Mais sábios que Deus

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Liquid Snake
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Mais sábios que Deus

Mensagem por Liquid Snake »

por Olavo de Carvalho em 29 de novembro de 2005

Resumo: No Brasil, a soberba dos revolucionários, alimentada pela covardia geral e pela cumplicidade de muitos Cardosos, ainda vai levar muito tempo para se chocar de encontro aos limites da realidade.

© 2005 MidiaSemMascara.org

Ao chegar à América em 1623, o governador William Bradford encontrou a colônia de Plymouth numa situação desesperadora: magros, doentes, em farrapos, sem atividade econômica organizada, os peregrinos estavam à beira da extinção. Muitos, depois de vender aos índios todas as suas roupas e demais bens pessoais, tinham lhes vendido sua liberdade: eram escravos, vivendo de cortar lenha e carregar água em troca de uma tigela de milho e um abrigo contra o frio.

Interrogando os líderes da comunidade em busca da causa de tão deplorável estado de coisas, Bradford descobriu que a origem dos males tinha um nome bem característico. Chamava-se "socialismo".

ANARQUIA - Os habitantes de Plymouth, revolucionários puritanos exilados, trouxeram para a América as idéias sociais esplêndidas que os haviam tornado insuportáveis na Inglaterra, e tentaram construir seu paraíso coletivista no Novo Mundo. As terras eram propriedade comunitária, a divisão do trabalho era decidida em assembléia e a colheita se dividia igualitariamente entre todas as bocas. O sistema havia resultado em confusão geral, a lavoura não produzia o suficiente e aos poucos a miséria havia se transformado naturalmente em anarquia e ódio de todos contra todos. A um passo do extermínio, a comunidade aceitou então a sugestão de mudar de rumo, voltando ao execrável sistema de propriedade privada da terra. "Isso teve muito bons resultados", relata Bradford. "Muito mais milho foi plantado e até as mulheres iam voluntariamente trabalhar no campo, levando suas crianças para ajudar." O surto de prosperidade que se seguiu é bem conhecido historicamente: ele permitiu que os colonos fincassem raízes na América e começassem a construir o país mais rico do mundo.

Homem de fé, Bradford não atribuiu a salvação da colônia aos méritos dela ou dele próprio, mas à mão da providência divina. O sucesso do sistema capitalista, escreveu ele, "bem mostra a vaidade daquela presunção de que tomar as propriedades pode tornar os homens mais felizes e prósperos, como se fossem mais sábios que Deus".

Encontrei essa história na coluna de Mike Franc no semanário Human Events. Para mim, ela era novidade completa, mas depois descobri que por aqui até os meninos de escola a conhecem. O documento clássico a respeito é o livro do próprio Bradford, Of Plymouth Plantation, 1620—1647 . Uma edição confiável é a de Samuel Eliot Morison (New York, Modern Library, 1967).

BRADFORD - A experiência socialista em dose mínima teve no corpo da América o efeito de uma imunização homeopática. A arraigada ojeriza do povo americano às experiências coletivistas dura até os dias de hoje, malgrado as tentativas cíclicas de reintroduzi-las subrepticiamente por meio de manobras burocráticas que escapam ao controle do eleitorado, as quais terminam sempre no fracasso geral e no subseqüente retorno à constatação de Bradford: "Deus, na sua sabedoria, viu um outro rumo melhor para os homens."

Há muita gente que, não gostando do socialismo, se curva de bom grado à sua pretensa necessidade histórica, sob a alegação de que o povo "precisa passar por isso" para aprender com a experiência. Uma das poucas coisas de que me gabo é nunca ter apelado a essa desculpa idiota para justificar meus erros. Adotei como divisa a máxima atribuída pelo povo gaiato ao ex-presidente Jânio Quadros -- "Fi-lo porque qui-lo" -- e, sem nada conceder ao fatalismo retroativo, considero-me o único autor de minhas próprias cacas (afinal, a gente tem de se orgulhar de alguma coisa na vida).

