Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João Hélio
Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João Hélio
É freqüente dizerem que os pobres são muito mais condenados pela opinião pública do que os ricos, mesmo em crimes comparáveis.
Se diz que A Richtofen, Pimenta Neves, o caso dos assasinos do índio que pensaram ser "só mendigo", aquela gangue de riquinhos de um tempo atrás, aquele cara que drogado matou a vó e a empregada com espada, o estudante de medicina que metralhou pessoas no cinema e diversos outros não tem provocam uma fração proporcional da revolta provocada por bandidos pobres, como os Champinhas, Fernandinhos-Beira-Mar, Marcolas, Elias Malucos e outros.
Como exemplo, recentemente compararam o caso João Hélio com aquele de uma qualquer coisa Ulzfer, que teria tentado atropelar o próprio marido (não sei mais sobre o caso, exceto que ela e o próprio marido alegaram que ambos estavam no carro e que foi acidente), matando uma aluna inocente e atropelando outras pessoas numa lanchonete, e com esse outro mais recente duma empresária que para tentar fugir de pagar a conta dum fusquinha que amassou, saiu correndo em contra mão, atropelou 6 pessoas, matando duas (não sei se mais duas ou dentro dessas 6), e ainda bateu em outros carros.
Vocês consideram que esses crimes são iguais, e que as diferenças circunstanciais como a intenção de assalto não fazem a menor diferença, e que portanto as penas deveriam ser similares quanto as mortes, ou que há diferenças, tornando realmente os responsáveis pela morte do João Hélio mais condenáveis/um crime masi revoltante?
Nota: em momento algum eu nego que as penas que criminosos de diferentes classes podem pegar são diferentes, apesar do crime poder ser o mesmo, mas acho que isso nada tem a ver com a opinião pública quanto os criminosos, como se todos na verdade achassem que o Pimenta Neves por exemplo merece mesmo ficar fora da cadeia porque não foi nada demais.
Nesses casos em particular a minha opinião é que o caso do João Hélio é pior pelo motivo da intenção de roubar e não se importar em matar, confiando nos depoimentos de que eles sabiam dele estar preso no carro mas não ligaram, e até acharam graça, ou ao menos algum deles.
Já o caso mais recente, da que tentou fugir de pagar o estrago no fusca e acabou matando duas pessoas não é como um padrão de comportamento da pessoa, como se pudéssemos dizer algo como "esse tipo de gente... vive a trombar nos outros carros e fugir atropelando e matando pessoas só para não pagar o conserto do carro". Comparo um pouco com um pedreiro que cometesse qualquer acidente e fugindo derrube qualquer coisa na cabeça de alguém e mate.
Por mais pobre que fosse o pedreiro, não acho que ninguém teria a mesma condenação que seria cabível no caso do menino arrastado até a morte, mesmo que tivesse, como essa mulher, matado duas pessoas acidentalmente ao tentar escapar de alguma burrada que tivesse feito.
Os diferenciais aí seriam então principalmente a intenção criminosa inicial, já que os que mataram o menino também não planejaram matá-lo como mataram, e secundariamente pelo fato deles terem podido parar o carro, e nem necessariamente socorrer nem nada, mas não precisavam tê-lo arrastado até morrer. Como agravante ainda tem o alegado comentário de "bonequinho de Judas".
... bem, que acham disso? As pessoas são todas/em grande parte "psicopatas de classe", indiferentes ou afetadas com barbaridades cometidas apenas a partir do momento que sabem a classe sócio-econômica da vítima, ou o que há é mesmo defesa da bandidagem que inventa um mito de que as pessoas são mais brandas com as criminosas de classes sócio-econômicas mais altas?
Não que isso não possa ocorrer em algum grau, como já comentei num tópico parecido. Afinal, as pessoas sentem mais pelos familiares, amigos, conhecidos, e etc. De acordo com a proximidade. E não raramente "não ligam" para mortes numa guerra em qualquer outro país proporcionalmente ao que ligariam se fosse no país onde moram. Há também os graus mais graves de praticamente xenofobia e coisas parecidas, onde até explicitamente as pessoas não se importam com as mortes de pessoas de algum outro grupo, se não gostarem até. Só não acho que isso ocorra em grande escala.
