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Hizbollah ataca com 230 foguetes; Israel captura 5 membros do grupo
da Folha Online

O número de foguetes do Hizbollah lançados contra Israel atingiu uma marca recorde de 230 mísseis nesta quarta-feira, matando ao menos um civil, enquanto forças israelenses anunciaram ter capturado cinco supostos membros do grupo terrorista em Baalbeck (leste), a 100 km da fronteira.

À medida que o conflito começa a entrar em sua quarta semana, o Hizbollah intensificou seus ataques contra o norte de Israel, lançando 230 foguetes nesta quarta-feira, segundo o Exército israelense.

Um dos mísseis caiu perto da cidade palestina de Jenin, deixando uma cratera de dois metros em uma área rural da Cisjordânia. O ataque não deixou feridos, mas palestinos afirmaram que o erro de alvo não influenciaria no apoio ao Hizbollah.

Os artefatos explosivos também caíram perto da cidade israelense de Beit Shean, cerca de 70 km da fronteira libanesa, o lançamento de maior alcance já registrado contra Israel. A televisão do Hizbollah, a Al Manar, noticiou que o grupo utilizou mísseis do tipo Khaibar-1, de maior alcance, que Israel afirmou terem sido enviados pelo Irã. Na semana passada, um foguete Khaibar atingiu a cidade de Afula.

O Exército israelense disse que mais de 230 foguetes atingiram Israel até a noite desta quarta-feira (hora local). O maior saldo de ataques com mísseis do Hizbollah até agora era de 157, lançados no domingo (30), antes da trégua de dois dias.

Um dos artefatos do grupo terrorista matou um israelense de origem norte-americana de 52 anos no kibutz de Saar, uma fazenda comunitária perto do resort de Nahariya. Os ataques desta quarta-feira deixaram ao menos 58 pessoas feridas.

Dos mais de 200 foguetes, cerca de 40 caíram em cidades israelenses e locais residenciais, como Safed, Maalot, Tiberíades, Carmiel, São João de Acre, Kiriat Shmona, Nahariya e Rosh Pina.

O acirramento das ações de ambos os lados sinaliza o aumento do número de mortos, que já chega a 600 no Líbano [entre eles 26 soldados, 43 membros do Hizbollah e mais de 500 civis] e 55 em Israel [36 soldados e 19 civis]. A atual onda de violência teve início com o seqüestro de dois soldados israelenses levado a cabo no último dia 12 pelo Hizbollah. A ação deixou ainda oitos soldados israelenses e dois membros do Hizbollah mortos.

Terroristas capturados

Um comando do Exército israelense transportado por helicóptero capturou cinco supostos integrantes do Hizbollah num ataque a Baalbeck, no Líbano, nesta quarta-feira, segundo as forças israelenses.

Com a cobertura de um intenso bombardeio aéreo, a unidade aterrissou perto de Baalbeck, onde foram travados intensos combates com os membros do Hizbollah.

Segundo o chefe do Estado-Maior de Israel, Dan Halutz, o comando israelense seqüestrou cinco membros do Hizbollah e matou ou feriu outros dez em Baalbeck.

"Executamos esta operação para demonstrar que podemos atacar em qualquer parte do Líbano", acrescentou Halutz, desmentindo informações de que o objetivo da operação seria capturar um líder do grupo. Outra fonte militar informou que os israelenses não sofreram baixas em suas fileiras.

O movimento xiita desmentiu o seqüestro de seus membros, qualificando a operação como um "fiasco".

No entanto, a polícia libanesa informou que cinco civis foram seqüestrados e 16 morreram, entre eles sete crianças, durante a ação realizada após uma trégua parcial de 48 horas nos ataques aéreos.

A escalada --que inclui violentos combates no sul do Líbano-- ocorre num momento em que a comunidade internacional parece avançar lentamente em direção a uma solução para o conflito que, segundo o ministro israelense da Justiça, Haim Ramon, deverá se estender até "o fim da próxima semana", ou seja, por volta do dia 12 de agosto.

A região de Sidon também foi alvo de ataques. Um militar libanês morreu, dois ficaram gravemente feridos, segundo o último balanço do Exército.

Depois do ataque a Baalbeck, a operação mais profunda em território libanês desde o início da ofensiva no dia 12 de julho, Haloutz indicou que o Exército planejava "novos ataques aéreos com esta dimensão no Líbano, sobretudo na região de Beirute".

Uma fonte do movimento xiita informou que o comando israelense, formado por quase 20 homens, foi retirado da área de operação graças a uma intensa cobertura aérea da aviação israelense, que bombardeou vários povoados da região.

No sul do Líbano, a aviação israelense realizou ataques contra o Hizbollah nos setores de Shebaa e Kfrachuba, que dominam o chamado Dedo da Galiléia (norte de Israel). O objetivo era apoiar a infantaria, que enfrentava os combatentes do grupo terrorista.

Na tarde desta quarta-feira, a aviação israelense realizou operações na região de Tiro. Sete civis morreram no início da noite, durante uma operação aérea, naval e terrestre nesta região, segundo a polícia.

Mais de cem obuses caíram nas colinas de Kfarchuba e nas regiões de Kfar Kila, Hura e Deir Mimes. A aviação israelense voltou a bombardear o vilarejo de Bint Jbeil.

O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, declarou às emissoras de televisão britânica que Israel prosseguirá com a ofensiva no Líbano até que uma força internacional seja enviada ao sul do território libanês.

Questionado sobre se os combates contra o Hizbollah continuariam até a mobilização de uma força das Nações Unidas, o premiê israelense respondeu de maneira afirmativa.

"Se uma força internacional forte e efetiva for mobilizada no sul do Líbano, então poderemos cessar os combates", declarou Olmert às redes BBC e Sky News.

"Estamos tentando empurrar mais e mais o Hizbollah para longe de onde estava e abrir [o caminho] para a mobilização de uma força internacional", declarou o primeiro-ministro de Israel.

A duração da campanha "depende da natureza da resolução da ONU", disse ele. "Se, como esperamos, a força internacional for composta por unidades de combate, estaremos prontos para cessar-fogo quando esta força estiver no sul do Líbano", declarou Olmert.

A ofensiva israelense no Líbano prosseguirá até o final da próxima semana, afirmou nesta quarta-feira o ministro da Justiça de Israel, Haim Ramon.

[King In Crimson]

Se for seguir essa proporção de cem civis pra cada membro do Hizbollah, basta matar umas duas ou três vezes a população do Líbano para que essa nação seja libertada do controle cruel de tal organização terrorista.