Tariq Ramadan mentindo

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O ENCOSTO
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Tariq Ramadan mentindo

Mensagem por O ENCOSTO »

Tariq Ramadan mentindo [a respeito de Magdi Allam]?
por Daniel Pipes em 24 de abril de 2007

Resumo: Não é a primeira vez que Tarik Ramadan se atrapalha publicamente com a verdade.



Tariq Ramadan afirma que eu menti, uma acusação que eu considero séria. Porém, como é freqüente no caso de islamitas e outros totalitários, o próprio acusador se encontra sob acusação.


Ramadan estava entre o público durante meu debate com Ken Livingstone, prefeito de Londres, em 20 de janeiro de 2007, e ouviu-me conclamar o Ocidente a ajudar na construção de um Islam moderado. Dirigindo-me ao prefeito, sugeri (como é possível ler na transcrição: “Radical islam vs. Civlization” (Islam radical contra a Civilização) que o Islam moderado:


“não pode ser alcançado através do ‘vamos dar as mãos’ do multiculturalismo conforme você propõe, e sim mantendo-nos firmes ao lado de nossos aliados civilizados em todo o globo, sobretudo das vozes liberais no reino da Arábia Saudita, dos dissidentes iranianos e dos reformadores no Afeganistão”.


“Também propus que apoiássemos seus equivalentes no Ocidente, indivíduos como ... Magdi Allam, egípcio que é agora um dos principais jornalistas italianos; Naser Khader, parlamentar na Dinamarca; Salim Mansur, professor e autor no Canadá, e Irfan Al-Alawi, ativista aqui na Grã-Bretanha”.


Magdi Allam


No mesmo dia, em um painel subseqüente intitulado “Is there an Islamic Threat?” [Existe uma Ameaça Islâmica?], ao qual eu não estive presente, mas sobre o qual duas pessoas me informaram e Carol Gould escreveu, Ramadan me atacou devido à minha menção a Magdi Allam. Mozammel Haque então confirmou essas informações em um artigo intitulado “Professor Tariq Ramadan on Islamic Threat” [Prof. Tariq Ramadan sobre a Ameaça Islâmica], publicado na edição de 9 de fevereiro de The Muslim Weekly, uma publicação islamita. Segue a seção pertinente, completa, com os erros originais:


“O Professor Daniel Pipes falou sobre muçulmano moderado e a propósito, ele mencionou esta manhã sobre um egípcio copta como muçulmano moderado em seu debate. O Professor Ramadan disse: ‘O fato que ele estava mencionando estava errado. Ele estava mentindo. A propósito, ele é copta. É um cristão egípcio. Mas tem um nome árabe’”.


Observem dois pontos iniciais: (1) Ramadan não diz que eu estava enganado ao identificar Allam como muçulmano, mas que eu “estava mentindo”. Desta forma, ele dá a entender que eu sei que Allam é cristão, mas que o chamei de muçulmano com o próposito de enganar. Palavras duras da parte de Ramadan. (2) Palavras estranhas, de fato, dado que nem no trecho acima ou em qualquer outro lugar na minha fala em Londres eu identifiquei Allam como muçulmano, mas somente como um dos muitos ‘aliados civilizados’. Ramadan me incluiu gratuitamente em uma obscura discussão sobre a adesão religiosa de Allam.


E o próprio Magdi Allam, uma das figuras principais do jornal Corriere della Sera, o que diz sobre sua fé? (Agradeço a Lorenzo Vidino pela ajuda com a informação que segue). Allam publicou a auto-biografia “Vincere la paura. La mia vita contro il terrorismo islamico e l'incoscienza dell'Occidente” [Vencendo o Medo: minha vida contra o terrorismo muçulmano e a inconsciência ocidental] em 2005, na qual escreveu extensivamente (pp. 18 a 52) sobre sua infância no Egito, onde nasceu de pais que se identificavam como muçulmanos e foi criado como muçulmano. Umas poucas citações tornam esse ponto evidente:


“O Islam que eu vivi, o Islã no qual nasci e fui criado...” (“L'islam che ho vissuto, l'islam in cui sono nato e cresciuto...”, p. 27.


“Minha mãe, que foi sempre uma muçulmana praticante, ...” (“Mia madre, che e' sempre stata una musulmana praticante, ...”), p. 32.


“Meus pais eram ambos muçulmanos, acreditavam no mesmo Deus e tinham o mesmo conjunto de valores e cultura” (“I miei genitori erano entambi musulmani, credevano nello stesso Dio e condividevano il medesimo sistema di valori e culturale”), p. 37.


Allam reconhece ter pensado em se converter ao Cristianismo quando se mudou para a Itália, para se adaptar melhor, mas nunca deu esse passo. Não tem nenhuma ligação com os coptas. Na contracapa, o editor do Vincere la paura resume a auto-apresentação de Allam: “Magdi Allam se descreve como um muçulmano secular, nascido e criado no Egito de Nasser”. (“Magdi Allam racconta se stesso, musulmano laico nato e cresciuto nell'Egitto di Nasser)”.


De onde vem, então, a calúnia de Ramadan quanto a Allam ser copta? Da hostilidade entre os dois homens, ambos europeus de origem egípcia. Por exemplo, a auto-biografia de Allam inclui uma “Carta Aberta a Tariq Ramadan” (“Lettera aperta a Tariq Ramadan”), que expõe Ramadan como um extremista e, porque Allam se recusou a aparecer com Ramadan, foi negado a esse um prêmio do PEN American Center.


Ramadan tem aliados nessa afirmação, como a Unione delle Comunitá ed Organizzazioni Islamiche in Italian (União das Comunidades e Organizações Muçulmanas na Itália), e um certo Miguel Martinez, polemista envolvido em uma campanha contínua de difamação e descrédito de Allam.


No mínimo, descrever Allam como um copta enfraquece sua importante voz anti-islamista. No máximo, identificá-lo como apóstata do Islam coloca sua vida em perigo. Não é segredo que Allam não dá um passo sem seus diversos guarda-costas fornecidos pelo Estado, que ficam a seu lado 24 horas por dia. Ramadan, para sua eterna vergonha, participa da ameaça a um corajoso e criativo pensador muçulmano.


Retomando, portanto: Magdi Allam nasceu como muçulmano, cresceu como muçulmano e se identifica hoje em dia como muçulmano. Mas Ramadan considera-o um cristão. Eu optei ficar do lado de Allam. Ramadan diz que eu “estava mentindo”.


Caro Leitor: quem o Sr. considera um mentiroso nesse caso?


Uma dica: essa não é a primeira vez que Ramadan se atrapalha publicamente com a verdade. Dois outros casos incluem:


- Ter justificado o assassinato de israelenses, fingindo não ter feito isso, mas sendo pego devido a uma gravação em fita de suas palavras; e


- Ter afirmado duas vezes, mentirosamente, que eu estava por trás da proibição de sua entrada nos Estados Unidos, e então ter negado sequer ter dito isso.




Publicado por FrontPageMagazine.com. Também disponível em danielpipes.org

Tradução: Caio Rossi

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Onde houver fé, levarei a dúvida.

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Trancado