A coisa mais próxima, como também já mencionaram, é ligarem menos para vítimas pobres por prejulgarem serem provavelmente bandidos mesmo, o que ironicamente é algo muitas vezes difundido pela mesma gente que geralmente condena esse suposto favoritismo de classe para alguns criminosos.
Se diz que A Richtofen, Pimenta Neves, o caso dos assasinos do índio que pensaram ser "só mendigo", aquela gangue de riquinhos de um tempo atrás, aquele cara que drogado matou a vó e a empregada com espada, o estudante de medicina que metralhou pessoas no cinema e diversos outros não tem provocam uma fração proporcional da revolta provocada por bandidos pobres, como os Champinhas, Fernandinhos-Beira-Mar, Marcolas, Elias Malucos e outros.
Como exemplo, recentemente compararam o caso João Hélio com aquele de uma qualquer coisa Ulzfer, que teria tentado atropelar o próprio marido (não sei mais sobre o caso, exceto que ela e o próprio marido alegaram que ambos estavam no carro e que foi acidente), matando uma aluna inocente e atropelando outras pessoas numa lanchonete, e com esse outro mais recente duma empresária que para tentar fugir de pagar a conta dum fusquinha que amassou, saiu correndo em contra mão, atropelou 6 pessoas, matando duas (não sei se mais duas ou dentro dessas 6), e ainda bateu em outros carros.
Vocês consideram que esses crimes são iguais, e que as diferenças circunstanciais como a intenção de assalto não fazem a menor diferença, e que portanto as penas deveriam ser similares quanto as mortes, ou que há diferenças, tornando realmente os responsáveis pela morte do João Hélio mais condenáveis/um crime masi revoltante?
Nota: em momento algum eu nego que as penas que criminosos de diferentes classes podem pegar são diferentes, apesar do crime poder ser o mesmo, mas acho que isso nada tem a ver com a opinião pública quanto os criminosos, como se todos na verdade achassem que o Pimenta Neves por exemplo merece mesmo ficar fora da cadeia porque não foi nada demais.
Nesses casos em particular a minha opinião é que o caso do João Hélio é pior pelo motivo da intenção de roubar e não se importar em matar, confiando nos depoimentos de que eles sabiam dele estar preso no carro mas não ligaram, e até acharam graça, ou ao menos algum deles.
Já o caso mais recente, da que tentou fugir de pagar o estrago no fusca e acabou matando duas pessoas não é como um padrão de comportamento da pessoa, como se pudéssemos dizer algo como "esse tipo de gente... vive a trombar nos outros carros e fugir atropelando e matando pessoas só para não pagar o conserto do carro". Comparo um pouco com um pedreiro que cometesse qualquer acidente e fugindo derrube qualquer coisa na cabeça de alguém e mate.
Por mais pobre que fosse o pedreiro, não acho que ninguém teria a mesma condenação que seria cabível no caso do menino arrastado até a morte, mesmo que tivesse, como essa mulher, matado duas pessoas acidentalmente ao tentar escapar de alguma burrada que tivesse feito.
Os diferenciais aí seriam então principalmente a intenção criminosa inicial, já que os que mataram o menino também não planejaram matá-lo como mataram, e secundariamente pelo fato deles terem podido parar o carro, e nem necessariamente socorrer nem nada, mas não precisavam tê-lo arrastado até morrer. Como agravante ainda tem o alegado comentário de "bonequinho de Judas".
... bem, que acham disso? As pessoas são todas/em grande parte "psicopatas de classe", indiferentes ou afetadas com barbaridades cometidas apenas a partir do momento que sabem a classe sócio-econômica da vítima, ou o que há é mesmo defesa da bandidagem que inventa um mito de que as pessoas são mais brandas com as criminosas de classes sócio-econômicas mais altas?
Não que isso não possa ocorrer em algum grau, como já comentei num tópico parecido. Afinal, as pessoas sentem mais pelos familiares, amigos, conhecidos, e etc. De acordo com a proximidade. E não raramente "não ligam" para mortes numa guerra em qualquer outro país proporcionalmente ao que ligariam se fosse no país onde moram. Há também os graus mais graves de praticamente xenofobia e coisas parecidas, onde até explicitamente as pessoas não se importam com as mortes de pessoas de algum outro grupo, se não gostarem até. Só não acho que isso ocorra em grande escala.
