A economia espanhola teve um crescimento rápido desde o final do século XIX até o início do século XX. Em especial, as indústrias mineiras e metalúrgicas lucraram e expandiram-se enormemente durante a primeira guerra mundial, fornecendo insumos a ambos os lados. Entretanto, os resultados desse crescimento não se refletiram em mudanças nas condições sociais. A agricultura, sobretudo na Andaluzia, continuou em mãos de latifundiários, que deixavam grandes extensões de terra sem cultivar. Somava-se a isto a forte presença da Igreja Católica, que se opunha às reformas sociais e se alinhava aos interesses da elite agrária. Finalmente, a monarquia espanhola apoiava-se no poder militar para manter o seu regime. O fim da monarquia e o advento da república (1931) nada mudou nesta configuração política básica, com a agravante de que esses setores se mantiveram monárquicos e as tentativas de golpe tornaram-se constantes.
Após a abdicação do rei Alfonso III, em 1931, novas eleições são convocadas para compor uma assembléia constituinte em Junho, que proclama a separação entre Igreja e Estado. Por este motivo, Alcalá Zamora, chefe do governo provisório, abdica. Novas eleições acontecem em Dezembro de 1931, nas quais a esquerda sai vitoriosa. Alcalá Zamora é eleito Presidente da República e encarrega Manuel Azaña de organizar um governo. O governo da República não consegue avançar na resolução da questão das autonomias regionais, nem no encaminhamento das questões agrária e trabalhista. Na questão religiosa, a governo Azaña tentou ceder, de forma moderada, ao espírito anticlerical que predominava no parlamento através da dissolução da Companhia de Jesus na Espanha e na preservação das demais ordens religiosas, que no entanto eram proibidas de dedicar-se ao ensino.
Nas eleições de 1936, a esquerda vence em 16 de Fevereiro, com 4.645.116 votos, contra 4.503.524 da direita e 500.000 votos do centro, mas as particularidades do sistema eleitoral- que favorecia as maiorias - dão à esquerda a maioria das cadeiras no parlamento. Alcalá Zamora encarrega Azaña de formar um governo. Em maio de 1936, Alcalá Zamora é destituído e Azaña assume a Presidência da República, tendo como seu primeiro-ministro o socialista Largo Caballero. A direita então lança-se a preparar um golpe militar que se concretiza em 18 de Julho.
A sublevação fascista tentava impedir a qualquer preço que as instituições republicanas assentassem de maneira estável e permanente o regime democrático, impedindo o trabalho de um governo real de esquerda que estava para realizar profundas reformas econômicas, jurídicas e políticas no conjunto do Estado. Sob o suposto afã de lutar contra o perigo do aumento do comunismo e do anarquismo em certos lugares do Estado, ocultava-se realmente o levantamento contra o regime institucional e democrático estabelecido, na tentativa de impedir a continuação e assentamento da democracia e daquilo que os fascistas consideravam intoleráveis experiências de colectivismo.
Aliados à Igreja Católica, Exército e latifundiários, buscavam implementar um regime de tipo fascista na Espanha, o que consideravam mais condizente com a "originalidade espanhola" (suas tradições políticas de raiz católica e autoritária).
As tropas do chamado "Movimiento Nacional" foram reforçadas pela ajuda militar direta da Alemanha de Hitler, expressa no bombardeamento a Guernica e Madrid, e da Itália de Mussolini. O Vaticano apoiou igualmente Franco, pois a Igreja condenava o comunismo - e também porque a política anticlerical do governo da República não lhe oferecia outra alternativa
Teve fim a guerra como conseqüência da morte de mais de 400 mil espanhóis e uma queda enorme na economia, como a morte de mais da metade do gado, a queima de vários campos e milhões de moradias destruídas. Um abalo financeiro e queda do PIB que demorou quase 30 anos para se normalizar. Outras fontes ressaltam a dificuldade em quantificar o número de mortos por causa da guerra originada pelo chamado "Movimiento Nacional", mas colocam o dado para todo o periodo do franquismo de mais de 2 milhões de pessoas mortas sob o regime fascista.
Um dos mais ativos colaboradores do General Franco foi o fascista JOSEMARIA ESCRIVÁ DE BALANGUER, da famigerada Opus Dei, que morreu em 1975, beatificado em 1991 e canonizado em 2002, pelo Papa João Paulo II. Esta canonização é a prova irrefutável de que o Papa fascista considera santo um homem que teve participação direta na morte de cerca de 2 milhões de pessoas, muitas das quais ele decidiu se deveriam viver ou não nos calabouços fascistas.
O céu cristão, portanto, deve estar cheinho de fascistas. Se houvesse céu e inferno, preferiria o último, pois as conversas entre fascistas no céu seriam um saco de se aturar...
Agora o mais esdrúxulo é que o Papa Adolf XVI, que na época de BALANGUER era soldado do exército nazista, portanto seu aliado na Guerra Civil espanhola, vá canonizar com inusitada rapidez o Papa que canonizou o franquista. Ou seja, nazistas e fascistas trocando condecorações...
JOÃO PAULO II: O SANTO FASCISTA
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JOÃO PAULO II: O SANTO FASCISTA
"o homem não aceita estar só. Por isso quer acreditar que alguém o olha, o observa, por ele se preocupa ou até mesmo ilumina seu caminho, e assim, usando a imaginação, criou a religião: uma ponte, um cordão umbilical que o une ao cosmos. Acreditando cegamente na "ponte" religiosa caminha boa parte da humanidade, aos trancos e barrancos, tropeçando em completa escuridão enquanto aguardam a luz prometida.”
Aleixo Belov
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