Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Engels.

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André
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Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Engels.

Mensagem por André »

ENGELS, F. A Guerra dos camponeses In: MARX, K. e ENGELS, F. Sobre a Religião, Lisboa, Editora Setenta, 1972, p. 115– 141

"O texto de Engels sobre a guerra dos camponeses analisa o processo político ocorrido na Alemanha durante o período de transição do feudalismo ao capitalismo, marcado pela Reforma protestante. O autor inicia descrevendo os três grandes campos político-ideológicos existentes na Alemanha na época, quais sejam : o campo católico ou reacionário, o campo luterano burguês reformador e o campo revolucionário. O campo conservador católico agrupava todos os elementos interessados na manutenção da ordem existente: poder de Império, clero e uma parte dos príncipes seculares, nobreza rica, prelados e patriarcado das cidades; o partido da Reforma Luterano burguesa moderada agrupava os elementos proprietários da oposição, o conjunto da pequena burguesia, a burguesia, e mesmo a parte dos príncipes seculares que esperavam enriquecer pela confiscação dos bens da Igreja e queriam aproveitar a ocasião para conquistar maior independência em relação ao império; enfim, os camponeses e os plebeus constituíam o partido revolucionário, cujas reivindicações e doutrinas foram expressas mais nitidamente por Thomas Munzer (p. 123 – 124) .

A análise dos acontecimentos feita pelo autor vai evidenciando o papel que as idéias religiosas tiveram no contexto político. Em primeiro lugar, a importância da doutrina luterana, que, no início, foi ampla o bastante para agregar todas as forças de oposição. Entretanto, à proporção que o processo político se desenvolver, Lutero foi sendo cooptado pelos príncipes, afastando-se dos ideais da plebe. Quando a Guerra dos camponeses eclodiu, Lutero se esforçou para desempenhar o papel de mediador, mas acabou sucumbindo aos burgueses e príncipes, unidos contra o que consideravam “hordas camponesas de ladrões e assassinos”. (p. 128-129).

Munzer, cujas idéias se tornavam cada vez mais ousadas, separou-se da reforma burguesas e desempenhou, a partir daí, o papel de agitador político. É importante analisar o conteúdo da doutrina teológica e filosófica de Munzer, que se afastava da religião católica e até mesmo do cristianismo, aproximando-se, segundo Engels, em alguns momentos, das concepções especulativas modernas e até do ateísmo.

Munzer ensinava, sob formas cristãs, um panteísmo, rejeitando a Bíblia como revelação única e infalível. A verdadeira revelação viva é, dizia Munzer, a razão-revelação, que existe desde sempre, em todos os povos, e existe ainda. ( ….) “A fé não é mais do que a encarnação da razão no homem e é por isso que os pagãos podem também ter fé. Graças a essa fé a razão que se torna viva, o homem diviniza-se e santifica-se. É por isso que o céu não é algo que existe no além, é na nossa própria vida que é preciso procurá-lo; e a tarefa dos crentes é, precisamente, a de estabelecer esse céu, o reino de Deus na Terra”. ( p.133-134) . Para Munzer, “o reino de Deus era justamente uma sociedade em que não houvesse diferenças de classe, nem propriedade privada, nem poder de Estado estranho, autônomo, opondo-se aos membros da sociedade” (p. 135)

Esta concepção, bastante interessante, nos mostra como a religião pode não ser apenas uma forma de legitimação de uma ordem social injusta, mas também servir como elemento de protesto e tomada de consciência acerca das injustiças sociais, contribuindo para a mobilização e luta."

Tb pode ser encontrado no site

http://webtekk.org/ateismos/
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

Ou na Saraiva. Disponivel para todo Brasil.

http://www.livrariasaraiva.com.br/produ ... 0C1C301196


O herói é um cientista cético, um pensador político. O livro debate filosofia, política, questões ambientais, sociais, bioética, cosmologia, e muito mais, no contexto de uma aventura de ficção científica.

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Poindexter
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Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Engels.

Mensagem por Poindexter »

Agora a pregação comun*sta está explícita no Fórum.
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Retrato não romantizado sobre o Comun*smo no século XX.

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André
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Re: Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Enge

Mensagem por André »

Poindexter escreveu:Agora a pregação comun*sta está explícita no Fórum.


