Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.
Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.
EUA abrem maior mostra sobre Darwin
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Nova York
Ao abrir a mostra "Darwin" no último sábado, semana passada em Nova York, o Museu Americano de História Natural lançou uma espécie de contra-ataque às recentes tentativas de estabelecer o criacionismo ou o design inteligente no currículo científico das escolas públicas do país. Numa celebração da vida e obra do naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882), a exibição tem uma mensagem clara: evolução é fato científico provado, o resto é apenas controvérsia religiosa.
Num momento de força política do conservadorismo cristão, ganhou impulso o chamado design inteligente, conceito não-validado cientificamente de que os organismos vivos são sistemas tão complexos que só podem ter sido criados por uma inteligência superior --sem menção a Deus.
A comunidade científica considera isso uma nova versão do criacionismo bíblico que, portanto, não pode por lei ter lugar nas escolas públicas. Porém, o Estado do Kansas aprovou o design inteligente no currículo de biologia no início do mês, postura mais avançada entre quatro Estados cujas diretrizes de ensino já fazem ressalvas a Darwin (Ohio, Pensilvânia, Minnesota e Novo México).
"O nosso papel é enaltecer o conhecimento científico neste momento de confusão. Somos um guia de confiança para a população", disse à Folha Ellen Futter, presidente do museu.
Analfabetismo científico
A mostra é patrocinada por museus científicos de Boston, Chicago, Toronto e Londres e acompanhada de seminários, manuais educativos e até o lançamento de uma biblioteca virtual.
O curador do museu, Niles Eldredge, um dos mais proeminentes darwinistas do mundo, aproveitou para lançar seu livro sobre o fracasso do criacionismo e criticar o "analfabetismo científico" no ensino do país.
"Os EUA são um mosaico social e religioso. Muitas pessoas ainda interpretam a Bíblia literalmente", disse Eldredge, tocando de leve no nervo exposto da questão.
Segundo levantamento do Pew Research Center de Washington, 64% dos americanos querem que evolução e criacionismo sejam ensinados lado a lado nas escolas. E 42% acreditam estritamente que "os organismos existem em sua presente forma desde o início do tempo" --uma rejeição à teoria das mudanças biológicas geradas pela seleção natural.
Lobby poderoso
Para os organizadores, isso representa uma ameaça ao progresso e à segurança dos Estados Unidos, citando a importância da obra de Darwin na luta contra o bioterrorismo e no controle da gripe aviária (já que o vírus sofre mudanças guiadas pela seleção natural), entre outros.
O design inteligente conta hoje nos EUA com um forte lobby político, capitaneado pelo Discovery Institute e com cada vez mais influência nos conselhos estaduais de educação. O processo movido por 11 pais contra o conselho da Pensilvânia em 2004 contra o ensino desse tópico é hoje o front de uma verdadeira guerra cultural.
Do outro lado, além da comunidade acadêmica, estão pesos-pesados como a American Civil Liberties Union, que buscam impedir a violação da Constituição com o ensino público de religião.
Um dos porta-vozes do design inteligente é Michael Behe, bioquímico da Universidade da Pensilvânia e autor do livro "A Caixa-Preta de Darwin". Testemunha da defesa no processo de Dover, Behe diz que a seleção natural não explica a existência do DNA ou processos complexos como a coagulação sangüínea.
Gênese de uma ciência
A exposição se concentra na gênese da teoria, na riqueza da produção científica de Darwin e no exotismo de suas viagens pelo mundo, que forneceram a centelha para a elaboração de "A Origem das Espécies" (1859).
Seu próprio tormento moral, físico e familiar --na juventude, Darwin era religioso-- é apenas mencionado na exibição, que resgatou manuscritos, cadernos e cartas pessoais do cientista.
Quem esperava ver o design inteligente abertamente refutado se decepcionou. Depois de viajar por aquários com tartarugas, sapos e iguanas vivas e até uma reprodução do escritório de Darwin em Londres, a mostra termina com uma linha do tempo mostrando como a controvérsia pipocou nos últimos 200 anos.
Em seguida, um vídeo com testemunhos de cientistas: "Sem a evolução para montar o quebra-cabeça, a ciência seria pouco mais que uma coleção de selos".
