Argentina quer que Venezuela se desculpe por mala de dolares

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Argentina quer que Venezuela se desculpe por escândalo da mala

da France Presse, em Buenos Aires

O governo da Argentina quer que seu par da Venezuela se explique e se desculpe pelo escândalo gerado pela tentativa de um empresário venezuelano de entrar no país com cerca de US$ 800 mil dólares não declarados, em um avião privado alugado por uma empresa estatal argentina.

No avião, fretado pela estatal argentina de energia Enarsa (Energía Argentina Sociedad Anónima) para um vôo de Caracas a Buenos Aires, viajavam, além do empresário venezuelano com o dinheiro, funcionários do ministério do Planejamento da Argentina e da estatal PDVSA (Petróleos de Venezuela S.A.).

"São eles [os venezuelanos] que têm que pedir desculpas", disse o ministro do Planejamento argentino Julio de Vido ao comentar a suposta responsabilidade de funcionários venezuelanos no caso, diz o jornal "Clarín" na edição deste sábado.

O presidente argentino, Néstor Kirchner, afastou qualquer responsabilidade do governo no escândalo investigado pela Justiça, e que acontece a dois meses e meio das eleições, nas quais a primeira-dama e senadora Cristina Fernández se apresenta como candidata presidencial governista.

"Nós nada temos a ver" com o episódio no qual um cidadão venezuelano tentou entrar na Argentina com cerca de US$ 800 mil dólares em uma maleta sem declarar, afirmou o presidente Néstor Kirchner à imprensa, segundo o "Clarín".

"Nada, não temos nada a ver", disse Kirchner ao ser ouvido a respeito, antes do encontro de ontem na Bolívia com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, e o colega boliviano, Evo Morales, para a assinatura de acordos no setor energético.

"Todos saberão quem está dizendo a verdade e quem está mentindo", afirmou Kirchner, em resposta a uma pergunta sobre se pediria explicações a Chávez sobre o episódio, que está sendo investigado pela justiça argentina e o governo venezuelano.

O escândalo derrubou Claudio Uberti, principal assessor do poderoso ministério do Planejamento dirigido por Julio De Vido e principal negociador dos contratos de petróleos com a Venezuela. Uberti estava no avião e autorizou a viagem de Wilson e de funcionários da PDVSA.

Uma procuradora argentina quer que Wilson seja denunciado por contrabando, o que deverá ser decidido pelo juiz que assumir a causa, uma vez que a magistrada designada preferiu se afastar da investigação, alegando motivos delicados.

Ela havia sido questionada pela Aduana, que a recriminava por não ter ordenado a detenção do venezuelano. Wilson, de 46 anos e residente nos Estados Unidos, realizou seis viagens à Argentina entre março de 2006 e sábado passado, com conexões no Uruguai e Chile.

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