Está é apenas uma mini resenha que fiz na disciplina de História das Religioes.Resolvi colocar no site do Flush e aqui no forum.
Visite a pagina do meu primeiro livro "A Nova Máquina do Tempo." http://www.andreteixeirajacobina.com.br/

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Re: Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Enge

Mensagem por Sr. Incógnito »

André escreveu:
Poindexter escreveu:Agora a pregação comun*sta está explícita no Fórum.


Está é apenas uma mini resenha que fiz na disciplina de História das Religioes.Resolvi colocar no site do Flush e aqui no forum.


não "queima" teus textos com aquele imbecíl do Flush!

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André
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Re: Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Enge

Mensagem por André »

Sr. Incógnito escreveu:
André escreveu:
Poindexter escreveu:Agora a pregação comun*sta está explícita no Fórum.


Está é apenas uma mini resenha que fiz na disciplina de História das Religioes.Resolvi colocar no site do Flush e aqui no forum.


não "queima" teus textos com aquele imbecíl do Flush!


Eu não sei sua rixa com ele, comigo ele foi educado e me pediu para colocar no site dele.Gostei da idéia por isso coloquei lá.

Não quero brigar com ninguém pela net, e sim trocar idéias e debater assuntos.Se a coisa descamba para o pessoal, eu tendo a perder o interesse afinal não é por essa razão que participo.

Mas até entendo que em debates mais quentes é normal algumas pessoas ficarem meio invocadas.Gostaria que isso acontece-se menos no entanto.
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Sr. Incógnito
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Re: Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Enge

Mensagem por Sr. Incógnito »

André escreveu:
Sr. Incógnito escreveu:
André escreveu:
Poindexter escreveu:Agora a pregação comun*sta está explícita no Fórum.


Está é apenas uma mini resenha que fiz na disciplina de História das Religioes.Resolvi colocar no site do Flush e aqui no forum.


não "queima" teus textos com aquele imbecíl do Flush!


Eu não sei sua rixa com ele, comigo ele foi educado e me pediu para colocar no site dele.Gostei da idéia por isso coloquei lá.

Não quero brigar com ninguém pela net, e sim trocar idéias e debater assuntos.Se a coisa descamba para o pessoal, eu tendo a perder o interesse afinal não é por essa razão que participo.

Mas até entendo que em debates mais quentes é normal algumas pessoas ficarem meio invocadas.Gostaria que isso acontece-se menos no entanto.


claro que ele foi educado! Não passa de um interesseiro! Seu texto seria, provavelmente, a melhor coisa que aquela porcaria de site iria ter! Quem sabe assim ele ganharua alguma credibilidade! Porém, tudo bem... faça como achar melhor.

obs: Quem não perde o interesse com um nível desses?

Até mais

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Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Engels.

Mensagem por Storydor »

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Re: Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Enge

Mensagem por André »

Sr. Incógnito escreveu:
André escreveu:
Sr. Incógnito escreveu:
André escreveu:
Poindexter escreveu:Agora a pregação comun*sta está explícita no Fórum.


Está é apenas uma mini resenha que fiz na disciplina de História das Religioes.Resolvi colocar no site do Flush e aqui no forum.


não "queima" teus textos com aquele imbecíl do Flush!


Eu não sei sua rixa com ele, comigo ele foi educado e me pediu para colocar no site dele.Gostei da idéia por isso coloquei lá.

Não quero brigar com ninguém pela net, e sim trocar idéias e debater assuntos.Se a coisa descamba para o pessoal, eu tendo a perder o interesse afinal não é por essa razão que participo.

Mas até entendo que em debates mais quentes é normal algumas pessoas ficarem meio invocadas.Gostaria que isso acontece-se menos no entanto.


claro que ele foi educado! Não passa de um interesseiro! Seu texto seria, provavelmente, a melhor coisa que aquela porcaria de site iria ter! Quem sabe assim ele ganharua alguma credibilidade! Porém, tudo bem... faça como achar melhor.

obs: Quem não perde o interesse com um nível desses?

Até mais


Eu não me sinto a vontade em discutir pessoas que somente conheço pela net em relação a coisas outras que não seja o conteúdo que postam.Especialmente se não estou envolvido na questão.

De qualquer forma espero que não redirecione para mim, que não tenho nada a ver com o caso, a rixa que tem com ele.

