
http://noticias.uol.com.br/economia/ult ... 50291.jhtm
Ateu Tímido escreveu:Óbvio que não era meu ídolo...
Mas sempre me pareceu um homem honesto e coerente com o seu próprio pensamento.
Para ele, liberalismo econômico não rimava com moralismo conservador. Defendeu a liberalização das drogas e o aborto, por exemplo.
Samael escreveu:Ateu Tímido escreveu:Óbvio que não era meu ídolo...
Mas sempre me pareceu um homem honesto e coerente com o seu próprio pensamento.
Para ele, liberalismo econômico não rimava com moralismo conservador. Defendeu a liberalização das drogas e o aborto, por exemplo.
É, ô, apoiar Pinochet é uma ótima maneira de se mostrar um ultra-democrata...
user f.k.a. Cabeção escreveu:Samael escreveu:Ateu Tímido escreveu:Óbvio que não era meu ídolo...
Mas sempre me pareceu um homem honesto e coerente com o seu próprio pensamento.
Para ele, liberalismo econômico não rimava com moralismo conservador. Defendeu a liberalização das drogas e o aborto, por exemplo.
É, ô, apoiar Pinochet é uma ótima maneira de se mostrar um ultra-democrata...
Um caráter peculiar da retórica comunista é a incapacidade de hierarquizar o Mal. Essa é uma variante "moralista" do discurso, usada apenas quando o relativismo usual não tem mais serventia. É claro que ambas as coisas são incompatíveis, mas estamos falando de discurso comunista, não de coerência e lógica.
É bem verdade que um governo autoritário de militares é pior que uma democracia. É um mal, portanto, no que dista do regime democrático.
Ocorre que um regime comunista dista muito mais em muito mais pontos de uma democracia, e este era o caso do governo Allende. Assim, a intervenção do general Augusto Pinochet foi um passo rumo à democracia, e não contra a mesma.
E por mais que aleguem que o último cometera crimes, e estas alegações devem ser investigadas, apoiá-lo no processo de abertura econômica do Chile é bem diferente de corroborar com os tais "crimes".
user f.k.a. Cabeção escreveu:Samael escreveu:Ateu Tímido escreveu:Óbvio que não era meu ídolo...
Mas sempre me pareceu um homem honesto e coerente com o seu próprio pensamento.
Para ele, liberalismo econômico não rimava com moralismo conservador. Defendeu a liberalização das drogas e o aborto, por exemplo.
É, ô, apoiar Pinochet é uma ótima maneira de se mostrar um ultra-democrata...
Um caráter peculiar da retórica comunista é a incapacidade de hierarquizar o Mal. Essa é uma variante "moralista" do discurso, usada apenas quando o relativismo usual não tem mais serventia. É claro que ambas as coisas são incompatíveis, mas estamos falando de discurso comunista, não de coerência e lógica.
É bem verdade que um governo autoritário de militares é pior que uma democracia. É um mal, portanto, no que dista do regime democrático.
Ocorre que um regime comunista dista muito mais em muito mais pontos de uma democracia, e este era o caso do governo Allende. Assim, a intervenção do general Augusto Pinochet foi um passo rumo à democracia, e não contra a mesma.
E por mais que aleguem que o último cometera crimes, e estas alegações devem ser investigadas, apoiá-lo no processo de abertura econômica do Chile é bem diferente de corroborar com os tais "crimes".
carlos escreveu:user f.k.a. Cabeção escreveu:Samael escreveu:Ateu Tímido escreveu:Óbvio que não era meu ídolo...
Mas sempre me pareceu um homem honesto e coerente com o seu próprio pensamento.
Para ele, liberalismo econômico não rimava com moralismo conservador. Defendeu a liberalização das drogas e o aborto, por exemplo.
É, ô, apoiar Pinochet é uma ótima maneira de se mostrar um ultra-democrata...
Um caráter peculiar da retórica comunista é a incapacidade de hierarquizar o Mal. Essa é uma variante "moralista" do discurso, usada apenas quando o relativismo usual não tem mais serventia. É claro que ambas as coisas são incompatíveis, mas estamos falando de discurso comunista, não de coerência e lógica.
É bem verdade que um governo autoritário de militares é pior que uma democracia. É um mal, portanto, no que dista do regime democrático.
Ocorre que um regime comunista dista muito mais em muito mais pontos de uma democracia, e este era o caso do governo Allende. Assim, a intervenção do general Augusto Pinochet foi um passo rumo à democracia, e não contra a mesma.
E por mais que aleguem que o último cometera crimes, e estas alegações devem ser investigadas, apoiá-lo no processo de abertura econômica do Chile é bem diferente de corroborar com os tais "crimes".
Esses democratas...
Financial Times escreveu:Keynes contra Friedman: ambos podem cantar vitória
Martin Wolf
John Maynard Keynes, que morreu em 1946, e Milton Friedman, que morreu na semana passada, foram os economistas mais influentes do século 20. Como Friedman gastou grande parte de sua energia intelectual atacando o legado de Keynes, é natural considerá-los opostos. As diferenças entre eles eram, de fato, profundas. Mas também o que compartilhavam. Mais interessante, nenhum venceu e nenhum perdeu: as ortodoxias políticas atuais são uma síntese das abordagens dos dois.
Keynes concluiu a partir da grande depressão que o livre mercado tinha fracassado; Friedman decidiu, por outro lado, que o Federal Reserve (o banco central americano) tinha fracassado. Keynes confiava no arbítrio de mandarins sofisticados como ele; Friedman acreditava que o único governo seguro era aquele preso a regras rígidas. Keynes achava que o capitalismo precisava ficar preso a grilhões; Friedman achava que ele se comportaria se deixado em paz.
