O paradoxo de Dennett
- Fabricio Fleck
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O paradoxo de Dennett
O livro de Daniel Dennett "Breaking The Spell" (Quebrando o encanto) se propõe a analisar a religião como um fenômeno natural. A consequência implícita é a de que, se for possível descrever a religião como um fenômeno natural e, portanto, ao menos do ponto de vista de Dennett, explicável pela teoria da evolução, ficará descartado qualquer valor de verdade das afirmações religiosas.
Ocorre que, se o projeto de Dennett for possível ele acarreta um paradoxo. Para que seja possível encetar uma análise da religião como fenômeno natural é preciso aceitar que um fenômeno cultural seja redutível às leis da biologia. Ora, se isto for possível para a religião, se-lo-á também para a ciência.
Se ser um fenômeno natural tira da religião seu valor de verdade _ atenção, não estou falando de valor social, ou de valor de sobrevivência no processo de seleção natural _ então tirará o mesmo valor da ciência. Assim, se for possível para a ciência explicar-se como fenômeno natural, a explicação será destituída de valor de verdade e assim se revela paradoxal: se for verdadeira é falsa.
A solução seria supor que ser passível de uma descrição pelo paradigma da teoria da evolução não tira da ciência, e nem da religião, seu possível valor de verdade. Nesse caso, a empreitada de Dennett é inútil e seu livro não representa um argumento em favor do neo-ateísmo.
(Marcelo Musa Cavallari)
Fonte: http://ateismo.globolog.com.br/
Quebrando o Encanto, Dennett
http://epoca.globo.com/rev_eletronica/quebrandoencanto/ori_img/pg0001.jpg
Ocorre que, se o projeto de Dennett for possível ele acarreta um paradoxo. Para que seja possível encetar uma análise da religião como fenômeno natural é preciso aceitar que um fenômeno cultural seja redutível às leis da biologia. Ora, se isto for possível para a religião, se-lo-á também para a ciência.
Se ser um fenômeno natural tira da religião seu valor de verdade _ atenção, não estou falando de valor social, ou de valor de sobrevivência no processo de seleção natural _ então tirará o mesmo valor da ciência. Assim, se for possível para a ciência explicar-se como fenômeno natural, a explicação será destituída de valor de verdade e assim se revela paradoxal: se for verdadeira é falsa.
A solução seria supor que ser passível de uma descrição pelo paradigma da teoria da evolução não tira da ciência, e nem da religião, seu possível valor de verdade. Nesse caso, a empreitada de Dennett é inútil e seu livro não representa um argumento em favor do neo-ateísmo.
(Marcelo Musa Cavallari)
Fonte: http://ateismo.globolog.com.br/
Quebrando o Encanto, Dennett
http://epoca.globo.com/rev_eletronica/quebrandoencanto/ori_img/pg0001.jpg
- Fabricio Fleck
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Fabricio Fleck escreveu:Acredito que ser um fênomeno natural não contradiz a ciência. Já para a religião isso a contradiz sim pois ela se apresenta como sendo de origem divina (coisa que a ciência não o faz). Portanto, em minha primeira análise, não existe o paradoxo de Dennett.
E vocês? O que acham?
Endosso. Uma das premissas da religião é que ela deriva de fenomenos não-naturais.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.
*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.
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Re.: O paradoxo de Dennett
Espantalho imbecil. Mostrar que a religião é um fenômeno cultural natural mostra que ela é causamente contida no mundo e que explicações para a mesma que invoquem causas sobrenaturais não são parcimoniosas e devem ser rejeitadas. A ciência também é um fenômeno cultural natural mas isso em nada fere sua capacidade de descrever o mundo por causa de seus métodos e procedimentos.
- Fabricio Fleck
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Às vezes levo um susto quando começo a ler um texto como este aqui, até perceber que não é a opinião de quem está postando. Podiam me poupar disto, colocando ao menos um indício da fonte no início do texto.
Mas estou completamente de acordo com o Fabricio. Simplesmente incível a falácia lógica do tal Marcelo Musa Cavallari. Será que estes caras escrevem estes lixos e não são recriminados por ninguém?

Mas estou completamente de acordo com o Fabricio. Simplesmente incível a falácia lógica do tal Marcelo Musa Cavallari. Será que estes caras escrevem estes lixos e não são recriminados por ninguém?
docdeoz escreveu:
"Você vai apertando a "coisa" e encontra um livro- "Variedades da Experiência Científica" que que CARL SAGAN afirma que há evidências de uma entidade chamada DEUS...
PASMEM!"
CADÊ O TRECHO? EM QUÊ PÁGINA? DE QUAL EDIÇÃO? EM QUAL CONTEXTO? SUA HONESTIDADE INTELECTUAL É IGUAL A UMA TEMPERATURA DE - 274 GRAUS CENTÍGRADOS, NÃO É MESMO?