No mais acho que esse texto de Engels muito interessante, se achar posto ele aqui.Independente das opinioes que podemos ter acerca da visão política de Engels este escrevia bem, e foi um intelectual de qualidade.Claro que o que ele fez tem limites e problemas podem ser identificados, mas isso faz parte do estudo e da reflexão. A renovação,o acúmulo, levam a revisitar e ampliar ou propor novas perspectivas e isso faz bem a produção de conhecimento.
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Poindexter
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Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Engels.

Mensagem por Poindexter »

André escreveu:Ampliar a Democracia uma ideal de justiça socializar a riqueza um projeto para aumentar as chances de todos viverem melhor.


Comun*smo pseudo-democrata.
Si Pelé es rey, Maradona es D10S.

Ciertas cosas no tienen precio.

¿Dónde está el Hexa?

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André
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Re: Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Enge

Mensagem por André »

Poindexter escreveu:
André escreveu:Ampliar a Democracia uma ideal de justiça socializar a riqueza um projeto para aumentar as chances de todos viverem melhor.


Comun*smo pseudo-democrata.


Ser democrata e defender a ampliação da Democracia para mim é um valor superior e se encontra acima da defesa do que considero um projeto político melhor.Pois o que é decidido pela maioria é dotado de legitimidade.

Alias a defesa pela ampliação da democracia para mim é uma questão de principio de justiça.É mais justo que a maioria decida mais ou tenha mais poder sobre os rumos da nação.Essa entendo é a base necessária para as outras mudanças, e por isso para mim embora não obrigatoriamente anteceda, em termos ideais ou preferencialmente viria antes, já que estabelece as bases mais justas para transformação, que devem ter participação, de todos os indivíduos, sendo a vontade da maioria, respeitada.

Eu sou democrata na pratica vc que não sabe já participei de debates universitários como os de cotas, nos quais fui contra cotas raciais, minha proposta foi derrotada parcialmente(pois cotas raciais estão presentes mas existe pelo menos espaços para não-negros coisa que não existia antes) e como foi democrático o processo, aceitei a decisão do conselho.Isso não impede que eu discorde, pois tenho liberdade para tanto,liberdade essa de enorme relevância.
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Ateu Tímido
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Re: Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Enge

Mensagem por Ateu Tímido »

André escreveu:
Poindexter escreveu:
André escreveu:Ampliar a Democracia uma ideal de justiça socializar a riqueza um projeto para aumentar as chances de todos viverem melhor.


Comun*smo pseudo-democrata.


Ser democrata e defender a ampliação da Democracia para mim é um valor superior e se encontra acima da defesa do que considero um projeto político melhor.Pois o que é decidido pela maioria é dotado de legitimidade.

Alias a defesa pela ampliação da democracia para mim é uma questão de principio de justiça.É mais justo que a maioria decida mais ou tenha mais poder sobre os rumos da nação.Essa entendo é a base necessária para as outras mudanças, e por isso para mim embora não obrigatoriamente anteceda, em termos ideais ou preferencialmente viria antes, já que estabelece as bases mais justas para transformação, que devem ter participação, de todos os indivíduos, sendo a vontade da maioria, respeitada.

Eu sou democrata na pratica vc que não sabe já participei de debates universitários como os de cotas, nos quais fui contra cotas raciais, minha proposta foi derrotada parcialmente(pois cotas raciais estão presentes mas existe pelo menos espaços para não-negros coisa que não existia antes) e como foi democrático o processo, aceitei a decisão do conselho.Isso não impede que eu discorde, pois tenho liberdade para tanto,liberdade essa de enorme relevância.

Você ainda tenta argumentar com essa coisa?
Apenas tire sarro. essa é a única, ainda assim duvidosa, serventia dele.

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Re: Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Enge

Mensagem por André »

Ateu Tímido escreveu:
André escreveu:
Poindexter escreveu:
André escreveu:Ampliar a Democracia uma ideal de justiça socializar a riqueza um projeto para aumentar as chances de todos viverem melhor.


Comun*smo pseudo-democrata.


Ser democrata e defender a ampliação da Democracia para mim é um valor superior e se encontra acima da defesa do que considero um projeto político melhor.Pois o que é decidido pela maioria é dotado de legitimidade.

