04/04/2007 - 10h37
Irã anuncia libertação de 15 militares britânicos detidos
da Folha Online
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, anunciou nesta quarta-feira a libertação dos 15 militares britânicos detidos há 12 dias no golfo Pérsico.
Ahmadinejad disse ainda que seu país "perdoa" os militares britânicos pela invasão. "Os 15 marinheiros receberam nosso perdão, e oferecemos sua liberdade como um presente ao povo britânico", disse.
Em coletiva de imprensa, o líder do Irã deu medalhas de condecoração aos guardas da costa iraniana que interceptaram a embarcação britânica, reiterando que os militares estavam em águas territoriais do Irã no momento em que foram capturados.
Presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, condecora membros da Guarda Costeira - Vahid Salemi/AP
"Em nome do grande povo iraniano, quero agradecer à Guarda Costeira, que corajosamente defendeu nossas águas territoriais e deteve aqueles que violaram nossa fronteira", disse o líder do Irã.
Em seguida, interrompeu o discurso e colocou as medalhas no peito de três guardas.
O Irã acusa o grupo de marinheiros e marines britânicos de invadir suas águas. O Reino Unido nega, dizendo que os militares faziam uma inspeção de rotina em águas iraquianas na região do canal de Shatt al Arab quando foram capturados.
Ele criticou o destacamento da marinheira Faye Turney, 26, a única mulher do grupo, lembrando que ela é mulher e mãe de crianças pequenas. "Como se justifica que uma mãe fique fora de casa, longe de seus filhos? Não se respeita os valores familiares no Ocidente?", questionou.
Após quase 15 dias de crise, Irã e Reino Unido já davam sinais de que iriam contornar a questão por meio da diplomacia. Nesta quarta-feira, Naigil Shinvald, conselheiro do premiê britânico, Tony Blair, conversou por telefone com Ali Larijani, chefe do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, para discutir a questão, segundo a agência oficial iraniana Irna.
Após cortar relações com o Irã, o Reino Unido só permite discussões sobre a detenção dos marinheiros e fuzileiros navais britânicos detidos no país persa.
Em um comunicado divulgado ontem, Blair disse que "ambos os lados compartilham o desejo de uma resolução rápida para a questão através de conversas diretas".
Captura
O impasse começou no último dia 23 de março, quando os 15 militares britânicos foram detidos por Teerã por terem supostamente entrado ilegalmente nas águas iranianas, acusação que o Reino Unido nega.
Marcelo Katsuki/Fol
Os dois países viveram um incidente similar em 2004, quando o regime de Teerã manteve detidos durante três dias oito militares britânicos acusados de entrarem de forma ilegal em águas territoriais do Irã no golfo Pérsico. Na época, o Reino Unido também negou a invasão.
A tensão teve início na mesma semana em que o Conselho de Segurança da ONU aprovou novas sanções contra Teerã por sua insistência em manter seu programa nuclear.
Na segunda-feira (2), a TV estatal de Teerã informou que os militares britânicos admitiram ter invadido águas territoriais do Irã. Segundo a Irna, agência oficial iraniana, o país não exibiria as imagens das confissões devido à "mudança de postura" do Reino Unido.
A Irna não detalhou a que tipo de mudança Teerã se refere. O Reino Unido rejeitou as declarações sobre confissões, dizendo que elas são "inaceitáveis", e reiterando que os militares faziam uma inspeção em águas iraquianas quando foram detidos.
Síria
Nesta quarta-feira, o ministro sírio das Relações Exteriores, Walid al Moallem, afirmou a um jornal do Kuait que seu país estaria mediando o impasse entre o Reino Unido e o Irã.
"A solução deve ser diplomática, e a Síria agora media esse processo entre os dois países", afirmou Moallem ao jornal "Al Anba", em entrevista em Damasco. "Nós torcemos por uma solução satisfatória, que leve à resolução da crise em torno da prisão dos britânicos".
O ministro não detalhou que tipo de medida seu país irá tomar para tentar dar fim à controvérsia. O Irã acusa o grupo de marinheiros e marines britânicos de invadir suas águas.
Entre as nações árabes, a Síria é o mais próximo aliado do Irã, que é um país persa. Os dois países estreitaram ainda mais as relações quando passaram a ser acusados pelos Estados Unidos e pela União Européia (UE) de interferirem nos conflitos no Iraque e no Líbano.
A guerra do Líbano, que teve início em julho de 2006, durou 34 dias e deixou 1.200 mortos.
Com agências internacionais
Fonte: Folha On-Line
Irã anuncia libertação de militares britânicos
Irã anuncia libertação de militares britânicos
Palavras de um visionário:
"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."
Roberto Campos
"Seria uma ressurreição satânica retirarmos Lula e Brizola - esse casamento do analfabetismo econômico com o obsoletismo ideológico - do lixo da história para o palco do poder."
Roberto Campos