
Fatima Omar Mahmud Al-Najar, 57 anos, que seria o militante suicida palestino mais velho, tinha nove filhos e 41 netos e controlava um pequeno exército de militantes formado por integrantes do Hamas e do Fatah. Ontem, ela atacou soldados israelenses perto do campo de refugiados de Jabalya, no norte da Faixa de Gaza.
"Ela realizou esta operação em resposta ao massacre de Beit Hanun. Ela ficou muito abalada com o que aconteceu, esperando tornar-se mártir", disse uma de suas filhas, Azhar, em sua casa em Jabaliya, onde pessoas próximas à família se reuniram para "parabenizar" os filhos. Em 8 de novembro, 19 civis, mães com crianças em maioria, foram mortos em um ataque israelense, condenado pela comunidade internacional.
Azhar também contou que sua mãe participou, alguns dias antes do ataque de Beit Hanun, de uma manifestação durante a qual combatentes entrincheirados em uma mesquita da cidade conseguiram escapar de soldados israelenses. "Estamos muito felizes e muito orgulhosos, porque é uma grande operação de martírio", declarou um de seus outros filhos, Zuheir, 20 anos.
"Ela nos disse na noite passada que queria concretizar esta operação e preparou suas roupas. 'Não quero nada, apenas morrer em martírio', disse-nos ela", acrescentou seu filho. O Hamas, que reivindicou a autoria do atentado, divulgou um vídeo que mostra a suicida enrolada em uma bandeira do grupo armado e com uma arma automática a tiracolo.
"Eu sou a mártir Fatima Al-Najar, da cidade de Jabaliya. Trabalho para as Brigadas Ezzedin Al-Qassam e me sacrifico por Deus, pela Nação, (a mesquita) Al-Aqsa (de Jerusalém)", anunciou. O vídeo é "minha mensagem às famílias dos mártires, aos prisioneiros, a meus irmãos, a meus filhos, a toda minha família e a Abul Abed (Ismail) Haniyeh, (primeiro-ministro ligado ao Hamas) e a todo o governo", completou.
Este é o primeiro atentado suicida reivindicado pelo Hamas, que controla o governo palestino, desde janeiro de 2005. Em 6 de novembro, um suicida palestino da Jihad Islâmica já tinha feito explodir a bomba que carregava junto ao corpo, em Beit Hanun, deixando um militar israelense levemente ferido. Após o ataque de Beit Hanun, chefes do Hamas voltaram a incitar atentados suicidas em Israel.