O design inteligente, na mostra, é só mais uma crença que Darwin teve de enfrentar em seu próprio tempo. O conceito foi consolidado pelo teólogo William Paley em 1802. "Assim como o funcionamento de um relógio é evidência do design proposital de um relojoeiro, organismos complexos são evidência do design de um criador inteligente", afirmou Paley.
"Darwin sabia o que era o design inteligente. O debate de hoje é uma simples continuação", resumiu Eldredge, sem polemizar.
Aos criacionistas, esperamos vocês abrirem uma mostra com as provas de sua teoria.
Enquanto isso não acontece, chorem.
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Nova York
Ao abrir a mostra "Darwin" no último sábado, semana passada em Nova York, o Museu Americano de História Natural lançou uma espécie de contra-ataque às recentes tentativas de estabelecer o criacionismo ou o design inteligente no currículo científico das escolas públicas do país. Numa celebração da vida e obra do naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882), a exibição tem uma mensagem clara: evolução é fato científico provado, o resto é apenas controvérsia religiosa.
Num momento de força política do conservadorismo cristão, ganhou impulso o chamado design inteligente, conceito não-validado cientificamente de que os organismos vivos são sistemas tão complexos que só podem ter sido criados por uma inteligência superior --sem menção a Deus.
A comunidade científica considera isso uma nova versão do criacionismo bíblico que, portanto, não pode por lei ter lugar nas escolas públicas. Porém, o Estado do Kansas aprovou o design inteligente no currículo de biologia no início do mês, postura mais avançada entre quatro Estados cujas diretrizes de ensino já fazem ressalvas a Darwin (Ohio, Pensilvânia, Minnesota e Novo México).
"O nosso papel é enaltecer o conhecimento científico neste momento de confusão. Somos um guia de confiança para a população", disse à Folha Ellen Futter, presidente do museu.
Analfabetismo científico
A mostra é patrocinada por museus científicos de Boston, Chicago, Toronto e Londres e acompanhada de seminários, manuais educativos e até o lançamento de uma biblioteca virtual.
O curador do museu, Niles Eldredge, um dos mais proeminentes darwinistas do mundo, aproveitou para lançar seu livro sobre o fracasso do criacionismo e criticar o "analfabetismo científico" no ensino do país.
"Os EUA são um mosaico social e religioso. Muitas pessoas ainda interpretam a Bíblia literalmente", disse Eldredge, tocando de leve no nervo exposto da questão.
Segundo levantamento do Pew Research Center de Washington, 64% dos americanos querem que evolução e criacionismo sejam ensinados lado a lado nas escolas. E 42% acreditam estritamente que "os organismos existem em sua presente forma desde o início do tempo" --uma rejeição à teoria das mudanças biológicas geradas pela seleção natural.
Lobby poderoso
Para os organizadores, isso representa uma ameaça ao progresso e à segurança dos Estados Unidos, citando a importância da obra de Darwin na luta contra o bioterrorismo e no controle da gripe aviária (já que o vírus sofre mudanças guiadas pela seleção natural), entre outros.
O design inteligente conta hoje nos EUA com um forte lobby político, capitaneado pelo Discovery Institute e com cada vez mais influência nos conselhos estaduais de educação. O processo movido por 11 pais contra o conselho da Pensilvânia em 2004 contra o ensino desse tópico é hoje o front de uma verdadeira guerra cultural.
Do outro lado, além da comunidade acadêmica, estão pesos-pesados como a American Civil Liberties Union, que buscam impedir a violação da Constituição com o ensino público de religião.
Um dos porta-vozes do design inteligente é Michael Behe, bioquímico da Universidade da Pensilvânia e autor do livro "A Caixa-Preta de Darwin". Testemunha da defesa no processo de Dover, Behe diz que a seleção natural não explica a existência do DNA ou processos complexos como a coagulação sangüínea.
Gênese de uma ciência
A exposição se concentra na gênese da teoria, na riqueza da produção científica de Darwin e no exotismo de suas viagens pelo mundo, que forneceram a centelha para a elaboração de "A Origem das Espécies" (1859).