A coisa mais próxima, como também já mencionaram, é ligarem menos para vítimas pobres por prejulgarem serem provavelmente bandidos mesmo, o que ironicamente é algo muitas vezes difundido pela mesma gente que geralmente condena esse suposto favoritismo de classe para alguns criminosos.
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- betossantana
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Re.: Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João Hél
Não sei, Anátema. Eu só sei uma ou duas coisinhas.
Primeiro, réus com boa situação econômica podem pagar advogados muuuuuuuuuuuuuito, mas MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUITO melhores do que réus fudidos. A defesa técnica deles tende a ser simplesmente brilhante! Uma aula de Direito! Um espetáculo de doutrina jurídica! Um facho cintilante de luz na obscuridade da ignorância humana, demonstrando quando, como e porquê os réus NÃO fizeram aquilo que, ou do jeito que, dizem que eles fizeram! Você chega a chorar de emoção com o empenho desses patronos dedicados à mais lídima justiça e aos seus estupendos honorários!
Segundo... nós todos que nos inserimos em determinada classe econômica ou grupo social realmente tendemos a sentir mais as agressões contra pessoas similares a nós provindas de pessoas diferentes de nós como uma ameaça a nós mesmos e ao nosso estilo de vida. Assim como, quando o autor do crime é similar a nós EM GERAL é mais difícil odiá-lo com a mesma tenacidade que odiamos pessoas de classes diferentes da nossa.
Diferentes para baixo, bem dizendo, não para cima. No caso de pessoas diferentes para cima, quando elas são tomadas pela mídia como show de horrores, isso satisfaz nossa sede de sangue e circo da mesma forma que nos satisfaz a atenção que merece uma celebridade artística, porque ela nos entretém. O entretenimento não é só cultura, música, teledramaturgia e Big Brother, ele também é atrocidade, medo, ódio àquele que nós não somos mas queríamos ser. A Richtofen representa nossa voracidade por dramas trágicos de paixão e violência. Ela é jovem, bonita, branca e rica, ou seja, a tragédia de seu ato significa para o consumidor de mídia jornalística algo semelhante ao que significam as lágrimas e o assassinato na novela. Os rapazes que queimaram o índio acho que podem estar inseridos nessa mesma categoria.
Além disso, queimar índios nas ruas e matar os dois pais com o namorado e seu irmão não são episódios "comuns" de violência retratados em grandes veículos de comunicação. Seu caráter à primeira vista "insólito" ajuda a vender esses veículos que os retratam. E eu nunca ouvi ninguém se referir a Pimenta Neves com muito ódio e desprezo, sinceramente. Eu não o colocaria nesses exemplos. Sem contar que crimes passionais são muito mais comuns.
Por exemplo, quando um acidente horripilante mata duzentos romeiros numa estrada, ou quando um desabamento causado pela chuva soterra dez crianças e cinco idosos que viviam em barracos, ou quando um barco super-lotado na travessia de algum rio no Norte afunda e mata quinhentas pessoas, é natural que nós, de classe média, nos mostremos vagamente incomodados com essas coisas - é ADEQUADO demonstrar isso, porque foi uma coisa horrível, e nós fomos educados acreditando no valor da vida humana, e nós somos pessoas boas e decentes, blá blá blá. MAS quando um avião com cento e cinquenta passageiros cai na Amazônia e morre todo mundo, isso é uma DESGRAÇA INOMINÁVEL!!!!! Pobre não viaja de avião!!!!!!!! Somos NÓS que viajamos de avião!!!!!!! São pessoas como NÓS que foram desintegradas e incineradas!!!!!!! PODÍAMOS TER SIDO NÓS!!!! Isso é altamente OFENSIVO! Assim como com João Hélio, que não era apenas um menino negro, pobre e descalço sem futuro vagando por uma favela e atingido por uma bala de um confronto entre traficantes. Ele era um de NÓS!!!!!!!!!! Podia ter sido meu IRMÃO!!! Podia ter sido meu SOBRINHO!!!! Podia ter sido meu FILHO!!!!!!! Isso é uma AFRONTA!!!!