O problema com a experiência é a dose: a quantidade de veneno de cobra numa vacina não é a mesma da mordida real. O que educa não é propriamente a experiência, mas a rememoração meditativa depois dela. A condição para isso é que você saia da experiência vivo e não muito danificado. Uma coisa é a miniatura de socialismo numa colônia de peregrinos. Outra são décadas de ditadura socialista em extensões territoriais continentais como a da Rússia e a da China. O Brasil ainda não chegou a esse ponto, mas já passou muito além do limite em que a experiência pode ensinar alguma coisa em vez de lesar o aprendiz para sempre. O vício estatista e coletivista é muito antigo e pertinaz, a intromissão do Estado na economia é muito vasta e profunda para que se possa simplesmente parar tudo de uma hora para a outra e meditar sobre o fracasso da experiência. Nem se pode designar com esse nome o que já se tornou um estilo de vida, uma cosmovisão, uma religião, um imperativo categórico investido de fatalidade quase cósmica: um empresário brasileiro sem subsídio estatal se sente tão desamparado quanto um inglês sem guarda-chuva, um russo sem vodca ou um italiano sem mãe. Inversa e complementarmente, não chegou a ser uma experiência a tentação de capitalismo liberal do brevíssimo governo Collor, punida exemplarmente pelo superego estatista sob o pretexto de crimes jamais provados e abortada na gestão subseqüente pelo escândalo das pseudo-liberalizações monopolistas, que um presidente socialista, patrono da revolução no campo e membro de carteirinha da Internacional temporariamente disfarçado em adepto da liberdade econômica, forçou para dar a seus correligionários o pretexto que queriam para voltar correndo aos braços do Estado-babá.

A imersão do Brasil na poção miraculosa do estatismo já durou tempo demais para que um mergulho ainda mais profundo e duradouro possa valer como experiência didática, exceto no sentido em que é didático trancar-se numa jaula com um tigre faminto para averiguar se come gente.

Mas até essa advertência é tardia: já demos esse mergulho, já estamos dentro da jaula. O tigre já está lambendo os beiços. Os que quiserem esperar para só tirar conclusões quando ele começar a palitar os dentes não terão tempo para isso, pois estarão espetados no palito, reduzidos à condição de fiapos de si mesmos.

Não há covardia mais torpe que a covardia da inteligência, a burrice voluntária, a recusa de juntar os pontos e enxergar o sentido geral dos fatos. Toda a chamada "oposição" nacional é culpada desse pecado que terminará por matá-la. Não faltam aí políticos e intelectuais que protestem contra afrontas isoladas, mas não há um só que consinta em apreender a unidade estratégica por trás delas, clara e manifesta, no entanto, para quem tenha algum estudo, por modesto que seja, da técnica das revoluções sociais.

Muitos são os que se sentem insultados pela proposta indecente de cursos especiais para o MST em universidades públicas, com concessão de diploma superior e dispensa de exame escrito, tendo em vista o direito dos doutores ao analfabetismo, já consagrado como um mérito na pessoa do sr. presidente da República e em parte na do próprio ministro da Cultura (seja isto lá o que for). Mais ainda são os que se revoltam contra a obstinada impossibilidade de punir qualquer mandatário petista, mesmo com provas cabais de crimes incomparavelmente superiores ao de um juiz Lalau, de um Maluf e de um P. C. Farias, todos somados.

MÁFIA - O que não percebem é que, em ambos os casos, se trata da aplicação de um mesmo princípio básico da estratégia revolucionária, que é a progressiva substituição do sistema de legitimidades vigente por um novo sistema fundado na solidariedade partidária mafiosa. Não se trata nem de sugar vantagens ocasionais para o MST, nem de proteger improvisadamente um criminoso vermelho de colarinho branco. Estas são apenas oportunidades para a aplicação do princípio. Ao postular abertamente vantagens ilícitas para seus protegidos ou festejar descaradamente a impunidade do corrupto-mor, o esquema esquerdista dominante está enviando à nação uma mesma mensagem, que os analistas de plantão podem não perceber, mas que cala fundo no subconsciente do povo e impõe, com a força do fato consumado, o império da nova lei. Traduzida em palavras, a mensagem diz: "A velha ordem constitucional acabou. O Partido-Príncipe está acima de todas as leis. Ele é a fonte única de todos os direitos e obrigações."

SOVIETES - Em todas as revoluções socialistas, essa mudança do eixo da autoridade é ao mesmo tempo o mecanismo básico e o objetivo essencial. Na Rússia, anos de boicote à administração oficial e de parasitagem das suas prerrogativas pelos sovietes antecederam a proclamação explícita de Lênin ao voltar do exílio: "Todo o poder aos sovietes". Há décadas o MST, que tem uma estrutura e composição interna absolutamente idênticas às dos sovietes – não constituindo uma organização agrícola, mas um todo político-militar complexo, com especialistas em todas as áreas, do marketing à técnica de guerrilhas – já vem habituando a opinião pública a aceitar passivamente a sua cínica usurpação de direitos auto-legados, passando por cima da lei. Desde o instante em que o governo do sr. Fernando Henrique Cardoso – cúmplice consciente de um processo que ele conhece mais do que ninguém – aceitou alimentar com uma pletora de verbas públicas uma entidade legalmente inexistente, estava instaurado o direito à ilegalidade em nome da superior legalidade revolucionária. Destruindo voluntariamente a ordem estabelecida, o sr. Cardoso teria sido objeto de impeachment se sua pantomima de "neoliberal" não tivesse entorpecido as lideranças políticas e empresariais hipoteticamente direitistas, tornando-as insensíveis ao desmantelamento da ordem, porque era preferível que viesse "de um de nós" em vez do espantalho petista. Cardoso elegeu-se com o simples endosso da frase "Esqueçam o que eu escrevi". Poucos meses depois, seu conluio com o MST trouxe a prova de que ele próprio não se esquecera de nada.