Alias a defesa pela ampliação da democracia para mim é uma questão de principio de justiça.É mais justo que a maioria decida mais ou tenha mais poder sobre os rumos da nação.Essa entendo é a base necessária para as outras mudanças, e por isso para mim embora não obrigatoriamente anteceda, em termos ideais ou preferencialmente viria antes, já que estabelece as bases mais justas para transformação, que devem ter participação, de todos os indivíduos, sendo a vontade da maioria, respeitada.

Eu sou democrata na pratica vc que não sabe já participei de debates universitários como os de cotas, nos quais fui contra cotas raciais, minha proposta foi derrotada parcialmente(pois cotas raciais estão presentes mas existe pelo menos espaços para não-negros coisa que não existia antes) e como foi democrático o processo, aceitei a decisão do conselho.Isso não impede que eu discorde, pois tenho liberdade para tanto,liberdade essa de enorme relevância.

Você ainda tenta argumentar com essa coisa?
Apenas tire sarro. essa é a única, ainda assim duvidosa, serventia dele.


Do PD?

Eu acho que escrevi mais para os outros do que para ele.Ou talvez até para mim mesmo, já que estudo democracia e tenho escrito sobre a defesa da Democracia Ampliada.

Mas tem razão, algumas coisas as vezes merecem mais uma resposta sarcastica do que seria.
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Acauan
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Re: Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Enge

Mensagem por Acauan »

André escreveu:Pois o que é decidido pela maioria é dotado de legitimidade.


André,

Este é um erro conceitual sobre democracia.
Se o que é decidido pela maioria fosse dotado de legitimidade, então as chamadas "faxinas étnicas" seriam legítimas, pois nelas uma grupo étnico majoritário na população decide exterminar um grupo minoritário.
O fato de uma maioria decidir algo não implica que ela tenha o direito de implementar o que foi decidido.

O fundamento da democracia é o Império da Lei, no significado tradicional da expressão, não o Império da Maioria, que é Majoritarismo.

Nós, Índios.

Acauan Guajajara
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Lutar com bravura, morrer com honra.

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André
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Re: Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Enge

Mensagem por André »

Acauan escreveu:
André escreveu:Pois o que é decidido pela maioria é dotado de legitimidade.


André,

Este é um erro conceitual sobre democracia.
Se o que é decidido pela maioria fosse dotado de legitimidade, então as chamadas "faxinas étnicas" seriam legítimas, pois nelas uma grupo étnico majoritário na população decide exterminar um grupo minoritário.
O fato de uma maioria decidir algo não implica que ela tenha o direito de implementar o que foi decidido.

O fundamento da democracia é o Império da Lei, no significado tradicional da expressão, não o Império da Maioria, que é Majoritarismo.



Mas as leis são feitas por quem?Representantes da maioria que os elegeu.E as leis devem expressar a vontade do povo não caprichos de lideranças.(esse é um principio democratico)

O legislativo altera as leis.Faz novas, enfim.

Agora eu sou favorável a uma ampliação do poder da maioria o que é sim uma alteração no conceito original de Democracia representativa passando para Democracia Ampliada.Experiência real mais próxima ocorre na Suíça aonde chamam de Democracia Direta.

A maioria pode errar, claro e o faz com freqüência.Mas se vc considera Lula ter sido eleito um erro, não tem poder sozinho para alterar isso.Precisa que outros concordem ao ponto de chegar a um processo como Impedimento.Assim como a Lei de ações afirmativas foi aprovada e eu tenho minhas divergências, mas respeito, pois foi vitoriosa no cenário democrático e por isso tem legitimidade.

A decisão da maioria ter legitimidade não significa que ela esteja certa, ou que isso seja moral.Significa que é legitimo pois respeita a vontade da maioria.

Limpeza étnica é uma aberração, algo que desconheço qualquer democracia ter realizado, através de votações, tipo vamos matar todo aquele grupo.Mas se tivesse seria dotado de legitimidade, obvio que do ponto de vista ético ou moral continua absolutamente condenável, abominável, e nesse caso sou favorável a interferência internacional inclusive com tropas para proteger as minorias.Mas ai seria uma segunda maioria internacional que reconhece que isso é uma aberração se sobrepondo a maioria local, que optou por algo absolutamente contrario a diversos princípios democráticos, como respeito a divergência, pluralidade, esses incompatíveis com genocídio.

