A polêmica está formada e envolve forrozeiros, policiais, pastores, sacerdotes, porteiros e seguranças das casas de forrós, pagodes e outras baladas da cidade. Todos eles têm um ou outro relato da aparição do Demônio em várias oportunidades e de diversas modalidades. Em comum o cheiro chofre de uma substância que lembra enxofre, mas se confunde com odor de maconha, catinga humana (o famoso cecê) e perfume feminino de baixa qualidade. O caso e o exemplo mais contundente é da adolescente Mariana F. T., de 17 anos, moradora da Vila São Paulo, distrito do Manoa, que costuma freqüentar as baladas da Zona Norte, especialmente no Corredor da Esfregação, ali na Estrada Torquato Tapajós. Ela está há uma semana em casa, com aparência de quem se dopou ou foi dopada para conter uma dor insuportável. Mais parece um zumbi.
Desde a Idade Média
Segundo o padre Anatole Chermont, de origem francesa e que faz peregrinação nas comunidades daquela Zona Urbana, que carece de centros de referência do catolicismo e tem apenas seis padres para atender uma população de 200 mil pessoas, a aparição física do Demônio é um fenômeno raro, mas perfeitamente demonstrável na literatura teológica desde a Idade Média. Normalmente ele aparece no comportamento das pessoas que optam pelos descaminhos do Mal, da perversidade e da violência.
Patas de bode, olhos claros e avermelhados
Os pais de Mariana – que são evangélicos - fogem da imprensa como o Capeta da Cruz, tentam driblar o assunto e dizem apenas que a menina está passando por uma crise da idade e que andou consumindo algumas ervas medicinais trazidas de Santarém, do Pará, de onde a família é originária. Os vizinhos, porém, relatam dados mais curiosos e que o depoimento da garota não deixa a menor dúvida. Ela confessou alguns fatos para as amigas, segundo Maria Consuelo, que estudava na mesma escola que ela no ano passado – “Foi há duas quando ela tomou um “Capeta”, mais ou menos três copos, na entrada da Mansão do Forró, dessas balada que agitam as noites de domingo”, disse a amiga. E mais: “Ela passou mal quando se abaixou para pegar a piranha que caiu do seu cabelo. Ela jura que viu que o homem tinha parte de baixo de um bode, com patas mesmo”, declarou. Foi aí que ela sentiu o ar diminuir e a cabeça rodar um rapaz de olhos esverdeados, com mistura avermelhada de quem está chorando, a pegou nos braços sem nada dizer. O perfume era estranho e estava misturado com fedor de erva queimada. O olhar da figura era de quem estava apaixonado e como um passe de mágica ele desapareceu. Ela jura que era o Satanás. E a cada amiga ela conta um detalhe diferente.
Na porta das baladas
O curioso da estória é que os pais da garota já mudaram de casa duas vezes e os pastores da Igreja Evangélica não saem da casa da moça, segundo uma de suas amigas que trabalha com a mãe dela na venda de cosméticos e perfume da linha Avon. O pastor proibiu da família de falar na aparição e prestar declaração pois isso poderia alastrar uma onda de pavor e desespero na população. Coincidência ou não, ns madrugadas e alvorecer de cada dia, onde rola um forró ou um pagode, a presença dos pastores aumenta em número e manifestação de pregação da palavra. Eles oferecem copos de água mineral e convidam os “ímpios” a se entregarem pra Jesus.
Garotão sedutor
Para o pastor Antônio José Ursulino, da denominação pentecostal, Tabernáculo de Davi, um ex-frequentador dos bailes e inferninhos da cidade e que se converteu justamente porque testemunhou a presença de Lúcifer disfarçado de garotão provocador e sedutor, essas aparições são mais corriqueiras do que se possa imaginar. E nem precisa que o infeliz se afogue nas drogas e na bebida alcoólica, que não passa de uma droga poderosa que é lícita e estimulada pela propaganda.
Feliz na vida
Um da PM que patrulha a área no carro da Polícia Comunitária de nome Armando R., que mora no bairro e costuma trabalhar de segurança em seus dias de folga, disse que chegou a puxar arma há questão de duas semanas e atirar pra cima com a gritaria de um grupo de meninas que juravam ter visto o Capeta, um rapaz que apareceu e desapareceu como por encanto e que fedia a incenso de má qualidade e a um perfume de camelô, as mesmas características das demais descrições. Ele apenas sorri, segundo as vítimas como se estivesse feliz da vida, com as contas pagas, grana no bolso e a sensação do dever cumprido.
Em Casa do Senhor não existe Satanás
Os dirigentes da Mansão não confirmam, nem desmente. “Tudo isso é uma grande armação da concorrência para tentar acabar com o sucesso de nossa casa. Todo fim de semana são 20 mil pessoas que se divertem em nossas casas e em Casa do senhor não existe Satanás” , declarou o DJ Evandro Jr., dono do negócio.
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Dizem algumas pessoas que estavam por lá, que o Tinhoso dança forró pra caramba!