Com a ajuda de uma popularíssima novela da Globo, as invasões de terras foram então legitimadas: a entidade sem registro recebia o registro daquilo que roubava. Muito mais importante do que a posse das terras era, para o MST, essa imposição da sua vontade como força superior às leis. Era, já, a transferência tácita do poder aos sovietes.

As terras podiam não servir de grande coisa, excluída a sua posição estratégica ao longo das estradas, nem sempre boa para o plantio, mas apta a paralisar o país numa futura e talvez até desnecessária hipótese insurrecional. Usá-las para plantar jamais entrou em consideração exceto no mínimo suficiente para jogar areia nos olhos da opinião pública. A prova é que, transformado pelo roubo oficializado no maior proprietário de terras que já houve neste país, o MST não produz sequer o necessário ao sustento dos seus membros, que se nutrem de alimento muito mais substancioso: verbas públicas, direitos usurpados, ocupação do espaço aberto pela legalidade acovardada que recua.

Quanto à impunidade do sr. José Dirceu, é extensão lógica da transformação do STF em assessoria jurídica do Partido-Príncipe. Não é um improviso espertalhão: é um capítulo previsível da história da imposição do poder revolucionário pelos meios esquivos e anestésicos concebidos por Antonio Gramsci mais de sete décadas atrás. Desde 1993 venho tentando chamar a atenção do empresariado, das Forças Armadas dos intelectuais não comprometidos com o poder esquerdista para a obviedade da aplicação do esquema gramsciano não só pelo PT, mas pelo conjunto dos partidos esquerdistas aglomerados no Foro de São Paulo. Passo por passo, etapa por etapa, anunciei antecipadamente cada novo lance da implementação da estratégia. Em vão. Excetuando cinco ou seis homens sensatos que compartilharam imediatamente das minhas preocupações, mas cujo número e poder eram inversamente proporcionais ao mérito da sua coragem intelectual, a resposta que recebi foi sempre a mesma, vinda das mais variadas fontes. Neste país de gente pomposa e burra, o estudo mais extenso, o conhecimento mais preciso dos fatos, a descrição mais exata do seu encadeamento racional nada valem diante do apelo a um chavão tranqüilizante. Despediam-se do problema por meio do rótulo "teoria da conspiração" -- e iam descansar seus traseiros gordos e suas consciências balofas no leito macio da traição passiva. Não perdôo ninguém: ricaços presunçosos, generais perfumados, senadores de musical pornô. E não me venham com patacoadas pseudo-evangélicas: Jesus ordenou perdoar as ofensas feitas a nós pessoalmente; jamais nos deu procuração para perdoar as ofensas feitas a terceiros, muito menos a uma nação inteira. Por isso lhes digo: vocês todos são culpados da degradação sem fim que este país está sofrendo. Tão culpados quanto qualquer José Dirceu. E nem falo daqueles que, percebendo claramente a debacle, se adaptaram gostosamente a ela, distribuindo medalhas a criminosos, subsídios a vigaristas, afagos a quem só não os mata porque não chegou a hora. Esses não pecaram por omissão: ao contrário, nunca agiram tanto. Alguns já colheram o fruto amargo da bajulação: foram esmagados sob o peso dos sacos que puxavam. Outros não perdem por esperar. Quando a injustiça se eleva ao estatuto de norma geral, ironicamente sobra sempre um pouco de justiça nos detalhes. Mas, cavando um pouco mais fundo no estudo dos fenômenos acima apontados, descobre-se que a imposição cínica de direitos auto-arrogados não é nem mesmo um simples instrumento da estratégia de tomada do poder: é um traço constante e uniforme da mentalidade revolucionária, nascido muito antes de que esse instrumento fosse concebido por Lênin no contexto da via insurrecional e adaptado por Gramsci à estratégia capciosa da revolução anestésica.

ADORAÇÃO - Norman Cohn, em The Pursuit of the Millenium (Oxford University, 1961), assinala uma característica proeminente de certas seitas gnósticas medievais: seus adeptos sentiam-se tão intimamente unidos a Deus que se imaginavam libertos da possibilidade de pecar. "Isto, por sua vez, os liberava de toda restrição. Cada impulso que sentiam era vivenciado como uma ordem divina. Então podiam mentir, roubar ou fornicar sem problemas de consciência."