Posso pegar o exemplo da execução de Saddam,sou contra a pena de morte, em principio, mas nesse caso particular, por questões políticas, e pela vontade de uma boa parte do povo iraquiano em se ver livre do antigo ditador entendo sua execução e nesse caso respeito a soberania local.No caso do genocídio a soberania local é suspensa, pois o genocídio em si contraria princípios democráticos outros que citei(respeito a diferença, pluralidade....).O genocidio contraria uma serie de princípios democraticos.
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Re: Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Enge

Mensagem por Acauan »

André escreveu:Mas as leis são feitas por quem?Representantes da maioria que os elegeu.E as leis devem expressar a vontade do povo não caprichos de lideranças.(esse é um principio democratico).
O legislativo altera as leis.Faz novas, enfim.


Se voltar atrás verá que não falei da formulação das leis e sim do Império da Lei, o princípio guia do Estado-Nação democrático do Ocidente.

A História é longa, mas pode ser resumida no princípio que o BEM comum tem precedência sobre o interesse particular. Note que o princípio fala em BEM comum, o que, por definição, estabelece claramente os limites do que é permitido à vontade da maioria.


André escreveu:Agora eu sou favorável a uma ampliação do poder da maioria o que é sim uma alteração no conceito original de Democracia representativa passando para Democracia Ampliada.Experiência real mais próxima ocorre na Suíça aonde chamam de Democracia Direta.


Chame-me para apoiar a idéia no dia em que todos os países do mundo forem a Suíça.

André escreveu:A maioria pode errar, claro e o faz com freqüência.


Não entendi porque a coisa toda não acabou aqui.

André escreveu:Mas se vc considera Lula ter sido eleito um erro, não tem poder sozinho para alterar isso.Precisa que outros concordem ao ponto de chegar a um processo como Impedimento.Assim como a Lei de ações afirmativas foi aprovada e eu tenho minhas divergências, mas respeito, pois foi vitoriosa no cenário democrático e por isso tem legitimidade.


A constituição e o Estado de Direito do Brasil me garantem sim poder para alterar a eleição do presidente Silva ou de qualquer outro, desde que eu seja capaz de apresentar provas suficientes da incapacidade do eleito, nos termos da Lei, para o exercício do cargo e assim acionar os mecanismos legais disponíveis a qualquer cidadão.

André escreveu:A decisão da maioria ter legitimidade não significa que ela esteja certa, ou que isso seja moral.Significa que é legitimo pois respeita a vontade da maioria.


Como é que é???
Quer dizer que algo pode ser errado e imoral e mesmo assim legítimo???

Não sei de onde você tirou sua definição de legitimidade. Só para pegar a mais fácil no momento, vou apresentar a do Houaiss:


LEGÍTIMO

Acepções
■ adjetivo
1 que é conforme ao direito positivo, que está fundado e amparado em lei; legal
Ex.: <autoridade l.> <poder l.>
2 ditado, justificado, explicado pelo bom senso, pela razão; justo, razoável
Ex.: <desejo l.> <motivos l.>


Seja na concepção do direito positivo ou na tradicional, não há nada na acepção da palavra "legítimo" que permita associá-la, por si só, à opinião da maioria.

André escreveu:O genocidio contraria uma serie de princípios democraticos.


André, pare alguns segundos para pensar no que escreveu acima e diga a si próprio se isto é lá é coisa que precise ser dita.
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Re: Re.: Mini resenha “Guerras Camponesas” de Friedrich Enge

Mensagem por André »

Acauan escreveu:
André escreveu:Mas as leis são feitas por quem?Representantes da maioria que os elegeu.E as leis devem expressar a vontade do povo não caprichos de lideranças.(esse é um principio democratico).
O legislativo altera as leis.Faz novas, enfim.


1)Se voltar atrás verá que não falei da formulação das leis e sim do Império da Lei, o princípio guia do Estado-Nação democrático do Ocidente.

A História é longa, mas pode ser resumida no princípio que o BEM comum tem precedência sobre o interesse particular. Note que o princípio fala em BEM comum, o que, por definição, estabelece claramente os limites do que é permitido à vontade da maioria.


André escreveu:Agora eu sou favorável a uma ampliação do poder da maioria o que é sim uma alteração no conceito original de Democracia representativa passando para Democracia Ampliada.Experiência real mais próxima ocorre na Suíça aonde chamam de Democracia Direta.


2)Chame-me para apoiar a idéia no dia em que todos os países do mundo forem a Suíça.