Acho tudo isso perfeitamente natural, na verdade. É muito natural que nossa empatia se estenda mais às pessoas que são parecidas com aquelas com as quais normalmente convivemos e nos importamos do que com gente com quem nós temos contato mínimo. O que acontece é que nós podemos VENCER isso, se QUISERMOS... PODEMOS nos importar com as pessoas diferentes de nós o mesmo tanto que nos importamos com aquelas parecidas conosco SE QUISERMOS. Bem, a maioria de nós simplesmente não quer.
Primeiro, réus com boa situação econômica podem pagar advogados muuuuuuuuuuuuuito, mas MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUITO melhores do que réus fudidos. A defesa técnica deles tende a ser simplesmente brilhante! Uma aula de Direito! Um espetáculo de doutrina jurídica! Um facho cintilante de luz na obscuridade da ignorância humana, demonstrando quando, como e porquê os réus NÃO fizeram aquilo que, ou do jeito que, dizem que eles fizeram! Você chega a chorar de emoção com o empenho desses patronos dedicados à mais lídima justiça e aos seus estupendos honorários!
Segundo... nós todos que nos inserimos em determinada classe econômica ou grupo social realmente tendemos a sentir mais as agressões contra pessoas similares a nós provindas de pessoas diferentes de nós como uma ameaça a nós mesmos e ao nosso estilo de vida. Assim como, quando o autor do crime é similar a nós EM GERAL é mais difícil odiá-lo com a mesma tenacidade que odiamos pessoas de classes diferentes da nossa.
Diferentes para baixo, bem dizendo, não para cima. No caso de pessoas diferentes para cima, quando elas são tomadas pela mídia como show de horrores, isso satisfaz nossa sede de sangue e circo da mesma forma que nos satisfaz a atenção que merece uma celebridade artística, porque ela nos entretém. O entretenimento não é só cultura, música, teledramaturgia e Big Brother, ele também é atrocidade, medo, ódio àquele que nós não somos mas queríamos ser. A Richtofen representa nossa voracidade por dramas trágicos de paixão e violência. Ela é jovem, bonita, branca e rica, ou seja, a tragédia de seu ato significa para o consumidor de mídia jornalística algo semelhante ao que significam as lágrimas e o assassinato na novela. Os rapazes que queimaram o índio acho que podem estar inseridos nessa mesma categoria.
Além disso, queimar índios nas ruas e matar os dois pais com o namorado e seu irmão não são episódios "comuns" de violência retratados em grandes veículos de comunicação. Seu caráter à primeira vista "insólito" ajuda a vender esses veículos que os retratam. E eu nunca ouvi ninguém se referir a Pimenta Neves com muito ódio e desprezo, sinceramente. Eu não o colocaria nesses exemplos. Sem contar que crimes passionais são muito mais comuns.
Por exemplo, quando um acidente horripilante mata duzentos romeiros numa estrada, ou quando um desabamento causado pela chuva soterra dez crianças e cinco idosos que viviam em barracos, ou quando um barco super-lotado na travessia de algum rio no Norte afunda e mata quinhentas pessoas, é natural que nós, de classe média, nos mostremos vagamente incomodados com essas coisas - é ADEQUADO demonstrar isso, porque foi uma coisa horrível, e nós fomos educados acreditando no valor da vida humana, e nós somos pessoas boas e decentes, blá blá blá. MAS quando um avião com cento e cinquenta passageiros cai na Amazônia e morre todo mundo, isso é uma DESGRAÇA INOMINÁVEL!!!!! Pobre não viaja de avião!!!!!!!! Somos NÓS que viajamos de avião!!!!!!! São pessoas como NÓS que foram desintegradas e incineradas!!!!!!! PODÍAMOS TER SIDO NÓS!!!! Isso é altamente OFENSIVO! Assim como com João Hélio, que não era apenas um menino negro, pobre e descalço sem futuro vagando por uma favela e atingido por uma bala de um confronto entre traficantes. Ele era um de NÓS!!!!!!!!!! Podia ter sido meu IRMÃO!!! Podia ter sido meu SOBRINHO!!!! Podia ter sido meu FILHO!!!!!!! Isso é uma AFRONTA!!!!