Enquanto essas seitas se refugiavam em círculos estreitos de iniciados esotéricos, a pretensão de imunidade essencial ao pecado não passou de um delírio de auto-adoração grupal. Na entrada da modernidade, porém, como observou Eric Voegelin em The New Science of Politics (University of Chicago, 1952), essas seitas se exteriorizaram em poderosos movimentos de massas. Foi quando começou a Era das Revoluções. Transposta para a esfera da ação política, a autobeatificação permissiva deu origem à moral revolucionária que isenta o militante de todos os deveres morais para com a sociedade existente, santificando as suas mentiras e seus crimes em nome dos méritos de um estado social futuro que ele se autoriza a exibir desde o presente como salvo-conduto para praticar o mal em nome do bem.

Uma das primeiras manifestações dessa transmutação de uma falsa sabedoria esotérica em movimento revolucionário de massas foi, precisamente, a Revolução Puritana na Inglaterra. Nela já estão presentes todos os elementos da autobeatificação petista – e não só petista, mas esquerdista em geral, com especial destaque para a "teologia da libertação": a absoluta insensibilidade moral aliada à reivindicação de méritos sublimes; a idealização do "pobre" como portador de uma sabedoria excelsa não apesar mas em razão de sua incultura mesma; a vontade férrea de impor seu próprio critério grupal de justiça acima de toda consideração pelos direitos dos outros; o mito da propriedade coletiva; a pseudomística de um Juízo Final terrestrializado e identificado com o tribunal revolucionário.

CARDOSOS - Pois bem, foram esses mesmos puritanos que, fracassado o intento revolucionário na Inglaterra, vieram criar seu simulacro de paraíso no Novo Mundo. A resistência da sociedade, que encontraram na Europa, ainda podia ser explicada como obstinação dos maus que não se rendiam à autoridade dos "Santos". Mas o que os "Santos" encontraram do outro lado do oceano não foi nenhuma discordância humana: foi a resistência implacável da natureza material, a estrutura da realidade -- ou, em linguagem teológica, a vontade de Deus. A ela souberam no entanto conformar-se, diante da segunda derrota, os teimosos puritanos. Trocando seu orgulho pela humildade que lhes ensinava o sábio Bradford, tornaram-se mansos e herdaram a Terra.

No Brasil, a soberba dos revolucionários, alimentada pela covardia geral e pela cumplicidade de muitos Cardosos, ainda vai levar muito tempo para se chocar de encontro aos limites da realidade. Comparadas as proporções entre a experiência dos puritanos e a deles, não é provável que isso aconteça sem uma dose de sofrimento superior àquela da qual pode resultar algum aprendizado.

ImagemOlavo de Carvalho é jornalista, escritor, filósofo e Editor do MÍDIA SEM MÁSCARA.

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"O Brasil me parece ser o único País do mundo onde ser de esquerda ainda dá uma conotação de prestígio." (Roberto Campos, 1993)

"How do you tell a Communist? Well, it's someone who reads Marx and Lenin. And how do you tell an anti-Communist? It's someone who understands Marx and Lenin." - Ronald Reagan

No Brasil, os notáveis o são pela estupidez.

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Aurelio Moraes
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Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Aurelio Moraes »

Prove que deus existe.

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Najma
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Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Najma »

:emoticon28:

Mais O de C...
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Aurelio Moraes
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Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Aurelio Moraes »

O cara acha que o RV é esgoto pra postar estas coisas aqui.
E não, não sou esquerdista.
Não precisa ser esquerdista para odiar este imbecil que já disse que cigarro não causa câncer, que crianças sem cérebro podem viver normalmente, que fenômenos espíritas existem, que criacionismo é verdade e quem não estuda astrologia é um imbecil.
Aliás, alguém aí sabe o número do registro de jornalista do olavo de carvalho?

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Liquid Snake
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Re: Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Liquid Snake »

Mr.Hammond escreveu:O cara acha que o RV é esgoto pra postar estas coisas aqui.
E não, não sou esquerdista.
Não precisa ser esquerdista para odiar este imbecil que já disse que cigarro não causa câncer, que crianças sem cérebro podem viver normalmente, que fenômenos espíritas existem, que criacionismo é verdade e quem não estuda astrologia é um imbecil.



Pra variar, muita histeria, ódio e Ad hominems contra a pessoa de Olavo... E nenhum "piu" sobre o texto.



Mr.Hammond escreveu:Aliás, alguém aí sabe o número do registro de jornalista do olavo de carvalho?


Registrado em 16 de setembro de 1970 a fls. 91 do Livro 25 do Serviço de Registro Profissional do Ministério do Trabalho, sócio número 3786 do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, número 8860 da Federação Nacional dos Jornalistas e número BR7699 na Federação Internacional dos Jornalistas (Bruxelas).