"Você vai apertando a "coisa" e encontra um livro- "Variedades da Experiência Científica" que que CARL SAGAN afirma que há evidências de uma entidade chamada DEUS...
PASMEM!"
CADÊ O TRECHO? EM QUÊ PÁGINA? DE QUAL EDIÇÃO? EM QUAL CONTEXTO? SUA HONESTIDADE INTELECTUAL É IGUAL A UMA TEMPERATURA DE - 274 GRAUS CENTÍGRADOS, NÃO É MESMO?
- Felipp Jarbas
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Re.: O paradoxo de Dennett
Se a religião é um fenômeno cultural natural ou não, isso não faz a menor diferença.Se alguma religião descrever o mundo de modo correto ou errado, isso é algo independente de ser um fenômeno natural.
“A boa sociedade é aquela em que o número de oportunidades de qualquer pessoa aleatoriamente escolhida tenha probabilidade de ser a maior possível”
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."
John Maynard Keynes
Friedrich Hayek. “Direito, legislação e liberdade” (volume II, p.156, 1985, Editora Visão)
"Os homens práticos, que se julgam tão independentes em seu pensar, são todos na verdade escravos das idéias de algum economista morto."
John Maynard Keynes
- Res Cogitans
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Felipp Jarbas escreveu:Pretendo comprar mas só quando lançarem em português estiver baratinho...Temporal escreveu:Alguém pretende comprar este livro dele?
Já foi lançado em português.
*Estou REALMENTE muito ocupado. Você pode ficar sem resposta em algum tópico. Se tiver sorte... talvez eu lhe dê uma resposta sarcástica.
*Deus deixou seu único filho morrer pendurado numa cruz, imagine o que ele fará com você.
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- Felipp Jarbas
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Menos mal.Agora só falta ser baratinho.Res Cogitans escreveu:Felipp Jarbas escreveu:Pretendo comprar mas só quando lançarem em português estiver baratinho...Temporal escreveu:Alguém pretende comprar este livro dele?
Já foi lançado em português.

Afirmação extraordinária requer evidência extraordinária.Carl Sagan
Re: O paradoxo de Dennett
Fabricio Fleck escreveu:O livro de Daniel Dennett "Breaking The Spell" (Quebrando o encanto) se propõe a analisar a religião como um fenômeno natural. A consequência implícita é a de que, se for possível descrever a religião como um fenômeno natural e, portanto, ao menos do ponto de vista de Dennett, explicável pela teoria da evolução, ficará descartado qualquer valor de verdade das afirmações religiosas.
Ocorre que, se o projeto de Dennett for possível ele acarreta um paradoxo. Para que seja possível encetar uma análise da religião como fenômeno natural é preciso aceitar que um fenômeno cultural seja redutível às leis da biologia. Ora, se isto for possível para a religião, se-lo-á também para a ciência.
Se ser um fenômeno natural tira da religião seu valor de verdade _ atenção, não estou falando de valor social, ou de valor de sobrevivência no processo de seleção natural _ então tirará o mesmo valor da ciência. Assim, se for possível para a ciência explicar-se como fenômeno natural, a explicação será destituída de valor de verdade e assim se revela paradoxal: se for verdadeira é falsa.
A solução seria supor que ser passível de uma descrição pelo paradigma da teoria da evolução não tira da ciência, e nem da religião, seu possível valor de verdade. Nesse caso, a empreitada de Dennett é inútil e seu livro não representa um argumento em favor do neo-ateísmo.
(Marcelo Musa Cavallari)
Fonte: http://ateismo.globolog.com.br/
Quebrando o Encanto, Dennett
http://epoca.globo.com/rev_eletronica/quebrandoencanto/ori_img/pg0001.jpg
Nao percebi. Onde está o paradoxo? Se a ciencia afirma que o coraçao bombeia o sangue, isto deixa de ser verdade só porque a ciencia é natural e pode ser analisada (como os sociólogos e filósofos da ciencia fazem)?
E sobre a religiao Dennett nada diz sobre se é verdade ou nao (o que é uma questao diferente de propor que é um fenómeno natural). A questao nem lhe interessa. Aliás ele diz que somando os argumentos a favor e contra a existencia de Deus o resultado é Zero. Ele nem sequer acha interessante essa discuçao.
O Aza disse tudo. Há espantalhos no ar...
Fabricio Fleck escreveu:Acredito que ser um fênomeno natural não contradiz a ciência. Já para a religião isso a contradiz sim pois ela se apresenta como sendo de origem divina (coisa que a ciência não o faz). Portanto, em minha primeira análise, não existe o paradoxo de Dennett.
E vocês? O que acham?
O Budismo rejeita o sobrenatural.