Acho tudo isso perfeitamente natural, na verdade. É muito natural que nossa empatia se estenda mais às pessoas que são parecidas com aquelas com as quais normalmente convivemos e nos importamos do que com gente com quem nós temos contato mínimo. O que acontece é que nós podemos VENCER isso, se QUISERMOS... PODEMOS nos importar com as pessoas diferentes de nós o mesmo tanto que nos importamos com aquelas parecidas conosco SE QUISERMOS. Bem, a maioria de nós simplesmente não quer.
É um problema espiritual, chupe pau!
Não tinha visto sua resposta, vou ler e comentar, mas antes, eis aqui outro caso de double standard burguês:
Pai (burguês) mata o próprio filho bebê, queimando-o vivo, trancado no carro. O pai confessou tudo, e até agora está impune [1]. Pessoas pobres fizeram o mesmo há um tempo atrás, e houve tentativa de linchamento [2] e os "bandidos" (claro, são pobres) foram encarcerados como animais [3].
____________________________________________
1 - G1: "Menino de 1 ano e 4 meses morreu após ser esquecido em veículo em Guarulhos"
2 - Último segundo: "Suspeitos de queimar pessoas em carro em SP são transferidos"
3 - G1: "Suspeitos que confessaram participação nas mortes estão presos."
Pai (burguês) mata o próprio filho bebê, queimando-o vivo, trancado no carro. O pai confessou tudo, e até agora está impune [1]. Pessoas pobres fizeram o mesmo há um tempo atrás, e houve tentativa de linchamento [2] e os "bandidos" (claro, são pobres) foram encarcerados como animais [3].
____________________________________________
1 - G1: "Menino de 1 ano e 4 meses morreu após ser esquecido em veículo em Guarulhos"
2 - Último segundo: "Suspeitos de queimar pessoas em carro em SP são transferidos"
3 - G1: "Suspeitos que confessaram participação nas mortes estão presos."
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Re.: Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João Hél
Primeiro, réus com boa situação econômica podem pagar advogados muuuuuuuuuuuuuito, mas MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUITO melhores do que réus fudidos. A defesa técnica deles tende a ser simplesmente brilhante! Uma aula de Direito! Um espetáculo de doutrina jurídica! Um facho cintilante de luz na obscuridade da ignorância humana, demonstrando quando, como e porquê os réus NÃO fizeram aquilo que, ou do jeito que, dizem que eles fizeram! Você chega a chorar de emoção com o empenho desses patronos dedicados à mais lídima justiça e aos seus estupendos honorários!
Nesse ponto, concordo, até mencionei. Mas não acho que o grau de condenação legal tem qualquer coisa a ver com a condenação popular/pública.
Segundo... nós todos que nos inserimos em determinada classe econômica ou grupo social realmente tendemos a sentir mais as agressões contra pessoas similares a nós provindas de pessoas diferentes de nós como uma ameaça a nós mesmos e ao nosso estilo de vida. Assim como, quando o autor do crime é similar a nós EM GERAL é mais difícil odiá-lo com a mesma tenacidade que odiamos pessoas de classes diferentes da nossa.
Sei lá, acho uma besteira. Você realmente se revoltaria menos com pessoas que entrassem numa casa, estuprassem as mulheres - mãe, filhas de diversas idades, tias, avó, diante de pais e irmãos, até crianças, e depois fossem executando todos um a um com requintes de sadismo físico e psicológico - desde que ganhassem aproximadamente o mesmo que você? E mais insignificanete ainda seria se tivessem feito isso com uma família de classe bem baixa?
Diferentes para baixo, bem dizendo, não para cima. No caso de pessoas diferentes para cima, quando elas são tomadas pela mídia como show de horrores, isso satisfaz nossa sede de sangue e circo da mesma forma que nos satisfaz a atenção que merece uma celebridade artística, porque ela nos entretém
Bem, isso para mim é ad hoc. Assim qualquer exemplo de ódio proporcional a uma pessoa mais rica ou compaixão com vítimas mais pobres pode ser desmentido como compaixão humana e manter-se irrefutavelmente a idéia de "psicopatas de classe sócio-econômica".