André escreveu:A maioria pode errar, claro e o faz com freqüência.


3)Não entendi porque a coisa toda não acabou aqui.

André escreveu:Mas se vc considera Lula ter sido eleito um erro, não tem poder sozinho para alterar isso.Precisa que outros concordem ao ponto de chegar a um processo como Impedimento.Assim como a Lei de ações afirmativas foi aprovada e eu tenho minhas divergências, mas respeito, pois foi vitoriosa no cenário democrático e por isso tem legitimidade.


4)A constituição e o Estado de Direito do Brasil me garantem sim poder para alterar a eleição do presidente Silva ou de qualquer outro, desde que eu seja capaz de apresentar provas suficientes da incapacidade do eleito, nos termos da Lei, para o exercício do cargo e assim acionar os mecanismos legais disponíveis a qualquer cidadão.

André escreveu:A decisão da maioria ter legitimidade não significa que ela esteja certa, ou que isso seja moral.Significa que é legitimo pois respeita a vontade da maioria.


5)Como é que é???
Quer dizer que algo pode ser errado e imoral e mesmo assim legítimo???

Não sei de onde você tirou sua definição de legitimidade. Só para pegar a mais fácil no momento, vou apresentar a do Houaiss:


LEGÍTIMO

Acepções
■ adjetivo
1 que é conforme ao direito positivo, que está fundado e amparado em lei; legal
Ex.: <autoridade l.> <poder l.>
2 ditado, justificado, explicado pelo bom senso, pela razão; justo, razoável
Ex.: <desejo l.> <motivos l.>


Seja na concepção do direito positivo ou na tradicional, não há nada na acepção da palavra "legítimo" que permita associá-la, por si só, à opinião da maioria.

6)
André escreveu:O genocidio contraria uma serie de princípios democraticos.


André, pare alguns segundos para pensar no que escreveu acima e diga a si próprio se isto é lá é coisa que precise ser dita.


1)Concordo.Mas vc a de concordar que o que é Bem comum varia de individuo para individuo.As leis estabelecem limites.É o Estado de direito.Apenas defendo que sejam ampliados os poderes da decisão da maioria.Isso eu sei que representa uma alteração.

2)Considero a idéia boa em si.Claro que com adaptações, passível de ser aplicada em países diferentes.Ela tem a tendência de estimular cultura democrática, e interesse pela política, e por participação.Além de diminuir o arbítrio dos políticos, e ampliar a responsabilidade do individuo, e das decisões da maioria.A transferência de responsabilidade para outros considero um problema, e a vejo com freqüência na Democracia Representativa.Enfim em países mais atrasados teria o poder de acelerar construção de cultura democrática.Fora isso considero em termos de princípios mesmo, um sistema mais justo.

3)Pq?

4)Sim, desde que outros concordem com sua avaliação.Sozinho não tem esse poder.

5)Amparado pela lei.Se a lei for de respeitar a decisão da maioria seja ela qual for, essa é legitima pois está amparada na lei.Mas a lei pode ser escravidão por exemplo que já existiu no Brasil e nos EUA, mas claro foi alterada por ser um desrespeito a liberdade.Escravidão logo em sua época era legitima, embora moralmente sempre condenável, e algo abominável.Só um exemplo(pq vc pode argumentar que ai ainda não eram Estados de Direito o que entendo e no caso do Brasil realmente não era), recentemente nos EUA a lei mudou e podem instalar escutas telefônicas sem supervisão de juiz nem mandato judicial, eu considero isso um absurdo, mas foi decidido no Congresso e Senado, e sancionado pelo Presidente logo como essa medida é amparada pela lei é legitima, mesmo que seja para mim absurda.

6)As vezes sinto a necessidade para não parecer para alguns, digamos mau informados, não é seu caso, que eu defenderia algo abominável como genocídio de alguma forma.

Ah tem mais um exemplo importante de uma medida legitima pq é amparada na lei, porém medonha.A lei que existia nos EUA em que era proibido ensinar qualquer coisa que fosse contraditoria com a Bíblia, o que levou a um professor de Biologia ser processado por ensinar evolução e Origens das especies de Darwin, em uma cidade do Sul dos EUA.Virou até filme "O vento será tua herança".A lei era legitima, porém estava errada e por isso foi alterada.Embora as vezes tentem no Sul dos EUA reativar ela.
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Trancado