o anátema escreveu:Como a mente funciona parte do princípio que o cérebro produz a mente em vez de ser um tipo de antena sofisticada, se não me engano.
O problema de cérebro como antena, já ilustrei diversas vezes: se o cérebro é apenas uma antena, não se esperaria grandes diferenças nos cérebros de diversos animais cujos "controles" se esperaria serem praticamente os mesmos.
Da mesma forma que tanto um gênio, quanto uma pessoa normal, uma criança, ou uma pessoa bem burra, ou até um chimpanzé, podem controlar um mesmo carrinho ou robô de controle remoto. E o que eles fizessem de inteligente ou não com o carrinho, não seria refletido em qualquer diferença de equipamentos para recepção de ações inteligentes presentes no carrinho.
Ou seja, teoricamente, poderíamos ter chimpanzés (no mínimo) neurocirurgiões, físicos de partículas. Eles só teriam problemas de fala, porque a parte do aparelho fonético em si do chimpanzé não é bem adequada.
As necessidades de controle dos seres humanos, de muitos vertebrados, e talvez da maioria dos mamíferos, é basicamente a mesma, temos os mesmos membros, tronco, cabeça, e alguns cauda, inclusive humanos com cauda atávica, que também podem controlar, apesar de não terem um cérebro diferente.
Ou seja, é como se fossem diversos modelos de carrinhos de controle remoto diferentes, capazes de movimentos mais ou menos parecidos, e que logo exigem controles mais ou menos parecidos; bem como o sistema de recepção do que é comandado no controle seria consideravelmente parecido, podendo ser idêntico na maior parte do tempo.
Mas no caso dos animais, "coincidentemente", quanto mais inteligentes são, mais complexas são suas supostas antenas, o que é como se uma pessoa com um robô de controle remoto que reproduzisse o movimento de cabeça, tronco e membros, precisasse de uma antena bem mais sofisticada do que um robô de controle remoto para um chimpanzé ou um cachorro, que reproduz o movimento da cabeça, tronco e membros. Pela analogia de antena, não precisariam, pois controlam essencialmente os mesmos tipos de movimentos, a qualidade de "inteligente" de uma série de movimentos não implica em qualquer diferença de necessidades no sistema de transmissão e recepção do comando dos movimentos individuais.
Talvez o problema resida na consideração do cérebro como simples receptor. Vamos encarar o cérebro como emissor, receptor e “memória”. No último sentido, o órgão armazenaria respostas já condicionadas, quase como o “arco reflexo”.
Neste contexto, a necessidade de um cérebro mais complexo é possivelmente embasado dentro do que Roger Penrose propõe como modelo de funcionamento daquele.
A “geometria” do cérebro é fortemente ligada à capacidade mental nesta modelagem, pois as precipitações quânticas, dentro do microtúbulos (estruturas interiores aos neurônios), a conexão destes e quantidade dos mesmos é que resulta nas diferentes capacidade/qualidades que as “mentes” comumente são apresentadas.
Penrose também evidencia o erro em “A mente deve ser comparada a um computador com um software que o faz funcionar”. O argumento é baseado na impossibilidade computacional de alguns “fenômenos” mentais, como a compreensão/entendimento.