E eu nunca ouvi ninguém se referir a Pimenta Neves com muito ódio e desprezo, sinceramente.
Postei em algum outro tópico, uma notícia da época relatando que no vai-e-vem dele da delegacia para outros lugares, em dado momento haviam quase 200 pessas tentando linchá-lo, apesar da proteção policial. Claro, pela teoria de ricos=entretenimento, isso seria só uma "participação acalorada da platéia".
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Re.: Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João Hél
Não sei de nada. Só sei que tenho muuuuito mais dinheiro que a safada da minha ex-empregada que me sacaneou e ainda moveu um processo infundado contra mim. Ela conseguiu se safar facinho, assessorada por uma advogada do Sindicato de Domésticas e eu me me ferrei com o advogado que contratei a um preço bem interessante, e que na hora na audiência de Rito Sumaríssimo não pode comparecer e mandou a mãe dele (advogada também, mas totalmente despreparada).
O Juiz deve ser destes que pré-julga pela vitimização.
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- betossantana
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Re: Re.: Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João
o anátema escreveu:Sei lá, acho uma besteira. Você realmente se revoltaria menos com pessoas que entrassem numa casa, estuprassem as mulheres - mãe, filhas de diversas idades, tias, avó, diante de pais e irmãos, até crianças, e depois fossem executando todos um a um com requintes de sadismo físico e psicológico - desde que ganhassem aproximadamente o mesmo que você? E mais insignificanete ainda seria se tivessem feito isso com uma família de classe bem baixa?
Sim, uai, é isso que eu estava tentando dizer, é MAIS FÁCIL odiar o autor de um crime desse tipo se ele é um fudido do que se ele pertence à minha classe sócio-econômica, e também "menos" revoltante se as vítimas são fudidas.
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Re.: Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João Hél

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- betossantana
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Re: Re.: Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João
o anátema escreveu::emoticon28:
Por exemplo, você viu aquela foto que o Fernando Silva postou no tópico das imagens não-sei-quê, dos meninos se drogando na estação de trem? A gente vê aquilo como uma cena (tristemente) comum do cotidiano brasileiro, aqueles rapazes jovens, saudáveis, cheios de potencial para o estudo e para o trabalho mas que se afundam na vagabundagem e no crack, na cocaína, na maconha (bem, nada contra os maconheiros), etc., nós não estamos realmente ligando muito pra eles. Se todos aqueles rapazes morressem hoje, mortos pelos traficantes ou pela polícia, nós acharíamos absurdo, uma violação dos direitos humanos, e patati, patatá, mas no fundo não estamos nem aí, porque é isso que se ESPERA de rapazes negros, pobre e drogados, não? Que morram de forma violenta.
Ou você vai dizer que fica CHOCADO com essas imagens e notícias? Você não vai ter a CARA-DE-PAU de dizer isso, vai, Anátema?
Mas se a imagem mostrasse pessoas como nós, bem-cuidadas, instruídas, com razoável poder de consumo, sendo alvejadas pelos mesmos traficantes, nos sentiríamos muito mais ameaçados e indignados, por causa dessa identificação com aquele grupo agredido.
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Re.: Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João Hél
Não. Eu que postei... 

- betossantana
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Re: Re.: Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João
Apocaliptica escreveu:Não. Eu que postei...
Ah!
É um problema espiritual, chupe pau!
Re: Re.: Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João
betossantana escreveu:o anátema escreveu::emoticon28:
Por exemplo, você viu aquela foto que o Fernando Silva postou no tópico das imagens não-sei-quê, dos meninos se drogando na estação de trem? A gente vê aquilo como uma cena (tristemente) comum do cotidiano brasileiro, aqueles rapazes jovens, saudáveis, cheios de potencial para o estudo e para o trabalho mas que se afundam na vagabundagem e no crack, na cocaína, na maconha (bem, nada contra os maconheiros), etc., nós não estamos realmente ligando muito pra eles. Se todos aqueles rapazes morressem hoje, mortos pelos traficantes ou pela polícia, nós acharíamos absurdo, uma violação dos direitos humanos, e patati, patatá, mas no fundo não estamos nem aí, porque é isso que se ESPERA de rapazes negros, pobre e drogados, não? Que morram de forma violenta.
