Action Philosophers

No catolicismo, a graça é o dom de Deus sempre presente(embora nem sempre absorvido) que faz com que ás vezes olhemos a miséria, a violencia e terror, a mesquinhez, etc, como algo que nos causa estranheza, tristeza, indignaçao, etc.
Mas, se a graça está sempre presente e é Deus quem escolhe a quem a graça é atribuída, é Deus quem escolhe realmente queM é salvo... nao as pessoas. Como pode isso ser chamado de livre arbítrio?
Santo Agostinho responde assim: "Deus nao é humano". Nao está limitado pela nossa percepçao de causa e efeito lineares (esta é para o incógnito: se o PNC é inviolável entao Deus nao é livre para escolher outras regras lógicas... embora a natureza aparentemente o seja ao nível quantico). Deus pode ver todas as possíveis variaçoes de um acto particular... Mas o possível nao é o actual (isto até é engraçado, porque o actualismo é a ideia de que o nosso mundo só pode ser como é e nao há outras posibilidades. Para Dennett, por exemplo o actualismo é falso e nada tem a ver com a ideia de determinismo). Um Deus infalível já sabe o que o livre arbitrio de cada um vai escolher. Ele sabe isto porque Deus está fora do tempo (Santo Agostinho antecipou Einstein ao dizer que espaço e tempo foram criados juntos por um ser atemporal) (esta é para o Nada Sei e o seu panenteísmo. Para St. Agostinho Deus estava absolutamente fora do espaço-tempo). Antes de criar o mundo, ele "viu" todas as graças e onde, quando e em quem elas estavam presente. Assim, enquanto Deus é o indiscutível mestre do nosso arbítrio,
as escolhas permanecem nossas (

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O Bem e o mal:
St Agostinho interrogou-se muitas vezes porque razao existia o mal. Insatisfeito com o cristianismo (que achava contraditório) voltou-se durante anos para o maniqueísmo. Entretanto ficou chocado com a falsa sinceridade dos seus mestres. Esses mestres nao colhiam os seus alimentos porque fazer isso era parte do mal. Outros faziam isso por eles. Mas St Agostinho percebeu que obrigar outros a fazer algo que fazia parte do mal nao podia deixar DE ser parte do mal também. Assim abandonou o maniqueísmo. As coisas mudaram quando ele percebeu que a questao correcta nao era "porque existe o mal?", mas sim "Porque existe o bem?" E para Agostinho o Bem é só aquilo que Deus quer que a gente seja. O Bem é uma sintonia perfeita entre o livre arbitrio do ser humano e Deus. O Mal nasceu de uma quebra dessa sintonia. A confusao moral nasce dessa quebra e manifesta-se quando olhamos a miséria com indiferença. Mas como a graça está sempre presente, de vez em quando olhamos a misério e o coraçao afunda-se. O Mal é a decadencia entrópica.

Nesta interpretaçao do Bem ou do Mal é absolutamente indiferente se alguém acredita em Deus ou nao. A ausencia de Deus de que ele fala, nao é a ausencia da crença em Deus, mas a indiferença moral. Aprendam evangélicos (sempre desejosos de ver impios a arder no inferno)