Por que?
Editado pela última vez por Liquid Snake em 29 Nov 2005, 21:08, em um total de 1 vez.
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"O Brasil me parece ser o único País do mundo onde ser de esquerda ainda dá uma conotação de prestígio." (Roberto Campos, 1993)

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Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »

Esse site Midia Sem Máscara tem uns artigos interessantes.
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Mr. Crowley
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Re: Mais sábios que Deus

Mensagem por Mr. Crowley »

Liquid Snake escreveu:Olavo de Carvalho é jornalista, escritor, filósofo


ah! vai te catar!
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Jack Torrance
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Re: Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Jack Torrance »

Mr.Hammond escreveu:.
Não precisa ser esquerdista para odiar este imbecil que já disse que cigarro não causa câncer, que crianças sem cérebro podem viver normalmente, que fenômenos espíritas existem, que criacionismo é verdade e quem não estuda astrologia é um imbecil.


Aurélio, você tem como me mostrar essas afirmações?

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Mr. Crowley
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Re: Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Mr. Crowley »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Esse site Midia Sem Máscara tem uns artigos interessantes.


:emoticon62:
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Najma
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Re: Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Najma »

Mr. Crowley escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:Esse site Midia Sem Máscara tem uns artigos interessantes.


:emoticon62:


:emoticon28:

Medo... MUITO MEDO...
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Schultz
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Re: Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Schultz »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Esse site Midia Sem Máscara tem uns artigos interessantes.

:emoticon27:

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Samael
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Mensagem por Samael »

Há uma pérola no texto bem digna de nota:

"SOVIETES - Em todas as revoluções socialistas, essa mudança do eixo da autoridade é ao mesmo tempo o mecanismo básico e o objetivo essencial. Na Rússia, anos de boicote à administração oficial e de parasitagem das suas prerrogativas pelos sovietes antecederam a proclamação explícita de Lênin ao voltar do exílio: "Todo o poder aos sovietes". Há décadas o MST, que tem uma estrutura e composição interna absolutamente idênticas às dos sovietes – não constituindo uma organização agrícola, mas um todo político-militar complexo, com especialistas em todas as áreas, do marketing à técnica de guerrilhas – já vem habituando a opinião pública a aceitar passivamente a sua cínica usurpação de direitos auto-legados, passando por cima da lei. Desde o instante em que o governo do sr. Fernando Henrique Cardoso – cúmplice consciente de um processo que ele conhece mais do que ninguém – aceitou alimentar com uma pletora de verbas públicas uma entidade legalmente inexistente, estava instaurado o direito à ilegalidade em nome da superior legalidade revolucionária. Destruindo voluntariamente a ordem estabelecida, o sr. Cardoso teria sido objeto de impeachment se sua pantomima de "neoliberal" não tivesse entorpecido as lideranças políticas e empresariais hipoteticamente direitistas, tornando-as insensíveis ao desmantelamento da ordem, porque era preferível que viesse "de um de nós" em vez do espantalho petista. Cardoso elegeu-se com o simples endosso da frase "Esqueçam o que eu escrevi". Poucos meses depois, seu conluio com o MST trouxe a prova de que ele próprio não se esquecera de nada. "

É incrível como alguém leva a sério um cara destes. Fora o anacronismo absurdo de atirar a situação de um Rússia pré-revolucionária a um Brasil atual (fato que faria qualquer historiador sério dar risadas), ele faz várias afirmações levianas, das quais não possui provas, utilizando-as apenas como fins de de respaldar sua ideologia extremamente dogmática.

Será que ele poderia provar que existe um complexo tão especializado em meio ao MST? Ele poderia provar que existe "treinamentos em tática de guerrilha"? Fora as ofensas à pessoa do sr. Fernando Henrique Cardoso...

Me forcei a ler o lixo até aí, mas o estômago embrulhou. De doutrinamento, já bastam os esquerdinhas malucos defensores da URSS.

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Samael
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Re: Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Samael »

Najma escreveu:
Mr. Crowley escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:Esse site Midia Sem Máscara tem uns artigos interessantes.


:emoticon62:


:emoticon28:

Medo... MUITO MEDO...


Medo não, ideologia. É muito mais difícil percebermos os erros daquilo que defendemos, por mais explícitos que estes sejam.

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Samael
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Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Samael »

Outra coisa,

poderiam postar, por obséquio, o comprovante de graduação em Filosofia do OdC?

