingênuo e feliz Chico, respondeu:
- Ué, eu gosto do padre, mas êle não gosta de mim.

E?

Aurelio Moraes escreveu:
- Meu sobrinho - explica o profeta Chico - é nervoso e fica dêste jeito. Sabe por que? Êle sofre de paralisia infantil.
- Não tratam dêle?
- Não temos recursos. Já deixei claro que não recebo um centavo pelas edições dos livros que me chegam do além. Assino um documento autorizando a livraria da Federação Espírita Brasileira a editá-los e, sòmente após ficarem impressos, recebo uns cinco ou dez exemplares, para dar aos amigos.

Bem, ao menos, pelas condições de vida do Chico e sua família, isso parece ser bem verdade...

Aurelio Moraes escreveu: Vamos atravessando a sala e entramos num dos quartos. Na parede, prateleiras repletas de livros. Remédios à base de homeopatia, que Chico recomenda. Não sei porque os espíritos manifestam estranha aversão pela alopatia e suas drogas, receitando sempre combinações homeopáticas. Perto dos vidros, um armário cheio de livros. As obras de guerra conta a Santa Sé, assinadas por Guerra Junqueiro, ainda em vida. Os livros de Flammarion e de Alan Kardec, mas não os psicografados, misturados com volumes de propaganda anticlerical. Na parede, dependurado, um velho pandeiro.

Ah! O repórter se traiu de certa forma. Progaganda anti-clerical... E quanto aos remédios, receitar água ou farinha de trigo para alguém não dá cadeia nem processo por execício ilegal da medicina. Já receitar um opiácio...

Aurelio Moraes escreveu: Saímos para a rua, hoje, sábado movimentado. O povo de Pedro Leopoldo passeia diante da Igreja que domina de forma esquisita a casa do humilde psicógrafo que Clementino de Alencar, certo dia, foi roubar de sua vida serena há dez anos. Hoje, Pedro Leopoldo é a Jerusalém do credo de Kardec. Já tem hotel e telefone. O povo de lá, por estranho que possa parecer a quem não conhece pessoalmente o nosso amigo Chico, revela invariável amizade. Será orgulho pela celebridade que êle deu ao município? Sim, porque antes de Chico, Pedro Leopoldo nem existia nos mapas de Minas Gerais.

Ah! Então o Chico foi realmente uma bênção para o local. Trouxe hotel e telefone e, de quebra, colocou a cidade no mapa de Minas. Coisa que nenhum clérigo católico, nem nenhum santo, nem a revista O Cruzeiro fez...

Aurelio Moraes escreveu: Gostam dêle, de seus modos, de sua cara asiática, onde um dos olhos empalideceu sùbitamente, como um farol apagado em pleno caminho da luz. A cidade tem uns treze mil habitantes, contadas as aldeias próximas, mas, espíritas, uns quatro ou cinco. Todos apreciam Chico, gregos e troianos. Gostam, mas preferem não rezar o seu catecismo. Êle não se importa. Não procura convencer ninguém à fôrça de seu estranho e discutido poder. Quando a carta precatória, intimando-o a depor, chegou a Pedro Leopoldo, Chico leu devagarinho e abanou a cabeça. - "Eu não posso mandar uma intimação judicial às almas!" E não deu mais importância ao caso.

É o que acontece quando um credo não se tem uma garantia de salvação exclusiva. Faltou o repórter falar do conteúdo da carta precatória... Sobre o que o Chico tinha de depor? Como esses repórteres perdem excelentes oportunidades!

Aurelio Moraes escreveu: Até à volta, sereno Chico. De tôdas as pavorosas complicações, você é o menos culpado. Parece uma caixa de fósforo num mar bravio. Uma velha beata de Pedro Leopoldo me disse que isto é castigo: - "Castigo, sim, nhô moço... Antão, êle telefona pro inferno e manda chamar os espíritos e depois num quer se aborrecer?"

Já o trombonista de Pedro Leopoldo deve pensar diferente: - "Por que será que o Chico só sabe receber mensagens escritas? Por que não recebe músicas de Beethoven, de Chopin, de Carlos Gomes?"

Êle, o moço amável de Pedro Leopoldo, não dá maior atenção aos comentários e vai levando como pode a sua vida. É pena, entretanto, que êle não tenha as qualidades artísticas que vão além do terreno literário. Se fôsse assim, Pedro Leopoldo teria, senhores, não apenas o psicógrafo Chico, mas também o músico Chico, o pintor Chico, o profeta Chico. Isto mesmo: o profeta Chico.
http://www.memoriaviva.digi.com.br/ocru ... /chico.htm

Bem, uns tem dez talentos, outros tem um só... mas mesmo assim fazem com que o único talento renda mais do que o dez.

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Aurelio Moraes
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Re.: A verdade sobre Chico Xavier

Mensagem por Aurelio Moraes »

Cara, você quis refutar uma reportagem de 62 anos atrás?

Acho que não precisava, mas tudo bem.Quando eu disse que achei interessante, é que eu achei a narrativa curiosa. Como estudo jornalismo, para mim é interessante ver uma grande reportagem antiga como esta.

E o jeito que você quotou parece que fui eu quem escrevi a reportagem.
Seria melhor tirar o meu nome e colocar "Revista o Cruzeiro".

Trancado