Ou você vai dizer que fica CHOCADO com essas imagens e notícias? Você não vai ter a CARA-DE-PAU de dizer isso, vai, Anátema?
Mas se a imagem mostrasse pessoas como nós, bem-cuidadas, instruídas, com razoável poder de consumo, sendo alvejadas pelos mesmos traficantes, nos sentiríamos muito mais ameaçados e indignados, por causa dessa identificação com aquele grupo agredido.

Concordo, mas acho que são coisas diferentes. O que você descreveu é expectativa geral sobre grupos e o quanto somos afetados de acordo com a identificação com o grupo. Também todos acham meio "normal" que algum muçulmano maluco um belo dia exploda um monte de gente lá no oriente médio, a miséria pelo mundo e etc. Nos afetamos mais com as coisas conforme os envolvidos forem mais "próximos" de nós; acho que até comentei. Para chocar mais com algo mais distante tem que ser algo mais extremo (lembro agora de rebeliões em que os presos se decapitavam). Mas não acho que tenha algo a ver com ser mais ou menos complacente com pessoas de um grupo ou outro.
E o que vejo na verdade, a maior parte do tempo, é o contrário. No caso de pessoas ricas, o crime não tem essa justificativa sócio econômica "aceitável" da pobreza/exclusão/coitadismo, então não tem desculpa. Não interessa que as pessoas que observam sejam da mesma classe sócio econômica.
Claro, a coisa pode mudar um pouco de figura com familiares ou amigos. Mas geralmente (e põe geralmente nisso) não é nem um pouco "melhor", que por exemplo, numa turma duma escola com uma certa homogeneidade sócio-econômica, um dos alunos seja assassinado pelo(s) próprio(s) colega(s) do que por alguém de fora da escola e mais pobre.
Sem tempo nem paciência para isso.
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- DaviDeMogi
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Re.: Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João Hél
Perguntemos aos familiares das vitimas se acham diferenças. Se importa que quem matou ou trucidou é rico ou pobre, se instruido ou ignorante. Se é preto, amarelo ou branco...
Creio na morte, única amante absolutamente fiel,
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.
Creio na estupidez humana, única força com que se pode contar sempre,
E creio no humor, única forma de encarar a primeira e suportar a segunda.
Re: Re.: Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João
DaviDeMogi escreveu:Perguntemos aos familiares das vitimas se acham diferenças. Se importa que quem matou ou trucidou é rico ou pobre, se instruido ou ignorante. Se é preto, amarelo ou branco...
Engraçado acharem que a dor é diferente...pode ser mesmo, mas por outro motivo que pode estar ou não ligado à classe ou ao meio - tipo eu ouvi uma mãe dizendo que era o segundo filho que ela perdia no crime, então estava acostumada.... Uma outra mãe disse que pelo menos ela tinha outros filhos, pior é quem tinha filho único...
- betossantana
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Re: Re.: Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João
o anátema escreveu:Mas geralmente (e põe geralmente nisso) não é nem um pouco "melhor", que por exemplo, numa turma duma escola com uma certa homogeneidade sócio-econômica, um dos alunos seja assassinado pelo(s) próprio(s) colega(s) do que por alguém de fora da escola e mais pobre.
VOCÊ que tá dizendo, né? Eu se falar mais algo, só vou me repetir, então...
É um problema espiritual, chupe pau!
Re.: Analogia: Ulzfer e a outra barbeira com o caso João Hél
Bem, como eu disse, acho que isso chocaria e revoltaria no mínimo tanto quanto o crime cometido por alguém duma classe mais pobre, mas talvez bem mais por não ter a justificativa da classe social, não haver a a "necessidade" do crime. E se fosse um ricasso não amenizaria nem um pouco mais também. Pelo contrário, geraria ainda mais revolta contra "esses ricassos que pensam que a vida dos outros não vale nada" e etc.
Sem tempo nem paciência para isso.
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