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Najma
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Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Najma »

Calma gente... vou tentar uma "tentativa desesperada", quase desistindo de ter esperanças... :emoticon11:

- Cabecinha... conta pra Najma... o que passa? :emoticon1: Sente falta da Najma na moderação? Najma está AQUI!! Não precisa ficar assim... :emoticon11:











... Ou... está participando ativamente do movimento para não deixar que transformem o RV numa STR... preta? :emoticon13:

:emoticon11: :emoticon11: :emoticon11:
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Najma
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Re: Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Najma »

Samael escreveu:
Najma escreveu:
Mr. Crowley escreveu:
user f.k.a. Cabeção escreveu:Esse site Midia Sem Máscara tem uns artigos interessantes.


:emoticon62:


:emoticon28:

Medo... MUITO MEDO...


Medo não, ideologia. É muito mais difícil percebermos os erros daquilo que defendemos, por mais explícitos que estes sejam.


Não, Sama... o Cabeça anda muito, muito estranho... :emoticon15:
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Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por user f.k.a. Cabeção »


O site tem bons artigos sim. Algum dos críticos já procurou lê-los?

E Najma, respondendo a sua segunda pergunta, SIM, firme e forte permanecendo na resistência!
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Najma
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Re: Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Najma »

user f.k.a. Cabeção escreveu:
O site tem bons artigos sim. Algum dos críticos já procurou lê-los?

E Najma, respondendo a sua segunda pergunta, SIM, firme e forte permanecendo na resistência!


Grande Cabecinha da Najma!! :emoticon223: :emoticon223: :emoticon223:
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Poindexter
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Re: Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Poindexter »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Esse site Midia Sem Máscara tem uns artigos interessantes.


Exato. Já vi muitos bons artigos de lá, alguns da autoria do Olavo e outros não.
Si Pelé es rey, Maradona es D10S.

Ciertas cosas no tienen precio.

¿Dónde está el Hexa?

Retrato não romantizado sobre o Comun*smo no século XX.

A child, not a choice.

Quem Henry por último Henry melhor.

O grito liberalista em favor da prostituição já chegou à este fórum.

Lamentável...

O que vem de baixo, além de não me atingir, reforça ainda mais as minhas idéias.

The Only Difference Between Suicide And Martyrdom Is Press Coverage

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carlo
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Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por carlo »

este snack e o olavão vão.... tomate crú?
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NOSSA SENHORA APARECIDA!!!!

Perseus
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Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Perseus »

Poxa mais uma do Olavinho Caralho e suas olavetinhas condicionadas a repetirem tudo certinho?

ok...

apenas para não passar 'batido':


Interrogando os líderes da comunidade em busca da causa de tão deplorável estado de coisas, Bradford descobriu que a origem dos males tinha um nome bem característico. Chamava-se "socialismo".

Sad, but true.

Mas o problema não é esse. O problema é quem neguinho retardado que no minimo deve achar que isso é o que vale para o socialismo (que na prática, é uma bosta), mas quando é capitalismo não, pois as olavetinhas foram devidamente condicionadas a repetir "O capitalismo é bom"

É bom no rabo dos outros, é claro. (que nem o neoliberalismo).

Vamos escolher algum local.. que tal Africa? Ou Amérdica Latrina?
Alguma olavetinha pode dizer qual é a origem dos "males" destes lugares?

É óbvio que as olavetinhas não sabem, porque as olavetinhas tem casa comida cachorro escola carro almoço e jantar. Como apenas repetem o que os outros falam...
"Uau! O Brasil é grande"

Reação de Bush, quando Lula mostrou um mapa do Brasil. Essa frase foi finalista em 2006 do site StupidityAwards.com, na categoria "Afirmação mais estúpida de Bush".

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Poindexter
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Re: Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Poindexter »

Perseus escreveu:Sad, but true.

Mas o problema não é esse. O problema é quem neguinho retardado que no minimo deve achar que isso é o que vale para o socialismo (que na prática, é uma bosta), mas quando é capitalismo não, pois as olavetinhas foram devidamente condicionadas a repetir "O capitalismo é bom"

É bom no rabo dos outros, é claro. (que nem o neoliberalismo).

Vamos escolher algum local.. que tal Africa? Ou Amérdica Latrina?
Alguma olavetinha pode dizer qual é a origem dos "males" destes lugares?

É óbvio que as olavetinhas não sabem, porque as olavetinhas tem casa comida cachorro escola carro almoço e jantar. Como apenas repetem o que os outros falam...


Ai, ui! Ele fala palavrão! Como ele tem atitude! Como ele é corajoso! Como ele é cool! Como ele é "revoltadinho"! Ai, ui! :emoticon12:

Vê se antes de soltar tua infinita arrogância para se meter em assuntos sobre os quais teus conhecimentos são praticamente nulos, aprende que fascismo tem "s" antes do "c".

E se tu não gostas do Capitalismo (se é que você sabe o que é isso), então vende todos os teus bens e os divide com os pobres AGORA. Se não fizeres isto, então junte os trapinhos da tua hipocrisia e recolhe-te a tua insignificância neste debate.
Si Pelé es rey, Maradona es D10S.

