Jovem vai à Justiça para tratar câncer com dieta

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Aurelio Moraes
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Jovem vai à Justiça para tratar câncer com dieta

Mensagem por Aurelio Moraes »

O velho perigo da pseudociência...

Três meses de quimioterapia no ano passado fizeram Abraham Cherrix, um morador da cidade de Chincoteague, estado da Virgínia, nos Estados Unidos, tão enjoado e fraco que o adolescente alto e magro teve de ser carregado pelo pai porque não conseguia andar. Então, quando ele soube em fevereiro que o câncer estava se manifestando novamente, recusou-se a outra rodada de drogas, bem como radiação.

"Acredito que iria me matar desta vez", disse Abraham, que, ao invés do tratamento tradicional, adotou uma dieta livre de açúcar, orgânica, a base de ervas e visita uma clínica no México para tratar sua doença de Hodgkin's, um tipo de câncer nos nódulos linfáticos.

Nesta segunda, Abraham e sua família estarão numa corte juvenil na audição de fechamento para determinar se o rapaz de 16 anos pode decidir sobre seu tratamento médico e se ele pode continuar a viver com seus pais e mais quatro parentes em Chincoteague, uma ilha na costa leste da Virgínia. Uma assistente social consultou um juiz para requisitar que Abraham continue o tratamento convencional e, em maio deste ano, o juiz decidiu temporariamente, considerando que Jay e Rose Cherrix foram negligentes ao encorajar seu filho a procurar terapias alternativas.

O juíz Jesse E. Demps também ordenou que eles compartilhassem a custódia de Abraham com o Departamento de Serviço Social do Estado de Acomack; eles podem perder totalmente a custódia do garoto. "É assustador que eles possam chegar e fazer isso com as pessoas", disse Jay Cherrix, que tem um escritório de negócios ao lado da casa da família. "É duro o suficiente lidar com um filho doente e então ter de lidar com isso (a ação judicial) como se fossemos criminosos...", disse Cherrix.

O advogado de Abraham, Barry Talylor, disse que o caso abre um precedente que permite a intervenção de assistentes sociais em quaisquer situações que eles discordem das decisões da família sobre tratamentos médicos.

Mary E. Parker, diretor do Departamento de Serviço Social, disse que não poderia discutir o caso de Abraham por causa das leis de privacidade. Em um caso similar, os pais de um garoto de 13 anos que sofria da mesma doença ganhou o direito, em dezembro, de tomar todas as decisões em relação ao seu tratamento médico depois de uma briga judicial em Corpus Christi, estado do Texas. Enquanto os médicos recomendavam quimioterapia e radioterapia, o pai do garoto decidiu por vitamina C intravenosa.

A doença de Hodgkins é considerada tratável por meio de métodos convencionais e tem uma taxa de sobrevivência de cinco anos em ao menos 80% dos casos, de acordo com a Rede de Informações sobre Linfoma.

Abraham foi diagnosticado no último verão (hemisfério norte) depois de encontrar um nódulo no pescoço que se descobriu ser um nódulo linfático cheio de células cancerosas. Testes revelaram também que havia um tumor em sua traquéia. Ele passou por diversas sessões de quimioterapia.

Em dezembro, Abraham soube que não havia mais células cancerosas ativas. Duas semanas depois, os médicos encontraram novas células cancerosas e iriam retomar o tratamento, disseram os pais do garoto.

"Eles queriam me levar até o limiar da morte, depois me trazer de volta e tentar me curar com células-tronco", disse Abraham, que estuda em casa e tem um irmão autista e uma irmã que precisa de cirurgia nas costas.

Abraham e sua família pesquisaram sobre medicina alternativa e ouviram falar do tratamento Hoxsey a base de suplementos de ervas líquidos e uma dieta de frutas e vegetais. O tratamento estava disponível nos Estados Unidos, mas seus representantes mudaram a clínica do Texas para o México em meados dos anos 60 depois de repetidos conflitos com autoridades federais.

Rose Cherrix disse que apóia a decisão do filho de seguir esse plano, por que ele é maduro e consciente. Cherrix administra ervas a seu filho quatro vezes ao dia, cuidadosamente decantando um elixir a base de ervas. Pai e filho também rezam juntos antes que o garoto beba o remédio.

Jay Cherrix disse não estar preocupado que Abraham use tal método e continuará lutando pelo direito do filho de fazê-lo, mesmo que os custos legais e médicos já tenham deixado a família com um débito de U$ 100 mil.

http://noticias.terra.com.br/ciencia/in ... 38,00.html

Trancado