- Aqui vai mais uma contribuição minha para sua destruição:
(retirei trechos do imprensamarrom)
- Vamos comparar as edições de Veja dos dias 25/07/2007 e 01/08/2007, percebam a má fé, a mentira, a dissimulação, o partidarismo.
Trechos da matéria de capa da edição de 25/07/2007 (com comentários em seguida):
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“O caos aéreo brasileiro, que havia anos era gestado nas sombras, surgiu nítido e aterrador diante dos olhos do país dez meses atrás, quando um Boeing da Gol se chocou em pleno ar com um jato Legacy, provocando 154 mortes. Desde então, o país vem assistindo atônito a um espetáculo deprimente, em que contracenam o descontrole dos controladores aéreos, o improviso e a ganância das companhias e a infinita inépcia das autoridades. Na terça-feira passada, 17 de julho, a crise do sistema de transporte aéreo brasileiro cobrou novamente um preço exorbitante: outras 191 vidas, o número oficial de mortos até sexta-feira.” (grifo nosso)
Resumindo: A “culpa” foi da crise do transporte aéreo. Está lá, com todas as letras. Prossigamos:
“O acidente (…) ainda está cercado de dúvidas, mas algumas certezas já começam a surgir (…) VEJA analisou fotos exclusivas, submeteu o vídeo que mostra o pouso da aeronave a uma dezena de especialistas em aviação, até mesmo pilotos da TAM (…) Até agora, é possível afirmar que: ” (grifo nosso)
Esse parágrafo, expressamente, fala em “certezas” e na possibilidade de afirmações. Porém, a seguir, o que vemos é uma série de “hipóteses” (nem “certezas”, nem “afirmações”). Mas o pior é o nível da coisa. Atenção:
“• O piloto do Airbus não cometeu imperícia, ao menos até o momento em que a aeronave tocou a pista do Aeroporto de Congonhas na tentativa de pousar. Tanto a velocidade de aproximação do solo quanto o ponto em que ele tocou a pista estavam corretos.
• É pouco provável que a velocidade anormal com que o Airbus seguiu depois de tocar o solo se deva a uma tentativa do piloto de arremeter (voltar a decolar). É mais provável que a alta velocidade fosse resultado de uma aquaplanagem ou de uma falha no sistema de freios.
• O desvio para a esquerda que o avião fez no fim da pista não foi uma tentativa de dar um cavalo-de-pau para frear a aeronave. A trajetória reconstituída pela reportagem permite concluir que não houve uma manobra brusca desse tipo, e sim um desvio gradual do eixo central da pista.
(…)
• O fato de a pista principal de Congonhas não ter grooving (sistema de ranhuras na pista que permite o escoamento da água em caso de chuva) pode ter influído de maneira decisiva no acidente.” (grifos nossos)
Como visto, não há “certezas”. A revista apenas levanta hipóteses. Na primeira, isenta o piloto. Na segunda, fala em aquaplanagem - embora levante outra possibilidade. Na terceira, afirma que não houve desvio para a esquerda. Na última, diz que a falta de “groove” pode ter sido decisivo para o acidente.
O que temos até agora? Seguinte: a própria Veja, uma semana depois, diz que houve falha humana, anulando sua “certeza número 1″. A “certeza número 2″ é desmentida também pela capa da própria revista, que informa não ter havido aquaplanagem. A “terceira certeza de Veja” foi para o vinagre porque a caixa-preta revelou exatamente o seguinte: os pilotos fizeram uma manobra pra esquerda. E a “quarta certeza inabalável” não conta porque a fata de “groove”, nesse caso, não teve qualquer influência.
Mas o pior vem agora:
“Dos dez especialistas ouvidos pela reportagem, sete afirmam que a aeronave sofreu aquaplanagem. (…) Com isso, o freio dos pneus pode simplesmente não funcionar – não por culpa da aeronave, mas da pista.” (grifo nosso)
Além de imputar expressamente a “culpa” à pista, a revista diz que 7 de 10 especialistas AFIRMARAM que houve aquaplanagem. Quem são esses especialistas? Em primeiro lugar, é preciso ser no mínimo leviano para “afirmar” alguma coisa sem prova concreta. Além disso, temos que a Veja anda escolhendo bem mal seus “especialistas”. Afinal, NÃO HOUVE AQUAPLANAGEM.
Tendo em vista que 70% de seus “experts” consultados são umas toupeiras, fica a lição: é preciso desconfiar dos “especialistas” consultados pela Veja.
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No dia 01/08/2007, mesma Veja publicou uma capa que desmente quase que na totalidade sua edição anterior:
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A falha humana passa a ser uma das causas e, além disso, afirmam que não houve aquaplanagem. Assim, numa boa! E, por fim, soltam uma frase ridícula sobre o tamanho da pista: “se a pista fosse maior…” Mas qual tamanho deveria haver? Houve uma falha na aeronave, não foi somente um problema no freio, mas sim ela estava ACELERANDO em vez de frear.
- Quero esclarecer que o Tôpico NÃO é sobre o acidente, e sim sobre a falta de caráter que pauta a linha editorial desta revista.
Abraços,