Ciertas cosas no tienen precio.

¿Dónde está el Hexa?

Retrato não romantizado sobre o Comun*smo no século XX.

A child, not a choice.

Quem Henry por último Henry melhor.

O grito liberalista em favor da prostituição já chegou à este fórum.

Lamentável...

O que vem de baixo, além de não me atingir, reforça ainda mais as minhas idéias.

The Only Difference Between Suicide And Martyrdom Is Press Coverage

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spink
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Re: Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por spink »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Esse site Midia Sem Máscara tem uns artigos interessantes.



Hum... Se ele não fosse religioso... :emoticon8:
"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma." (Joseph Pulitzer).

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Aurelio Moraes
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Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Aurelio Moraes »

já disse que cigarro não causa câncer, que crianças sem cérebro podem viver normalmente, que fenômenos espíritas existem, que criacionismo é verdade e quem não estuda astrologia é um imbecil.


Isso não é ad hominem. Ele de fato já disse isto. E mais retardado é quem concorda.Esse velho psicótico já falou que todos os candidatos da última eleição presidencial (todos mesmo) eram comunistas.
Esse olavetes deviam ir postar estes textos no fórum comunista e não no rv.

Olha o tipo de merda que há no site do OC:


Imagine se Lula não empacasse e ganhasse a eleição. No dia de sua posse, teríamos uma bandeira de Cuba hasteada na sacada do Palácio do Planalto, promoveríamos um coquetel de corpo presente para Bin Laden (chega de festejá-lo às ocultas) e iniciaríamos uma grande costura diplomática com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, com o governo Chávez, com o Exército Zapatista, com o Jihad e o Hezbollah e com todos os movimentos insurrecionais da esquerda latino-americana. Romperíamos com o FMI, claro. O Ministério do Exército seria anexado ao da Justiça e confiado ao dr. Bisol, que asseguraria proteção verde-oliva às tropelias do MST. O companheiro Marighella substituiria Caxias como patrono da instituição.

Teríamos o OP federal e as cartilhas do MEC. Entraria no ar, em cadeia nacional, o programa 'Palavra de Brasileiro', ou 'Brasil Vivo'. E - glória suprema! - mandaríamos embora não apenas a Ford, mas a Volks, a GM, a Fiat, a Peugeot, a Renault, a Mercedes-Benz, a Toyota e outras que nem elas. Promoveríamos fóruns mundiais sobre tudo e não resolveríamos coisa alguma. E o Congresso votaria uma alteração da matriz tributária por ano.

Cada agricultor que deixasse a terra seria substituído por um desempregado da cidade e assim faríamos, ao mesmo tempo, a maior reforma agrária e a maior reforma urbana do planeta. As rodovias federais seriam patrulhadas pelo olho ganancioso dos pardais e haveria parquímetros nos acostamentos e nos belvederes. Seria terminantemente proibido ocupar prédios da União, mas ficaria aberta a temporada de invasões em repartições estaduais sob governos oposicionistas. O partido do presidente, com tantos cargos à disposição em todo o país, criaria não um clubinho de seguros, mas fundaria o Grupo Cidadania, composto de seguradora, banco e financeira.

Faltou-me espaço e não tinta para pintar o quadro das razões pelas quais Lula corre na pista, mas não decola. É possível que você esteja julgando meio fantasiosa a cena. Nesse caso, vale a pergunta: se a descrição acima é delirante, como você qualifica o que está acontecendo no Rio Grande do Sul?



http://www.olavodecarvalho.org/convidados/0115.htm


Sem entrar no mérito ou no demérito do governo Lula, as cenas acima aconteceram???
Bando de psicótico.

Olavetes são tão malas e paranóicas quanto comunistas.

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Azathoth
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Re: Re.: Mais sábios que Deus

Mensagem por Azathoth »

user f.k.a. Cabeção escreveu:Esse site Midia Sem Máscara tem uns artigos interessantes.


De fato, tem uns que superam muitos sites humorísticos:

Os ateus
por José Nivaldo Cordeiro em 30 de julho de 2004

Resumo: Nivaldo Cordeiro aborda um tema carregado de polêmica: o ateísmo.

© 2004 MidiaSemMascara.org

"As formas são conhecidas, a alma conhece"

(Guthrie)

[Advertência. É provável que parte considerável do público leitor venha a achar o título deste artigo – e o seu conteúdo – uma provocação, mas é importante para mim que eu enfrente o tema proposto. Além da sua paciência, meu caro leitor, espero também a sua tolerância. Falar dos ateus é falar do tema religioso, algo naturalmente polêmico.]

