Apocaliptica escreveu:clara campos escreveu:NadaSei escreveu:O problema são os "acordos".
Uns 80% das brigas por telefone que eu presencio no trabalho entre namorados, tem como assunto a quebra de "acordos", do tipo não ficar na casa das amigas, quando fulano está trabalhando, ou ir pro bar após o trabalho.
Quer dizer, mesmo quando não estão juntos, o que um faz durante tempo livre é motivo de brigas com o outro.
É verdade.
Nunca percebi porque estas coisas acontecem... é curioso como grande parte das pessoas não suporta que o parceiro se divirta quando elas não o podem fazer...
Clara...embora eu já tenha pensado nisto e é assunto recorrente em conversas, fazendo uma auto-terapia, e depois conversando com meu terapeuta, cheguei à uma conclusão. A maioria das reações exacerbadas de ciúme, na verdade estão ligadas à outro sentimento, que é a inveja profunda da alegria e dos prazeres vividos pelo companheiro.
Não é sinal de amor por aquela pessoa especificamente, não é querer a pessoa para nós, não se trata de sentimento de posse. Não é algo tão simples. Veja que mesmo após o suposto traidor negar a traição, ou se redirmir,caso assuma que traiu mesmo ( trair de todas as formas os acordos, apenas saindo com amigos, indo a algum lugar e não avisando, enfim...), a perturbação emocional do que se sente e se diz traído, não cessa. Ela apenas se alimenta do episódio e, ao fim, parece ficar frustrada com o final do mesmo. Parece então, que há uma dependência constante de que "algo" esteja acontecendo, alguma coisa ele deve estar fazendo de errado e eu preciso saber"...
Na verdade, o sentimento é de frustração por não sermos nós os protagonistas do que o outro está vivendo, sentimos inveja.
A imaginação leva o sujeito a fantasiar as coisas que ele próprio gostaria de estar fazendo, aumentar as proporções, maior sendo este sentimento quanto menor a auto-estima e a capacidade de ter suas próprias "aventuras", e maior é a vontade de absorver do outro um pouco da sua liberdade de ação, como se esta capacidade estivesse projetada no outro, e precisássemos amordaçá-lo, ou paralizá-lo para podermos absorver e usar.
Na verdade é triste, mas este tipo de ciumento, é um espécie de vampiro. Não é por amor que ele age assim, nem por egoísmo, mas por vontade de estar no lugar do outro. Como aquela é a pessoa a quem ela acredita que ama ( e pode amar mesmo) é nela que se projetam também as frustrações por não conseguir se desapegar de determinados valores que a tolhem emocionalmente.
Caramba Apo, mas que análise!
Ao meu ver, perfeito...assino em baixo tudo isso que vc acabou de dizer!:emoticon4: