Herói é quem mata mais
- RicardoVitor
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Herói é quem mata mais
Herói é quem mata mais
por Janer Cristaldo em 19 de dezembro de 2006
Resumo: Os militares brasileiros só mataram 300. São uns assassinos. Castro chegou aos cinco dígitos. Líder Máximo. Pol Pot conseguiu seis dígitos. Herói. Stalin e Mao alcançaram os oitos dígitos. Divinos.
Nas últimas décadas, a história da América Latina foi marcada por uma polarização emblemática, Fidel Castro e Augusto Pinochet. O continente teve muitos golpes, contragolpes e ditaduras, na Bolívia, Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Nicarágua. Mas a discussão sempre girou em torno dos ditadores de Cuba e Chile. Bastava alguém acusar Castro, o interlocutor logo brandia Pinochet. E vice-versa. Os debates, seja na antiga imprensa como na Internet, tornaram-se monótonos e previsíveis.
Castro e Pinochet tomaram o poder pelas armas – e pelas armas o mantiveram. Mataram, aprisionaram e torturaram seus opositores. Pinochet morreu na semana passada. Castro pode morrer semana que vem. E aqui terminam as semelhanças. Começam então as diferenças.
Pinochet se manteve 17 anos no poder e o entregou após ter sido derrotado em eleições que tiveram um caráter plebiscitário. Castro se mantém há 47 anos no poder e, pelo menos teoricamente, só o largará ao morrer. Responsabiliza-se Pinochet por três mil mortes. A Castro, são debitadas 17 mil. Pinochet construiu as bases de um Chile rico, hoje a economia mais próspera da América Latina. Castro levou Cuba a uma miséria humilhante, só superada pelo Haiti no continente. Pinochet foi relegado ao círculo dos infames. Castro foi entronizado no panteão dos heróis.
Não tem muito a ver com a história, mas não posso deixar de lembrar a clarividência de Eça de Queiroz, quando escreveu, em 1890: “Sempre haverá Chiles ricos e Nicaráguas grotescos”. Volto a Pinochet. Pelo jeito, não é herói por ter matado tão poucos. Castro, mais ousado, que matou mais de cinco vezes mais, é o líder inconteste das esquerdas latino-americanas. Stalin, que matou vinte milhões, foi adorado no mundo todo como um deus e mereceu, no século passado, a comenda de “Paizinho dos Povos”. Quando morreu, os comunistas não conseguiam acreditar em sua morte, afinal um deus não pode morrer. Apesar de seus crimes terem sido sobejamente denunciados, a partir de 1949 – e sobretudo no 20º Congresso do Partido Comunista Soviético, em 54 – até hoje, 2006, goza da admiração de ilustres intelectuais brasileiros, como Oscar Niemeyer e Ariano Suassuna.
Mao, após ter matado 70 milhões de chineses, ainda é adorado na China. E não só na China. Jung Chang e seu marido, o britânico Jon Hallliday, em recente visita ao Brasil, nos contam uma história emblemática. Depois da visita de Nixon à China, em 1972, o pintor americano Andy Warhol decidiu que “arte é moda. Mao está na moda. Então Mao é moda”. Pintou então um quadro que o celebrava como herói, obra que foi vendida por 17 milhões de dólares. Quando a casa de leilões Christie’s vendeu esse quadro, um jornalista telefonou aos leiloeiros, oferecendo uma foto de Stalin. “Desculpe – respondeu uma funcionária – não trabalhamos com Hitler ou Stalin”. Pelo jeito, não mataram o suficiente para merecer a glória no mundo das artes.
Como dizia Jean Rostand, biólogo francês: “quem mata um é assassino, quem mata milhões e conquistador, quem mata todos é deus”. A questão parece ser de dígitos. Matar algo em torno a três quatro dígitos não rende culto. Os militares brasileiros só mataram 300. São uns assassinos. Castro chegou aos cinco dígitos. Líder Máximo. Pol Pot conseguiu seis dígitos. Herói. Stalin e Mao alcançaram os oitos dígitos. Divinos.
Castro e Pinochet são seqüelas da Guerra Fria, quando Moscou e Washington disputavam a hegemonia do planeta e, como não poderia deixar de ser, da América Latina. O século passado foi encerrado com um fecho de ouro, a queda do Muro de Berlim e o desmoronamento da URSS. Com a China comunista rumando a uma espécie de ditadura capitalista e o Leste europeu liberto da tirania de Moscou, só restaram dois países obsoletos regidos por um sistema comunista. Era de esperar-se que, com o século, morresse também a Guerra Fria. No entanto ela sobrevive neste nosso continente que vive a reboque da História e parece não ter ainda chegado ao século XXI.
A morte de Pinochet foi comemorada com muita alegria. “O diabo terá um dia ruim, pois vão tomar dele a presidência do inferno”, disse o escritor mexicano Carlos Fuentes. “A morte ganhou da justiça”, disse o escritor comunista uruguaio Mario Benedetti. Para Massimo d’Alema, ministro italiano das Relações Exteriores, “o que nos faz diferentes em relação a Pinochet e às pessoas que pensam como ele é que nós respeitamos a vida humana, incluindo a vida de Pinochet”. O que não parece ser o caso.
Para Fernando Henrique Cardoso, “o julgamento da História será implacável com Pinochet”. Para Lula, Pinochet representou “um período sombrio”. Para José Serra, “foi-se alguém que não vai deixar nenhuma saudade. É um homem identificado com a repressão, identificado com a tortura e também com a corrupção, pois revelou-se um grande corrupto, além de um grande repressor. Um ditador implacável que infelicitou a nação chilena e deu um mau exemplo para a América Latina e para o resto do mundo”.
Deus não joga mas fiscaliza. Quis o Senhor que, nestes dias da morte de Pinochet, Fidel Castro esteja perto da sua. Será interessante ver o que têm a dizer Lula, Fernando Henrique, José Serra, e demais personalidades bafejadas pela mídia, sobre a morte do homem que matou 17 mil de seus compatriotas, manteve a ferro e fogo o poder por 47 anos, suprimiu a liberdade de expressão e de imprensa, governou sua ilha como um déspota e levou seu país à miséria.
Conseguirá FHC dizer que o julgamento da História será implacável com Castro? Dirá Lula que seu amigo representou um período sombrio? Ousará Serra afirmar que Castro não deixa saudades?
Quem viver, verá. E verá – disto estou certo – que estes senhores no fundo continuam enamorados das ditaduras comunistas.
por Janer Cristaldo em 19 de dezembro de 2006
Resumo: Os militares brasileiros só mataram 300. São uns assassinos. Castro chegou aos cinco dígitos. Líder Máximo. Pol Pot conseguiu seis dígitos. Herói. Stalin e Mao alcançaram os oitos dígitos. Divinos.
Nas últimas décadas, a história da América Latina foi marcada por uma polarização emblemática, Fidel Castro e Augusto Pinochet. O continente teve muitos golpes, contragolpes e ditaduras, na Bolívia, Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Venezuela, Nicarágua. Mas a discussão sempre girou em torno dos ditadores de Cuba e Chile. Bastava alguém acusar Castro, o interlocutor logo brandia Pinochet. E vice-versa. Os debates, seja na antiga imprensa como na Internet, tornaram-se monótonos e previsíveis.
Castro e Pinochet tomaram o poder pelas armas – e pelas armas o mantiveram. Mataram, aprisionaram e torturaram seus opositores. Pinochet morreu na semana passada. Castro pode morrer semana que vem. E aqui terminam as semelhanças. Começam então as diferenças.
Pinochet se manteve 17 anos no poder e o entregou após ter sido derrotado em eleições que tiveram um caráter plebiscitário. Castro se mantém há 47 anos no poder e, pelo menos teoricamente, só o largará ao morrer. Responsabiliza-se Pinochet por três mil mortes. A Castro, são debitadas 17 mil. Pinochet construiu as bases de um Chile rico, hoje a economia mais próspera da América Latina. Castro levou Cuba a uma miséria humilhante, só superada pelo Haiti no continente. Pinochet foi relegado ao círculo dos infames. Castro foi entronizado no panteão dos heróis.
Não tem muito a ver com a história, mas não posso deixar de lembrar a clarividência de Eça de Queiroz, quando escreveu, em 1890: “Sempre haverá Chiles ricos e Nicaráguas grotescos”. Volto a Pinochet. Pelo jeito, não é herói por ter matado tão poucos. Castro, mais ousado, que matou mais de cinco vezes mais, é o líder inconteste das esquerdas latino-americanas. Stalin, que matou vinte milhões, foi adorado no mundo todo como um deus e mereceu, no século passado, a comenda de “Paizinho dos Povos”. Quando morreu, os comunistas não conseguiam acreditar em sua morte, afinal um deus não pode morrer. Apesar de seus crimes terem sido sobejamente denunciados, a partir de 1949 – e sobretudo no 20º Congresso do Partido Comunista Soviético, em 54 – até hoje, 2006, goza da admiração de ilustres intelectuais brasileiros, como Oscar Niemeyer e Ariano Suassuna.
Mao, após ter matado 70 milhões de chineses, ainda é adorado na China. E não só na China. Jung Chang e seu marido, o britânico Jon Hallliday, em recente visita ao Brasil, nos contam uma história emblemática. Depois da visita de Nixon à China, em 1972, o pintor americano Andy Warhol decidiu que “arte é moda. Mao está na moda. Então Mao é moda”. Pintou então um quadro que o celebrava como herói, obra que foi vendida por 17 milhões de dólares. Quando a casa de leilões Christie’s vendeu esse quadro, um jornalista telefonou aos leiloeiros, oferecendo uma foto de Stalin. “Desculpe – respondeu uma funcionária – não trabalhamos com Hitler ou Stalin”. Pelo jeito, não mataram o suficiente para merecer a glória no mundo das artes.
Como dizia Jean Rostand, biólogo francês: “quem mata um é assassino, quem mata milhões e conquistador, quem mata todos é deus”. A questão parece ser de dígitos. Matar algo em torno a três quatro dígitos não rende culto. Os militares brasileiros só mataram 300. São uns assassinos. Castro chegou aos cinco dígitos. Líder Máximo. Pol Pot conseguiu seis dígitos. Herói. Stalin e Mao alcançaram os oitos dígitos. Divinos.
Castro e Pinochet são seqüelas da Guerra Fria, quando Moscou e Washington disputavam a hegemonia do planeta e, como não poderia deixar de ser, da América Latina. O século passado foi encerrado com um fecho de ouro, a queda do Muro de Berlim e o desmoronamento da URSS. Com a China comunista rumando a uma espécie de ditadura capitalista e o Leste europeu liberto da tirania de Moscou, só restaram dois países obsoletos regidos por um sistema comunista. Era de esperar-se que, com o século, morresse também a Guerra Fria. No entanto ela sobrevive neste nosso continente que vive a reboque da História e parece não ter ainda chegado ao século XXI.
A morte de Pinochet foi comemorada com muita alegria. “O diabo terá um dia ruim, pois vão tomar dele a presidência do inferno”, disse o escritor mexicano Carlos Fuentes. “A morte ganhou da justiça”, disse o escritor comunista uruguaio Mario Benedetti. Para Massimo d’Alema, ministro italiano das Relações Exteriores, “o que nos faz diferentes em relação a Pinochet e às pessoas que pensam como ele é que nós respeitamos a vida humana, incluindo a vida de Pinochet”. O que não parece ser o caso.
Para Fernando Henrique Cardoso, “o julgamento da História será implacável com Pinochet”. Para Lula, Pinochet representou “um período sombrio”. Para José Serra, “foi-se alguém que não vai deixar nenhuma saudade. É um homem identificado com a repressão, identificado com a tortura e também com a corrupção, pois revelou-se um grande corrupto, além de um grande repressor. Um ditador implacável que infelicitou a nação chilena e deu um mau exemplo para a América Latina e para o resto do mundo”.
Deus não joga mas fiscaliza. Quis o Senhor que, nestes dias da morte de Pinochet, Fidel Castro esteja perto da sua. Será interessante ver o que têm a dizer Lula, Fernando Henrique, José Serra, e demais personalidades bafejadas pela mídia, sobre a morte do homem que matou 17 mil de seus compatriotas, manteve a ferro e fogo o poder por 47 anos, suprimiu a liberdade de expressão e de imprensa, governou sua ilha como um déspota e levou seu país à miséria.
Conseguirá FHC dizer que o julgamento da História será implacável com Castro? Dirá Lula que seu amigo representou um período sombrio? Ousará Serra afirmar que Castro não deixa saudades?
Quem viver, verá. E verá – disto estou certo – que estes senhores no fundo continuam enamorados das ditaduras comunistas.
Logical, responsible, practical.
Clinical, intellectual, cynical.
Liberal, fanatical, criminal.
Acceptable, respectable, presentable, a vegetable!
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Liberal, fanatical, criminal.
Acceptable, respectable, presentable, a vegetable!
Re.: Herói é quem mata mais
Esses caras são comunistas pra caralho!
Re.: Herói é quem mata mais
Castro levou Cuba a uma miséria humilhante, só superada pelo Haiti no continente
Mas Cuba não é uma maravilha? Se são tão miseráveis, como poderiam nutrir tão bons nadadores?
Sem tempo nem paciência para isso.
Site com explicações para 99,9999% de todas as mentiras, desinformações e deturpações criacionistas:
www.talkorigins.org
Todos os tipos de criacionismos, Terra jovem, velha, de fundamentalistas cristãos, islâmicos e outros.
Série de textos sugerida: 29+ evicences for macroevolution
Índice com praticamente todas as asneiras que os criacionistas sempre repetem e breves correções
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Re.: Herói é quem mata mais
Todos os citados são assassinos. Quando se elimina a vontade popular a partir do estabelecimento de uma ditadura, qualquer revolução vira golpe.
E, pelo visto, tem gente aqui querendo relativizar crimes...triste.
E, pelo visto, tem gente aqui querendo relativizar crimes...triste.
Cadê os podres Presidentes dos EUA? Até parece que eles não lutaram na guerra fria, até parece que eles não invadiram vietnã, até parece que eles não estão matando crianças e torturando civis inocentes no iraque e sabe-se lá onde mais esses fascistas estão...
Texto podre...
Texto podre...

"É extremamente fácil enganar a si mesmo; pois o homem geralmente acredita no que deseja"