Estas diferença são evidentes. Mas igualmente são as semelhanças. Ambos foram jornalistas, debatedores e promotores brilhantes de suas próprias idéias; ambos viam a grande depressão como, no fundo, uma crise de demanda agregada inadequada; ambos escreveram a favor de taxas de câmbio flutuantes e de moeda sem lastro; e ambos estiveram do lado da liberdade na grande luta ideológica do século 20.
Se não fosse pelo fato do Reino Unido e dos Estados Unidos serem dois países divididos por uma língua comum, alguém poderia chamar ambos de "liberais" no sentido inglês da palavra no século 18 e 19. Mas Keynes, apesar de temperamentalmente um liberal, também era um membro pessimista da classe média alta de um país em decadência: ele considerava que a sobrevivência de um certo grau de liberdade exigia o descarte de grandes elementos da ortodoxia do século 19. Friedman, um filho de imigrantes judeus pobres e totalmente americano, era otimista: ele esperava restaurar o livre mercado e limitar o governo.
Para conseguir isto, Friedman buscava demolir o que considerava erros cometidos por Keynes e seus sucessores: a suposição de que uma propensão fixada para o consumo a partir da renda atual levava à demanda agregada; a confiança em uma política fiscal como o instrumento mais potente no arsenal político; a crença de que mudanças na demanda nominal garantiriam mudanças duráveis na produção real; e confiança no exercício de arbítrio por parte dos governos.
Em sua obra dos anos 50 e 60, Friedman abordou todas estas proposições. Em um célebre trabalho publicado em 1957, ele argumentou que o consumo dependia não da renda atual, mas de uma permanente ou de longo prazo; em "Uma História Monetária dos Estados Unidos" (1963), em co-autoria com Anna Schwartz, e em vários estudos empíricos em colaboração com David Meiselman, ele buscou reinserir a teoria quantitativa da moeda, a visão de que um relacionamento estável existe entre a oferta de moeda e a demanda nominal; e em seu famoso discurso presidencial para a Associação Econômica Americana em 1968, ele promoveu a "taxa natural de desemprego", também conhecida como "taxa de desemprego não aceleradora da inflação" (non-accelerating inflation rate of unemployment, NAIRU), no lugar da troca entre inflação e produção sugerida pela então na moda "Curva Phillips".
Nos anos 60, a maioria dos economistas considerava a crença de Friedman no livre mercado e a rejeição das idéias keynesianas como malignas, equivocadas ou, mais freqüentemente, ambas. Eu lembro do choque quando, em Oxford, eu li seus argumentos apoiando a idéia de uma taxa natural de desemprego pouco após seu surgimento. A grande inflação dos anos 70 -sem precedente em tempos de paz- transformou o clima da opinião. Assim como o colapso do regime de taxa fixa de câmbio em 1971 e a adoção do câmbio flutuante, que precedeu o aumento de preços.
Uma nova teoria era necessária para guiar este mundo de taxas de câmbio mais ou menos flutuantes e inflação crescente. A resposta, esperava-se, era o monetarismo de Friedman - a meta de algum grau de oferta de moeda. Como presidente do Federal Reserve, Paul Volcker tentou tal experiência nos Estados Unidos entre 1979 e 1982. O governo de Margaret Thatcher a tentou no Reino Unido entre 1979 e meados dos anos 80. Em ambos os casos a inflação foi esmagada. Mas o relacionamento entre moeda e demanda nominal também ruiu. O keynesianismo de fato morreu. Mas também a regra monetária de Friedman.
Das cinzas, uma nova ortodoxia despontou: a política deve, como Friedman argumentava, visar uma variável nominal, não uma real; tal alvo deveria ser a meta, a inflação, não o instrumento, a moeda; os bancos centrais deviam ser livres para mudar as taxas de juros de acordo com a necessidade para atingir sua meta. Assim, este é um regime de arbítrio atado a regras. Friedman aprovaria as regras; Keynes aprovaria o arbítrio. Friedman venceu na primazia da política monetária; mas Keynes venceu na rejeição da teoria quantitativa.
Mas ambos venceram no senso mais importante. Nas últimas duas décadas, um mundo de dinheiro sem lastro provocou inflação modesta e apoiou um crescimento estável. Isto não tem precedente. O próprio Friedman declarou no início deste ano que "o grande feito de Alan Greenspan foi ter demonstrado que é possível manter os preços estáveis". Conseqüentemente, o grande defensor das regras acabou elogiando o grande empregador da arbítrio.
Os bancos centrais independentes que estabelecem metas de inflação e o câmbio flutuante são "o fim da história" na política macroeconômica? Eu suspeito que não. Os caprichos das taxas de câmbio flutuantes parecem clamar por outra experiência em integração monetária, talvez até mesmo uma tentativa de uma moeda mundial.
A marcha da tecnologia pode até mesmo tornar o dinheiro redundante, nada mais que uma unidade contábil.
O debate em torno de políticas também continua. O Banco Central Europeu ainda pode persuadir seus pares que os dados monetários informam algo útil. Os bancos centrais também podem aprender o risco de ignorar os preços de ativos. Mesmo uma política fiscal expansiva poderá ser novamente necessária, como provado no caso do Japão durante os deflacionários anos 90.
Também incerto é o futuro da economia de mercado. Aqui também a atual posição é de empate. Keynes teria se preocupado com as conseqüências desestabilizantes da liberação dos fluxos de capital. Mas Friedman teve que reconhecer que o amplo recuo do Estado não estava na agenda. O mercado de fato foi libertado de muitos de suas amarras de meados do século 20. Mas o Estado comanda recursos e regula economias em uma escala inimaginável há um século. A própria globalização ainda pode afundar.
Keynes e Friedman foram protagonistas do debate do século passado. Mas atualmente, nós podemos ver que nenhum venceu nem perdeu.