Gigantes do software mudam postura e criam guerra no Linux

[Johnny]

Cintia Baio

A Red Hat lançou ontem a versão 5 de sua distribuição, a Red Hat Enterprise Linux, sem muitas modificações mas com a promessa (mesmo velada) de oferecer preços mais competitivos e um melhor suporte em relação à concorrência.
As promessas da empresa acontecem num momento em que o mundo do software livre vive uma mudança na postura das grandes que trabalham com código proprietário em relação às distribuições abertas.
Microsoft
Há pouco tempo, a Microsoft afirmava, categoricamente, que o mundo do software livre não apresentava perigo para os negócios da gigante. Mas, com o avanço da adoção do código aberto, incentivados, principalmente, pelos governos dos países, a empresa mudou de postura. No final do ano passado, a Microsoft fechou acordo com a Novell, fabricante de uma das mais importantes distribuições corporativas do Linux — Suse Linux.
Com o acordo, calcado na tríade virtualização, gerenciamento de web service e interoperabilidade de documentos, as duas empresas buscam trabalhar para que seus sistemas possam “conversar entre si” — fato que causou grande discussão entre a comunidade livre e a do software proprietário.
Para Ricardo Fernandes, presidente da Novell do Brasil, a estratégia da empresa deixa de lado as posições fervorosas e busca o benefício para o cliente. “Ainda somos rivais da Microsoft em diversos sentidos, mas concluímos que, quando o assunto é interoperabilidade, o cliente precisava que esse acordo acontecesse. A questão não é vender para a Microsoft, como muitos disseram, mas responder às necessidades do cliente”, declarou Fernandes.
Mas para especialistas em software livre, a decisão da Novell aconteceu em um momento inoportuno.
“A empresa imaginou ser privilegiada quando fez a parceria com a Microsoft, por acreditar que conseguiria mais clientes no curto prazo. O que ela esqueceu é que hoje vivemos um momento em que as distribuições livres estão crescendo, ou seja, a Novell caminhou contra a corrente”, disse Sady Jacques, Coordenador Geral da Associação do Software Livre.
A justificativa de todas as ações tomadas pelas empresas coloca sempre o cliente como beneficário. Mas para os profissionais de TI estão mesmo preocupados em obter soluções rápidas e simples para as suas necessidades. E querem distância das posições xiitas. Dos mil servidores administrados por Renato Weiner, diretor de TI da Locaweb, 25% rodam em Linux — a distribuição é a da Red Hat. E, em meio a sistemas diferentes, Weiner é enfático: “Quem está nesse mundo de TI não está interessado em religiões, mas em soluções. Por isso, mesmo não sendo cliente da Novell, acredito que a decisão daquela empresa é adequada para todas as partes”.
Oracle
Paralelamente à entrada da Microsoft na área do software livre, a Oracle anunciou outro plano que agitou o mercado de preços das distribuições Linux. Depois de semanas de discussão, a empresa confirmou a distribuição do Unbreakable Linux e suporte a preços muito mais baixos que os praticados pela Red Hat, maior empresa de distribuição Linux do mundo, com 85% do mercado. Analistas do setor consideram a ação da gigante norte-americana uma rasteira na Red Hat.
Frente à concorrência, a Red Hat lançou a versão 5 de sua distribuição, a Red Hat Enterprise Linux, sem muitas modificações. Na coletiva de lançamento, a empresa não deixou de reafirmar sua liderança no mundo livre e aproveitou para alfinetar a rival Novell: “Nós não vamos vender nossa alma como ela fez. Aliás, o que queremos perguntar para a Microsoft é por que ela não se adapta ao mundo do código livre? Por que nós temos que nos adaptar”, disse Gabriel Szulik, gerente-geral da Red Hat para a América Latina.
Durante a coletiva, a Red Hat declarou que sua subsidiária brasileira tem ganho importância para a companhia, o que é estratégico diante dos esforços do governo brasileiro para adotar o software livre em várias de suas operações. “Nesse primeiro ano, já tivemos uma forte demanda em grandes contas, principalmente do setor financeiro e do governo”, disse Szulik. É muito importante para nós ter uma boa relação com o governo, concluiu o executivo.

[Fernando Silva]

Darwin escolherá o vencedor.

[Shanaista]

Ainda mais quando se mexe com a parte mais sensível do corpo, o bolso!