Considero que os ateus podem ser classificados em quatro grandes grupos distintos, a saber: 1- Os degenerados; 2- Os indiferentes; 3- Os socialistas; e 4- Os liberais. Essa taxonomia evidentemente não procura esgotar o assunto, mas julgo que é uma classificação útil aos propósitos desse texto.

Enfatizo que compreender o ateísmo não é uma questão menor, pois a perda dos valores judaico-cristãos está na raiz da crise existencial que tomou conta do Ocidente desde o século XIX, a rigor desde a Revolução Francesa. O desdobramento político dessa crise teve seu ápice no século XX, especialmente com o advento das Grandes Guerras e as chamadas guerras revolucionárias que explodiram em todos os quadrantes do mundo. Foi uma carnificina inominável. Em paralelo, mas não menos importante, a desagregação dos costumes engendrou uma
regressão civilizacional pela qual o sagrado foi paulatinamente deixado de lado.

Comecemos pelo começo. À falta de melhor denominação, chamei o primeiro grupo de degenerados porque são aqueles radicalmente desamparados pelo Espírito. São aqueles que se entregaram desbragadamente ao hedonismo mais destrutivo, qual seja, ao consumo de drogas, à depravação sexual e à violência como meio de vida. São os desenraizados, formando provavelmente a maior parte da população que povoa os hospícios e as prisões, bem como os hospitais e clínicas de saúde. Há visivelmente um elo entre a perda da referência do sagrado e a destruição despudorada do corpo e da ética. A falta de valores morais, a destruição do núcleo familiar e a entrega incondicional a um modo de viver marginal são decorrência direta do desamparo espiritual.

O grupo dos indiferentes, por seu lado, é constituído por aqueles indivíduos que não tiveram qualquer formação religiosa ou, se a tiveram, largaram-na pelo caminho. São as almas ressecadas pelos ventos da modernidade, levando uma existência espiritual anódina, embora mantendo uma vida dentro da normalidade. Pode constituir uma grande maioria, que é o celeiro de onde migram os indivíduos que irão formar os outros grupos ateus. As pessoas desse grupo romperam com a Tradição, tornando-se vítimas potenciais dos substitutos seculares das religiões. Caracterizam-se por um ateísmo não militante.

O grupo dos ateus socialistas, ao contrário, faz da militância contra os valores judaico-cristãos o centro de sua ação no mundo. Detratam na verdade todas as formas de religiões, acusando-as de alienarem a Humanidade, embora possam, de forma tática, apoiar seitas heréticas e exóticas que neguem e contradigam o cristianismo. Propõem, especialmente na sua forma marxista-leninista, a destruição pura e simples da Tradição, inclusive pelo método da "solução final", de triste memória. São os inimigos ativos do sagrado, o maior de todos os perigos, a quem os cristãos poderiam, com propriedade, chamar de adoradores do Anti-Cristo.

Os liberais são um caso muito especial. Declaram-se ateus e, por vezes, militam também contra a tradição religiosa. Quando, todavia, analisamos a sua ética e os seus valores, podemos ver que são tributários, pelo menos no âmbito da filosofia política, do que há de mais caro aos valores ocidentais. Na verdade, pagam tributo no altar do Deus de nossos pais. Não haveria nem liberalismo econômico e nem liberalismo político se não tivéssemos dois mil anos de cristianismo. É um caso paradoxal.

Alguém poderia argumentar que há um grupo grande de ateus que são "crentes" no positvismo científico, entre eles os darwinistas, os freudianos, os behavioristas e tutti quantti. Considero que esses indivíduos podem ser facilmente distribuídos nos grupos acima referidos, não constituindo um grupo em separado.

Em comum com o paganismo, o ateísmo militante carrega consigo o relativismo moral que dá origem a toda sorte de violência, seja política, em grande escala, seja no varejo, anônima, que acontece cotidianamente nas esquinas das grandes cidades do mundo. Sem os Dez Mandamentos ou algo equivalente termina o fundamento sólido da moral individual, criando-se um campo livre para Beemoth, o símbolo da violência típica das massas desembestadas. O duelo que se trava é entre a consciência e a inteireza moral, de um lado, e a inconsciência e o relativismo moral, do outro. É o mundo servindo de palco para o enfrentamento entre o Bem e o Mal, cristalizados nas almas individuais. Sabemos que o Bem sempre vencerá no final, mas os últimos dois séculos mostraram a face horrenda dos exércitos telúricos. "Orai e vigiai" é mais que um apelo sensato, é uma condição de sobrevivência.

Imagem
José Nivaldo Cordeiro é economista e mestre em Administração de Empresas na FGV-SP.

http://www.nivaldocordeiro.org
Editado pela última vez por Azathoth em 30 Nov 2005, 11:13, em um total de 1 vez.

Trancado