Seu próprio tormento moral, físico e familiar --na juventude, Darwin era religioso-- é apenas mencionado na exibição, que resgatou manuscritos, cadernos e cartas pessoais do cientista.
Quem esperava ver o design inteligente abertamente refutado se decepcionou. Depois de viajar por aquários com tartarugas, sapos e iguanas vivas e até uma reprodução do escritório de Darwin em Londres, a mostra termina com uma linha do tempo mostrando como a controvérsia pipocou nos últimos 200 anos.
Em seguida, um vídeo com testemunhos de cientistas: "Sem a evolução para montar o quebra-cabeça, a ciência seria pouco mais que uma coleção de selos".
O design inteligente, na mostra, é só mais uma crença que Darwin teve de enfrentar em seu próprio tempo. O conceito foi consolidado pelo teólogo William Paley em 1802. "Assim como o funcionamento de um relógio é evidência do design proposital de um relojoeiro, organismos complexos são evidência do design de um criador inteligente", afirmou Paley.
"Darwin sabia o que era o design inteligente. O debate de hoje é uma simples continuação", resumiu Eldredge, sem polemizar.
Aos criacionistas, esperamos vocês abrirem uma mostra com as provas de sua teoria.
Enquanto isso não acontece, chorem.
- Aurelio Moraes
- Mensagens: 19637
- Registrado em: 23 Out 2005, 18:26
- Localização: São José dos Campos, S.P
- Contato:
Re.: Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.
Perseus,
infelizmente os malditos criacionistas estão montando um museu sobre criacionismo nos EUA.E é óbvio, sem provas. Apenas proselitismo:
http://www.answersingenesis.org/museum/walkthrough/
"Adam naming animals" scene: 10 February 2005
isso é uma piada.
Felizmente existem bons museus de história natural nos EUA, como próprio American Museum of Natural History:
http://www.amnh.org/
Estive nesse museu em 1993.É espetacular.
infelizmente os malditos criacionistas estão montando um museu sobre criacionismo nos EUA.E é óbvio, sem provas. Apenas proselitismo:

http://www.answersingenesis.org/museum/walkthrough/

"Adam naming animals" scene: 10 February 2005
isso é uma piada.
Felizmente existem bons museus de história natural nos EUA, como próprio American Museum of Natural History:
http://www.amnh.org/
Estive nesse museu em 1993.É espetacular.
Re.: Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.
A diferença é que tudo o que eles fazem, é pura ficção.
Ja o que é mostrado pela mostra de Darwin... é nada mais nada menos do que a própria natureza.
Ja o que é mostrado pela mostra de Darwin... é nada mais nada menos do que a própria natureza.
"Uau! O Brasil é grande"
Reação de Bush, quando Lula mostrou um mapa do Brasil. Essa frase foi finalista em 2006 do site StupidityAwards.com, na categoria "Afirmação mais estúpida de Bush".
Reação de Bush, quando Lula mostrou um mapa do Brasil. Essa frase foi finalista em 2006 do site StupidityAwards.com, na categoria "Afirmação mais estúpida de Bush".
- Aurelio Moraes
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- Registrado em: 23 Out 2005, 18:26
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- Contato:
Re.: Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.
¿No tempo do Éden os animais eram todos albinos?
Sem tempo nem paciência para isso.
Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:
www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.
Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution
Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções
Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:
www.talkorigins.org
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Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções
Re: Re.: Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.
o anátema escreveu:¿No tempo do Éden os animais eram todos albinos?
Você não sabia? Na versão antiga, deus 1.0, primeiro se criavam as formas; depois, as cores!!
Fayman
autor de:
OS GUARDIÕES DO TEMPO
RELÂMPAGOS DE SANGUE
ANJO - A FACE DO MAL
AMOR VAMPIRO
(Coletânea 7 autores)
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OS GUARDIÕES DO TEMPO
RELÂMPAGOS DE SANGUE
ANJO - A FACE DO MAL
AMOR VAMPIRO
(Coletânea 7 autores)
Re.: Vamos nos (re)despedir do Criacionismo.
pensei que talvez tivesse algo a ver com as leis da ótica pré-diluviana, onde ainda não haviam arcos-íris
Sem tempo nem paciência para isso.
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