betossantana escreveu:De repente a carga tributária extorsiva deixa de ser um entrave ao pleno desenvolvimento da economia nacional e se torna plenamente justificável quando o contribuinte procura se eximir de quaisquer outras responsabilidades para com a sociedade em que vive sob o argumento de que é contribuinte!
Países civilizados têm altos impostos, só que eles retornam em forma de benefícios. Não é o caso do Brasil.
Volto a perguntar: o que mais eu deveria fazer que não estou fazendo e o que você está fazendo, além de se dizer "contra tudo isso que está aí" ?
betossantana escreveu:Quando o que está em questão é a ideologia econômica, a estrutura tributária brasileira é um estorvo, quando o que está em questão é o nível de vida da infância e da juventude nacionais, a estrutura tributária brasileira é completamente adequada à nossa realidade. Parabéééééééns por essa!
Os impostos são necessários, mas têm que ser devidamente utilizados. Só que não são. Se é para sustentar mordomias de políticos, então para que eu estou pagando? Sinto-me um otário.
betossantana escreveu:você está deixando subentendido que os impostos que VOCÊ paga são justificadamente devidos na quantidade que são cobrados, ENTRETANTO o estado não os aplica adequadamente.
Exatamente.
betossantana escreveu:E como você ajusta isso à sua visão de estado mínimo e de liberalismo econômico??
É dever do Estado dar segurança aos cidadãos. Esta é sua atribuição básica. Mas também deve cuidar de coisas que não dão lucro, como educação e saúde para os mais pobres.
E, é claro, deve garantir que a lei seja aplicada. E a lei deve impedir abusos, inclusive econômicos (ou seja, deve impedir o capitalismo selvagem). E isto é do interesse do próprio capitalismo.
betossantana escreveu:Resumindo, o estado pra você deve ser o do bem-estar social, que você já considera FRACASSADO, ou o estado econômico liberal, que é aquele no qual você parece ACREDITAR?
Acredito nos dois: uma sociedade capitalista gerando riquezas e contribuindo com impostos para que os menos favorecidos, seja por azar ou por culpa deles próprios, sejam ajudados pelo Estado.
betossantana escreveu: Me parece que ou ele tem de ser UM ou tem de ser OUTRO. Se é do bem-estar social, sua carga tributária não é o problema, e sim a APLICAÇÃO dos recursos. Se é o econômico liberal, sua carga tributária É o problema, e você teoricamente não a poderia considerar excludente de responsabilidade, mas apenas mais um elemento nocivo à coletividade econômica.
Não é um ou outro. Os dois podem coexistir, como mostram os países escandinavos. Nos países latinos, parece que a coisa não funciona direito. Talvez seja a mentalidade diferente.
betossantana escreveu:Além do mais, a noção de que a cidadania se esgota no voto, nos impostos e noutras instâncias de ingerência estatal no âmbito privado é superada. Ou, bem, você acredita nela como a ideal.
Não se esgota, mas eu não posso, ao mesmo tempo, trabalhar de sol a sol e ainda participar de obras de caridade ou coisas assim. Escolhi ajudar trabalhando e garantindo o salário de um bando de gente. Estou fazendo mais que gente que apenas critica "tudo isso que está aí".
betossantana escreveu:Não precisa responder nada pra mim, aliás. Você não tem que se justificar pra MIM, tem?
Não, mas nada me impede de dizer o que penso.
betossantana escreveu:Fernando Silva escreveu:E você, o que fez para ajudar as crianças que lhe dê direito a criticar os outros por não fazer nada? Que mania de culpar a tal da "sociedade" e não se incluir nela!
Eu com certeza não me incluo na parte da "sociedade" que acha que a solução para o viver na rua e todas as suas consequências nefastas seja o extermínio estatal de seres humanos. FASCISTA isso, não? NAZISTA isso, não?
Não respondeu. Ter a "ideologia certa" não ajuda os outros a matar a fome.
betossantana escreveu:Onde está a gênese do aumento de número de pessoas pobres e miseráveis no Brasil dos anos 80 em diante? No efeito a longo prazo da dinâmica econômica dos anos militares.
Você pode provar isto? Acho que os militares erraram muito na violência com que governaram, mas erraram também ao não aproveitar a situação de exceção para mudar o país.
Por outro lado, Itaipu, que hoje garante nossa energia elétrica, jamais seria construída por um governo democrático. Ela foi imposta, praticamente.
Eles também desperdiçaram dinheiro com obras faraônicas, tipo "Brasil Grande", mas nem tudo o que fizeram foi ruim.
betossantana escreveu:E você acha que nos anos 70 o número de pessoas que viviam nas ruas era menor POR CAUSA do governo militar? Interessante, e foi POR CAUSA de quê que o número deles aumentou após a abertura (embora isso seja um termo inicial meio arbitrário, eu acho)? Alguém ouviu falar em "crescimento artificial"? Em "fachada que desaba"?
Acho que a violência cresceu com o aumento da população das grandes cidades.
Mas também acho que a bosta da constituição de 1988, que considera que todo mundo é bonzinho, mesmo que tenha matado a família toda, também "ajudou".
Não é à toa que hoje temos assassinos confessos e condenados em liberdade garantida por lei.
betossantana escreveu:E de que leis você está falando? Eu já disse e repeti que não existem leis urbanísticas que limitem a circulação de pessoas nos logradouros públicos em razão de suas posses ou vestimentas, e se existissem conflitariam com a Constituição. Não existe "direito a não ser incomodado" pela VISÃO de mendigos em ruas e praças, sinto muito.
As ruas são locais públicos. Se os mendigos as ocupam e fazem delas sua casa, estão tolhendo meu direito de circular livremente.
Eles também sujam tudo, e não têm o direito de sujar um bem público.
O que aconteceria se eu cagasse no meio da rua ou trepasse no meio da multidão? Seria preso. Os mendigos não são, nem mesmo quando agridem os passantes.